"A questão já não é saber como nem quando Bruno de Carvalho deixará a presidência do Sporting. Os factos, gestos e palavras nos últimos tempos falam por si e seria até excessivo recordá-los face a uma tão consensual conclusão: a de que só mesmo o mais cego dos seus seguidores acha que ele tem condições para se manter à frente do clube e da SAD - que os há, atenção, que os há. Ainda...
A partir de agora a discussão será outra: como irá ser conduzido o clube a partir de agora. E quem deverá fazê-lo. Por enquanto é cedo para falar em candidatos, mas não a partir de segunda-feira, após a final da Taça de Portugal, frente ao Desportivo das Aves.
Com uma narrativa populista, o ainda presidente manteve-se no poder durante cinco anos, com uma ampla base de apoio, roçando os 90 por cento. O trauma de direcções anteriores incompetentes, permissivas e rotuladas de demasiado elitistas criaram uma enorme massa de contestatários à espera do novo messias, aquele que lutasse contra o mundo que há muitos, muitos anos tinha decidido conspirar contra o senhor leão.
Talvez o melhor presidente do Sporting para o futuro imediato fosse alguém que fugisse a essa dicotomia;que reunisse argumentos, imagem e background que dificilmente o associassem ao carvalhismo ou à turma do croquete.
Sinceramente, não vejo assim tantos putativos candidatos. O que sei (não tenho grandes dúvidas) e que quem vier terá menos dinheiro para gerir - e já nem falo de potenciais rescisões de jogadores por justa causa. E muito menos dinheiro, é também o futuro de Jorge Jesus que está em jogo - e o de muitos jogadores caros por causa da política de investimento recente. O próximo presidente terá de ser tudo o que não foi Bruno: um diplomata."
Fernando Urbano, in A Bola
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