Últimas indefectivações

sábado, 26 de outubro de 2019

Dezena...

Benfica 10 - Tigres de Almeirim

Bons sinais, em três jornadas sofremos 1 golo e temos feito poucas faltas, bastante diferente das últimas épocas. Ainda é cedo para avaliar com segurança as 'melhorias' na equipa, porque os adversários têm sido acessíveis, mas os indicadores são positivos...

PS: Destaque para a goleada das meninas em França, no primeiro jogo Europeu da temporada, com um 1-17, contra o Noisy Le Grand!!!

Vitória...

Benfica 3 - 0 Viana
25-19, 25-20, 25-20

Zelão(13), Gaspar(12), Japa(12), Honoré(9), Guerreiro(7), Pinheiro(2), Théo, Lopes, Wolfhi, Rapha; Casas

Vitória esperada, numa altura de calendário 'carregado', com novo jogo amanhã e a 2.ª mão Europeia a meio da semana... Altura ideal, para todos jogarem!

Derrota...

Corruptos 87 - 79 Benfica
16-14, 26-21, 30-24, 15-20


Tem sido um início de temporada muito irregular, com jogadores a 'entrarem' ou a 'sair' de lesões, boa ou má atitude defensiva... e agora com jogos Europeus pelo meio...
Mas acabou por ser um jogo 'típico' do Benfica: com os Triplos a não 'entrarem', 'salve-se' o Micah!!!

No Basket, com o play-off final, tudo é relativo... somando a esta exibição um Betinho e um Hollis a 100%, temos valores individuais para sermos melhores que o adversário, mas...

Os 5 melhores momentos que vivi no Estádio da Luz

"Já apanhei poucos jogos da década de 90 mas poucos não foram os momentos que tenho vivido no Estádio da Luz, e não só, desde o ano 2000. Numa altura que tem faltado emoção e grandes vitórias ao Sport Lisboa e Benfica, numa altura em que as bancadas passam a maioria dos jogos em sofrimento pela monotonia de um futebol cada vez menos apaixonante, decidi relembrar-me de grandes momentos que já passei nas bancadas a apoiar o Sport Lisboa e Benfica.
Este é um top momentos no Estádio da Luz vividos de forma muito pessoal e com uma pequena excepção à Luz. Um top 5 que poderia muito bem estar distribuído por um top 10, 15 ou 20.

1. Meia Final, Taça da Liga no Dragão – Este jogo é a excepção nesta lista. Não se passa no Estádio da Luz mas sim no Estádio do Dragão. A 27 de Abril de 2014 o Sport Lisboa e Benfica deslocou-se ao Estádio do Futebol Clube do Porto para disputar um lugar na final da Taça da Liga. Fomos poucos para as bancadas pois era um jogo menor no contexto que o clube vivia. O Sport Lisboa e Benfica iria ali voltar em algumas semanas para o campeonato e Jorge Jesus levava uma equipa secundária para a disputa do jogo. Um clássico menor que mais complicado se tornou com a expulsão de Steven Vitória ao minuto 32. E aí começou a história deste jogo. Parecíamos uma pequena aldeia de gauleses a resistir ao poderio do Império Romano. Conseguimos aguentar o nulo, ir a penaltis e eliminar o Futebol Clube do Porto. Um jogo menor que se transformou numa luta incrível e em festejos sem igual. Jorge Jesus no meio de todos nós a vibrar com aquele pequeno enorme feito. E um cântico que ficou para a memória “Voltaremos voltaremos, voltaremos outra vez, voltaremos ao Dragão, festejar o trinta e três”. Uma noite memorável.

2. Benfica 1 – 0 Sporting, Golo do Luisão – A 14 de Maio de 2005 o Sport Lisboa e Benfica recebeu e venceu o Sporting Clube de Portugal naquele que foi o jogo do título após um jejum de 11 anos. Aos 83 minutos um livre longo do Petit colocou a bola pelo ar na área leonina e aí, numa imagem mítica que ficou para a história, Luisão bate Ricardo nas alturas e com a bola na rede catapulta o Sport Lisboa e Benfica para o título de campeão nacional. Uma festa inesquecível. Desde esse momento até ao apito final e nas horas que se seguiram foi uma brutal festa entre todos os benfiquistas. Os corredores da Luz ainda hoje vibram com a emoção desse momento.

3. Benfica vs Porto, Eusébios – A 23 de Janeiro de 2014 o Sport Lisboa e Benfica recebia o Futebol Clube do Porto debaixo de um tremendo luto. Uma semana de homenagens ao falecido Pantera Negra, uma semana de comoção nacional pela partida de Eusébio. Após tributos nas ruas, no Estádio da Luz e em pleno cemitério, o SL Benfica recebeu e venceu o FC Porto. Foi uma vitória do e para o Eusébio. A união naquele estádio em torno daquele nome é inesquecível. Penso que nunca nas bancadas senti os jogadores tão… transcendentes. O SL Benfica dos 11 Eusébios.

4. Benfica 1-0 Porto – A 20 de Dezembro de 2009 o Sport Lisboa e Benfica recebeu e venceu o Futebol Clube do Porto. Foi um jogo já recheado de uma renovada paixão à volta dos jogos do SL Benfica. O primeiro ano de Jorge Jesus, o primeiro ano deste novo ciclo e o primeiro ano do término da hegemonia azul e branca. Uma noite que nunca mais me esqueci. Chovia a potes, o granizo batia no relvado e nas nossas caras e nós de pé ali atrás da baliza sem nos recolhermos, a vivermos aquele temporal, aquele golo do Saviola e aquele vitória com todos os jogadores. A emoção de um vitória com todo o esforço e sofrimento que aquele rival e temporal nos submetiam.

5. Benfica-Porto, Golo de André Gomes – A 16 de Abril de 2014 o Sport Lisboa e Benfica recebia o Futebol Clube do Porto para disputar um lugar na final da Taça de Portugal. Depois de uma derrota por 1-0 no Estádio do Dragão o SL Benfica chegou ao minuto 80 a vencer por 2-1 mas em desvantagem na eliminatória. É aí que se dá o furacão de emoção nas bancadas da Luz. O André Gomes recebe a bola no bico da área, de costas para a baliza domina de peito, passa a bola por cima do Fernando e finaliza sem hipóteses para o guardião portista. 3-1, festa por toda a Luz e eu só me lembro de estar a correr ao som de gritos de “GOLO” pelos corredores do estádio."

Antevisão...

A substituição mais difícil

"Dificilmente poderia ser dada a Bruno Lage uma notícia pior do que a lesão de Rafa, que irá estar ausente da competição por um período que pode atingir os quatro meses. É o jogador mais desequilibrador do plantel do Benfica, como mostram os 25 dribles bem-sucedidos que já soma na Liga, um registo do qual nenhum outro futebolista se aproxima. Na equipa encarnada, os segundos classificados do ranking de dribles (Taarabt e Grimaldo) somam... dez.
Por ironia do destino, esta grave lesão aconteceu no jogo em que Rafa foi colocado numa posição central, de apoio ao ponta-de-lança, onde rendeu muito enquanto durou. Tendo em conta os problemas que o Benfica tem mostrado para encontrar uma resposta eficiente no ataque, a aposta no camisola 27 poderia ser uma solução interessante, mas que agora não poderá ter continuidade.
É mais um desafio para Lage, que vê pela terceira vez esta época um titular indiscutível forçado a paragem prolongada, depois de Florentino e Gabriel. O técnico tem ao seu dispor um plantel vasto e de qualidade, mas será obrigado a arranjar soluções para fazer esquecer o jogador mais difícil de substituir. É também para isso que lá está. E até agora não se pode dizer que tenha corrido muito mal ao Benfica."

As Águias #46 - Taça e Champions

Saudades da Casinha?!!!


Cadomblé do Vata (VARes!!!)

"Vi ontem Bertrand do Southampton resignado a olhar para o ecrã gigante, onde passava o lance que lhe valeu a expulsão. Hoje assisto ao Inglaterra - Nova Zelândia em rugby, e ouço o árbitro explicar aos ingleses as razões (que honestamente não entendo nada) que o levaram a anular dois ensaios com recurso a imagens colocadas a rodar nos ecrãs gigantes do estádio... Portugal foi pioneiro no descobrimento do VAR, mas enquanto noutros países e modalidades já nele navegam com porta aviões, nós continuamos a passear pela ferramenta com caravelas e naus."

Caso Alverca-Sporting: jurista explica decisão do Conselho de Disciplina

"Como é sabido o processo disciplinar teve origem na queixa apresentada pela Sporting Clube de Portugal - Futebol SAD, alegando que em virtude de ter sido expulso no fim-de-semana anterior ao jogo da Taça de Portugal, o jogador Luan estaria suspenso preventivamente até à emissão da decisão disciplinar (que só foi decidida no dia seguinte ao jogo), ao abrigo do artigo 38.º do Regulamento Disciplinar da FPF. A decisão que suspende o jogador Luan por dois jogos, por força do disposto no artigo 40.º do mesmo regulamento, seria sempre na competição em que a infracção a sancionar teria resultado; por isso, a sanção aqui em causa seria sempre cumprida no Campeonato de Portugal e nunca na Taça de Portugal.
Assim a solução adoptada pelo pleno da Secção Não Profissional do Conselho de Disciplina da FPF, teria sempre de ter em conta, como teve, que o castigo seria sempre a cumprir no jogo seguinte do Campeonato de Portugal. Isto com base numa interpretação restritiva da norma constante do artigo 38.º do RDFPF (que, aliás, fez), que previa a suspensão preventiva do jogador até à emissão da decisão disciplinar, de acordo com o espírito na qual a mesma teria sido elaborada. 
Ora vejamos:
Como aqui a sanção em causa é em jogos oficiais e não por período de tempo isso impede, nos termos do referido artigo 40.º, que o jogador seja utilizado em jogos oficiais realizados pelo clube durante o período de suspensão. Justifica-se pela necessidade de "tutela da eficácia sancionaria, de molde a impedir que o jogo da mesma competição imediatamente seguinte àquele onde foi praticada a infracção pudesse ser jogado por quem o RDFPF não pretendia que nele alinhasse".
Inexiste portante motivo para o qual o jogador não pudesse ser utilizado em competição diferente daquela em que seria sancionado, motivo pelo qual a suspensão preventiva não poderia impedir o jogador Luan de ser utilizado na Taça de Portugal, mas unicamente no Campeonato de Portugal, caso não tivesse ainda saído a decisão final."

As leituras de Jorge Jesus

"Recebo do Brasil, de amigos meus que por lá deixei, pelos dois anos que lá vivi e pelos vinte e tantos que assiduamente o frequentei – recebo do Brasil notícias de amigos meus, irmanados na mesma admiração incontida pelo (meu amigo também) Jorge Jesus, hoje treinador do Flamengo do Rio de Janeiro. Fui seu adjunto, no Sport Lisboa e Benfica, durante 13 meses; com ele, conversei, sem contar o tempo, acompanhado pelo meu amigo-irmão Homero Serpa e, depois, quando Deus chamou o Homero à sua presença, saudosos da companhia de um ser humano de referência. O Jorge Jesus, como a sua vida copiosamente o assinala, é uma pessoa de uma bondade instintiva. Não lhe faltam críticos mordazes, pelo seu português canhestro, que não prima pela beleza formal da frase, mas ninguém o pode acusar de uma deslealdade, designadamente em relação a um familiar e amigo. O culto que mostra, pelos seus pais, chega a ser comovedor. Quando escrevi o meu livro Crítica da Razão Desportiva, em 2012, a dedicatória, ofereci-a ao Jorge Jesus: “No tumulto da feira de vaidades, que é o futebol, encontrei um homem honesto, sincero e leal para com a honestidade, a sinceridade e a lealdade alheias. E,. sobre o mais, encontrei um treinador de futebol que ressuma e irradia humildade, pois que, sendo um Mestre na sua profissão, é capaz de ultrapassar legítimos egoísmos e preconceitos e escutar e conviver e liderar o trabalho interdisciplinar que hoje distingue o departamento de futebol do Sport Lisboa e Benfica. Porque sou um dos seus adjuntos e portanto um dos seus admiradores e amigos, aqui deixo o meu pobre e sincero preito”. Escrito há sete anos, esta dedicatória continua actual: porque o Jorge Jesus é um Mestre, como treinador de futebol, como pode provar-se com larga cópia de exemplos; porque é o homem com a rara bondade que sempre lhe conheci.
A nossa tão duradoura e continuada amizade recíproca não me cega a uma crítica imparcial, mas julgo-me habilitado (e digo isto, com a necessária autocrítica, ou seja, com a presença constante dos meus limites) a completar, sem chocantes lacunas, o que dele se diz e convictamente se afirma. E volto ao meu livro Crítica da Razão Desportiva (sou autor de 50 livros e opúsculos, sobre o desporto e a motricidade humana): “Quando o Jorge Jesus passa, nos estádios, ou noutros lugares públicos, sócios e simpatizantes do Benfica (e até muitos dos amantes do futebol) erguem-se em borborinho respeitoso. O Luís Miguel Pereira, da SportTV e um erudito no que ao futebol diz respeito, cintilante de chiste e de satisfação (é mesmo benfiquista) já me disse: “O Jorge Jesus, não há dúvidas, faz milagres” (…). Porque tem fundamentos científicos do futebol, que os seus colegas de profissão não têm? Nesse aspecto, julgo que não sabe mais do que os outros. Mas todos os grandes treinadores desportivos que conheci não se distinguiam pela sua epistemologia crítica, em relação às modalidades em que trabalhavam (…). Ora, para mim, a síntese dos vários saberes, que convergem na prática do futebol, só a podem fazer os que sabem o que é o futebol, como actividade humana porque, em qualquer actividade humana tudo está em tudo. Enfim, o futebol é vida e, porque a cultura é a aliança do saber e da vida, necessário se torna viver o futebol, para que alguém possa imbuir-se de uma cultura do futebol” (pp. 71/72). E viver o futebol e senti-lo e amá-lo – ninguém, mais do que o Jorge Jesus, salvo melhor opinião, o faz. E, porque só se sabe aquilo que se vive, o Jorge Jesus sabe muito (muitíssimo) de futebol e está a fazer o milagre (para os olhos de quem sabe ver) de transformar onze jogadores, excepcionais do ponto de vista técnico mas abúlicos, desunidos, descrentes, numa equipa de força e convicção inabaláveis, de irresistível vontade, que não teme cotejo com qualquer equipa de futebol, brasileira ou não - uma equipa em que as qualidades competitivas significam, antes do mais, competência e honestidade profissional.
Maurice Blondel, na sua principal obra, que tenho em tradução castelhana e eu ouso traduzir, assinala: “Nunca se resolve qualquer problema da vida, sem vivê-lo. E uma teoria e um discurso, com os verdadeiros padrões da eloquência, nunca dispensam a experiência e a prática. A ciência sublinha que a prática não pode nunca dispensar-se”. A própria filosofia só é fiável, quando teoriza, em trabalho interdisciplinar com a prática, ou seja, em poucas palavras: partindo da prática. O erro de alguns estudiosos do futebol situa-se na convicção que é possível “saber” teorizando tão-só. Como desde criança tenho vivido muito próximo do futebol e escutado, com atenção e respeito, alguns dos seus principais intérpretes portugueses (e brasileiros e espanhóis); porque fui dirigente, durante quase trinta anos, de um clube de futebol (de 1964 a 1992) – bem cedo senti a necessidade de enxertar, na minha visão de espectador e de estudioso, as reflexões de jogadores e treinadores de futebol, quero eu dizer: dos “práticos” que me acolheram… “para aprender comigo” (dizem eles, por generosa simpatia), para aprender com eles (digo eu, porque é justo e verdadeiro dizê-lo, sem reticências, ou rodeios). No meu périplo, por vários treinadores de futebol, julgo não tombar em erro grave, ao adiantar que foi de “J.J.” que mais ensinamentos colhi. E porquê? Porque sabia mais do que os seus colegas de ofício? Francamente, não sei se sabia mais, se sabia menos, mas o que sabe é de um modo diferente que o sabe e não tem medo de parecer diferente e de manifestar, com frontalidade, que não aceita o nivelamento universal de um certo fraseado que alguns comentadores e jornalistas, por via de regra, utilizam. Ele é ele e a sua circunstância! Para projectos semelhantes, “J.J.” não carreava os mesmos materiais de construção. Pela excessiva confiança no que tem? Pela certeza, que a prática lhe dava, que… quem não pratica não sabe! Foi com Jorge Jesus que mais aprendi? Aprendi isto, antes de tudo: a prática é o critério da verdade! E reforcei a minha crença, nas eternas palavras de Cristo: “Pelos seus frutos os conhecereis”.
Até aqui, neste artigo, nada mais fiz do que salientar as qualidades de Jorge Jesus, um treinador de futebol pouco votado à reflexão especulativa, mas de uma invulgar competência porque radica a sua profissão numa prática que é, afinal, um obsessivo amor pelo futebol. Tem defeitos? “Errare humanum est”. Mas da síntese, entre as muitas qualidades que tem e um ou outro defeito que não pode deixar de ter, nasce um treinador de futebol que faz maravilhas com a sem vaidade de quem pratica banalidades. É um inovador, assim o afiançam os seus jogadores. E Tostão antigo e extraordinário jogador de futebol (hoje, médico oftalmologista e comentador televisivo) observa: “O Flamengo tem um sistema tático mais ousado do que o das grandes equipas europeias. Jorge Jesus é um treinador que gosta de correr riscos”. E adita o jornalista Plínio Fraga, na revista do Expresso, de 2019/10/19: “Tostão acredita que a principal característica do futebol moderno é a marcação no campo do adversário, para a recuperação da bola sem falta. Jogaram assim grandes equipas do passado, como a selecção holandesa de 1974 e jogam assim hoje o Manchester City e o Liverpool”. O meu amigo e prestigiado jornalista brasileiro, Juca Kfouri, como um crente não teme dizer: “Eu corto o braço, se o Flamengo não for heptacampeão brasileiro”. Um dia, se bem me lembro, Jorge Jesus obtemperou a uma insistente pergunta minha: “Não sente mesmo a necessidade de ler um romance de grande beleza e fascínio? Como o Eça, ou o Saramago, por exemplo?”. Ele suspirou, como se se preparasse para uma longa exortação e afirmou: “Eu não leio livros, mas leio, constantemente, o corpo dos meus jogadores e o dos jogadores adversários. E leio ainda as suas movimentações tácticas”. E sorridente rematou: “Como vê, passo a vida a ler… não nos livros, mas no comportamento de pessoas que são jogadores de futebol”. Jorge Jesus, com 66 anos de idade – um dos maiores treinadores do mundo, não tenham dúvidas. Ocorre-me o celebérrimo pensamento de Hegel: “A ave de Minerva só levanta voo ao entardecer”."

Benfiquismo (MCCCXXXIV)

Nas Austrálias!!!

Uma Semana do Melhor... com o Imortal Bastos!

Jogo Limpo... Seara, Guerra, António & Coelho

3.ª Jornada da Liga dos Campeões: A águia ainda sonha em voar alto

"Concluiu-se mais uma jornada da Liga dos Campeões e mais uma vez os craques da bola não desiludiram o adepto do futebol. Reviravoltas ao cair do pano, hat-tricks, recordes batidos, golos de tirar o chapéu e a vitória do representante português. Tudo isto em apenas dois dias de futebol. Destaco, portanto, os melhores momentos desta semana europeia, começando pela vitória suada do Sport Lisboa e Benfica.

Pizzi coloca o Benfica na luta pelos “oitavos”
O Benfica estava em apuros, depois de ter perdido os dois primeiros jogos e chega ao 3.º jogo com zero pontos. Esta vitória era importantíssima para as águias se manterem na luta e para mostrar aos adversários que afinal o Benfica está lá para alguma coisa. A conquista dos três pontos foi crucial, visto que os encarnados ainda têm as deslocações a Lyon e a Leipzig, para além da recepção ao Zenit, ou seja, dois jogos fora dos três que restam.
O Benfica foi feliz logo no início da partida, quando aos quatro minutos, Cervi descobre Rafa que com um tiro insere a bola dentro da baliza do português Anthony Lopes. O Benfica esteve bem na primeira parte e controlou o jogo, tendo ainda mais duas oportunidades para fazer golo até ao apito para o intervalo. Grimaldo fez um grande jogo e foi fulcral com um corte “in extremis” seguido de um remate de Cornet. Salvo Grimaldo, também Tomás Tavares realizou uma bela partida e mostra a Bruno Lage que pode perfeitamente tomar conta do lugar de André Almeida na ala direita.
A segunda parte já não foi tão bem conseguida pelo Benfica e o Lyon estava a criar mais perigo. O golo do empate foi da autoria de Memphis Depay aos 70 minutos da partida e soam os alarmes no Estádio da Luz. O Lyon continuou a ameaçar e Vlachodimos foi obrigado a intervir, salvando as águias de mais um desaire.
Perto do término do encontro, Pizzi veste a capa de herói e, depois de ter enviado uma bola ao ferro de Anthony Lopes, aproveitou no minuto seguinte uma oferta do guarda-redes português, seguida de uma má reposição de bola, e faz o segundo golo do Benfica aos 85 minutos, dando assim a vitória aos encarnados. O Benfica venceu desta maneira o primeiro jogo desta edição da prova e sente-se mais confiante para disputar os restantes jogos.

Robert Lewandowski, o homem que não para de marcar e bater recordes
O avançado do Bayern de Munique está numa forma de outro mundo e não consegue parar de fazer golos. Vai já no 12.º jogo seguido a faturar, sendo que nesses 12 jogos apontou 17 golos. E mais, marcou em todos os jogos que disputou pelos bávaros, à excepção do primeiro, que foi a Supertaça Alemã.
Lewandowski, aos 31 anos, está a fazer o melhor arranque de temporada da sua carreira e promete continuar nesta forma por mais tempo. É um dos elementos fundamentais para o sucesso da equipa esta época e é muito graças a ele que os alemães têm três vitórias em outros tantos jogos na Liga dos Campeões.
Actualmente, é possivelmente o melhor avançado do mundo e está bem encaminhado para conquistar a sua primeira Bota de Ouro, prémio que distingue o melhor marcador da Europa na temporada, contando apenas golos para o campeonato.
De destacar que com os golos ao Olympiacos ultrapassou Raúl González na lista dos melhores marcadores de sempre da Liga dos Campeões, ocupando agora a 5.ª posição nessa lista.

Mbappé, o menino de ouro na elite europeia
A qualidade de Kylian Mbappé é indubitável nos dias de hoje. É um craque da cabeça aos pés e parece que já anda no mundo do futebol há muitos anos. O que sobressai mais é a confiança e o à vontade que tem dentro de campo, ou então a facilidade com que faz golos, ou a explosão repentina que faz levar dois ou três adversários pela frente, ou a técnica para driblar os adversários. Na verdade, são tantas qualidades que nem sei qual é a que sobressai mais.
Mbappé não pisava os relvados desde agosto devido a lesão, voltou recuperado há três semanas atrás, mas não totalmente, fez apenas meia hora contra o Bordéus e contra o Galatasaray, voltou a lesionar-se e falhou a partida contra o Angers. Volta a jogar duas semanas depois, em casa do Nice, entrou aos 83 minutos e o que fez com tão pouco tempo de jogo? Marcou um golo e ofereceu outro a Icardi. Para a Liga dos Campeões voltou a não ser opção de início por Tuchel, até estar completamente bom e entrou aos 52 minutos. Precisou apenas de 31 minutos para marcar três golos ao Club Brugge. 
Kylian Mbappé, com 20 anos e 306 dias, tornou-se no jogador mais jovem de sempre a marcar um hat-trick na Liga dos Campeões, superando Lionel Messi, na altura com 21 anos e 288 dias. 
Geralmente, quando estes jovens jogadores demonstram qualidade, fazem de imediato comparações a Ronaldo ou dizem que vai ser o próximo Messi. Mbappé sempre procurou ser ele mesmo e fazer com que daqui a pouco tempo, já digam a um miúdo: “Vais ser o próximo Mbappé”. A verdade é que sempre questionaram quando Messi e Ronaldo quebrassem de rendimento e tivessem de passar o testemunho a outro jogador quem seria? A resposta pode ser esta. Os números falam por si e o francês aos 20 anos já tem mais hat-tricks do que Ronaldo e Messi juntos com essa idade.

Sterling e o gosto que tomou pelo golo
Raheem Sterling foi possivelmente o jogador que mais evoluiu desde a chegada de Pep Guardiola e este ano tem uma função acrescida, visto que Sané se lesionou no início da temporada e o treinador espanhol, que tanto gosta da rotação, é obrigado a utilizar Sterling mais vezes do que o esperado.
O inglês tinha acabado de fazer 180 minutos pela selecção inglesa, nos dois jogos realizados. Chega a Manchester e não descansa contra o Crystal Palace, no jogo em que apontou uma bela assistência para David Silva. Sai o onze contra o Atalanta e está Sterling outra vez nos escolhidos de Guardiola. Na primeira parte, já tinha feito uma assistência e ganho um pénalti para Aguero marcar. Na segunda parte, em 11 minutos fez três golos e resolveu praticamente sozinho a partida, levando nota 10 e a bola para casa.
Sterling está numa forma soberba e esta época em 13 jogos, já soma 12 golos e cinco assistências ao serviço do Manchester City. Pela selecção nos últimos quatro jogos, leva outros tantos golos.

Paulo Dybala, La Joya é novamente o herói de Turim
Desde a chegada de Ronaldo que Dybala apagou-se um bocado da Juventus e quebrou o seu rendimento. Embora isso tenha acontecido, o argentino era geralmente opção para o antigo treinador Massimiliano Allegri. Atualmente, é estranho pensar que Dybala não é opção assídua para o novo treinador, Maurizio Sarri. É estranho quando se lê que um jogador como Dybala teve a sua primeira titularidade pela Juventus esta época dia 21 de Setembro, um mês depois de começar a época. Tudo isto não é normal, ainda para mais quando se fala de um jogador com a qualidade de Dybala, que já deu tantas alegrias ao octacampeão italiano.
É curioso reparar que quando o argentino joga mais tempo a Juventus até faz exibições melhores, e que mesmo quando entra, em tão pouco tempo, consegue fazer alguma coisa especial. Dybala joga contra a Spal e faz uma grande assistência para Ronaldo. Dybala joga 8 minutos contra o Leverkusen e faz outra assistência para Ronaldo. Dybala joga de início contra o Inter e marca um golo. E esta semana? Dybala volta a ser titular, desta vez contra o Lokomotiv de Moscovo e a Juventus está a perder por uma bola a zero em casa. Dybala aos 77 e 79 minutos resolve a partida com dois golos, um deles um tiro fora de área de tirar o chapéu e outro com uma finalização fantástica de primeira.
Este jogador é dotado de uma qualidade acima do normal e Sarri deve entender que é possível juntar Dybala a Ronaldo, aliás, Cristiano só tem a ganhar com isso. Isto porque vê-se quando ele joga que realmente faz a diferença no jogo da Juventus. Para além disso, como bom profissional que é, nunca se viu Dybala chateado ou a reclamar com o facto de jogar menos. Esperou pela sua oportunidade e pode ser que tenha enchido finalmente as medidas a Sarri."

Não basta?

"Golo do Pizzi contra o Lyon só está ao alcance dos predestinados. Poucos seriam capazes de fazer o mesmo que Pizzi

uma nova realidade mediática que ainda não percebi se é positiva ou negativa. Com o progressivo desaparecimento dos nossos adversários, fica apenas para grande motivo de análise e comentário o Benfica e o AntiBenfica. Dois grandes do panorama desportivo nacional e com vários representantes na comunicação social. Os benfiquistas feridos de um amor pelo seu emblema, os antibenfiquistas cegos pelo ódio e um ressentimento de quem outrora também tinha emblemas próprios.
É neste contexto que analisam a prestação europeia do Benfica da última década, chegando à conclusão de que tem sido muito fraca. O Benfica, durante dez anos, classificou-se consecutivamente para a fase de grupos da Liga dos Campeões mas isso não basta. Nos últimos 10 anos o Benfica tem duas finais europeias, uma meia-final, chegou várias vezes aos quartos de final mas isso não basta. Na última década, mesmo na Liga dos Campeões, chegou aos quartos de final, não havendo nenhuma outra equipa portuguesa a fazer melhor. Ainda assim é pouco e talvez haja alguns momentos em que eu também concorde e exija mais. Se um dia ganharmos a Liga dos Campeões esses artistas vão querer a Taça Libertadores, porque a realidade não lhes estraga as narrativas.
Vencemos os franceses do Lyon, que não perdiam um jogo fora da Liga dos Campeões há três anos, e estamos na luta por uma difícil qualificação. Há outros que só estão na Champions nos delírios jornalísticos das capas de alguns jornais, numa esquizofrenia deliciosa.
No Benfica ganhar é um hábito imperativo, qualquer coisa fora desta realidade é uma inaceitável notícia. O golo de Pizzi é um grande golo só ao alcance de jogadores predestinados. O erro do guarda-redes do Lyon podia cair nos pés de muitos jogadores, mas poucos fariam o que fez o Pizzi. Já agora a melhor defesa também foi de Ody, a melhor jogada também foi do Benfica, a maior oportunidade também foi uma bola ao poste de Pizzi e o vencedor também foi justo. É importante que o Benfica se mantenha na Europa para o AntiBenfica continuar com representantes.
Vencemos o Cova da Piedade para a Taça de Portugal, estamos no sorteio de segunda-feira mas importante mesmo é domingo na difícil deslocação a Tondela o Benfica vencer. Não preocupam nada alguns comentários, preocupa muito a lesão do Rafa. Não preocupam nada estatísticas manipuladas, preocupam muito jogos de três em três dias.

PS - Este Sporting parece a Catalunha, todos têm direitos e opinião e ninguém tem uma solução."

Sílvio Cervan, in A Bola

Nulo, que soube a pouco...

Marítimo 0 - 0 Benfica


Com o jogo da Youth League na Terça, com algumas lesões, tivemos um 11 com várias alterações, mas mesmo assim, o resultado acabou por ser injusto... Não fizemos um grande jogo, mas mais do que o suficiente para vencer... o Marítimo também criou algumas oportunidade, mas o Benfica foi sempre mais perigoso!

O Paulo Bernardo, depois de um início de época, a recuperar de uma lesão grave, está a atingir níveis altos, hoje, só faltou mesmo o golo...!!!

O Tomás Domingos regressou hoje, após longa ausência... mas a ausência do Bernardo Silva, é um mistério! O Bernardo tem sido convocado para a Selecção de sub-19, joga na Selecção, mas no Benfica, esta época, não tem praticamente minutos, em qualquer escalão (e pode jogar em 3 equipas)!!!

Sequeira Andrade

"Sempre que alguém morre, recordo-me do prof. Agostinho da Silva, num dos episódios do Conversas Vadias, a interromper Miguel Esteves Cardoso para o informar de que 'não pode garantir que vamos morrer', e logo acrescentar, assumindo essa hipótese como muito provável, que 'não há dúvida de que temos visto os outros morrer'. Na morte de outrem constatamos a nossa própria mortalidade, e desta vez coube a João Sequeira Andrade, aos 91 anos, recordar-nos dessa (tomada por garantida) inevitabilidade.
O senhor Sequeira Andrade de velho tinha apenas o aspecto e a idade. A jovialidade do seu pensamento, a argúcia do seu raciocínio, a vastidão da sua cultura, o acentuado interesse pelo quotidiano e a constante perspectivação do futuro estavam bem patenteados nas interessantíssimas cartas dirigidas ao seu dilecto 'amigo' Pancrácio, as quais me fez o favor de me as dar a conhecer. Foram 250, e a última iniciava com a despedida do autor, cuja paixão por atletismo se fez notar também no anúncio que ninguém desejaria ler, o de que estaria a chegar à meta da sua vida. Poucas vezes tive o prazer de com ele me relacionar pessoalmente, mas de todas, sem excepção, guardo boas recordações. A simpatia, a educação e o sentido de humor apurado eram constantes. E mais ainda o benfiquismo e a cultura benfiquista, que eu já havia conhecido dos tempos em que colaborou com o jornal O Benfica e que tão bem evidenciados eram nas cartas ao Pancrácio.
Enquanto interessado em aprofundar os meus conhecimentos sobre a história do Benfica, não tenho quaisquer dúvidas de que o contributo de João Sequeira Andrade foi inestimável, e que para sempre o admirarei e estarei agradecido. Até sempre!"

João Tomaz, in O Benfica

Orgulho feminino

"Fomos mais de 12 800 nas bancadas da Luz, no sábado passado. Não houve recorde absoluto de assistência num jogo de futebol feminino em Portugal, mas, em termos de partidas oficiais, este foi o encontro com mais adeptos presentes. Fica a partida de solidariedade por Moçambique no topo das assistências, mas fiquei com a certeza de que será por pouco tempo.
Aquilo a que se assistiu no estádio e nas imediações da Catedral foi uma chapada de luva branca em quem vê o futebol como inimizade, violência e guerra. havia de tudo: famílias inteiras, casais, grupos de amigas e de amigos, adolescentes, crianças, adultos, seniores. Bastava olhar à volta ou ver as imagens transmitidas pela televisão.
Camisolas e cachecóis de ambos os clubes e respeito foram notas dominantes numa tarde histórica que terminou com uma vitória do SL Benfica, tão clara quanto justa.
Claro que, em quase 13 mil pessoas, também houve meia dúzia de acéfalos que continuam a insultar clubes, adeptos e futebolistas rivais, mas a forma como foram abafados pelos restantes espectadores é uma nota que tenho todo o gosto em destacar. O SL Benfica está na vanguarda da mudança de mentalidades no futebol português e para isso precisa de todos nós - adeptos, sócios e simpatizantes que respeitam as diferenças sem que isso afecte a sua paixão pelo clube.
Nesta homenagem à igualdade de género que foi o primeiro jogo oficial do futebol feminino do Glorioso no Estádio da Luz poderíamos ter sido ainda mais nas bancadas. Sim, há outros compromissos que não podem esperar, mas da próxima vez, vocês (os que não estiveram presentes) lembrem-se de que elas merecem. Jogam como ninguém em Portugal, sentem a camisola como poucos e trabalham exemplarmente todas as semanas. Têm dúvidas? Depois da brilhante época passada, esta equipa é líder do campeonato com três pontos de avanço sobre o segundo classificado, tem 41 golos marcados e nenhum sofrido. Em quatro jogos..."

Ricardo Santos, in O Benfica

A liderança pode esperar mais uns dias

"Quarenta anos depois, o campeonato está de volta. Esta pausa deu-me tempo para repousar, limpar o seu quarto, ser pai, organizar o armário da roupa por cores e ainda ser avô. É muito bem pensado da parte da Liga dar este alargado descanso aos adeptos, mas sobretudo aos jogadores. Assim, houve tempo suficiente para o Rafa recuperar daquela tendinopatia no adutor à esquerda, lembram-se? Por outro lado, agora com 66 anos acredito que seja mais difícil para o Rafa recuperar a melhor forma, mas estou convencido de que aquela velocidade assombrosa não desaparece assim de repente em quatro décadas.
Vai arrancar a jornada número 8, e isto de não estar na liderança é angustiante. O lugar do Benfica é no topo da classificação, qualquer outro posto causa uma sensação estranha, nem dá bem para explicar o que é. Tipo aqueles enjoos que uma pessoa nem sabe se são causados pela fome, pelos stress ou pelos debates intermináveis acerca da capacidade de Bruno Lage para elevar a qualidade de jogo da equipa. Não escondo: estou desejoso de ver o Benfica no 1.º lugar. Em todo o caso, não me importo nada de aguardar pela 9.º jornada. Não há problema se o Famalicão se mantiver no topo no final desta ronda. Quem esperou estes quarenta anos também espera mais uma semaninha.
Embora a maioria dos adeptos ache graça à decadência de outros clubes, eu não consigo encontrar motivos de diversão nesses casos. Há um emblema em particular cuja história exige uma participação permanente na luta pelo título - o leitor sabe bem de quem estou a falar. A eliminação da Taça por uma equipa de escalão inferior foi a gota de água, pelo que eu gostaria de deixar aqui registado o meu apoio: força, Tottenham!"

Pedro Soares, in O Benfica