"Grande Entrevista - Luís Filipe Vieira
«O Benfica tal como hoje o conhecemos pode acabar»
O Presidente das águias concorre ao quarto mandato. Diz que Rui Rangel, adversário nas eleições, lidera uma lista de “interesses pouco transparentes”
Em nove anos na presidência do Benfica, ganhou apenas 2 campeonatos. O FC Porto foi sempre melhor?
Não, simplesmente foi o clube mais ajudado. Se quiser, houve uma conjugação de dois factores: por um lado, um Benfica ferido em estado terminal e desacreditado nacional e internacionalmente, financeiramente de rastos e sem infra-estruturas, e do outro lado, um sistema dominado e comandado por quem todos sabemos e que ficou à vista de todos no processo "Apito Dourado".
Que papel tiveram as arbitragens nas vitórias do FC Porto e nas derrotas do Benfica?
A resposta a essa pergunta está em várias gravações de conversas entre árbitros e dirigentes que a nossa justiça preferiu ignorar. Também por isso, pela impunidade que algumas pessoas parecem gozar, é que o nosso país chegou onde chegou.
Quais os árbitros que não gostaria de ver nos jogos do Benfica?
Apenas aqueles que se sintam condicionados. Errar todos erram, mas errar sempre em prejuízo do Benfica é que nos faz pensar que afinal de contas o dito "sistema" do futebol nacional ainda não acabou. Não sou dos que acham que todos erram de propósito, mas registo que alguns erram efectivamente mais do que outros e sempre contra nós e isso deve ser objecto de reflexão.
Que tipo de relações vai privilegiar com o FC Porto e Sporting?
A única relação que verdadeiramente me preocupa e vou continuar a privilegiar é a relação com os nossos sócios e adeptos.
A uma semana das eleições (26 de Outubro), que mensagem deixa aos sócios?
Que votem. O Benfica tal como hoje o conhecemos pode acabar. Não há qualquer projecto alternativo do outro lado, mas sim um conjunto de interesses pouco transparentes. Está muita coisa em causa e o voto dos benfiquistas é fundamental.
Qual o seu projecto para os próximos quatro anos, se vencer as eleições?
Basicamente, consolidar tudo o que até aqui temos feito. Temos das melhores infra-estruturas a nível mundial, uma estrutura profissional altamente competente que tem sabido incorporar inovação em tudo em tudo o que fazemos, um canal de televisão, um museu que vai deixar os portugueses, e não apenas os benfiquistas, orgulhosos do trabalho realizado. Temos de consolidar tudo o que fizemos nestes anos e reforçar a aposta no sucesso desportivo, nomeadamente a nível da equipa de futebol profissional.
O que pode prometer?
Apenas trabalho e total dedicação. Quem prometer mais do que isto está a ser demagógico.
Jorge Jesus tem contrato até Junho de 2013. Vai renovar?
O nosso treinador trouxe estabilidade, com ele ganhámos 1 campeonato, fizemos sempre boas campanhas a nível das competições europeias, ganhamos outros títulos a nível nacional, passámos a praticar um futebol que o Benfica já não conhecia há muito tempo, valorizando muitos jogadores. Mas ainda é cedo para dizer o que vai acontecer no final da época.
Por que motivo incluiu José Eduardo Moniz na sua lista?
Porque mesmo quando estivemos em lados opostos sempre disse que José Eduardo Moniz era uma pessoa válida. Quando há três anos disse que teria a minha porta aberta para quem quisesse contribuir e apresentar propostas não estava a ser demagógico. José Eduardo Moniz apresentou ideias, discutiu comigo durante meses alguns dossiers portanto, foi com agrado que vi a sua disponibilidade para poder vir ajudar-nos. Vai ser uma mais-valia para o futuro do Benfica.
Em Abril de 2003 disse que Moniz era um "mau exemplo" por não pagar quotas há 31 anos...
As razões de uma suposta candidatura do José Eduardo Moniz, naquela altura, não eram claras e algumas das pessoas que supostamente o rodeavam não eram sérias. Aliás, tive oportunidade de saber posteriormente que houve algumas pessoas que enganaram Moniz naquele período, que quiseram aparecer ao pé dele para se credibilizar e dar uma ideia de uma proximidade de que de facto não havia. Esses continuam aí, agora com outras pessoas, mas com os mesmos interesses. É verdade que, em relação à frase que refere, reagi de forma emotiva, nada mais que isso.
Em Junho de 2009, Moniz não avançou, mas frisou que "seria fácil" ganhar-lhe as eleições, devido a sondagens que tinha...
É um período da história que não vale a pena desenterrar. Sei que não seria fácil ganhar-me e ele também sabe disso risos), mas o importante é o presente e tudo aquilo que vamos poder construir no futuro.
José Eduardo Moniz vai ser remunerado?
Há muita gente que ainda não descobriu que ser presidente do Benfica não é uma profissão, nem um cargo remunerado. Ser membro da direcção do Benfica deve ser honra suficiente para quem merecer a confiança dos benfiquistas. Enquanto for presidente do Benfica, esta é uma regra que se vai manter - os órgãos sociais do Benfica não serão remunerados. Já agora, gostava de perguntar ao juiz Rui Rangel, se ele eventualmente viesse a ser presidente do Benfica e uma vez que não poderia continuar a exercer a profissão, vai viver de quê? Isso sim é algo de que os benfiquistas devem ser informados.
José Eduardo Moniz pode ser o seu sucessor?
Primeiro vamos falar de 26 de Outubro. 2016 ainda vem longe, creio que são dois perfis válidos mas diferentes, mas estou seguro de que haverá mais pessoas com capacidade para servirem o Benfica.
É verdade que Rui Rangel só avançou depois de saber que não iria na sua lista?
Não sou eu que devo responder. Ele decidiu avançar e é candidato à presidência do Benfica, é o que interessa. Não vou entrar por um tipo de campanha negativa que espero poder evitar.
Rui Rangel já confirmou que teve uma reunião consigo. De que falaram?
De tudo menos daquilo que alguém entendeu divulgar, mas a verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima, mais cedo ou mais tarde. E já agora não foi uma reunião, mas sim um encontro.
Se Rui Rangel vencer as eleições, que futuro prevê para o Benfica?
Garantidamente mais difícil e muito mais conturbado. Não conheço nenhuma instituição anterior em que ele tenha tido responsabilidades de gestão, a não ser a Associação Sindical de Juízes, o que aos 63 anos é manifestamente pouco. Mas já não posso dizer o mesmo de algumas das pessoas que o rodeiam e, seguramente, que as instituições financeiras que hoje trabalham de forma regular connosco vão olhar para isso.
Acha que a Banca não irá trabalhar com Rui Rangel?
Acho que tiveram oportunidade de perguntar, de verificar onde estamos e qual é o rumo que temos definido para o futuro. Se não falaram com as instituições financeiras, se não lhes apresentaram as suas ideias, é porque efectivamente não acreditam ter condições para poder assumir os destinos do clube. Formar uma lista com interesses tão variados e tão diferentes como aqueles que as pessoas que integram a lista do juiz Rui Rangel protagonizam não é seguramente um bom cartão-de-visita para nenhum banco. Um projecto estruturado não se apresenta a 10 dias do acto eleitoral.
Equaciona colaborar com Rui Rangel se perder as eleições?
É um cenário que não equaciono. Lidero o meu projecto, não colaboro em projectos em que não acredito, e muito menos com pessoas que já provaram não ter capacidade de gestão.
Falou recentemente de um regresso ao passado. Acha verdadeiramente que esse risco existe no Benfica?
Claramente, no próximo dia 26 está em causa o futuro do Benfica, que ninguém pense que a eleição está ganha. Tudo o que construímos ao longo de 11 anos pode ficar comprometido dia 26. Vale e Azevedo também era doutor e bem falante e fez o que fez. Eu só tenho a 4ª classe, mas orgulho-me da obra feita.
Como reage quando ouve Rui Rangel dizer que nunca foi sócio do Sporting e do FC Porto?
Com a indiferença de quem sabe que é um argumento gasto, baixo, e não é propriamente uma declaração de quem se diz querer um debate sério e elevado. Mais, ao contrário dele tenho uma excelente equipa de profissionais, que são tão ou mais benfiquistas do que muitos dos que o rodeiam. E é bom quando ele fala com tanto entusiasmo de "devolver o Benfica aos benfiquistas" que olhe à sua volta e perceba quem é que o rodeia.
Está disponível para fazer uma auditoria às contas do Benfica, como é proposta do candidato Rui Rangel?
O Benfica tem duas auditorias por ano feitas por uma das quatro maiores empresas mundiais da área, a KPMG. Aliás, quando fui desafiado a assumir a presidência do Benfica essa foi uma das minhas únicas exigências, uma auditoria completa. E ela foi feita. A partir daí, somos auditados duas vezes por ano.
Se ganhar as eleições, será o presidente que mais tempo esteve no cargo...
Não é seguramente isso que me move. Vou apresentar-me aos sócios no próximo dia 26 porque considero que continuo a ser útil e que o projecto que começou com o presidente Manuel Vilarinho ainda não está terminado.
Vai cumprir o mandato?
Claro que sim. E que fique bem claro: no dia 26 não vai haver vencedores, nem vencidos, e eu serei presidente de todos os benfiquistas. A campanha e o ruído têm de acabar após as eleições.
As contas consolidadas da SAD revelam um passivo de 426,1 milhões de euros. Contudo, estes números são incluem os valores do passivo de outras empresas do grupo Benfica, como, por exemplo, o clube e a Benfica SGPS. Qual é o passivo total do grupo Benfica?
O passivo exigível consolidado é inferior a 370 milhões de euros, e destes 237 milhões correspondem ao passivo financeiro. Por muito que alguns pensem o contrário, uma mentira muitas vezes repetida não deixa de ser uma mentira.
Rui Rangel falou em 500 milhões...
Continuem a falar de 500 milhões do desnorte e da pouca credibilidade que têm e depois não se admirem de não serem levados a sério na Banca. Já agora, para que fique registado, mais de 80 milhões desse passivo são fruto da irresponsabilidade de um senhor chamado Vale e Azevedo e que a direcção de Manuel Vilarinho e as minhas tiveram de assumir. Gostaria de reforçar que aquilo que é relevante é o nosso passivo exigível, ou seja, a nossa dívida a fornecedores, bancos, etc. E nesse caso, só para citar o exemplo do clube, e deixando de lado as dívidas entre empresas do grupo Benfica, esse valor é de cerca de 12 milhões de euros, menos de metade das receitas que o clube gera. O nosso passivo não é um problema.
As vendas de Witsel e Javi Garcia asseguram um resultado positivo nas contas da SAD para a actual época?
Não, mas permitem-nos olhar com confiança para o que temos pela frente. Se não houver sobressaltos na participação das competições europeias, ou seja, se mantivermos a mesma competitividade que tivemos nos últimos 3 anos em que estivemos sempre entre os quartos-de-final e as meias-finais, posso assegurar que a SAD terá resultados positivos muito interessantes.
Witsel foi vendido por 40 milhões ao Zenit. Qual é a mais-valia da transferência para a SAD?
Existe um pedido de esclarecimentos em curso por parte da CMVM e, portanto, apenas posso repetir a informação que já foi tornada pública. O Benfica recebeu pela venda de Witsel 40 milhões de euros e os custos relacionados com o mecanismo de solidariedade são da responsabilidade do Zenit.
Quando será possível à SAD ter lucro sem necessidade de vender jogadores?
No último exercício, a SAD do Benfica apresentou um prejuízo de cerca de 11,7 milhões de euros. Caso tivéssemos aceite a proposta do sr. Joaquim Oliveira, já estaríamos com lucros significativos. Mas, como é sabido, entendi que esse não era o caminho que o Benfica deveria seguir.
A Benfica SAD registou custos de pessoal de 37,7 milhões nos primeiros 9 meses da época passada, o que significa perto dos 50 milhões no total da temporada. Tendo em conta que a grande parte dos seus atletas ganha mais do que 80 mil euros anuais, o novo tecto máximo de IRS imposto pelo Orçamento de Estado para 2013, qual será o impacto nas contas do Benfica da subida dos escalões?
Nenhum impacto. Já no passado houve mexidas nos escalões de IRS e o Benfica não procedeu a qualquer ajuste salarial dos seus atletas e funcionários.
O clube vai suportar o aumento de IRS ou os jogadores vão ter um corte substancial no seu ordenado líquido?
O clube e a SAD não se substituem aos seus profissionais no cumprimento das suas obrigações fiscais. O Benfica não vive isolado da sociedade. A actual crise tem implicações para todos e os jogadores não são excepção.
Como está o processo dos direitos televisivos?
Continuamos a desenvolver os trabalhos necessários para que em Julho de 2013 esteja encontrada e implementada a solução mais adequada e que vai de encontro aos interesses do Benfica e dos benfiquistas.
O contrato com a Olivedesportos termina no final desta temporada. O Benfica está disponível para voltar a negociar com Joaquim Oliveira?
O Benfica recebeu uma proposta do sr. Joaquim Oliveira há mais de seis meses. Como se sabe, essa proposta foi recusada e posso garantir que desde então são houve novos contactos entre a SAD e a Olivedesportos. Neste momento, não é crível que o Benfica e o sr. Joaquim Oliveira possam chegar a acordo.
A Olivedesportos ofereceu 22,5 milhões por ano (111 milhões num contrato de 5 anos), o triplo dos cerca de 7,5 milhões que o Benfica actualmente recebe. Espera obter mais dinheiro, sobretudo em época de crise?
Como é sabido, a decisão sobre os direitos televisivos não é apenas uma decisão económica. É também uma decisão política, como aliás ficou evidente nas últimas assembleias gerais do clube. Ainda assim, não tenho dúvidas de que será possível obter um valor mais próximo das nossas ambições, mesmo numa fase tão difícil da vida dos portugueses.
Junto de outro parceiro?
Está tudo em aberto.
Ou com a exploração dos próprios jogos?
Como disse, todos os cenários foram estudados.
O que falhou na negociação dos direitos televisivos dos jogos do Benfica com Pais do Amaral?
Falhou o facto do eng. Pais do Amaral não ter entendido a dimensão do Benfica. Mas são águas passadas e não me quero alongar sobre esse processo.
Caso o Benfica opte pela exploração dos seus próprios jogos, como será feito? No sistema pay-per-view ou podem fechar o canal apenas a assinantes? Porque valor?
A pergunta é interessante porque me permite, desde já, desmistificar uma ideia peregrina que por aí circula nesta última semana: o sistema pay-per-view não funciona em qualquer parte do Mundo, pelo menos num modelo que se pretenda capaz de maximizar as receitas de direitos televisivos. Só pode ter sido anunciado por quem se preocupou com o assunto pela primeira vez esta semana. Quanto ao resto, insisto que tudo está estudado, mas ainda não é altura indicada para revelar os resultados obtidos.
Como se sente quando vê actuar a Selecção sem jogadores do Benfica?
Com a certeza de que vamos inverter essa situação. Estivemos anos em que tudo foi canalizado na recuperação do clube e a nossa situação não é inédita a nível de grandes clubes europeus. Conseguimos recuperar a nossa competitividade, é certo que muito à custa do mercado sul-americano. Agora, de forma realista e gradual, vamos ter de voltar a incorporar jogadores portugueses no plantel.
O que está fazer para inverter essa situação?
Os nossos escalões de formação têm jovens de enorme talento, só no ano passado houve 42 atletas do Benfica a serem convocados para as selecções nacionais jovens. Algo inédito, nunca antes nenhum outro clube tinha contribuído com tantos jogadores, sinal de que o trabalho que estamos a realizar está a dar frutos.
Quantos atletas tem o Benfica na formação e quantos são estrangeiros?
Temos 309, apenas quatro são estrangeiros. Depois há ainda a equipa B, onde vários jogadores portugueses estão a destacar-se e a ganhar competitividade. Mas há uma coisa que muitas vezes os nossos sócios e adeptos não têm, que é paciência. Não podemos lançar um jogador português na equipa principal e esperar que ele faça tudo bem à primeira, que não falhe.
Se vencer as eleições, o Benfica vai continuar a apostar no mercado sul-americano? Porquê?
Com as limitações económicas que estamos a viver e vamos continuar a viver nos próximos anos, vamos apostar onde houver bons jogadores a preços acessíveis. Se for em Portugal, será em Portugal.
E em relação a Angola, Moçambique e outros países de expressão portuguesa? O que está a ser feito?
Estamos a chegar a esses países pela formação. Em Cabo Verde tive oportunidade de inaugurar uma escola do Benfica há menos de um mês. Em Angola e Moçambique estão em estudo projectos semelhantes, queremos ter uma ligação mais efectiva a países que evidentemente nos dizem muito e este é o caminho que escolhemos.
O Brasil vai ser um mercado prioritário, tanto na contratação de jogadores como em relação a outros negócios? Se sim, quais?
A economia brasileira está bem mais forte do que a nossa, portanto hoje em dia é mais difícil contratar no Brasil, não apenas pelo valor que os clubes pedem, mas igualmente pela massa salarial que os jogadores querem ganhar. Aliás, temos vindo a assistir, pela primeira vez em muitos anos, ao regresso de jogadores brasileiros que actuavam na Europa e isso tem a ver com a capacidade financeira que os clubes brasileiros têm nesta altura.
A entrada da PT - parceira do Benfica no lançamento do seu canal e patrocinadora do estádio e das camisolas - na Sport TV pode alterar a relação do Benfica com esta empresa?
Já tive oportunidade de debater esse hipotético negócio com quase todos os hipotéticos intervenientes do mesmo. Se quer que lhe dê a minha opinião, não acredito que o mesmo passe de outra coisa que não seja uma notícia de jornal. E não quero nem pensar que esse notícia possas ter sido colocada por alguém com interesse em proteger-se das decisões do Benfica nesta matéria. Ainda que as partes quisessem trilhar por esse caminho, duvido que a Autoridade da Concorrência tolerasse essa situação. Estamos muito satisfeitos como parceira com a PT e sei que o inverso também é verdade.
Já se falou com eventuais investidores sobre a venda do "naming" do Estádio da Luz, como o Benfica fez, por exemplo, com o Centro de Estágios do Seixal? Já recebeu alguma proposta? Está disponível para vender o nome do Estádio?
Estou disponível para em cada momento estudar qualquer negócio que permita ao Benfica aumentar as suas receitas. E o "naming" é um desses projectos. Caso a proposta seja interessante, como foram o "naming" das bancadas, Do Caixa Futebol Campus, ou dos pavilhões, não hesitarei em apoiá-lo.
Domingos Soares Oliveira já disse que a venda do "naming" do estádio terá de ser feita por um valor superior ao do patrocínio das camisolas, mais de cinco milhões de euros...
Não quero entrar em detalhes, mas entendemos que um contrato de "naming" do estádio deverá ser feito por valores significativos. E não digo mais.
O que ganhou o Benfica com a deslocação a Abu Dhabi há poucos dias?
Além do jogo amigável com o Baniyas, que vencemos por 4-0, ganhámos prestígio internacional, posicionamento de marca, proximidade com os adeptos naquela região e um conjunto de contactos de enorme valor. Acredito que em breve poderemos anunciar um reforço das nossas parcerias internacioanis, e o mercado dos Emirados é naturalmente estratégico para o Benfica e para qualquer clube que tenha as nossas ambições.
Qual foi o seu melhor acto de gestão?
A recuperação da credibilidade do clube, mas também o facto de termos conseguido trazer de volta a auto-estima dos benfiquistas é algo de que me orgulho. Parece que tudo foi fácil, mas deu muito trabalho. Houve um primeiro momento em que tivemos de travar a destruição que ameaçava a existência do próprio clube para, depois, iniciarmos o processo de recuperação.
E o pior?
Há sempre coisas que gostaríamos de ter feito de forma diferente. Já o disse em várias ocasiões, a saída do Fernando Santos foi precipitada. Às vezes não podemos ceder e agir por impulso."