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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Fazer um bom jogo no domingo

"Esta quarta-feira houve sorteio da Taça da Liga, prova que Benfica e FC Porto querem muito ganhar. Um porque ganhou quase todas as edições anteriores e o outro porque nunca ganhou nenhuma vez a competição.
Talvez por isso Benfica e FC Porto utilizaram a Liga dos Campeões para testar jogadores e soluções e soluções para a Taça da Liga. Em ambos os casos há motivos de sobra para Jorge Jesus e Lopetegui estarem satisfeitos, são os grandes candidatos à vitória na importante prova nacional. Há recursos e matéria-prima.
Embora eu não acredite numa palavra do que disse o presidente leonino sobre a equipa que irá apresentar nesta prova. Penso mesmo que jogará com os melhores, e faz muito bem se assim for, porque há muito mérito do Sporting e dos seus dirigentes na génese desta competição. Eu, como a generalidade dos benfiquistas, quero muito ganhar a Taça da Liga.
Com a nomeação de Jorge Sousa as hipóteses do Benfica no Dragão estão reduzidas a quase zero. Mas sobre este tema não direi mais nada, porque há um histórico de factos que durante dez anos o ilustra. Imaginem os adeptos do FC Porto se nomeassem para este jogo o árbitro Bruno Paixão. Já sabem agora como nos sentimos nós benfiquistas, mas neste caso, com dez vezes mais razões de queixa.
Resta ao Benfica tentar em campo fazer um bom jogo, contra um adversário que tem muitos e bons jogadores e que será o nosso rival na luta pelo título até ao fim.
Na semana passada foi lançado um livro, Plantel Glorioso, que tem como co-autor João Tomaz, filho de um dos maiores benfiquistas que conheci, daqueles que servem o clube de forma altruísta e apaixonada, sem nada pedir que não seja um Benfica sempre mais forte e mais vencedor. Só o ADN do autor merece uma visita ao livro por parte dos benfiquistas."

Sílvio Cervan, in A Bola

Transparência ou boas-fés?

"Defendo, há muito, a impossibilidade de clubes do mundo escalão partilharem direitos sobre um mesmo jogador - seja a título de empréstimo, seja mediante qualquer outro enquadramento contratual.
Todavia, a regulamentação em vigor (ainda) não apronta nesse sentido, privilegiando os interesses dos atletas, e acreditando que a boa-fé proteja, por ela própria, o interesse do adepto pagante e a verdade desportiva.
Neste contexto, parece-me mais razoável que um ou outro jogador, num ou outro jogo, se vejam impedidos de defrontar clubes com os quais têm ligação, do que fazê-lo, e, então sim, abrir espaço a todas as suspeitas - sobretudo se o seu desempenho não foi o mais feliz.
Vivemos no país do Apito Dourado. Vivemos num país em que uma partida decisiva para a atribuição do título teve frente a frente aqueles que viriam a sagrar-se campeões, e seu futuro treinador e alguns dos seus futuros jogadores.
Vivemos num país em que certas exibições, de certos defesas ou guarda-redes, deixaram no ar um certo sentimento de estranheza, sempre que enfrentavam clubes com os quais se viriam a vincular pouco depois. Ainda me recordo, também no caso Cadorin, e, mais remotamente, de um autogolo de Manaca. Tudo isso deixou-me um irreversível sentimento de desconfiança no futebol português, e na grande maioria dos seus agentes. Por isso, quando se trata de futebol português, a boa-fé é uma treta.
O Benfica-Belenenses foi um jogo transparente. Não que, com a presença de M. Rosa e Deyverson, deixasse de o ser. Mas, nestas coisas, além de ser, é importante parecer. Quer se trate de um Benfica-Belenenses, de um P. Ferreira-FC Porto, de um Leixões-FC Porto, ou de um V. Guimarães-Sporting.

PS: No domingo a liderança estará em jogo. Não sendo uma partida decisiva trata-se, porém, de um momento importante para o futuro do campeonato. Espero que tudo decorra dentro da normalidade, e que não haja qualquer interferência externa ao normal desempenho dos jogadores. Assim, o Benfica ficará mais perto da vitória."

Luís Fialho, in O Benfica

O momento decisivo

"Agora sim, o Benfica aproxima-se de um primeiro momento decisivo na época 2014/2015. Para além de uma competição que, em termos de motivação, vai exigir um esforço suplementar por parte do plantel comandado por Jorge Jesus - nomeadamente pelas mais que conhecidas razões financeiras - os jogos com o FC Porto e com o Sporting de Braga constituem, de facto, os desafios mais importantes até agora impostos pela presente temporada.
O jogo frente ao FC Porto dispensa razões justificativas da sua importância. Para além do clássico do futebol português, apenas três pontos nos separam dos nossos adversários nortenhos. O Sporting de Braga, por sua vez, já demonstrou que, quando a arbitragem não brilha pelas melhores razões, é capaz de causar sérios problemas ao Benfica.
Temos, portanto, dois gigantescos desafios pela frente, que representam uma prova de fogo à capacidade de liderança deste Benfica. Vencer o colectivo de Lopetegui será fundamental para nos isolarmos na liderança e começarmos a solidificar a primeira posição já para a segunda volta do campeonato nacional. Derrotar a equipa minhota é imprescindível para deixar claro que a derrota em Braga foi um desaire auxiliado por uma péssima arbitragem... e nada mais!
O jogo frente ao FC Porto terá ainda, no entanto, outro nível de importância: será o desafio da cultura de jogo frente à irregularidade. O confronto entre a cultura de jogo consolidado de Jorge Jesus com a mal afamada rotatividade persistente de Lopetegui. A magia de Gaitán e a beleza concretizadora de Talisca frente aos possantes Brahimi e Jackson Martinez. A vitória do Benfica será, por isso mesmo, a vitória da táctica e da cultura de jogo ofensivo e do risco. Jesus gosta de assumir riscos... e nós gostamos de ver jogar um Benfica assim."

André Ventura, in O Benfica