Últimas indefectivações

domingo, 16 de março de 2025

Estamos nas Meias-finais...

Barcelos 0 - 3 Benfica

Quartos-de-final da Taça de Portugal, muito perigosos, na casa dum dos nossos principais adversários. Uma equipa recheada de ex-jogadores do Benfica, que normalmente se motivam quando jogam contra a sua ex-equipa!
Ainda por cima, jogámos contra 7 durante toda a partida: arbitragem vergonhosa, mais uma... Só não teve influência, porque não falhámos tanto como contra a Oliveirense e o Pedrão esteve numa noite Sim !!!

Primeira vitória...


Benfica 3 - 0 Nun'Alvares
25-17, 25-15, 25-17

Vitória natural no 1.º jogo do Play-off, com muita rotação...

Vitória...


Queluz 86 - 95 Benfica
12-14, 21-27, 26-26, 27-28

Vitória difícil, com o Radic a confirmar ser reforço, com o Drechsel a regressar aos pontos, mas sem o Makram e o Barbosa... e com o Broussard a ser o MVP!

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Observador: E o Campeão é... - Anselmi afina a banda para tocar bem a canção

Atira-te ao chão que eu gosto!


"Não sei quem foi o pioneiro da prática no futebol, mas virou moda os guarda-redes deitarem-se no chão e motivarem a entrada da equipa médica (as equipas não podem ser obrigadas a jogar sem guarda-redes), dando assim uma espécie de time out aos treinadores para afinarem instruções à equipa junto ao banco, enquanto o pobre guarda-redes se retorce e contorce com dores.
As paragens para hidratação, quando requeridas, podem servir para o mesmo efeito, mas essas têm hora marcada. Se tanto anseiam por alterar as Sagradas Leis que fazem do futebol o desporto mais popular do Mundo, talvez possam prever time outs. Não mexam é no essencial, por favor.

De chorar por mais
Por melhor que seja a prosa do adversário, e a do Benfica foi, há pouco a fazer contra a pura poesia de Lamine Yamal.

No ponto
Javier Saviola foi colega do atual técnico do Manchester United no Benfica, entre 2009 e 2012. Antigo jogador das águias diz que o português «precisa de tempo» e revela mais dois jogadores que via como potenciais treinadores naquele plantel dos encarnados
Tantos jogadores a falarem bem de Jorge Jesus e do que aprenderam com ele deve significar alguma coisa.

Insosso
Bruno Varela sentiu-se ofendido e fez bem em denunciá-lo durante o jogo no Bessa. O racismo é nojento.

Incomestível
Aconteceu em Espanha: o árbitro de um jogo de iniciados foi agredido no balneário. Amanhã vai acontecer cá."

A herança olímpica


"Nunca será a mesma coisa. Pierre de Coubertin, visionário e empreendedor, pensou os Jogos como elemento agregador, projetando méritos desportivos únicos e a sua projeção para a sociedade, como elemento que definia a qualidade individual perante a superação.
Rapidamente a Olimpíada proporcionou condições para a progressão e a elevação, sempre, porém, com a condicionante do espaço e do tempo, na exata medida de que a cada país corresponderia a capacidade de ultrapassar dificuldades para atingir objetivos.
Foram sempre assim os ciclos olímpicos, mais ou menos adaptados à geopolítica mundial, aos seus contornos e ao envolvimento de cada país, de cada governo, à perspetiva de rendimento que se impunha, independentemente de sempre se aceitar — pelo menos na teoria — que o movimento olímpico tinha outras e bem mais louváveis causas, a que corresponderiam consequências globais positivas, agregadoras e motivadoras para toda a comunidade.
Em Portugal sempre se apontou aos Jogos Olímpicos como a uma fase importante, decisiva até, do desenvolvimento dos atletas e das modalidades, mas igualmente como elemento bandeira da gestão política, tentando juntar ao mérito desportivo uma componente de ação e decisão que nem sempre, em boa verdade, correspondia às efetivas intenções (e sobretudo ações), da privilegiada classe dos gabinetes e do poder decisório.
José Manuel Constantino foi, nos últimos largos anos, o rosto português do olimpismo, a face mais evidente e dedicada de um movimento que terá, sempre, de corresponder à evolução estrutural do desporto do país mas, também, aos exemplos e aos anseios de uma população tantas vezes desagregada e mitigada de situações de boa vertigem coletiva.
Carlos Lopes e Rosa Mota serão os últimos herdeiros de tempos em que as proezas individuais ganhavam foros de idolatria absoluta, não porque exagerada, mas porque resultante de uma natural necessidade de referenciais de vida e de conquista que Lopes e Rosa acabavam por corporizar do melhor modo.
Olhemos para o futuro com a mesma perspetiva, a de criar ídolos e referências, mas também com a vontade de perceber os ideais de Coubertin à luz de um novo mundo. Juntemos a facilidade da propagação da informação ao escrutínio cada vez mais rigoroso dos atletas, do cumprimento das duas premissas de ética e dignidade, da necessidade de um desporto mais limpo, democrático e uniforme.
E façamos disso a receita ideal para cada quatro anos de ciclo olímpico, em que deixamos de olhar para a conquista de medalhas como objetivo essencial, e passamos a considerar participações (no sentido amplo), dinamização e massificação, incremento de políticas desportivas transversais a todos os setores da sociedade, capacidade de inclusão e aglutinação, como elementos também nucleares do espírito olímpico e do seu exemplo para a sociedade em que nos inserimos.
Aqui chegados, encontramos o movimento olímpico português dividido (ou reencontrado…) em dois candidatos à presidência do Comité Olímpico de Portugal. Depois de Artur Lopes (um médico e extraordinário dirigente que conheci, há muito anos, na Federação Portuguesa de Ciclismo) ter assumido a transição que resultou do trágico desaparecimento físico de José Manuel Constantino, eis que Laurentino Dias e Fernando Gomes são protagonistas de uma peleja eleitoral muito digna, à altura das suas personalidades como elementos distintivos do desporto em Portugal, cada qual à sua medida e no exercício das suas funções.
Conheço bem um, nunca privei com o outro. Estou absolutamente seguro de que ambos pretendem aglutinar, congregar e conquistar.
Aglutinar energias, condições estruturais (algumas de que o país ainda não dispõe). Fazer disso cavalo de batalha, de modo transversal e sobretudo impactante nas modalidades em vias de desenvolvimento e plena despistagem de talentos individuais e coletivos. Conceder a cada federação possibilidade de, autodeterminando-se, poder integrar um universo amplo, com quadros de apoio bem definidos e generosamente avançados, para se sentir liberta nos seus planos quadrienais de desenvolvimento estrutural, funcional e desportivo.
Congregar ideias, perspetivas de desenvolvimento, talento e massa cinzenta, vontades e disponibilidades, no sentido de que, a cada ciclo olímpico e ao seu epílogo, corresponda o melhor que o desporto português tem para oferecer, não apenas nos resultados práticos e tangíveis, mas na criação de uma base segura de conhecimento, investigação e aplicação.
Conquistar o coração de todos. Atletas, dirigentes, estruturas, jornalistas, público. O coração que bate e faz respirar em português de todo o mundo, numa visão global da portugalidade e numa intransigente defesa de valores éticos, de dignidade desportiva e de complementaridade solidária com todos os portugueses falantes, tentando o equilíbrio nas condições para a prática desportiva não apenas no território português, mas junto de quem fala a língua, de quem necessita de know-how e de quem, afinal, tem esperança numa corrente única como a língua que une 300 milhões pelo mundo.
Esta ideia transversal, global, integrada e integrante, cooperativa, colaborante, motivadora e desafiadora, fará Laurentino Dias ou Fernando Gomes ganhar a medalha mais importante: o ouro de uma herança que se espalha pelo mundo inteiro, solidária e intransmissível.

Cartão branco
Catorze jogos depois, a derrota. É certo que por números inequívocos, mas não é menos certo que a demonstrar grande capacidade de sacrifício e qualidade futebolística, um pouco por toda a Europa. O Vitória Sport Clube ainda ganha noutro tabuleiro: a extraordinária massa adepta, que o acompanha por qualquer parte em clima de festa, e que faz com que a equipa esteja a jogar em casa, em qualquer situação. Por último, o treinador mais recente. Luís Freire, um senhor no discurso e na ação. Termine como terminar na Liga portuguesa, esta é já uma temporada de grande sucesso para o emblema de Guimarães.

Cartão amarelo
Foi até ao limite a eliminatória da Liga dos Campeões entre Atlético de Madrid e Real Madrid. Decidida nos pontapés da marca de penálti, pendeu para os merengues, equipa que parece ter uma estrelinha universal de proteção na máxima competição da UEFA para clubes. Porém, é tão importante saber perder como saber ganhar, e algumas das vedetas do Real parecem ainda não o ter compreendido. As reações de Vinícius Jr., de Jude Bellingham e até de Antonio Rudiger à vitória não estiveram à altura do prestígio e da grandeza do Real Madrid."

Brasil: emigrantes sim, imigrantes não


"O Brasil exportou 1217 jogadores de futebol em 2023, segundo o relatório anual de transferências da FIFA daquele ano. O valor dos negócios envolvendo atletas do país do futebol respondeu a 10%, o equivalente a 935 milhões de dólares, do valor total movimentado no planeta.
No contexto da globalização, as exportações de pé de obra cresceram 66% em 10 anos, com franceses e argentinos no segundo e no terceiro lugares, dizia ainda o estudo.
Noutra pesquisa, do site Trivela, daqueles mais de 1200 jogadores brasileiros, 195 atuavam nas sete ligas mais fortes da Europa, a Premier League, a La Liga, a Bundesliga, a Serie A, a Ligue 1, a Eredivisie e a Liga Portugal, a mais concorrida, com 108 atletas do maior país sul-americano. Somadas todas as divisões portuguesas, o número disparava para 684. Destinos surpreendentes, como Malta, Tailândia e Emirados Árabes Unidos, faziam parte do top-10.
É, portanto, estranho, tão estranho como Donald Trump, filho de uma escocesa e neto de um casal de alemães, iniciar uma cruzada contra os emigrantes nos EUA, que o Conselho Técnico da CBF, realizado na terça-feira dia 12, tenha servido de embrião à política de restrição à contratação de atletas estrangeiros no Brasil.
De nove (número aprovado muito recentemente), o grupo de representantes dos 20 clubes da Série A, sob a liderança de Marcelo Paz, CEO do Fortaleza, quer passar para seis, mal os contratos atuais deixem de vigorar.
O país com mais futebolistas emigrantes quer ter menos futebolistas imigrantes. Exportar? Sim, como mais ninguém no mundo. Importar? Menos, para não prejudicar a seleção, conforme verbalizou Dorival Júnior, o selecionador curiosamente com maior campo de recrutamento do mundo. O que dirão os selecionadores de Malta, Tailândia e Emirados Árabes Unidos, países à míngua de talento nacional, sobre o prejuízo às suas seleções causado pelos batalhões de brasileiros nos seus campeonatos?
Tudo isso porque o país que mais exporta jogadores sentiu um sopro do reverso da medalha nas duas últimas temporadas: após o fecho da janela de verão (de inverno, na Europa), a Série A do Brasileirão soma 137 estrangeiros, mais sete do que em 2024, de 18 nacionalidades, com o Grêmio e o Vasco da Gama na liderança com uma equipa inteira, 11, de gringos, como são apelidados os não brasileiros no país, e o Mirassol, 100% nacional, na outra ponta da tabela.
Dos sete países europeus contemplados, o mais procurado foi Portugal com seis jogadores, Cédric (São Paulo), Nuno Moreira (Vasco da Gama), Rafael Ramos (Ceará), Gonçalo Paciência, João Silva e Sérgio Oliveira (Sport).
A balança comercial entre Portugal e o Brasil, entretanto, ainda é favorável ao segundo por 684 a seis."

Terceiro Anel: Zona DRS #1

BolaTV: Lado B #30 - Do Dia da Mulher às melhores curiosidades desportivas

Futebol português tem de se fazer grande


"1. 51 milhões garantidos é uma péssima venda, a menos que venha algo a público que não conheçamos. Quenda é na sua faixa etária o segundo melhor jogador do mundo, só batido por Lamine Yamal. Por exemplo, Gonçalo Ramos, segundo alguns especialistas, embora um excelente jogador, mas com potencial não tão alto e bem mais velho foi bem vendido por valores superiores. Ainda recentemente, o Porto vendeu o seu médio por 60 e não há comparação entre o potencial de um e de outro. Se há uma cláusula de 100 milhões e é inevitável a saída de jogadores como Gyokeres no fim da época, os adeptos compreenderão mal que o Sporting tenha que alienar um jogador nestas condições. E nem será uma exigência do jogador, pelos vistos, que aceita permanecer mais uma época. Mais a mais, quando Essugo, o quarto melhor recuperador de bolas das 5 melhores ligas, sairá por 22 milhões. Alguns dirão que há na venda de Quenda 25 milhões, além dos 51, fáceis de realizar. Mas e se não jogar no Chelsea que é atualmente um cemitério de jogadores, como será? Que tem 7 jogadores todos de grande valor internacional para essa posição. Ou se se lesiona? Desconheço as razões dessa necessidade. Aparentemente a única coisa positiva para o Sporting e para o nosso campeonato é permanecer mais uma época, mas se o Sporting não tem imperiosa necessidade de vender, porque não ficaria? Tem contrato, pelo menos por mais dois anos, certo? A menos que o Sporting esteja numa delicadíssima situação financeira, o que não acredito nem nunca alguém sugeriu. Creio que a gestão financeira da instituição é de uma credibilidade a toda a prova e os seus protagonistas são figuras credíveis.
É mau para o futebol português, pois não se pode pensar que os maiores talentos do mundo abandonem o nosso futebol de forma tão precoce e por valores aquém do seu rendimento e potencial. Andaram bem outros clubes, exemplo máximo esta época o Vitória de Guimarães, Arouca e Porto, que, ainda que numa conhecida situação financeira, conservou intacto o seu poder negocial.

2. Quenda tem , pelo menos, previsivelmente, 17 épocas pela frente. Ainda que saísse por 100 milhões, a dividir por 17, isso daria um investimento do Chelsea na ordem dos 5, 88 milhões/ ano, e, no que aos 51 diz respeito, 2,94/ ano. Por exemplo, o médio do Porto, Nico, com 24anos, terá mais 10 épocas pela frente, o que perfaz um investimento do Man City de 6 milhões/ ano. Ora, enquanto que Nico é um jogador feito, não se tendo adquirido nessa transação potencial futuro, Quenda também é um jogador feito, mas que tem ainda muito maior margem de progressão. A venda parece ser má pelo que ele é hoje, mas talvez pior pelo que será amanhã.

3. Convocatória da Seleção: reafirmo, sem prejuízo do respeito pelos outros guarda-redes convocados, de inegável valor e crédito firmados, que Ricardo Velho do Sporting Clube Farense tem que estar na seleção. Não há qualquer razão para que, perante dois anos imaculados, sem falhas, com segurança, autoridade, elegância e reconhecidamente um dos jogadores com melhor desempenho no campeonato, essa chamada näo tenha lugar.
Uma centena de jogos no Farense a altíssimo nível. E, sobretudo, uma extraordinária humildade, um sentido de missão para com a instituição que representa, o que faz sugerir não apenas se tratar de um profissional impecável, mas alguém de firmes valores. O Farense, creio, vai conseguir a manutenção e Velho será um dos seus grandes responsáveis.

4. Teremos eleições na Liga. Conheço, e sou amigo pessoal de Reinaldo Teixeira, Presidente da Associação de Futebol do Algarve. É uma pessoa inteligente, credível e dialogante. Anseio que, caso seja eleito, como desejo, seja capa de incutir uma liderança reformista, disponível para enfrentar os problemas críticos de credibilidade, organização e modelo competitivo. Oxalá!

5. O Vitória Sport Clube foi eliminado pelo Bétis. O Vitória honrou o futebol português e, sobretudo, os pontos que angariou no coeficiente UEFA são indispensáveis para as condições de competitividade da nossa Liga. Desde a emergência da Liga Conferência que Portugal tem descido no ranking e isso implica menos lugares diretos na Champions e menores recurso financeiros, seja de forma direta ou indireta.
Projetar um clube com a dimensão do Vitória é um serviço que não é pequeno ao futebol português. Está de parabéns o António Miguel Cardoso, meu amigo de infância, que redescobri recentemente, após 30 e picos anos sem nos vermos."

O canto do cisne


"Minuto 90+7, a bola sai pela linha final, canto para a equipa da casa. O público, que já se tinha resignado a mais uma angustiante derrota, de repente ganha fulgores, vontades, esperanças. Levantam-se todos aos uivos, de sonhos em riste: é canto, caraças! Ainda empatamos isto! O guarda-redes abandona a baliza e corre tresloucado para a área adversária; do lado de fora, treinadores, médicos e suplentes fazem sinais tácticos para dentro do campo. Momento de tensão.
O jogador beija a bola com religiosa devoção, coloca-a no canto do canto, quase a sair da linha. Dá uns passos atrás, desvia a bandeirola, molha o dedo na língua e estende-o para o ar, sentindo as flutuações do vento, calculando a precisão necessária, o ângulo certo, o desvio, o efeito que a bola tem de levar para chegar inteira ao interior da área. Agora o silêncio sepulcral das bancadas. O mundo inteiro à espera de um golpe de asa que leve aquela bola do canto para o ar e do ar para a cabeça de algum afortunado que a atire para dentro da baliza desarmada.
No estádio, ouve-se o som da chuteira a bater de lado na bola e ela sobrevoa o relvado enquanto vinte e dois jogadores se amontoam, se empurram, se largam, se batem, se abraçam. À entrada da área, o árbitro analisa meticulosamente aquela floresta de pernas e braços e cabeças preparado para fingir perceber uma pequena ilegalidade que transforme o canto num penálti. O caos está instalado e a bola ainda vem no ar, vem no ar, vem no ar, está a chegar, parece que chegou, mas segue, segue, segue, e vai sair pela linha lateral do outro lado. Ouve-se o apito final. Os jogadores barafustam com o árbitro, o público barafusta com os jogadores, a bola já não barafusta. Queda-se inerte junto a um anúncio de sites de apostas. Um apanha-bolas guarda-a no regaço, feliz. Treinadores e atletas entram pelo relvado adentro cumprimentado-se uns aos outros. This is the end.
O perigo num pontapé de canto é quase sempre demasiado sobrevalorizado. Por a bola estar parada, acha-se que o lance é mais perigoso do que um qualquer cruzamento em bola corrida quando tanto um como o outro são geralmente lances desinteressantes do ponto de vista ofensivo. É evidente que se tivermos superioridade numérica na área adversária ou especificamente um jogador da nossa equipa sozinho em zona de finalização não será má solução assisti-lo através de cruzamento mas, regra geral, estar a atirar balões para uma catrefada de jogadores é deixar o destino não às mãos de uma maior probabilidade de êxito mas apenas à sorte (um ressalto, um mau posicionamento adversário, um erro individual). É mais religião e menos futebol.
O canto pode ser interessante se usarmos o facto de ele ser desinteressante para nós mas interessante para a equipa adversária. Ou seja, jogar com o facto de o adversário levar muito a sério isto dos cantos. E então surpreendê-lo com saídas de bola estudadas e organizadas para usar o posicionamento da outra equipa. O Barcelona de Guardiola, por exemplo, desprezava constantemente a bola alta só porque é canto; saía com 3 e 4 jogadores pelo chão, entrando na área adversária pela surpresa de movimentos, criando novos perigos, diferentes caminhos para o golo.
Ter o adversário todo enfiado à frente da baliza pode ser uma vantagem crucial para criar desequilíbrios assim que se procure a zona da bola. São jogadores que estão com espaço, com algum tempo e sobretudo de frente para a baliza, observando todo o movimento das partículas dentro da área adversária. As soluções aparecem, diagonais, mudança de flanco, passe de ruptura, até o remate. Mas, antes do perigo, o essencial: não atirando uma bola para o acaso da maralha, a posse continua nossa. A bolinha, a pelota, continua jogada pelos nossos pés. Com ela poderemos fazer o que bem entendermos em vez de a desprezarmos pelos céus; se a atiramos assim dessa forma tão leviana, sabe-se lá o que o destino lhe terá reservado. Um mau-olhado de séculos, um ressuscitar da bola em esfregona de curling, uma – Deus Nosso Senhor Maradona nos acuda! - vida eterna a percorrer o corredor de madeira de um bowling bafiento.
Pelo sim pelo não, no canto, no corner, no calcio d´angolo, é sempre melhor tentar ir pela relva. É na passarela de erva húmida que a redonda gosta de desfilar."