Últimas indefectivações

terça-feira, 11 de julho de 2023

Que comece o espetáculo!


"O campeão voltou... ao trabalho. Começou a pré-época! Ah, a pré-época... Que sensação maravilhosa, a de iniciar a preparação de uma temporada lembrando que a anterior terminou com o David Neres a sambar no Marquês. O Benfica vai à procura de mais taças para dar mais trabalho aos funcionários do Museu Cosme Damião e o ponto de partida é este período de testes físicos com todo o plantel. É um momento crucial para o desenrolar do ano desportivo, sobretudo os exercícios de musculação para treinar bem os bíceps e os tríceps. Os jogadores precisam de muita força em ambos os braços para serem capazes de levantar todos os troféus em disputa de agosto até ao início de junho de 2024.
Uma das principais etapas é a seleção dos atletas que vão fazer parte da lista final que estará às ordens de Roger Schmidt ao longo da temporada. Há um ano, o treinador alemão foi questionado por alguns jornalistas, vários comentadores, pelo Avô Cantigas, e até pelo Papa Francisco, depois de convocar quase 40 jogadores para o estágio realizado em Inglaterra. Neste momento, o crédito do mister está positivo ao ponto de ninguém se atrever a colocar em causa a sua política mesmo que leve com ele para o próximo estágio todos os jogadores desde os sub-15 até aos seniores. Por mim, pode até chamar o Toni e outras velhas glórias, porque confio plenamente nas decisões que tomar.
Gostaria ainda de partilhar com o leitor que um casal amigo está prestes a ter um filho e adiei o envio desta crónica até ao limite do fecho do jornal na expectativa de ainda poder registar aqui uma nota de felicidade, na eventualidade de receber a confirmação da chegada de alguém tão esperado. E recebi: bem-vindo, Ángel Di Maria!"

Pedro Soares, in O Benfica

Um caso singular


"Que o futebol feminino está em acelerada expansão, é uma evidência, não só em Portugal, nem especialmente em Portugal, mas em quase toda a Europa e mesmo no Mundo.
O próximo Campeonato Mundial, a iniciar dentro de duas semanas na Austrália e na Nova Zelândia, vai ser mais um passo importante na crescente mediatização de fenómeno - que ainda demorará alguns anos a atingir a popularidade do seu irmão masculino, mas que, estou seguro, um dia chegará lá perto. É, de resto, essa a tendência natural numa sociedade que queremos ver evoluir para a igualdade a todos os níveis, não sendo o desporto uma excepção.
Se olharmos para os 26 clubes apurados directamente para a fase de grupos da Champions League masculina, 25 deles têm também equipas femininas. A única e triste ausência chama-se FC Porto, algo que para Portugal e para os portugueses que gostam de futebol é, no mínimo, embaraçoso.
Trata-se, de facto, de uma excentricidade, que em 2023 já não devia ser tolerável. Aparentemente, a comunicação social ignora este assunto. E nem a FPF parece muito preocupada, talvez para não ferir susceptibilidades - como tantas vezes, como em tantos outros temas.
Diga-se que, salvo uma parceria no voleibol, não vemos qualquer outra equipa feminina do FC Porto em qualquer modalidade de relevo, o que faz suspirar que naquele clube ainda se olha para as mulheres com olhos do século passado, ou, pior ainda, com os olhos de quem frequenta bares de alterne.
Nós, pelo contrário, podemos orgulhar-nos das nossas equipas femininas, dos múltiplos títulos conquistados, e de forma como o Benfica dignifica o desporto, dignifica as mulheres, e se posiciona numa sociedade moderna, onde, lado a lado, tentamos ser melhores.
É pena fazê-lo sozinhos, mas, como diziam os Trovante: quando outros calam, cantemos nós."

Luís Fialho, in O Benfica

A Rua e a Bola


"A Rua é o espaço público por excelência, por isso, mesmo em tempos de redes sociais, é nela que as pessoas mais gostam de se encontrar e nela têm começado muitas das transformações sociais que nos trouxeram ao que somos hoje. Dois exemplos, a revolução francesa e o 25 de Abril, para usar lugares-comuns. A Rua é, portanto, um espaço civilizacional importantíssimo que muitas vezes não é aproveitado suficientemente. Usamo-la para chegar de uns lugares aos outros, mas esquecemo-nos que, mais que um espaço de atravessamento, ela é um lugar de encontro.
A CAIS sabe muito bem disso, porque é uma organização que sabe estar na Rua, dar-lhe valor e tirar dela significado e mudança social. A Bola é o símbolo por excelência do jogo e o futebol é Rei nesse domínio. Não é de somenos, e fez toda a diferença na evolução da espécie humana e no seu predomínio sobre as outras, a capacidade de brincar ligada ao poder de transformar ideias em conceito e de as comunicar pela linguagem. Por isso, o futebol de Rua tem muito que se lhe diga e, como todo o futebol em si, está bem longe de ser apenas um jogo, representando muito mais para o ser humano. A Fundação Benfica também sabe disso e os benfiquistas que criaram e acarinham a Fundação sabem-no ainda melhor porque é precisamente a Bola que os une, na Rua e a céu aberto na Luz, para afirmarem a sua pertença e o orgulho que todos temos no nosso Benfica.
Por todas estas razões só podiamos apoiar o Futebol de Rua e a CAIS desde há mais de uma década e seguramente assim será pelo futuro!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Núm3r0s d4 S3m4n4


"1
Fernando Pimenta, João Ribeiro, Messias Baptista, Pedro Casinha, Teresa Portela e João Alves Duarte (sbu-23) são os canoístas do Benfica campeões nacionais de regatas em linha;
O Benfica Teleperformance é campeão nacional de 1x1 (FIFA23) de eSports;

4
Na canoagem, Fernando Pimenta (K1 500, prata), Messias Baptista (K1 200, ouro) e Teresa Portela )K2 200, ouro), e, no atletismo, Isaac Nader (1500 metros, prata), foram os atletas do Benfica medalhados nos jogos Europeus;

5
'Um amor sem fronteiras, 5 continentes, 5 cores, 5 riscas frontais, uma homenagem aos adeptos à escola global'. Assim é apresentado a nova camisola alternativa do Benfica, prometendo ser mais um sucesso de vendas. E que tenha um 'rendimento em campo' ainda melhor do que a amarela, de 2022/23, usada pela equipa de honra de futebol em 7 jogos de competição oficiais, com 5 vitórias e 2 derrotas (1 no desempate por pontapés da marca de grande penalidade);

33
Épocas de Carlos Lisboa ao serviço do Benfica (jogador, treinador e dirigente). Contribuiu, como jogador e treinador, para a conquista de 47 títulos e troféus (25+22). Foi 15 vezes campeão nacional pelo Benfica (10+5), mais de metade dos 29 títulos do palmarés benfiquistas (além dos 4 como dirigente);

39
Já se trabalha rumo ao 39!

41
A realização da 41.ª edição da Gimnáguia teve enorme sucesso. Contou com 550 participantes, pavilhão cheio e a cobertura dos meios do Benfica, dando visibilidade a um evento que faz parte da tradição eclética do Sport Lisboa e Benfica. A organização está de parabéns. A secção de ginástica conta atualmente com 504 atletas e os inscritos para a próxima temporada já superam os 300."

João Tomaz, in O Benfica

Jurásek


Novela defesa-esquerdo terminada, com a assinatura do jovem Checo, David Jurásek.
Foi caro?! Foi.
Podíamos ter prolongado a novela até ao fim do mercado?! Podíamos.
Mas arriscávamos chegar ao fim do mercado, sem defesa-esquerdo... e com o plantel desequilibrado!

A primeira opção foi o Kerkez, nem vale a pena esconder... Mas pessoalmente, o húngaro nunca me convenceu! Demasiado parecido com o Grimaldo, sendo que defensivamente ainda me pareceu 'pior'!!! E ofensivamente, ainda tem que comer muito para chegar ao nível do Gri...!!!


Com o estilo do jogo do Roger, o Jurásek parece-me a opção lógica! Defensivamente mais poderoso, bom a fechar junto aos Centrais. E ofensivamente, um comboio junto da linha, idêntico ao Bah...

Perdemos alguma qualidade na 1.ª fase de construção, mas com um Di Maria ou Neres a jogar na esquerda, prevejo muito espaço para as 'piscinas' do Checo!


Sendo que também prevejo, um Roger a 'rodar' mais, do que o ano passado, e assim o Ristic, sem lesões, também terá as suas oportunidades!

David Jurásek


"Defesa esquerdo, 22 Anos, 1,83 m, canhoto, internacional A pela Chéquia, seleção pela qual já alinhou por 3 vezes. A saída de Grimaldo iria ser sempre muito complicada de colmatar. Estamos a falar de um dos melhores laterais esquerdos da nossa história, que acabou de protagonizar a melhor época da sua carreira. Quando se percebeu que o espanhol não iria seguir de "águia ao peito", acreditei que a ideia dos responsáveis da estrutura encarnada passava por reforçar a posição de lateral esquerdo com um perfil idêntico a Grimaldo. Mas assim não aconteceu.
Jurásek vai ter a primeira experiência fora do seu país. Estava há uma temporada e meia ao serviço do Slavia de Praga, sendo que, na temporada transata, somou 2 golos e 11 assistências. Estamos a falar de um atleta com uma dimensão física impressionante. Neste aspeto, apresenta semelhanças com Bah, que foi seu colega na temporada 2021/22.
Trata-se de um jogador com uma passada larga, de processos bem simples e que vai dar maior largura ao nosso jogo, pois pisa terrenos junto à linha lateral. Normalmente procura muito o jogo exterior e precisa de espaço para imprimir toda a sua velocidade e potência atlética, de modo a chegar a zonas de cruzamento. É aí que tem uma das suas principais armas ofensivas. Coloca de forma tensa a bola na área e, por norma, na frente da linha defensiva contrária. Com poucos toques na bola e alguma capacidade de drible consegue, com qualidade, encontrar colegas para lhes proporcionar boas situações de finalização.
Por outro lado, Jurásek terá dificuldades no jogo curto e associativo que é exigido ao Benfica na maioria dos jogos em Portugal, pois as equipas adversárias tiram-nos muito do espaço que Jurásek gosta de aproveitar. Do ponto de vista defensivo, o internacional checo revela uma excelente capacidade no momento da recuperação, fruto, sobretudo, da sua poderosa dimensão física. Nos duelos defensivos é competente, mas tem na interpretação do jogo a sua maior debilidade. Isto é, ainda revela muitas dificuldades no momento da pressão, comete erros infantis no "timing" de abordagem aos lances e acaba por ser batido de forma muito fácil. É um jogador que, perante adversários inteligentes, pode ter muitos problemas ao longo de uma partida. Vai ter de crescer muito no conhecimento do jogo para estar ao nível de exigência que se coloca a quem veste a camisola do SL Benfica.
Em suma, não era o perfil que acreditava ser o melhor para aquela função, dentro do nosso modelo de jogo. Vai alterar várias dinâmicas na saída de bola, mas também no ataque organizado. Parece-me, tal como Fred, uma aposta de Roger Schmidt que, esperemos, tenha o mesmo sucesso do norueguês.
Bem-vindo, Jurásek!"

BI: Alternativo...

Por terras Inglesas...

BI: Jurásek...

Bigodes: Jurásek...

A Final da Liberdade !!!

RND - Carrega #17

5 minutos: Diário...

Águia: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Em estágio


"A BNews de hoje é dedicada a vários assuntos da atualidade benfiquista, com destaque para o início do estágio de preparação da equipa de futebol em Inglaterra.

1. As bases da temporada
Decorre, até 15 de julho, em St. George's Park, Inglaterra, o estágio de preparação do grupo de trabalho às ordens de Roger Schmidt. São 31 os convocados pelo treinador alemão. No dia 12, à porta fechada, realiza-se um jogo particular com o Southampton.

2. Benfica recorre de decisão do Conselho de Disciplina FPF
O Sport Lisboa e Benfica vai recorrer do castigo aplicado à futsalista Ana Catarina Pereira pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
Uma decisão incompreensível e sem fundamento que penaliza uma atleta internacional, considerada por diversas vezes a melhor guarda-redes do mundo.
Ana Catarina Pereira foi continuamente insultada e enxovalhada pelos adeptos do Sporting, juntamente com todas as suas colegas, quando dava a volta de consagração ao Pavilhão Fidelidade a celebrar a conquista de mais um título para o Benfica.
Não só isso acabou escamoteado pelo relatório do delegado, lamentavelmente, como ainda por cima vemos o Conselho de Disciplina castigar a atleta do Benfica numa atitude persecutória que merece total repúdio por parte do Sport Lisboa e Benfica e que vai ser objeto de recurso.

3. Último dia
Alertamos os detentores de Red Pass que hoje é o último dia do período de renovação dos seus lugares. Caso não o façam, entram no processo da lista de espera, a qual conta com mais de 13 mil associados.

4. Bis de Jéssica Silva
A avançada do Benfica apontou os dois golos de Portugal frente à Ucrânia em jogo de preparação para o Campeonato do Mundo.

5. Jovens a dar cartas
A seleção portuguesa Sub-19 terminou a fase de grupos com 3 vitórias. Na última partida, frente a Malta, Hugo Félix e Diogo Prioste foram utilizados.

6. Mais um título
A equipa feminina de duatlo sagrou-se campeã nacional. A masculina obteve o segundo lugar.

7. Mundial de natação
Três dos oito nadadores convocados por Portugal são do Benfica. Diana Durães, Diogo Ribeiro e Miguel Nascimento marcam presença no 20.º Mundial de Fukuoka, a realizar de 23 a 30 de julho.
Entretanto, o jovem nadador Rafael Mimoso estabeleceu o recorde benfiquista nos 200 metros bruços, que era pertença de Alexandre Yokochi, e obteve, apesar de ser o mais novo em prova, o 6.º lugar no Campeonato da Europa de Juniores.

8. Medalha comemorativa do 38
Adeptos e colecionadores vão ter à disposição 380 peças em ouro de lei para celebrar e eternizar a conquista do título. Veja a reportagem da BTV.

9. Casa do Benfica de Castelo de Vide de parabéns
Veja a reportagem da BTV sobre a celebração do 18.º aniversário desta embaixada do benfiquismo.

10. Final da liberdade
Com a participação de António Simões (Benfica), Toni (Benfica), Mário Campos (Académica) e Alberto Martins, antigo ministro e protagonista das lutas estudantis contra a ditadura do Estado Novo, realizou-se, no auditório do Museu Benfica – Cosme Damião, a conversa que versou sobre a final da Taça de Portugal de 1969 e a sua relevância no contexto da reivindicação pela liberdade no País."

Di Magia

Jaime Cancella de Abreu, in O Jogo

Quezada: Di Maria...

Choque! 😱


"No final do mercado prometemos lançar um aglomerado das notícias plantadas pelo FC Porto sobre clubes interessados em jogadores deles e as vezes que tentaram engendrar a saída de Conceição para depois acabar sempre por ficar graças a Pinto da Costa e ao amor ao clube."

Durante este período:


"SL Benfica - 6 campeonatos.
FC Porto - 3 campeonatos.
Sporting - 1 campeonato.
Estes números são extremamente esclarecedores."

Era só isto. Com licença.

Perfeitos...!!!


"Em Tribunal:
ST: "Ele bateu-me...:
FJM: "Mentira!! Ela simulou..."
Juiz: "Oh que dois aldrabões!!" 😏"

Não é preciso dizer mais nada sobre a conversa desta em relação ao Jonas. Reis da deturpação!!

A Gola do Sabry, in Facebook

Coerências!




"Deve ser mais interessante do que jogar em lado nenhum…
Aí se isto fosse no Benfica…o circo que não seria…

#agoladoSabry"

Histórias Sem Interesse Nenhum (10) A mina das estatísticas


"X jogos, Y golos, Z assistências, 2345 minutos - a cada grande plano num jogo de futebol entre cromos de álbuns menos populares, o comentador debita-nos números avulsos, sem termo de comparação, sem relevância analítica.
Chamam-lhe “estatísticas” e servem de impactante cartão de visita aos especialistas, sublimando o longo caminho feito por gerações anteriores de tentar oferecer ao espectador do futebol uma melhor compreensão do jogo, na linha do que já se fazia nas outras modalidades, do atletismo ao voleibol, cujos pioneiros eram sábios mestres da pesquisa e da demonstração.
Mas o que antes pretendia ser uma adenda de conhecimento e análise tornou-se ultimamente numa insuportável cacofonia numérica, mais algarismos e menos algoritmo, a sugerir a mudança de canal ou o recurso à banda sonora de Artur Jorge.
Os media portugueses foram dos últimos a chegar às estatísticas do futebol, a que não foi alheia a dificuldade crónica dos nossos jovens perante as matemáticas aplicadas, vulgo iliteracia, relativamente ao papão Mathema - diziam os gregos, “aprender, entender, saber, explicar”.
Dos anos 40 aos 80 do século passado da criação e expansão da imprensa futebolística, apenas um visionário se socorria das estatísticas do jogo nas suas crónicas (na Stadium): Domingos Lança Moreira, injustamente marginalizado na história do jornalismo desportivo.
A geração de A Bola e do Mundo Desportivo era mais dada à escrita, às grandes tiradas eloquentes do que propriamente à chatice da análise: os jogos morriam aos 90 minutos e passavam à história pela verve de Carlos Pinhão ou Alfredo Farinha. Uma crónica valia por mil tabuadas, um “Hoje jogo eu” chumbado a quente impressionava como uma fotografia de alta definição cromática.
A única contagem estatística que se registava nessa altura era a dos golos, por causa do prémio “A Bola de Prata”, mas que passava a zeros e sem acumulado a cada mês de agosto. Sei bem o trabalho que tive para finalizar as contas de Peyroteo e de Eusébio, que eram os mais fáceis.
Com a difusão dos jogos internacionais na RTP, começaram a ser apresentados os jogadores estrangeiros pelos dados acessíveis nos anuários do Rothmans, do Guerin Sportivo, da Don Balon, da France Football ou da Kicker. Toneladas de papel, milhares de escudos nas tabacarias da Baixa ou em assinaturas anuais, e muita pestana queimada para quem quisesse saber de futebol internacional, conhecer os jogadores, as equipas, o desenho dos emblemas ou as cores dos equipamentos, as tendências, as inovações, compreender tácticas e estratégias sem ver o jogo. Fazia-me impressão ouvir descrever o peso, a altura, o número de jogos e golos, o currículo dos jogadores estrangeiros, em contraponto com uma apresentação árida e despersonalizada dos portugueses. Havia um claro défice de informação disponível pois o primeiro assomo de anuário, os míticos Cadernos de A Bola, apenas difundia a informação básica das fichas federativas, praticamente sem conteúdo desportivo.
Por isso, decidi aproveitar o meu primeiro desemprego, depois do crime da extinção da ANOP, para me embrenhar na Hemeroteca Municipal durante sete meses e escalpelizar ficha a ficha, perceber quem era quem entre nomes, alcunhas, equipas só com dez e todo o tipo de imprecisões do tempo do jornalismo amador. Graças a isso, a revista Foot foi a primeira publicação nacional a publicar no começo da época o currículo em jogos e golos de cada jogador, ainda na idade do papel, antes da invenção do Works, do avanço do Excel e da maravilha do Numbers - uma informação que me acompanhou, nas décadas seguintes na Gazeta do Desportos, no Semanário Desportivo, no Expresso, no Record, na TSF e na TVI, até se tornar obsoleta e cancelável na era digital.
Com a tv por satélite, pirateando a Sky Sports e o Canal Plus, e com as reportagens nos Estados Unidos, a descoberta do Elias Sports Bureau que contabiliza o desporto há 110 anos, contactando as suas complexas “statsheets”, e finalmente com o advento dos jogos eletrónicos e das “Fantasy Leagues”, aprendi que o negócio das estatísticas desportivas tem dois momentos:
- a ”compra” do máximo de informação, como mineração de kilobytes do infinito filão dos pontapés na bola;
- e a “venda” do diamante cuidadosamente delapidado, valioso, surpreendente e memorável.
O mesmo número pode parecer pechisbeque hoje e valer como jóia preciosa amanhã.
É incomparavelmente mais interessante saber que determinado jogador raramente faz os 90 minutos, que o seu tempo de jogo tem alguma relação com os resultados positivos ou negativos da equipa, que joga menos ou mais com o atual ou o anterior treinador - do que ouvir a seco e sem enquadramento a enumeração do acumulado esdrúxulo da sua ficha de minutos, sem perceber se é muito ou pouco, relevante ou irrelevante, num contexto com mais de 22 jogadores.
O Zero-zero, o Transfermarkt e o Sofascore são os Rothmans da era digital e facilitam ao máximo a vida dos analistas, aos quais só falta agora perderem algum tempo a analisar: a fazer o trabalho de casa, como se dizia no meu tempo. Era o que fazia, na BBC, o comentador John Motson, falecido este ano depois de ter falhado uma tentativa de salvar o “obsoleto” e descartável Rothmans Yearbook, a sua “cartilha” profissional ao longo de 40 anos e mais de dois mil jogos na televisão e na rádio, incluindo 29 finais da Taça de Inglaterra.
Por exemplo, eu gostava de ter sabido na hora, que Abel Ruiz tinha um rácio baixo (agora 13/19) de penaltis transformados, não marca um golo de penálti há mais de três anos e desperdiçou o único tentado com a camisola do Sporting de Braga. E que, pelo contrário, o guarda-redes inglês Trafford apresentava uma taxa elevadíssima de defesa de grandes penalidades (agora 4/8).
Demorei 20 segundos a obter estas estatísticas e assim entendi melhor a tensão insegura que o avançado espanhol exteriorizava nos momentos que antecederam o seu falhanço histórico na final de sábado."

Domingo, excerto...

Hora, excerto...

Peregrinos: preparação física


"Segundo a Wikipédia, “uma peregrinação é uma jornada realizada por um devoto de uma dada religião a um lugar considerado sagrado por essa mesma religião”. É recomendado aos peregrinos que façam uma preparação física antes de uma longa caminhada. Mesmo que o peregrino se encontre em boas condições físicas, não se deve precipitar. Para além de outros aspetos, creio que o objetivo principal é a diversão. Na caminhada, é de não esquecer que é preciso carregar uma mochila e que terá de subir e descer no terreno. A caminhada em si não é um obstáculo quando é feita durante um curto período de tempo, mas quando se prolonga por longas horas, e ao longo de vários dias, a história é, ligeiramente, diferente. No caso da escolha do(s) itinerário(s) do Caminho de Compostela, por exemplo, ele é livre e não há etapas. Não existem também prazos obrigatórios. É preciso ser capaz de moderar as etapas e “ouvir” o corpo. Por exemplo, pode estabelecer um objetivo de 15 ou 20 km no primeiro dia e ir aumentando gradualmente o seu ritmo nos dias seguintes.
A preparação física para a peregrinação a Compostela dependerá da idade, da experiência em caminhadas, da condição física geral e do itinerário escolhido. Quando treinar, lembre-se que o mais importante não é o número de quilómetros percorridos, mas a frequência. O corpo habituar-se-á progressivamente. Durante o treino, não hesite em levar uma mochila para estar próximo das condições reais. Trabalhar a resistência para fazer face aos esforços diários é essencial nesta preparação física. O que é que pode acontecer se estiver mal preparado(a)? Infelizmente, as lesões são um clássico. Com a preparação física para a peregrinação a Compostela, é possível limitar o risco de lesões. O seu corpo estará preparado e será capaz de reparar pequenas lesões e de se proteger. Por vezes, os peregrinos podem ficar frustrados quando não atingem o seu objetivo. As causas? Uma preparação física insuficiente, uma mochila demasiado pesada ou uma má avaliação das capacidades físicas, por exemplo. Mesmo que esteja muito motivado, deve ter em conta que também precisa de se preparar mentalmente. É necessário passar por várias etapas. A procura de informações em lojas de desporto ou junto de antigos peregrinos pode dar-lhe respostas às suas perguntas antes da partida. Da mesma forma, deverá procurar o apoio das pessoas que lhe são próximas.
Poderá ouvir as suas experiências ou sentir a sua admiração. O apoio das pessoas num projeto deste tipo não tem preço. Acima de tudo, é fundamental definir uma data específica para a partida. Isto dar-lhe-á tempo para se preparar mentalmente para a viagem. A incerteza quanto à data de partida, pode provocar stresse e pode adiá-la indefinidamente. A escolha do equipamento será natural. Existem várias lojas com o material necessário. É também importante cuidar da sua saúde quotidiana antes do dia “D”. Evite o álcool antes de partir, faça uma dieta equilibrada e mantenha-se em forma."