"Caminhando à desfilada - qual cavalo à solta que Ary dos Santos e Fernando Tordo imortalizaram naquela que é uma das mais fantásticas canções de reportório luso - rumo ao 33.º título de campeão nacional da sua história, já com lugar garantido na tarde de 18 de Maio na decisão da Taça de Portugal no mais mítico de todos os recintos nacionais, o Jamor - parabéns ao Rio Ave e ao trabalho fantástico de Nuno Espírito Santo, dos jogadores que orienta e dos dirigentes que comandam o clube -, com todas as possibilidades de chegar pela segunda temporada consecutiva à final da Liga Europa - defendo desde há muito tempo que é bem melhor para os encarnados, como seria para qualquer outra emblema, encontrar a Juventus em dois jogos - e com as portas também abertas para voltar à final da competição que mais tem ganho nos últimos anos, a Taça da Liga, embora se deva reconhecer que para lá chegar tem de passar mais uma vez pelo FC Porto, e no Dragão, creio não restarem dúvidas rigorosamente nenhumas de que o Benfica é, indiscutivelmente, a equipa do presente em Portugal.
E antes que seja, porque é de inteira justiça, entendo que os louros devem ser, realmente, divididos por Luís Filipe Vieira, pois na sua condição de líder uno preparou o caminho do êxito, pelos jogadores, de todos os jogadores, pois incondicionalmente os que integram o plantel principal, mais alguns empréstimos da B, estão, estiveram, num nível de forma fantástico, mas também, doa a quem doer, por Jorge Jesus. Sim, o treinador do SLB, por muito que isso custe, até a figuras gradas da nação encarnada, não pode ser visto apenas como aquele que deu (e dá) os treinos e escolhe a equipa.
Daqui a 50 anos, infelizmente, já não andarei por cá, mas se a isso tiver acesso, no mais bonito livro da história encarnada lá estará o seu nome em letras do mesmo tamanho do Estádio da Luz. E se ele gostar de dobradinha, doa a quem doer, terá um capítulo, gigantesco, só seu."
José Manuel Freitas, in A Bola