"O jogo de Vila do Conde foi, como antevi, muito difícil, quase dramático. Um Benfica cansado do jogo europeu, um relvado que levantava todo, muitos jogadores magoados e castigados, mas sobretudo um Rio Ave de muita qualidade fizeram da nossa vitória uma conquista preciosa.
Nos últimos minutos temi que corresse mal. Mérito para uma das melhores equipas deste campeonato.
Se podíamos, na perspectiva do optimista, ter ganho por dois ou três, não é irrealista o treinador do Rio Ave quando disse também que podia ter empatado.
Dir-se-á que houve ajuda divina na forma como Jesus contornou o Espírito Santo.
Como Leonor Pinhão escreveu ontem, também para mim é mais importante o jogo de Moreira de Cónegos, que o jogo contra o Celtic de Glasgow. Ganhar aos verdes do Rio Ave, aos verdes de Moreira de Cónegos e aos verdes de Glasgow é ter sinal verde nas provas que disputamos. Não ganhar é abrir um péssimo sinal vermelho.
Voltando a Vila do Conde, fiquei com a certeza de que a baliza do Benfica está garantida, hoje com a exibição de Artur e amanhã com a exibição de Oblak.
Bem-vindo seja Luisão, muito dano europeu nos causou a sua falta. Justo lembrar que Jardel esteve, com raras excepções, em plano positivo. Mas um plantel tão fustigado por castigos e lesões (Enzo Pérez, Carlos Martins, Pablo Aimar, Maxi Pereira, Ezequiel Garay) o regresso da voz de comando é sempre motivo de alegria.
Logo à noite não pode haver um mínimo de descuido, como poderá testemunhar o Sporting, se quisermos recuperar o título nacional que nos foge há mais tempo. É muito longínqua aquela vitória, precisamos que nos relembrem como é bom ganhar a Taça de Portugal.
E só será excelente jantar no S. Gião (recomendo) se o Benfica ganhar o jogo."
Sílvio Cervan, in A Bola