Últimas indefectivações

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Claques e destaques

"As claques deste jaez medram no emocionalismo destemprado, ameaçam no poderio consentido e até partilhado

1. A Direcção do Sporting tomou uma decisão corajosa quanto às chamadas claques (na lei, eufemisticamente, «grupos organizados de adeptos», com a curiosidade da palavra organizados) e às condições materiais, logísticas e de acesso de que vinham beneficiando. Medida que merece ser ponderada pelos outros clubes, seja qual for o nome e invólucro que tais grupos de sócios e adeptos tomem. É que, neste contexto, não está, apenas, em causa o clube de Alvalade. Está toda a expressão desportiva que, entre muitas infecções oportunistas, acolhe e até alimenta vírus de diversas naturezas, assim se pondo em sobressalto a sustentação desta actividade por onde passa muito dinheiro. Ponhamos de parte o habitual maniqueísmo clubista: se é dos meus é bom, se é dos outros mal, mesmo que seja exactamente o mesmo que se está a qualificar. Umas vezes a benigna compreensão e a dúctil ou envergonhada crítica para quem, antes, vociferava sem contemplações. E vice-versa. No fim, todos perdem respeitabilidade. Perdemos todos.
Nada tenho contra apoios dirigidos a grupos de sócios e adeptos. Em tese, são uma expressão de vivacidade, energia e promoção de valores e afeições, mas que deveriam ser sempre congregadores e não redutores e divisionistas, seja na vitória, como no insucesso. Infelizmente, com o tempo e as circunstâncias, muitas (mais não todas) claques transformaram-se em escolas de deseducação, centros intoleráveis de pressão e abuso de posição, polos de fragmentação ética, geracional e institucional, focos de extremismos de toda a espécie, janelas para actividade extra-futebol ilegítimas e ilegais, desertos de valores básicos de senso comum e respeitabilidade, instâncias inimputáveis de hierarquizações perversas, e agregados beneficiários de mediatismo exponencial. Os excessos das claques são notícia repetida mil vezes e publicidade gratuita, analisada ad nauseam quanto mais passaram a barreira da civilidade. Há media que, permanentemente, andam à caça de rebuliço, palavrões e golpadas das claques - qual alimento apetitoso - para, mais tarde, carpirem lágrimas de crocodilo com o que, antes, haviam alimentado frenética e despudoradamente. Salvaguardadas as devidas distâncias, é dessa propaganda sem custos, mas infelizmente eficaz, que também se alimentam o terror e seus agentes.
As claques deste jaez medram no emocionalismo destemperado, ameaçam no poderio consentido e até partilhado, corroem na falta de respeito mínimo e de mínima noção de exemplaridade, multiplicam-se na divisão de facções, ampliam medos em momentos de crise, vivem num ambiente de fora-da-lei, induzem o afastamento de pessoas de bem e de famílias dos estádios, deixam germinar a insegurança, protegem-se na massificação.
São estados dentro dos estádios.

2. No Verão foi publicada uma nova lei (113/2019, de 11 de Setembro) que altera o regime jurídico previsto na Lei n.º 39/2009, de 30 de Julho, criando um novo e mais exigente quadro legal relativo a fenómenos de intolerância e de violência nos recintos desportivos. Ainda que possa ser criticada nalguns aspectos específicos (por exemplo, o Benfica fê-lo em alguns pontos que considerou «desnecessários, insuficientes e inconstitucionais», que talvez devessem ser mais discutidos e até acolhidos, e de que destaco a obrigatoriedade do registo individual de adeptos), a lei procura articular adequadamente as responsabilidades de todos, no respeito básico pelo princípio da subsidiaridade, pelo qual não se deve passar a um patamar superior (máxime o Estado) o que melhor e com mais proximidade se deve fazer em níveis mais abaixo. Dito de outro modo, os clubes, em primeiro lugar, as associações e federações desportivas, em segundo lugar e, no fim da linha, o Estado regulador, fiscalizador sancionatório e, se for o caso, judiciário. É tempo de se erradicar o proverbial estilo de passa culpas e de, no fim, se exigir aos outros o que não se é capaz de exigir a si próprio.
No fim de contas, o grande desafio que ora se coloca com a nova legislação é o da sua eficácia,pois de boas intenções está o Diário da República cheio. Assim haja vontade, competência e bom senso. Apesar do normativo só se aplicar a partir da próxima época(!), o que se vem passando no âmbito do Sporting é um primeiro repto, que se espera seja vencido, sob pena de as coisas começarem mal e jamais se endireitarem.
Pena é que uma lei tão recente tenha sido contemporânea de um acórdão de um Tribunal da Relação, que consagra, em modo de jurisprudência, o mundo do futebol como uma realidade à parte, que se pode resumir neste impensável raciocínio de que «um comportamento revelador de falta de educação e de baixeza moral e contra as regras de ética desportiva é de alguma forma tolerado nos bastidores de cena futebolística». Como bem resumiu o presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino, «na perspectiva daquele tribunal, um recinto desportivo é uma espécie de offshore onde, no seu interior, se pode praticar o que é criminalizado no exterior». Quer dizer, no futebol em vez de tolerância zero, há «sobeja tolerância à condição». Neste caso do acórdão, é no palavreado, quem sabe amanhã se na violência física e patrimonial.

3. Para atitudes radicais, medidas excepcionais. Foi assim que olhei, de fora, para a decisão leonina. Ao que li, parece haver um nexo de alguma causalidade entre os benefícios, sinecuras, excepções e prioridades que são concedidas a certas claques e as externalidades negativas, de consequências não imediatamente visíveis ou tangíveis, que provocam na instituição e nos seus stakeholders. Não esqueçamos que, no caso de futebol, não há apenas sócios e adeptos, mas também accionistas que arriscam capitais, financiadores, patrocinadores, detentores de activos, fisco, instâncias internacionais, etc. Ou será que temos de dividir os sócios de um clube entre os que pagam as suas quotas e ingressos e cumprem as sua regras estatutárias e éticas e os que se acham acima de qualquer exigência ou justificam os excessos sempre invocando artificiosamente serem monopolistas de um patológico amor ao clube? Por que razão, face a perturbações e desacatos criados por outros sócios e adeptos, deverão as quotas dos sócios cumpridores contribuir para as multas nacionais e internacionais com que os clubes são castigados, ou mesmo arcar com os prejuízos de restrições impostas por instâncias disciplinares?
Este combate não isenta nenhuma instituição, nenhum clube, nenhum dirigente do exercício de autoridade. A verdadeira liderança, aliás, advém do exemplo, e não do poder formal e efémero. Não nos deixemos toldar por um qualquer inciso adversativo, indulgente, indigente ou falacioso, tal como um «se», «mas», «talvez», «salvo se», «mais ou menos», que tudo desculpa na voragem do tempo e na erosão da memória.

4. Boas notícias da Europa. Muito provavelmente, em 2021/2022 voltaremos a duas (ou três) equipas na Champions, mais por demérito das equipas russas do que por mérito das portuguesas. Bom desempenho do SC Braga, até agora a única equipa invicta e líder no seu grupo. Boa exibição na Europa do Vitória de Guimarães em Londres, diante do Arsenal e com 2500 mil vitorianos a calar o Emirates.
Já dos grandes não se poderá dizer tanto: o Benfica alcança a sua primeira vitória bem sofrida, por sinal. O FC Porto perde 5 em 9 pontos, em tese bem atingíveis e o Sporting, jogando pouco, venceu sem convencer. Apesar de tudo, com diferenças entre eles: o Benfica na Champions contra um Lyon que, nesta competição, não perdia um jogo fora de casa há 3 anos (num total de 11 partidas). Já o FCP e o SCP, na mais acessível Liga Europa, jogaram contra uns escoceses sofríveis e uns noruegueses medíocres. Com esta sua 200.ª vitória nas competições europeias, o Benfica passou a fazer parte dos únicos oito emblemas que alcançaram esta marca. Uma nota final para o magnífico e inteligente golo do Pizzi, que alguns tentaram desvalorizar face ao erro do guardião da equipa francesa. Tivesse sido Cristiano Ronaldo a marcá-lo e seria, seguramente, «uma obra de pura arte». Enfim...

5. Voltou uma competição de que já não me lembrava: o nosso campeonato. O Benfica prossegue a senda de ganhar, jogando muito pouco. Um mistério por desvendar, apesar da onda de lesões... Em 8 jornadas, houve, na equipa benfiquista, um acumulado de 30 ausências de impedidos: Chiquinho, André Almeida, Florentino, Gabriel, Conti, Gedson, Vinícius e agora Rafa e RDT... Só azar? Como se explica um relvado tão lastimável e responsável pela maioria das lesões mais graves?
O Famalicão ofereceu um hat-trick de fífias ao Porto, assunto que, por certo, se tivesse acontecido com o Benfica, já teria proporcionado comunicados de Jotas insinuando coisas mefistofélicas diante de tal despudor!
O Boavista é agora a única equipa sem derrotas e o Vitória de Guimarães é o simétrico do Benfica, isto é joga bem e perde."

Bagão Félix, in A Bola

Antevisão...

O maior crime de sempre em Portugal - Parte V


"Assustador! Assustador! Assustador! Mas há muito mais, muito mais coisas assustadoras!
'Cantarei até que a voz me doa
Ao meu país, à minha terra, à minha gente
À saudade, à tristeza que magoa
Ao amor de que ama e morre ausente'

'290. Com efeito, no dia 12 de Dezembro de 2017, pelas 22:13:56h, o arguido Rui Pinto, fazendo uso do IP 128.31.0.13 através de formas de anonimização, criou o blogue mercadobenficapolvo.wordpress.com, acessível, à data, através do URL https://mercado-benficapolvo.wordpress.com no domínio Wordpress. 291. Aquando do registo indicou como nome de utilizador 'mercadobenficapolvo' e, como endereço electrónico, 'ose-mails-dopredroguerra@tutanota.com', tendo dinamizado o conteúdo do blogue desde a sua criação, com publicações alusivas ao mundo futebolístico, como correio para efeitos de contacto'.
Dúvidas então não existem de que foi Rui Pinto que publicou as caixas de correio electrónico de todas as pessoas do Benfica que por isso foram afectadas e todas e quaisquer pessoas que trocaram e-mails com todos estes benfiquistas, eu incluído!
Todos, mas mesmo todos, são lesados pela conduta de Rui Pinto.
Outra coisa bem diferente é a quem foram entregues estas caixas de e-mails? Quem tem a informação toda dos e-mails destas pessoas?

Rui Pinto
Três processos
Neste momento existe a correr três processos contra Rui Pinto.
Um respeita à acusação já conhecida e abrangeu todas as entidades que descrevi nos quatro artigos até aqui publicados.
Há cerca de um mês, foi extraída uma certidão do processo principal, para investigar centenas de intromissões em quase duas dezenas de entidades.
Diz a certidão o seguinte:
No âmbito da presente investigação, designadamente, da análise ao material informático apreendido ao arguido Rui Pinto, apurou-se indiciariamente que o arguido, para além dos acessos indevidos às entidades e caixas de correio constantes da acusação, acedeu igualmente a sistemas informáticos e caixas de correio de muitas outras entidades, públicas e privadas, designadamente: ao Ministério da Justiça, Rede Nacional de Segurança Interna, Liga Portuguesa de Futebol, Atlético de Madrid, Leixões Sport Clube, Urbinvest, Landscape, Fidequity, SIGA Sable, Grupo Fosun, a IURD, Vilarreal Clube de Fútbol, Futbolnly Klub ShaKhtar, FIFA, UEFA, Sport Lisboa e Benfica, Fútbol Clube Barcelona, Manchester City, Real Madrid, Inter de Milão, Juventus, Ajax, Clube Desportivo Nacional, Futebol Clube do Porto, bem como a caixas de correio dos jornais Record, Correio da Manhã, escritórios de advogados RPS, Vieira de Almeida, Vaz Serra, Abreu Advogados e Carlos Osário Castro, etc.
Este é o segundo processo.
Entretanto, desde inícios de 2017 corre também um processo autónomo que investiga todas as intromissões e divulgações do que se designou por e-mails do Sport Lisboa e Benfica.
Este é o terceiro processo.

Perfil traçado
A fls. 397 do II volume do processo em que foi acusado, lê-se quanto ao que podemos designar por perfil do hacker, o seguinte:
Técnico brilhante responsável pelo acesso a contas bancárias sediadas nas Ilhas Caimão perfeitamente coincidente com os acessos conseguidos junto do Caledonian Bank.
Além da identificação civil completa do suspeito, foi ainda efectuada pesquisa junto do SPO verificando-se que o referido indivíduo foi interveniente no Proc. 7541/13.8TDLSB (que correu termos junto da Directoria do Norte) e que se reporta a factos em tudo coincidentes com os investigados nos presentes autos.
No referido processo, o Caledonian Bank Limited formaliza denúncia por burla informático e acesso ilegítimo ao sistema informático, intromissão que viabilizou duas operações fraudelentas: 34627€ (4685726$, consumada) e 229748,76€, devolvida) - esta última visando o património da ofendida NetJets - Transportes Aéreos, SA.
Formação académica superior (universitário, com boas capacidades de expressão escrita) compatível com a licenciatura em História (junto da Universidade do Porto - UP, com frequência de programa Erasmus em Budapeste, Hungria, junto da Eõtvos Leránd University);
Do mesmo Volume II a fls 401, consta a seguinte informação:
Em seguida deslocámo-nos ao DIAP do Porto (9.ª Secção) para realizar a consulta do Proc. 7541/13.8TDLSB (vide inf. a fls. 62 e seguintes) a fim de recolher mais elementos apurados em sede de investigação dos referidos autos. Neste sentido confirmou-se pela consulta física do processo que a operação fraudulenta em causa nos autos possui o seguinte IP completo com grupo data/hora (IP 193.137.39.10 às 10/10/2013, pelas 05h46 UTC) - a fls. 288 a 292. Neste sentido, confirma-se que o IP corresponde à range associada à Universidade do Porto, apenas não tendo sido possível definir um utilizador específico (atendendo a que o registo de utilizadores se limita a uma semana!).
A fls. 307 a 309 verificou-se o proc. individual do suspeito constando-se que o suspeito, nesse período, frequentava a licenciatura de História na Fac. de Letras da UP.

Processo Cível Contra o FC Porto
Movido pelo SL Benfica
Matéria Dada Como Provada
'29. O réu Francisco J. Marques acedeu a essas informações através de um contacto prévio via e-mail com pessoa desconhecida, que lhe enviou alguns e-mails para amostragem. Convencido do interesse e veracidade dos mesmos, pediu a remessa de mais e-mails, que recebeu inicialmente no seu e-mail oficial do FCP SAD e mais tarde num e-mails encriptado criado para o efeito.
48. O FCP clube e a FCP SAD divulgaram e-mails e demais correspondência relativa ao domínio @slbenfica.pt, bem como as comunicações (telefónicas e mensagens de texto) e detêm em seu poder informação comercial/segredos de negócio das autoras, ainda que o façam através do seu director de Comunicação e Informação  (Francisco J. Marques), no canal de televisão por si detido e controlado (i.e., o canal de televisão Porto Canal da ré Porto Canal).
56. Os réus sr. Jorge Nuno Pinto da Costa, dr. Caldeira e dr. Fernando Gomes, através da liderança do primeiro, e a concordância e a adesão solidária dos segundos, definiram e definem a estratégia de comunicação das rés FCP clube, FC Porto SAD, FC Media, Porto Canal, o seu posicionamento no caso dos e-mails, as relações institucionais e empresariais daqui decorrentes, incluindo designadamente todas as actividades e actos de divulgação, que seguiram a orientação e determinação (genérica) dos réus sr. Jorge Nuno Pinto da Costa, dr. Adelino Caldeira e dr. Fernando Gomes, sob liderança do primeiro.
67. No dia 8 de Agosto de 2017, Francisco J. Marques divulgou, no mesmo programa Universo Porto - Da Bancada, indicados novos e-mails e comunicações relacionado-os com as autoras e com a prática por estas de actos ilícitos e criminais, conforme resulta das notícias da imprensa escrita de 9 de Agosto de 2017, cfr. documento n.º 14 e a gravação em CD que se juntou como documento n.º 14 do requerimento inicial da providência cautelar.
69. Francisco J. Marques volta a divulgar novos e-mails, no programa Universo Porto - Da Bancada do dia 29/08/2017, conforme Documento n.º 7 que se junta. Denunciando uma troca de e-mails entre o antigo delegado da Liga Nuno Cabral e Paulo Gonçalves.
Durante este programa, além de implicar que o árbitro Bruno Paixão teria ligações ao Benfica, Francisco J. Marques diz (46:23) 'Acabamos de estabelecer mais um árbitro com uma ligação ao Benfica, através de um intermediário. A comunicação entre o senhor Bruno Paixão e o senhor Paulo Gonçalves era estabelecida através de um intermediário chamado Nuno Cabral, e o senhor Bruno Paixão utilizava um pseudónimo, um outro nome. (47:03) Cada cavadela, cada minhoca! Isto, volto a repetir, tem proporções bíblicas! E alguém tem de pôr mão nisto. As entidades desportivas têm de, de facto, se preocupar com isto de forma muito séria, porque qualquer dia eu não sei o que é que acontece. Mas isto é um polvo gigantesco! (48:15) Isto é um escândalo! É um escândalo! E alguém tem de fazer alguma coisa. Tem de se olhar para isto! O Futebol Clube do Porto está a fazer um papel em defesa do futebol português que tem de ser louvado, porque o Futebol Clube do Porto está a desmontar a falsidade que há! É uma falsidade gigantesca!'.
O sr. Francisco J. Marques tem toda a razão! É uma falsidade gigantesca, mas dele para os outros, e não dos outros para ele.
Assustador! Assustador! Assustador! Mas há muito mais, muito mais coisas assustadoras!"

Pragal Colaço, in O Benfica

Tenho a vida cheia de mortos

"Morreu o Rui. Rui Manuel Trindade Jordão. Conheci-o bem, vi-o jogar tantas e tantas vezes, mas não assisti à magia de Londres, contra o Fulham, a meias com Eusébio. Quem viu não acreditou. Não sei como dizer adeus ao Príncipe Negro da minha nostalgia.

Tenho a vida cheia de mortos. É da idade, dirão. Quanto mais velho fico, mais são os que partem.
Restam-me as memórias.
Tenho tantas memórias, que já nem sei o que fazer com elas. Algumas escrevo.
Escrevi nestas páginas sobre tantos mortos: Eusébio, Coluna, Artur, Bento, Vítor Baptista...
Na semana passada, disse-vos que ia escrever mais um artigo sobre o Eusébio, a propósito dos jogos da selecção.
Mas morreu o Rui: Rui Manuel Trindade Jordão.
Lembro-me de quando chegou ao Benfica, em 1971. Era um miúdo. E eu mais miúdo ainda. Falavam-se maravilhas de Jordão, a Gazela de Benguela.
Para mim foi o Príncipe Negro.
Passaram-se anos, e conheci-o. Fiz-lhe entrevistas, conversámos, chegámos a jogar futebol juntos, jogos de brincadeira, claro está.
Era um tipo calado, mas tão cheio por dentro. Havia nele a arte que depois pintou. Já havia nele a arte, quando jogava.
O Benfica dos golos atrás de golos: Eusébio e Simões, e Artur Jorge, Jordão, Nené e Vítor Baptista. Cabiam todos num onze. Jimmy Hagan encaixava-os, e eles varriam os campeonatos a golos.
Uma vez, em 1996, estava eu em Inglaterra a cobrir o Campeonato da Europa, conheci um velhote num pub. Foi em Coventry. Soube que eu era português.
Falou-me de uma noite, em Craven Cottage, campo do Fulham. Os olhos brilhavam-lhe de emoção. 'Wow! What I saw!', exclamou. Começou a descrever. No meio do campo, o Benfica com a bola. De repente, alguém a mete na cabeça de Eusébio. Este para Jordão, que a devolve, também de cabeça. E Eusébio para Jordão, e Jordão para Eusébio. Cinco, seis, sete vezes, sempre a correrem, um e outro lado. O público de pé, maravilhado, sem acreditar no que os seus olhos viram.
Verdade? Lenda?
Procurei nos jornais. Sim. Muitos falam desse momento.
Eusébio e Jordão trocando bolas de cabeça por entre a equipa do Fulham.
Eram mesmo assim, os sonhos: jogadores de sonho feitos realidade.
Depois Eusébio cansou-se, deixou que a bola viesse da cabeça de Jordão para o seu pé direito e chutou. Indefensável!

Nunca disse adeus
Tenho a vida cheia de mortos e não vou a funerais.
Faço a vida cheia de mortos e não vou a funerais.
Faço como Vinicius: 'Os funerais tirei-os da minha vida. Prefiro recordar vivos os meus mortos...'
Prefiro recordar vivo Rui Jordão, embora há tanto tempo não o visse.
Detestava eventos. Detestava conversa para deitar fora. O futebol perdera o encanto, para ele que encantou. Agora encantou-se, como dizia Guimarães Rosa.
Atleta autêntico, vi-o sofrer muito.
Pernas partidas. Uma vez pelo Alberto, que chorou no fim, outra pelo José Eduardo.
Fino, elegante.
Tinha fintas desconcertantes, em velocidade, um pontapé tremendo com o esquerdo. Mas, ao mesmo tempo, uma espécie de suavidade.
Esteve no Benfica e partiu para Saragoça. 9000 contos, falou-se.
Regressou, e o Benfica não o quis, falou-se.
Foi para o Sporting. Certa vez, em Alvalade, vi-o marcar um golo frente ao FC Porto com um toque de calcanhar de fora da grande área: a bola sobrevoando o guarda-redes infeliz, em eclipse perfeita, irretocável. Que coisa linda, Rui!
Outra vez, na Luz, desfez o Feyenoord a meias com o Nené.
E, também na Luz, marcou o penálti ao Dassaev que levou Portugal ao Europeu de 1984.
E aquilo que ele e o Chalana fizeram em Marselha, à França? Francamente! É preciso um descaramento divino!
Descaramento de Divino Negro, que Jordão foi um deles.
Tinha tantos episódios para contar e, agora, calou-se. Ele que sempre foi calado, ensimesmado, tímido. Mas de uma educação, de um cavalheirismo...
Volto ao pub de Coventry. Ao velhote de olhos arregalados, com um brilho de duende de Lorca.
A bola no alto.
Jordão toca de cabeça para Eusébio, e este devolve de cabeça para Jordão. Até aí tudo normal. Mas depois o gesto repete-se. Uma e outra e outra vez. Eusébio e Jordão vão devolvendo o adversário com toques de cabeça sucessivas, percorrendo assim o espaço até à grande área. Basta! A bola sai da cabeça de Jordão para o pé direito de Eusébio. Sublime!
Parece que consigo assistir a tudo, em slow motion.
Vocês não?
Dois gatos negros num campo de lama.
O público inglês levanta-se de supetão.
Era exactamente para isto que tinha saído de casa.
Os aplausos não param.
Uma  obra de arte assim nunca se vira desde que o Fulham fora fundado, em 1879. Eram trinta mil almas em redor de um relvado na margem esquerda do Tamisa.
'No modesto campo do Fulham assistiu-se ontem à colocação de um jogador português na rampa de lançamento para o estrelato internacional', escrevia Joaquim Letria. 'Esse jogador é Jordão! O jovem africano esteve em todas. Foi dele que partiu o primeiro golo, e o total mérito do segundo golo benfiquista fica a dever-se a ele e a Eusébio (...) Um verdadeiro golo de antologia que durante muito tempo perdurará na memória de quantos assistiram ao desafio'.
Perguntem ao Joaquim Letria. Ele estava lá. Eu não.
Vi tantas e tantas e tantas vezes jogar o Jordão, mas essa não.
Jordão continuou por muitos anos a ser Jordão, e o Estádio da Luz pôde vê-lo na plenitude da sua juventude e aplaudir o seu estilo desconcertante. Depois partiu.
Rapaz discreto, homem tranquilo.
Um príncipe.
Tenho a vida tão cheia de mortos: dispensavam mais um.
A última vez que estive com o Jordão ele parecia um fantasma, desvanecendo-se aos poucos.
Conseguia estar em todo o lado como se não estivesse.
Já em campo era assim: não estava e aparecia, de repente, e uma luz brilhava de paixão incontida.
Vejo-o sair pela porta clara dos que vivem para sempre. Encantados, não mortos.
Vejo que não olha para trás, o futebol ficou na relva, não nas palavras. Ele tinha jeito com as palavras, mas não as gastava. Devia dar-lhes um valor grande.
Quero acenar-lhe, mesmo à distância, alguns derradeiro.
Mas, agora que penso nisso, nunca o vi dizer adeus. Ia-se embora e nada mais.
Como agora, na frieza de um hospital, traído pelo coração.
Vai ficando cada vez mais longe, como uma sombra.
O Príncipe Negro da minha nostalgia..."

Afonso de Melo, in O Benfica

Uma aventura na cidade

"A curiosidade acerca do novo estádio levou a que dois pequenos benfiquistas acabassem perdidos em Lisboa

Os anos de 1953 e 1954 ficaram marcados pela construção do Estádio do Benfica, levando muitos lisboetas a querer acompanhar de perto a edificação do recinto. Na capital, era o tema mais falado entre todos os adeptos, um marco perto de se concretizar. Era o sonho de todos os benfiquistas, independentemente da sua idade.
Vítor Manuel e Pedro Manuel não fugiram à regra. Fiéis amigos de quatro e dois anos e meio, que moravam 'ali para as bandas do Areeiro' e que se encontravam todos os dias na rua para brincarem, na manhã de 19 de Julho de 1954 alteraram a sua rotina. Vítor, o mais velho nos dois, cujo pai era primo de José Maria Nicolau, ouvia constantemente falar do Estádio do Benfica. Apesar de não saber do que se tratava, pensava: 'se é do Benfica tem que ser uma coisa boa'. Assim, decidiu, juntamente com Pedro, visitar o recinto. O petiz tinha ido em tempos ao Campo do Grande e achava que era ali que se estava a construir o tal estádio. Seguiram rumo a essa direcção, de 'mãos dadas - o Vítor protegendo o Pedro - ei-los que aí vão em demanda do Campo do Benfica'.
Como seria de esperar, 'perderam-se, deram voltas e mais voltas'. As horas passavam e os pais de ambos notaram a sua ausência e, depois de os procurarem, temeram que tivessem sido raptados. Instalou-se o pânico para os lados do Areeiro! Só perto da meia-noite, 'depois dos aflitíssimos pais terem percorrido Lisboa inteira à procura dos fugitivos (...), foram encontrados, sentadinhos, muito quietos, ali para as bandas da Alameda das Linhas de Torres - já um pouco distantes do Campo que eles queriam ver, e não viram'.
Todavia, esta história teria um final ainda mais feliz. A aventura dos pequenos benfiquistas chegou ao conhecimento de Carlos Octávio de Almeida, membro da Comissão Central, que foi buscá-los para que fossem ver os campos do Benfica. Depois de uma passagem pelo Campo do Campo Grande, visitaram, finalmente, o grande Estádio do Benfica, que tanto tinham ambicionado conhecer. 'E eles lá foram, gritando, de quando em vez, o seu benfiquismo, ostentando nos peitos juvenis os emblemas que lhes (foram oferecidos) e não largando das mãos pequeninas as bolas' presenteadas pelo dirigente 'encarnado', entre discussões de qual deles seria o mais benfiquista.
Pode saber mais sobre esse e os outros campos do Benfica na área 17 - Chão Sagrado do Museu Benfica - Cosme Damião."

Marisa Manana, in O Benfica

Valorização da responsabilidade social

"A pronta adesão do Sport Lisboa e Benfica, cujo pioneirismo foi merecedor de destaque por parte da UEFA, à iniciativa #EqualGame, promovida pela entidade reguladora do futebol europeu para combater a discriminação, não foi fruto do acaso ou da mera circunstância.
Pelo contrário, insere-se numa estratégia claramente assumida como prioridade, caracterizado pela constante valorização da responsabilidade social que o Clube entende que deve assumir.
Esta postura, concretizada em acções concretas e em benefícios a quem mais deles necessita, sempre fez parte da nossa identidade, tendo sido fortemente impulsionada nos últimos anos, nomeadamente através da criação e acção da Fundação Benfica, da dinâmica crescente das Casas do Benfica e até do próprio Clube, principalmente mas não só através da promoção da prática da actividade desportiva, do reforço do ecletismo e da promoção da vertente feminina do desporto.
A responsabilidade social está cada vez mais presente nas actividades diárias do Sport Lisboa e Benfica, sendo raro o dia em que não haja algo a assinalar neste domínio, e esta é uma aposta que continuará a ser reforçada a vários níveis.
A Fundação Benfica manterá o seu papel preponderante neste desígnio, persistindo nos projectos em curso, cujos méritos são bem conhecidos, e focando-se na ampliação da rede de beneficiários, sem desprimor para novas iniciativas como é o caso da recente “Show racism the red card” – Mostra o cartão vermelho ao racismo – que visa promover a diversidade e inclusão através de um programa de dois anos assente em conteúdos de combate ao racismo e discriminação.
E também as Casas do Benfica, em processo de modernização conceptual, sob a designação Casas do Benfica 2.0. A aposta na nova geração de Casas do Benfica, a que já assistimos à inauguração na cidade da Praia e na Covilhã, visa, simultaneamente, reforçar a ligação dos sócios e adeptos ao Clube, estimular os laços com as comunidades locais e proporcionando também a prática desportiva em todo o País a milhares de jovens.
O Sport Lisboa e Benfica é cada vez mais um Clube solidário, ciente da sua responsabilidade social e empreendedor na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Todos contam!"

O suicídio e o preconceito do treinador português

"A ideologia chegou com maus modos e quem dela discordar, ui ui, leva logo com a sentença da brigada dos bons costumes tácticos: «bola para a frente? Tsssss, tssssss, que heresia, que pobreza, que incompetência, ó céus!».
O preconceito metastizou-se pelos blocos de notas dos treinadores, sarrabiscou a eficácia em detrimento do politicamente correto e - à boleia dos saturantes discursos dos bitaiteiros de horário nobre em canais esterilizados - criou um corredor higiénico (andava mortinho por escrever isto) para a separação de pensamentos.
1. De um lado os discípulos da sacrossanta construção em passe curto a partir do guarda-redes, no matter what.
2. Do outro, onde me incluo, os que percebem que toda a regra deve ter excepção e que uma doutrina levada ao extremo do mais radical fundamentalismo deixa de ter a capacidade de servir uma equipa. 
Gosto muito do futebol apoiado, da tentativa de jogar de pé para pé, da tabela em apoio frontal e da capacidade de gerir o jogo com bola. É esteticamente inatacável e pode ser tremendamente eficaz, se feito nos momentos certos e nos jogos adequados.
Detesto é ver uma equipa a suicidar-se em nome do preconceito (ou preconceitos) do seu treinador. Nas últimas semanas, e já nas duas/três épocas anteriores, a quantidade de golos imbecis sofridos por culpa de uma perda de bola em zona proibida é o retrato ridículo desta nova ordem do futebol «moderno».
De forma resumida, é assim: o guarda-redes toca curto para um defesa e, apesar da pressão alta do adversário a fechar linhas de passe e a ameaçar o roubo, a equipa em posse recusa olhar para o corredor de salvação: bola na frente, em busca de profundidade ou da conquista de uma segunda bola.
Há equipas tão cegas na ortodoxia desta invenção, tão cegas dizia, que preferem perder a bola (e sofrer um golo idiota) a afastar o perigo para longe de uma forma não aceitável aos olhos do seu técnico.
Isto, para mim, não faz nenhum sentido. «Morri agarrado às minhas ideias»? Poupem-me.
O único objectivo do futebol é meter a bola na baliza oposta. Se houver qualidade para fazê-lo em posse - cuidada e eficiente -, óptimo, perfeito. Adoro esse futebol. Se não houver, como tantas vezes não é, é intolerável o haraquíri por opção. O suicídio de honra como forma… de vida.

PS1: um passe na frente, longo, pode e deve ser bem feito, em busca de espaço nas costas da defesa contrária ou de um homem capaz de segurar ou ganhar no ar. A partir daí, num segundo momento, a equipa ganha conforto para ter bola e tentar criar desequilíbrios. Em zonas do campo mais sensatas. 

PS2: esta Opinião nasce depois de jogos e jogos em que assisto a erros de profissionais que sempre me pareceram imperdoáveis até em amadores. O exemplo mais mediático chegou do Dragão (FC Porto-Famalicão), mas basta ver outros resumos de jogos da nossa Liga para encontrar duas mãos cheias de instantes de perdas de bola ridículas na primeira fase de construção. Refiro-me, em concreto, aos treinadores portugueses apenas por conhecer melhor a nossa realidade."

Chama Imensa... Marinho, Bernardo, Diogo & Rola

Benfica FM - Lyon e Tondela...

Râguebi na linha da frente da luta contra o match-fixing

"Não tendo ainda qualquer episódio de combinação de resultados, o râguebi é claramente uma das modalidades que leva mais a sério a ameaça de combinação de resultados.

O Campeonato do Mundo de râguebi, o maior evento desportivo de 2019, disputa-se pela primeira vez na sua história em solo asiático. Um desafio enorme atendendo ao histórico fora do continente europeu, mas que a capacidade organizativa do Japão está a superar com distinção.
O râguebi orgulha-se, por vezes em excesso, dos seus valores e nomeadamente das suas diferenças com o seu rival de campo, o futebol. Mas é na verdade desportiva que râguebi pode continuar a orgulhar-se de estar na linha da frente. O TMO, o videoárbitro do râguebi, estreou-se em 2001 e continua a ser inspirador nomeadamente para o futebol.
Em matéria de integridade e, nomeadamente, em matéria de match-fixing, a federação internacional (World Rugby) e a sua equipa de integrity continuam a realizar um notável trabalho, sem tréguas, e igualmente inspirador.
Os números são claros e por muito que constituam uma enorme alavanca financeira para o desporto mundial, são também uma enorme ameaça. Estima-se que o mercado regulado de apostas no desporto a nível mundial represente anualmente 1,69 mil milhões de euros e a velha máxima “onde há jogo, há crime” obriga a um trabalho redobrado de pedagogia e prevenção.
Todas as selecções foram visitadas, já em território nipónico, e sensibilizadas para as consequências de eventuais apostas dos seus membros.
O râguebi não tendo ainda qualquer episódio de combinação de resultados, é claramente uma das modalidades que leva mais a sério esta ameaça. E o sinal foi dado de forma inequívoca. O treinador-adjunto da selecção galesa, Rob Howley, já em Kytakyushu, uma semana antes da estreia do País de Gales no Mundial foi afastado da competição por alegada infracção do artigo 6.º do regulamento da World Rugby.
Esta decisão, se por um lado demonstra a extraordinária e rápida reacção da World Rugby, mas por outro revela que há ainda um largo caminho a trilhar. Estamos perante uma das melhores selecções do mundo, altamente profissional, e, pelos vistos, a tentação ou desconhecimento podem ter destruído uma carreira imaculada.
E é esta a mensagem que o râguebi quis deixar. Ninguém é impune e todos podem ser vítimas.
As apostas vieram para ficar e o desporto profissional já percebeu a sua importância, atente-se à discussão nos EUA sobre a entrada das apostas na NCAA.
É certo que os regulamentos ainda não são uniformes sobre quem pode ou quem não deve. Acredito que os ventos do Oriente nos dizem que todos os intervenientes no desporto deviam estar impedidos de apostar, sob pena de qualquer dia de estarem a apostar sobre a sobrevivência da sua modalidade."

Benfiquismo (MCCCXXXVII)

Dar Luz!!!

Lixívia 8


Tabela Anti-Lixívia
Benfica..... 21 (0) = 21
Corruptos. 21 (+3) = 18
Sporting.. 14 (+4) = 10

Regresso da Liga, estranhamente 'calmo', sem grandes Casos de arbitragem... sendo que o único possível 'erro' foi bem resolvido no Alvalixo pelo VAR!

Mas aquilo que marcou mesmo esta jornada, foram os 'brindes' do Famalicão, nos três golos dos Corruptos!!! Nos três golos!!! Coincidências...

Em relação ao nosso jogo em Tondela, como era esperado, está tudo a 'cair' em cima do Tino:
A falta para Amarelo do Tino, num lance onde ele escorrega, é antecedida por uma falta claríssima não assinalada sobre o Grimaldo, aparentemente o protocolo do VAR neste caso nunca seria aplicável!!! Nas faltas que se seguiram, como eu escrevi na crónica do jogo, tendo em conta o critério largo do Macron no capítulo disciplinar, para as duas equipas, em nenhuma ocasião o Florentino devia ter levado o 2.º Amarelo!


Anexos (I):
Benfica
1.ª-Paços de Ferreira(c), V(5-0), M. Oliveira (L. Ferreira), Prejudicados, (6-0), Sem influência
2.ª-B SAD(f), V(0-2), Veríssimo (Xistra), Prejudicados, (0-4), Sem influência
3.ª-Corruptos(c), D(0-2), Sousa (Almeida), Prejudicados, Impossível contabilizar
4.ª-Braga(f), V(0-4), Almeida (Rui Costa), Prejudicados, Beneficiados, (1-4), Sem influência
5.ª-Gil Vicente(c), V(2-0), Pinheiro (L. Ferreira), Nada a assinalar
6.ª-Moreirense(f), V(1-2), Soares Dias (Mota), Nada a assinalar
7.ª-Setúbal(c), V(1-0), Martins (Esteves), (2-0), Sem influência
8.ª-Tondela(f), V(0-1), Miguel (Nobre), Nada a assinalar

Sporting
1.ª-Marítimo(f), E(1-1), Martins (Hugo), Beneficiados, (1-0), (+1 ponto)
2.ª-Braga(c), V(2-1), Godinho (Nobre), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
3.ª-Portimonense(f), V(1-3), Xistra (V. Santos), Beneficiados, (2-3), Impossível contabilizar
4.ª-Rio Ave(c), D(2-3), Pinheiro (Narciso), Beneficiados, Prejudicados, (3-5), Sem influência
5.ª-Boavista(f), E(1-1), Sousa (V. Ferreira), Beneficiados, (2-1), (+1 ponto)
6.ª-Famalicão(c), D(1-2), Hugo (Nobre), Nada assinalar
7.ª-Aves(f), V(0-1), Xistra (Nobre), Nada a assinalar
8.ª-Guimarães(c), V(3-1), Soares Dias (Narciso), Nada a assinalar

Corruptos
1.ª-Gil Vicente(f), D(2-1), Almeida (Xistra), Nada a assinalar
2.ª-Setúbal(c), V(4-0), Mota (V. Santos), Nada a assinalar
3.ª-Benfica(f), V(0-2), Sousa (Almeida), Beneficiados, Impossível contabilizar
4.ª-Guimarães(c), V(3-0), Xistra (Nobre), Beneficiados, Prejudicados, (4-2), Impossível contabilizar
5.ª-Portimonense(f), V(2-3), Rui Costa (V. Santos), Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)
6.ª-Santa Clara(c), V(2-0), Godinho (Rui Oliveira), Beneficiados, (2-1), Impossível contabilizar
7.ª-Rio Ave(f), V(0-1), Almeida (Sousa), Beneficiados, Impossível contabilizar
8.ª-Famalicão(c), V(3-0), Veríssimo (L. Ferreira), Nada a assinalar

Anexos (II):
Árbitros:
Benfica
M. Oliveira - 1
Veríssimo - 1
Sousa - 1
Almeida - 1
Pinheiro - 1
Soares Dias - 1
Martins - 1
Miguel - 1

Sporting
Xistra - 2
Martins - 1
Godinho - 1
Pinheiro - 1
Sousa - 1
Hugo - 1
Soares Dias - 1

Corruptos
Almeida - 2
Mota - 1
Sousa - 1
Xistra - 1
Rui Costa - 1
Godinho - 1
Verissimo - 1

VAR's:
Benfica
L. Ferreira - 2
Xistra - 1
Almeida - 1
Rui Costa - 1
Mota - 1
Esteves - 1
Nobre - 1

Sporting
Nobre - 3
Narciso - 2
Hugo - 1
V. Santos - 1
V. Ferreira - 1

Corruptos
V. Santos - 2
Xistra - 1
V. Santos - 1
Almeida - 1
Nobre - 1
Rui Oliveira - 1
Sousa - 1
L. Ferreira - 1

Jogos Fora de Casa (árbitros + VAR's)
Benfica
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Almeida - 1 + 0 = 1
Soares Dias - 1 + 0 = 1
Miguel - 1 + 0 = 1
Xistra - 0 + 1 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1
Mota - 0 + 1 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1

Sporting
Xistra - 2 + 0 = 2
Martins - 1 + 0 = 1
Sousa - 1 + 0 = 1
Soares Dias - 1 + 0 = 1
Hugo - 0 + 1 = 1
V. Santos - 0 + 1 = 1
V. Ferreira - 0 + 1 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1

Corruptos
Almeida - 2 + 1 = 3
Sousa - 1 + 1 = 2
Rui Costa - 1 + 0 = 1
Xistra - 0 + 1 = 1
V. Santos - 0 + 1 = 1

Totais (árbitros + VAR's):
Benfica
Almeida - 1 + 1 = 2
L. Ferreira - 0 + 2 = 2
M. Oliveira - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Sousa - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Soares Dias - 1 + 0 = 1
Martins - 1 + 0 = 1
Miguel - 1 + 0 = 1
Xistra - 0 + 1 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1
Mota - 0 + 1 = 1
Esteves - 0 + 1 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1

Sporting
Nobre - 0 + 3 = 3
Xistra - 2 + 0 = 2
Hugo - 1 + 1 = 2
Narciso - 0 + 2 = 2
Martins - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Sousa - 1 + 0 = 1
Soares Dias - 1 + 0 = 1
V. Santos - 0 + 1 = 1
V. Ferreira - 0 + 1 = 1

Corruptos
Almeida - 2 + 1 = 3
Xistra - 1 + 1 = 2
Sousa - 1 + 1 = 2
V. Santos - 0 + 2 = 2
Mota - 1 + 0 = 1
Rui Costa - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1
Rui Oliveira - 0 + 1 = 1
L. Ferreira - 0 + 1 = 1

Jornadas Anteriores:
Jornada 1
Jornada 2
Jornada 3
Jornada 4
Jornada 5
Jornada 6
Jornada 7

Épocas anteriores:
2018-2019

Mais um palhacito!!!


"No rescaldo do jogo que opôs o Flamengo ao Centro Sportivo Alagoano, enquanto Jorge Jesus, em conferência de imprensa, respondia às questões que lhe eram colocadas pelos diversos jornalistas presentes na sala, um jornalista português do Jornal de Notícias (JN), Miguel Gaspar, decide cobrir-se de ridículo fazendo um prelúdio dos mais parciais e tendenciosos de que há memória. Aconselhamos os nossos leitores a visualizar o vídeo que aqui disponibilizamos para melhor entenderem o nível de surrealismo e total alheamento do código deontológico pelo qual deveria reger a sua actividade profissional.
Tudo isto levanta questões pertinentes que aqui deixamos:
O que leva um jornalista, ou espécie de, a atravessar o Atlântico para dizer, orgulhosamente, que representa o Jornal de Notícias do Porto? Não deveria antes dizer que representava o JN de Portugal?!
Qual relevância jornalística há para se dizer adepto do Sporting CP e de uma maneira tão convicta como o fez?
Que moral tem este senhor para afirmar que o campeonato de 2015/2016 foi injustamente atribuído ao SL Benfica, e pior, catalogá-lo de "O campeonato dos Padres"? 
O Jornal de Notícias irá demarcar-se desta injuriosa e deplorável intervenção do seu representante?
O código deontológico da profissão que representa este senhor "jornalista", diz o seguinte:
1. O jornalista deve relatar os factos com rigor e exatidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público;
2. O jornalista deve combater a censura e o sensacionalismo e considerar a acusação sem provas e o plágio como graves faltas profissionais;
Parece-nos bastante evidente que o "jornalista" em causa, quebrou gravemente estes dois pontos. 
Miguel Gaspar é apenas mais um soldadinho do verdadeiro Polvo ao serviço dos seus chefões, Manuel Tavares e Francisco J Marques, mestres a cultivar a mentira, a falsidade e o anti-Benfiquismo primário por esse Mundo fora. Ficaremos à espera que o JN se retrate e se demarque desta intervenção lamentável deste seu representante, mas neste caso, o melhor mesmo é ir buscar uma cadeira e esperar sentados confortavelmente."

Palhaçada!!!


Tentem não rir. Competição? Verdade desportiva?
Ahahahahahaahahahahahah...



Um pequeno reminder: o jovem que oferece a bola ao avançado do Calor da Noite no 2º golo é apenas o filho da puta que, ao que parece, recebeu dinheiro do Calor da Noite para dizer que o Benfica o comprou num jogo. Isto nunca será provado obviamente. Mas todos nós o sabemos.



Vejam a reacção desse jovem idóneo ao fazer o passe para Soares e a reacção a esse mesmo passe. Está tudo dito. O arsenal de golos oferecidos por defesas ou guarda redes no estádio do Calor da Noite nos últimos anos é qualquer coisa de surreal. Coincidências às dezenas! Hoje foi apenas mais uma vitória comprada nos bastidores do defunto futebol Português."

Arquivo da Fruta, in Facebook

Cadomblé do Vata (série Lageana...)

""O Benfica está cada vez mais perto de perder pontos" é a frase mais lida nas últimas horas e é factual. Quando ganhas 25 jogos em 27, ficas mais perto de perder pontos porque já há algum tempo que ultrapassaste os números normais. Se 25 em 27 fosse fácil, ontem Bruno Lage não teria igualado o recorde de Villas Boas. Quando regra geral as séries vitoriosas somam 5 ou 6 de seguida e tu já vais em 13 sem sair de cima em campo alheio, claramente estás a bater à porta do desaire e não há resultadismo factual nem exibicionalismo subjectivo que possa contrariar o normal correr da história.  
A série Lageana seria à prova de chumbo não se desse o caso de estar em cena no Sport Lisboa e Benfica. Cada vez mais a lógica "não basta ganhar" se aplica e bem à nossa exigência, que resiste bravamente a garrafões de soporífero de Tondela, para mesmo com 3 pontos no bolso gritarmos a plenos pulmões "joguem à bola", mensagem que nos dias que correm, aceitaríamos de bom grado que fosse incluída nas alterações ao Mais Belo Emblema, por ser herança história que deve ser recordada, quer estejam em campo Valdo e Paneira ou Cervi e Seferovic.
Acontece contudo, que não descurando a importância exibicional de uma actividade que é na sua essência um "espectáculo" pago a peso de ouro, não sou ingénuo ao ponto de trocar a soma de pontos pela nota artística, sendo esta a tábua de salvação que vai sustendo a pobreza futebolística que de repente passou a invadir os relvados onde jogamos. Exacerbando a solidez defensiva que nos é tão historicamente estranha e apontando a estadia prolongada no topo da classificação como tranquilizantes, acredito em melhores dias ofensivos, porque quem por lá anda já os proporcionou em quantidades principescas. Em bom treinadores de balcão, "é tudo uma questão de jogar mais para a frente e menos para o frete". De preferência a começar já pelos 2 próximos irritantes adversários caseiros."

O scouting do Benfica e Luís Campos

"Em 2017-2018 jogavam no Campeonato Argentino German Conti, Cristian Lema e Lisandro Martinez. Todos jogavam em equipas do meio da tabela. O Colón de Conti ficou em 11º, o Belgrano de Lema ficou em 13º e o Defensa y Justicia ficou em 9º. Os três jogadores fizeram entre 24 e 28 jogos pelas respectivas equipas. O Benfica decidiu contratar Conti e Lema. Conti veio a 3.5M. Lema veio a custo zero - apesar de já sabermos que isso implica um prémio de assinatura maior. O Defensa y Justicia assinou em definitivo com Lisandro Martinez nessa altura que estava emprestado pelo Newell’s por 2M. Seis meses mais tarde, o Ajax iria contratar o argentino deixando-o ficar na Argentina até ao final da época. Hoje o Lisandro Martinez é titularíssimo no Ajax, já é internacional argentino, fazendo até várias posições. O Lema está emprestado ao Newell’s e o Conti tem 10 jogos pelo Benfica.
O Benfica foi à Argentina procurar centrais. Os responsáveis do clube devem ter visto vários jogos, mas acabaram por trazer dois jogadores perfeitamente banais que não tinham lugar no Vitória de Guimarães, quanto mais no Benfica, deixando o craque para o Ajax. Parece mais que o Benfica viu a notícia que Lema e Conti tinham sido os dois melhores centrais da Argentina e nem viu os jogos. 
Enganem-se se pensarem que isto é caso único. Em 2017 o Benfica contratou para a equipa principal Bruno Varela (que está emprestado ao Ajax), Mile Svilar (que está a jogar na equipa B), Douglas (que está no Besiktas), Mato Milos (que assinou em definitivo pelo Aves), Filip Krovinovic (que está emprestado ao WBA), Gabriel Barbosa (que está no Flamengo) e Haris Seferovic. Em Janeiro de 2018 foram buscar um sueco ao Malmo que chegou a jogar e já voltou ao Malmo. No verão de 2018, Vlachodimos, Corchia (que o Sevilla emprestou ao Espanyol), Ebuehi (que ainda não se estreou na equipa principal), Conti, Lema (que está emprestado no Newell's, Gabriel, Alfa Semedo (que está emprestado ao Nottigham), Nicolas Castillo (que já vendemos ao América) e Facundo Ferreyra (que está emprestado ao Espanyol). Ou seja, sobram Vlachodimos, que tentámos substituir durante o verão, Svilar, Conti, Gabriel e Seferovic. Desses talvez o Svilar, o Gabriel e o Seferovic sejam os únicos jogadores com talento acima da média (e o Seferovic aqui pesa bem mais a sua época passada e não a deste ano ou a do primeiro ano).
Bem sei que é impossível acertar todas as contratações. Mas falhar quase todas só é possível perante uma dose monumental de incompetência. É nessa realidade que nós estamos. O Benfica é extremamente incompetente a contratar. Não podem dizer que é porque pagamos pouco, porque o Ferreyra veio receber para um salário astronómico para a realidade dos clubes fora do top15 europeu. Nós contratamos mal porque o nosso scouting é mau. Basta ver o exemplo inicial que dei onde trouxemos dois centrais de um Campeonato e mesmo assim deixámos o melhor lá. Mesmo quando o nosso scounting descobre talento é quase por acaso. Basta relembrar que descobrimos o Chiquinho na Académica e oferecemos 50% do passe dele ao Moreirense no mês seguinte, para um ano depois irmos lá buscá-lo de novo. Ninguém tem uma bola de cristal. Mas falhar assim tanto é demais.
Nesta mesma altura, Luís Campos, um infame treinador português, começou a trabalhar como Director Desportivo do Lille. Em 2017-18 o Lille foi buscar Nicolas Pépé que vendeu ao Arsenal por 80M, Kévin Malcuit que já vendeu ao Nápoles por 12M e Thiago Mendes que já vendeu ao Lyon por 22M. Em 2018-19 foi buscar o Zeki Celik, que é um dos laterais direitos mais promissores do mundo, Jonathan Bamba a custo zero que fez 41 jogos e 14 golos, e Rafael Leão que já vendeu 23M ao AC Milan. Este ano já foi buscar Tiago Djálo, Renato Sanches, Yusuf Yazici e Victor Osimhen que têm sido titulares no Lille. O Osimhen leva 7 golos. O Yazici já se fartou de fazer assistências. O Lille é hoje uma referência na Europa, como nós somos, de talento jovem. Vive assente dentro de uma estratégia de Luís Campos que é inegável que tem resultados incríveis. O Lille sabe descobrir talento como poucos clubes o fazem.
Já nós, vivemos do que o Seixal nos dá. Se for muito bom e jogue na frente de ataque já sabemos que só dura até ao próximo mercado abrir. Se for muito bom e jogue atrás talvez dure um ou dois anos. Se não houver nada, metemos o nosso scouting a trabalhar e garantimos que temos um cepo a jogar no Benfica.
O nosso scouting é hoje um dos nossos principais problemas. O Benfica não sabe descobrir talento. É péssimo a fazê-lo. Vivemos em exclusivo do Seixal. Não há estratégia nenhuma. Não há ideias. Não há planos. É isto que é o Benfica em 2019/2020. O Benfica está podre a nível de scouting porque não há accountability nesta área. Corre bem? Boa. Corre mal? Boa na mesma. Ninguém sai responsabilizado. É incrível como andamos há anos a contratar mal mas nunca ninguém é despedido. E isto tem efeitos no nosso futebol. Nós vamos sentir isto na pele muito em breve. A nossa equipa sem o João Félix já metia dó. Agora sem o Rafa também vai ser doloroso de assistir.
O Benfica precisa urgentemente de um Director Desportivo. Alguém que acima de tudo assuma as responsabilidades por contratar jogadores péssimos. Alguém que pense nas transferências que faz no curto, no médio e no longo prazo. Estamos na nossa melhor fase a nível financeiro. Temos capacidade para gastar 40M em dois jogadores. Mas conseguimos tirar rendimento do dinheiro que investimos. Temos que dar o próximo passo. Há dois homens que me parecem indicados para o trabalho e que acredito que estejam bem dentro do nosso alcance, bem como estariam interessado: José Boto ou Luís Campos. Numa altura em que as eleições se aproximam, deixo o desafio às eventuais candidaturas para que apresentem nomes para Director Desportivo. Deixem o Futebol para quem percebe de Futebol e que o Presidente se foque na estratégia global do clube."


PS: O Luís Campos tem feito de facto, uma grande trabalho como Director Desportivo, pelos Clubes onde passou, a diferença é que no Lille por exemplo, a pressão, jogo a jogo, jornada a jornada, é completamente diferente... não existe a cobrança imediata, que temos no Benfica, é muito mais 'fácil apostar e dar tempo a contratações! Dito isto, reitero, como treinador era um zero, mas como 'contratador' praticamente não falha!!!

Vizela

Decorreu hoje o sorteio da 4.ª eliminatória da Taça de Portugal, tendo saído ao Benfica em 'sorte' o Vizela! Como se costuma dizer, podia ter sido 'pior', mas também podia ter sido 'melhor'!!!
O Vizela é uma das melhores equipas do CP, candidatos à subida de divisão, provavelmente com um nível idêntico ao Alverca (que eliminou os Lagartos), não muito diferente do valor do Cova da Piedade que eliminámos na ronda anterior...!!!
Teria sido preferível jogar na Luz, assim somos obrigados a mais uma viagem na véspera, isto após a paragem das Selecções, com os jogadores a chegarem às 'pinguinhas' e vamos ver em que estado!!!
O jogo muito provavelmente será jogado na Sexta...

(CP) Vizela-Benfica (LN)
(LN) FC Porto-V. Setúbal (LN)
(LN) Braga-Gil Vicente (LN)
(CP) Pedras Salgadas-Canelas (CP)
(LP) Varzim-Loures (CP)
(CP) Leixões-Santa Clara (LN)
(CP) Anadia-SC Beira-Mar (CP)
(CP) Sertanense-Farense (LP)
(LN) Paços de Ferreira-Sanjoanense (CP)
(LN) Famalicão-Académica (LP)
(LP) Ac. Viseu-Feirense (LP)
(LN) Moreirense-Mafra (LP)
(CP) Espinho-Arouca (CP)
(CP) Sintra Football-Marinhense (CP)
(LN) Rio Ave-Alverca (CP)
(LP) Chaves-Belenenses SAD (LN)

Grandes vencem com tons diferentes

"O bom jogo do FC Porto, o bom resultado do Benfica e o balão de oxigénio que duas vitórias significaram para Frederico Varandas

Em jornada de triunfos dos três grandes, as sensações que chegaram de Tondela, do Dragão e de Alvalade tiveram matizes diferentes. O FC Porto, que tantas dificuldades revelara frente ao Glasgow Rangers, aplicou um golpe de autoridade ao Famalicão, até ontem líder da Liga, e revelou uma saúde que poucas vezes, ao longo desta época, tinha sido vista por aquelas paragens. Sérgio Conceição, que está, como se viu no fim do jogo, em estado de alerta quanto a algumas críticas, encontrou uma base que, para as encomendas internas, vai chegando. Já Bruno Lage vive tempos de maior ansiedade, essencialmente porque o Benfica não apresenta um fio de jogo sequer próximo da época passada. As saídas de João Félix e Jonas explicam tudo? É evidente que cada um desses jogadores seria virtualmente impossível de substituir, pelo génio, pela qualidade e pela influência. E Taarabt, por mais boa vontade que tenha, está a anos luz de qualquer um deles, Raul de Tomas continua a ser peixe fora de água no Benfica e Chiquinho, que tanto prometeu, só agora regressou de lesão. Mas o défice exibicional dos encarnados vai para além das ausências de Félix e Jonas, e esse facto, indesmentível, deve merecer resposta rápida de Bruno Lage. Para já, no âmbito nacional e em termos de pontuação, os danos provocados pelo pior jogo apresentado circunscreverem-se à derrota caseira com o FC Porto. Mas, pelo que foi possível ver ontem em Tondela, se não houver um upgrade na prestação da equipa, tantas vezes vai o cântaro à fonte, que numa delas lá fica...
Já em Alvalade o filme é outro, mais complexo e mais decisivo. O Sporting passa por um dos períodos mais delicados da sua existência, com sérias fracturas internas e uma gritante dificuldade financeira, a que se aliou um início de temporada da equipa de futebol abaixo dos mínimos exigíveis.
Já escrevi, neste espaço, mais do que uma vez, que a pacificação do clube passa muito pelos resultados do futebol, o que é redutor, mas traduz a realidade da nossa (parca) cultura desportiva. E, nesse particular, foi uma grande semana para Frederico Varandas.

PS - Depois da imprudente decisão de protestar o jogo da Taça, em Alverca, que levou a um embaraço generalizado na nação leonina, o Sporting teve o bom senso de não recorrer da decisão desfavorável. Valha isso...

Ás
Ricardo Sá Pinto
Portugal ultrapassou a Rússia no ranking da UEFA e para essa grande notícia tem contribuído, em boa percentagem, o SC Braga de Sá Pinto, vencedor em Moscovo, Wolverhampton e Istambul. É notável o grau de desinibição dos arsenalistas em palcos exigentes, o que traduz um crescimento que apraz registar.

Ás
Frederico Varandas
Parece que percebeu que, ao ir para a guerra com a Juve Leo e o Directivo XXI, não tem margem de recuo. Até ver, as medidas que tomou foram corajosas e coerentes, absolutamente inéditas na história do Sporting, de 1976 para cá. Mas o caminho que tem pela frente continua pejado de obstáculos e dificuldades...

Rei
Bruno Lage
Será justo não dar um Ás ao treinador de uma equipa que ganhou três jogos seguidos, na Taça, na Champions e na Liga? Em tese, esta seria uma opção questionável. Porém, o nível exibicional do Benfica é baixo, a coesão da equipa não convenceu e, ou há um clique que leve as águias para outro nível ou o horizonte é sombrio.

Jorge Jesus está a mexer com o futebol do Brasil
«Jorge Jesus está dando uma aula para os treinadores brasileiros. Espero que o Tite tenha ido ao Maracanã e aprendido um pouco...»
Edmundo, ex-internacional brasileiro
Os resultados são claros e a qualidade do futebol praticado pelo Flamengo não deixa dúvidas. Ma Jorge Jesus deverá encarar com alguma prudência a onda de elogios que está a ouvir no Brasil e que tem deixado enclumados os treinadores do pais pentacampeão do mundo. Porque não lhes é fácil reconhecer que esta reciclagem a que estão a ser obrigados só lhes faz bem.

Depois da derrota, uma capa 'all black'...
O Herald on Sunday, da Nova Zelândia, não fez por menos, pintou a capa de preto e escreveu: «Os All Blacks estão fora do Campeonato do Mundo, se quiser ler mais vá às páginas de desporto». No final do Mundial de râguebi, vão estar Inglaterra e África do Sul, um duelo norte-sul pela taça mais desejada, a Webb Ellis...

Afundar sem saltar
Tacko Fall, nascido no Senegal há 23 anos, estreou-se na NBA ao serviço dos Boston Celtics e conseguiu um afundanço, sem tirar os pés do chão, graças aos 2,29 metros com que nos olha de cima para baixo. Entre Fall e Muggsy Bogues, que jogou na NBA em catorze temporadas (1987/2001), há uma diferença de 69 centímetros, e mesmo assim Bogues conseguia afundar, desfiando a lei da gravidade que o afastava do cesto. Ou seja, os homens não se medem aos palmos, nem mesmo no universo do basquetebol, onde o talento conta mais..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Marcar e gerir

"Bruno Lage foi mais racional que emocional. Preferiu guardar a vantagem a aumentá-la

Razão em vez de emoção
1. O Benfica não conseguiu encontrar soluções na fase de decisão para desequilibrar a bem organizada equipa do Tondela, tendo obtido o golo na melhor fase do seu adversário, no que foram as oportunidades de finalização. Com uma entrada pressionante, o Benfica na sua organização ofensiva deu muita profundidade a Grimaldo (quer em largura, quer por dentro). Esta profundidade associada por vezes a uma lenta recuperação defensiva, levou o Benfica a algum desposicionamento colectivo,  tendo o Tondela aproveitado para criar as suas melhores oportunidades de golo. Numa fase em que o Tondela começa a acreditar que pode marcar, aparece o golo do Benfica para tranquilizar e passar a girar o jogo de uma forma mais racional e menos emocional.

Organização ofensiva com bola
2. Benfica procurou alternar saídas de bola por fora e por dentro. Quando a saída era por fora as referências eram os laterais (mais vezes corredor esquerdo), quando a opção era sair por dentro as referências para ligar a primeira com a segunda fase de construção eram Florentino e Gabriel, tendo Taarabt a preocupação de procurar espaços entre linhas, fixando Seferovic próximo da baliza adversária. Corredor esquerdo com dinâmicas diferentes do direito. Grimaldo e Cervi muitas vezes trocados, ou seja, Grimaldo por dentro e Cervi na largura. No corredor direito, Pizzi normalmente a procurar espaços interiores e André Almeida a dar largura.

Organização defensiva sem bola
3. Se no processo ofensivo o adiantamento e envolvimento de Grimaldo criou alguns problemas à organização da equipa do Tondela, a sua recuperação defensiva ou a falta dela provocou alguns constrangimentos defensivos, isto porque, do outro lado estava uma equipa bem preparada para esta fase do jogo. Isto é, em transição procurava o espaço no corredor lateral, ou, quando Gabriel ou Ferro o preenchiam, explorava o corredor central onde ganhava superioridade numérica com o deslocamento de Gabriel. Quando era Ferro o Tondela ficava em igualdade em zonas de finalização.

Alterações/substituições
4. Por parte do Tondela as substituições trouxeram alterações tácticas e maior acutilância ofensiva, traduzida numa pressão mais alta e com maior número de elementos, embora sem conseguir claras oportunidades de golo. Por parte do Benfica as substituições foram mais conservadoras, até porque a vantagem era sua. Bruno Lage foi mais racional que emocional e percebeu que era mais importante guardar a vantagem que propriamente avolumar a mesma."

Armando Evangelista, in A Bola