Últimas indefectivações

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Campeões

"Estou a 'folhear', no site do Benfica, as capas do nosso Jornal, de 2007 para cá, e espero bem que se realizem os sonhos de Luisão e tantos atletas que esperam voltar a ser campeões no Benfica, justificando, assim, o orgulho de Aimar em representar este Clube. Para isso precisamos de voltar a jogar o dobro, propósito de Jorge Jesus, de ter, como à entrada da época 2009/10, o rosto da equipa, com a determinação e a máscara do esforço de Luisão, e de sentir a Mística, como tantos a sentiram logo à chegada.

Mas este clube não é só futebol, e temos os nossos meninos e meninas de ouro - Évora, Vanessa, Telma -, e mais um Basquetebol Bicampeão, um Futsal e um Hóquei em Patins vencedores na Europa.

Mas o Benfica 'não é só um Clube'. E lá vêm os testemunhos na capa do Jornal: A Fundação Benfica, a nova Luz e as centenas de Casas que alimentam por todo o País a 'chama imensa', o Caixa Futebol Campus, o canal de televisão, o Centro de Documentação e o Museu que aí vem, a Democracia, que nas eleições mais participadas de todo o Futebol em Portugal reelegeu Luís Filipe Vieira, mais essa realidade que, no Jornal em Outubro de 2009, se cifrava em 200 mil Sócios, mas onde isso já vai.

O combate contra o Sistema e a mentira desportiva é uma constante deste Jornal e deste Clube 'Xistrado', espoliado pela 'impunidade' e a 'pouca vergonha', títulos abertos sobre fronhas de figuras sinistras, no estado 'siciliano' do Futebol português, palavra do presidente de 25 de Julho de 2008.

Um Jornal que vai fazendo a crónica de um Clube com história e memória - 'Eusébio é património de todos', 'Obrigado José (Torres)', 50 Anos e 'Estávamos a fazer história'.

Um Clube de Campeões, manchete tantas vezes conquistada. A mais recente foi na semana passada."


João Paulo Guerra, in O Benfica

Corruptos de todo o País: Uni-vos!

"Com o regresso do cão d'água alaranjado às velhas charnecas britânicas onde ele teima terem nascido as matilhas que o antecederam, vê-se por aí muita animação de gente que parece não fazer a mínima noção das suas verdadeiras faculdades. Dificilmente o seu mérito terá sido tão pequeno nas caçadas que o ano passado levou a cabo pelas coutadas aqui vizinhas, limitando-se a correr esbaforido para apanhar os pombos, as rolas e as perdizes que os caçadores de preto iam abatendo para seu deleite. Ladrando sempre muito, para se fazer ouvir, o apatetado canídeo correu para aqui e para ali numa fona de arrebanhar tudo o que pudesse. Não lhe reconheço maior capacidade do que ter um faro activo. De resto, os cães d'água nunca foram famosos pela inteligência.

Sem dúvidas quanto ao que aqui relato, o dono do cão, ao vê-lo fugir, encolheu os ombros. Desde que não lhe fujam os caçadores que, de joelhos e de cócoras, vão dando tiros certeiros na bicharada que é preciso apanhar. Estão aí, às ordens do dono, submissos e voluntariosos, disponíveis e fáceis como estão há mais de 30 anos.

Atacado por uma demência alucinada que o transforma numa das figuras mais grotescas de Portugal no último quartel do Século XX e do início deste amaldiçoado Século XXI, o dono do cão acorda de quando em vez no auge de excitações. Talvez depois de ter visto perfilada na sua frente uma fileira de corruptos assaltantes de estrada de clavina ao ombro e olhos postos no esvoaçar da passarada, pensou para com os seus botões:

'Sou sério? Não. Sou honesto? Não. Sou corrupto e corruptor? Sou. É necessário muitos outros como eu!' E gritou: 'Corruptos de todo o país: uni-vos!'

O seu cérebro caliginoso repleto de fungos agitou-se: 'É preciso um partido! Um partido de gente como eu. Tomaremos conta da Câmara Corporativa e já posso ir lá comer à borla todos os dias, em vez de só uma vez por ano'."


Afonso de Melo, in O Benfica

Mentira

"A despromoção do histórico River Plate, da Argentina, à II Divisão daquele país, transformou-se, na última semana, num dos acontecimentos mais sonoros do 'mundo da bola'. Toda a Imprensa internacional fez referência ao acontecimento, tido por improvável, a julgar pelo histórico invejável de um dos clubes mais laureados e prestigiados a nível planetário.
Ficou-se também a saber que, nos imensos campeonatos de todos os países, apenas 24 emblemas militaram sempre no escalão principal dos seus países. O nosso Benfica, evidentemente, integra esse lote de excelência, acompanhado, no que a Portugal diz respeito, pelo Sporting e pelo FC Porto.

Só que, muitos não sabem, o clube nortenho, apenas o conseguiu mercê do proteccionismo vergonhoso da Federação de Futebol. Em duas ocasiões (39/40 e 41/42), o FC Porto não poderia ter disputado o Campeonato da nossa I Divisão.

Nesse tempo, a Associação do Porto organizava uma prova para apurar duas equipas que disputariam a prova maior. Em 39/40, os dois primeiros classificados foram o Leixões e o Académico, enquanto em 41/42, foram o Leça e de novo o Académico a garantirem sucesso.

O que fez a Federação Portuguesa de Futebol? Promoveu dois alargamentos cirúrgicos com o fito de contemplar o FC Porto. Essas duas entradas pela porta dos fundos, mercê do amparo escandaloso dos responsáveis federativos nunca são referidos pelos portistas. Pior do que isso, não é o FC Porto que se queixa de protecção institucional aos grandes de Lisboa, particularmente ao Benfica, antes da Revolução de Abril? Quanto descaramento, quanta desfaçatez! Pela boca morre... o FC Porto."


João Malheiro, in O Benfica