Últimas indefectivações

domingo, 16 de novembro de 2025

Verdadeiro amasso...

Benfica 109 - 80 Corruptos
32-19, 26-13, 25-22, 16-26

É verdade que os Corruptos, tem baixas, principalmente no jogo interior, mas pela segunda vez esta época, amassamos os Corruptos, o que sabe sempre bem... e o marcador só não foi mais pesado, porque gerimos no último período!!!

Bombardeiro paquistanês!!!

Benfica 3 - 0 Ac. Espinho
25-12, 25-15, 25-19


Jogo extremamente rápido, neste compromisso no meio da eliminatória Europeia...
O ;Murad começa a ganhar entrosamento

Reviravolta...

Póvoa 2 - 6 Benfica

A perder ao intervalo, mas uma 2.ª parte demolidora deu normalidade ao resultado!

Próximo jogo, para a Champions, em Oliveira de Azemeis...

Empate...

Corruptos 27 - 27 Benfica
10-12

Empate que soube a pouco! Jogámos sem o nosso melhor jogador, e sem os dois Lateral Direitos, e com o Taborda a regressar após lesão, sem ritmo, mas mesmo assim, fizemos uma boa 1.ª parte, até entrámos bem no 2.º tempo, mas depois tivemos uma 'branca' que com um empurrão dos árbitros, acabou com uma desvantagem grande... até ao final, ainda conseguimos recuperar e acabámos empatados!

Provavelmente o nosso melhor desempenho defensivo da temporada!

Benfica FM #277 - The f****** regresso, eleições e outras coisas

Algum dia, teria que concordar...!!!

Hino ao futebol


"«Alguém me disse que para mim o futebol é um jogo de vida ou de morte, e eu respondi, 'ouve, é mais importante que isso'»
Bill Shankly, treinador do Liverpool entre 1959 e 1974

Dizem que há momentos da vida que nunca se esquecem. Eu, que não me lembro de quase nenhum colega de escola que conheci com menos de 14 anos, tenho dificuldade em acreditar.
Sim, ainda me lembro do primeiro beijo à minha mulher, ou do nascimento da minha filha, mas as memórias começam a juntar-se umas com as outras, e vão ficando um pouquinho mais difusas com o passar dos anos.
Mas depois lembro-me do golo de Éder (sim, o golo de Éder, como se, coitado, só tivesse marcado um na vida... é assim que se vê a importância das coisas), e consigo reconstituir exatamente onde estava, com quem, os minutos anteriores, os seguintes.
«Das coisas menos importantes, o futebol é a mais importante», disse alguém um dia — Arrigo Sacchi ou Nélson Rodrigues, ninguém parece ter a certeza.
Também não há certezas absolutas de se ter jogado, em 1914, no Dia de Natal, nas trincheiras da Grande Guerra (só passou a ser a I Guerra Mundial em 1939, quando estalou a II), mas há indícios suficientes para acreditar que sim.
Às vezes, basta isso: o romance, o ideal, mesmo que a realidade não tenha sido bem assim. A frase de Bill Shankly, de que o futebol não é de vida ou de morte, é mais importante que isso, não é na verdade uma defesa do futebol — é um arrependimento pessoal por tê-lo levado demasiado a sério. Mas entre as coisas menos importantes para tornar uma obsessão, acho que dificilmente poderia ter escolhido melhor."

Desta vez a culpa é dos árbitros


"Presidente da APAF desde julho, José Borges, entrevistado agora por A BOLA, tem o mérito de liderar uma iniciativa concreta dos árbitros, mesmo que a unanimidade não seja alcançada

A presença da Seleção Nacional no Campeonato do Mundo de 2026 continua a parecer uma inevitabilidade, ainda que a equipa das quinas tenha recuperado esse péssimo hábito de deixar tudo para o fim, de calculadora na mão.
Tendo em conta aquilo que já tinha sucedido na receção à Irlanda — resolvida com um golo para lá dos 90' —, e até mesmo a vantagem (duplamente) desperdiçada frente à Hungria, o pesadelo de Dublin até pode ser visto como uma surpresa, mas não completamente inesperada. Reforçando a ideia de que o apuramento só pode ser uma inevitabilidade, é importante dar o devido valor a problemas que não são novos, vincados sobretudo perante adversários que conseguem reduzir o espaço à equipa das quinas no último terço.
O jogo de Dublin voltou a expor um bloqueio criativo constrangedor, mas tão preocupante quanto a exibição foi o estranho descontrolo emocional por parte dos capitães da equipa das quinas, entre a expulsão de Cristiano Ronaldo e a indignação de Rúben Dias e Bernardo Silva perante o desagrado dos adeptos (eventualmente com maus modos).
Se o jogo fosse nacional, sem o carimbo UEFA/FIFA, talvez a culpa fosse do árbitro. Pelo menos é essa a narrativa que continua a imperar nas competições internas, e estranho até que Márcio Torres não tenha sido responsabilizado por apitar um jogo da Liga 2 [Lusitânia Lourosa-União de Leiria] a mais de 500 quilómetros do estádio da equipa visitada, presenciado ao vivo por 73 (corajosos) adeptos a um domingo à noite.
Por norma demasiado conformados com o papel de sacos de pancada, os árbitros decidiram agora tirar o corporativismo dos grupos de Whatsapp e apresentaram propostas concretas de alteração ao regulamento disciplinar, para que as punições aos emblemas profissionais deixem de ser uma piada de mau gosto, até quando comparadas com o saldo da caixinha das multas nos balneários dessas mesmas equipas.
Claro que o queixume fácil — que não deve, jamais, ser confundido com a liberdade de expressão que deve salvaguardar a crítica fundamentada e ponderada — continuará sem risco de extinção. Bastará afinar o discurso, se existir retórica para isso.
O problema não se resolverá assim tão facilmente, mas desta vez a culpa é dos árbitros, que decidiram assumir a iniciativa, mesmo sabendo que a bola está agora... do lado dos clubes."

Ninguém vai rebentar ninguém!


"Vejo, por motivos profissionais, ao longo de cada ano, centenas de jogos das ligas inglesa, italiana, espanhola e francesa, mais partidas das Ligas dos Campeões e Europa, e ainda múltiplos jogos entre seleções nacionais.
Ao longo dos anos, os organismos internacionais que gerem o futebol têm motivado e estimulado campanhas sobre fair play (não apenas financeiro…) e respeito. A palavra Respect, de resto, surge na publicidade estática dos estádios e até nas braçadeiras dos capitães de equipa.
O respeito será sempre o que dele quisermos fazer dele, enquanto prática. Mas, como conceito que baliza o comportamento, abarca todos os agentes do futebol, responsabiliza-os e deixa, até, um rasto para memória futura, em termos de atitudes e comportamentos dentro e fora dos retângulos de jogo.
Passa de geração em geração como exemplo mas, mais marcante ainda, serve como exemplo para gerações de jovens (praticantes ou não), que sempre se procuram rever nos role models que elegem. E essa é uma responsabilidade adicional que nenhum ator do futebol, sobretudo os dos grandes palcos, deve negligenciar, sob pena de os pressupostos que servem de base a uma atividade limpa e despida de pressões adicionais, que não sejam as que derivam do próprio edifício competitivo e de alto rendimento.
Se bem se recordam, escrevi, há exatamente uma semana, nesta página, sob a pressão denunciada pelo árbitro de insígnias FIFA Fábio Veríssimo, no balneário do Estádio do Dragão, ao intervalo do jogo entre FC Porto e SC Braga. Fi-lo porque obviamente se tratou de uma situação para inclusão no relatório, altamente penalizante (ademais porque completamente desnecessária) para a imagem e os pergaminhos de um grande clube.
Eis senão quando, no Estádio da Luz e após a igualdade entre SL Benfica e Casa Pia AC, um alto dirigente encarnado invetiva o juiz de campo com termos muito pouco abonatórios. Ordinários e desfazados da realidade, até.
A divulgação pública dos insultos fez correr imensa tinta, ao ponto de o próprio Mário Branco, diretor geral do Benfica, ter reconhecido, ao longo da semana, que se havia excedido nas palavras dirigidas ao árbitro portuense.
O problema vai muito para lá do «vou rebentar-te todo». É um problema de cultura desportiva (no caso, de gritante falta dela), neste caso tendo como protagonista um alto dirigente com experiência no futebol internacional, que arrisca, agora, punição e suspensão exemplares das suas funções.
É um problema, sobretudo, de uma velha escola que tudo quer, tudo pode, tudo manda, minimizando outros agentes desportivos sob a manta do enxovalho, da superioridade mural e da defesa da pátria, entenda-se, de um patrão que lhe paga um vencimento suficientemente generoso para justificar brutalidades e ordinarices no final de um jogo de futebol, apenas porque as suas cores não foram, em mais de hora e meia de jogo, hábeis e competentes para ultrapassarem as dificuldades colocadas pelo oponente.
É um problema de educação, ou falta dela, ainda que, no momento, a ansiedade e o nervosismo tomem conta de múltiplas e intempestivas reações, mas que, no limite, visam outro agente do jogo, com família, amigos, vida para além do futebol e dignidade em dupla via, quer como agente desportivo, quer como cidadão de pleno direito ao seu bom nome.
Durante a semana, os principais dirigentes da arbitragem portuguesa tiveram ocasião de demonstrar que caminhos e que critérios estão a ser seguidos. É indispensável que o setor continue este gradual e paulatino caminho de identificação com processos de comunicação cada vez mais transparentes e transversais, para formar e informar, mas também — obviamente — para uma autocrítica pública que só valoriza e engrandece quem tem de, em média, e durante os noventa minutos de uma partida de futebol, tomar cerca de mil decisões. E não, o VAR (Video Assistant Referee) não pode intervir em todos os momentos e em todas as jogadas, cabendo-lhe apenas a verificação e eventual sugestão de reversão de decisões tomadas, aos árbitros centrais, em quatro aspetos muito específicos do jogo.
A arbitragem portuguesa terá, seguramente, caminho a percorrer, quer na captação e formação, quer na melhoria da comunicação, quer nas relações diplomáticas com os organismos dirigentes internacionais que lhe permita sustentar e solidificar uma presença além-fronteiras recorrente e de qualidade superlativa.
Mas os dirigentes têm um caminho muito maior a percorrer, entre o cérebro e a boca, entre o impulso do momento e o respeito pelo jogo e por todos os seus intervenientes, entre a explosão mediática e a necessidade de um exemplo consistente para os associados dos seus clubes, para os jovens que pretendem seguir carreira, para os que os veem num ecossistema de valores incontornáveis, que não podem, em circunstância alguma, ser subvertidos, ainda que haja, logo a seguir, um mais ou menos público arrependimento.
Portanto, caro Mário Branco, não vai rebentar ninguém. Ninguém vai ser rebentado.
Quando tiver esses ímpetos, comece por rebentar, com toda a força das palavras imprudentes que proferiu, a sua própria falta de cuidado, para poder voltar a ser um exemplo para o seu clube e para todos os que o seguem.

Cartão vermelho
A Seleção Nacional é, acima de tudo, um espaço de honra, e deve ser um exemplo para todos os que a servem. Existe há muitas décadas e continuará tempo fora a exercer um fascínio único nos adeptos do futebol português espalhados pelos quatro cantos do mundo. O futebol já existia — com praticantes de eleição — antes de Cristiano Ronaldo se tornar um ícone e um símbolo do país, e continuará por todo o sempre, portanto, infinitamente depois do jogador madeirense terminar a sua fantástica carreira. Dito isto, o modo como Cristiano foi expulso em Dublin e, sobretudo, a triste forma como saiu do retângulo de jogo do Aviva Stadium foram momentos para esquecer. Ou para lembrar sempre e muito. Para lembrar que a educação, o prestígio e o respeito por companheiros e adversários não são negociáveis, e não se podem perder num simples minuto."

BF: Sudakov...

Visão: Manu...

5 Minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Observador: E o Campeão é... - Varandas atira pedras aos rivais, mas esquece-se dos telhados de vidro?

Rola Bola #47 - CR7 já podemos assobiar?

Team Palhinha


"Declaração de interesse: sou fã de Palhinha. E não estou sozinho. Em Inglaterra chamam -lhe «rainy day man», o que quer dizer o player com quem se pode contar quando o jogo for complicado para os Spurs.
Para Ruben Amorim trata -se, e cito, de um «jogador especial», mas o inefável Jamie Carragher que - e feeling meu -, parece não gostar muito de jogadores lusos, colocou dúvidas sobre o médio e não foram meigas.
Para o ex-Liverpool, Palhinha tem dificuldades com a bola e em fazer passes longos de rotura. Mas para quem realmente interessa, ou seja Thomas Frank, a solidez mental e a inteligência posicional são características que servem na perfeição o seu modelo para os Spurs.
Em entrevista ao suplemento Sport do Daily Telegraph, Frank refere as assistências e até os quatro golos marcados esta época por Palhinha.
O treinador diz que estes dados acrescentam uma dimensão bem mais multidimensional do que as observações comuns indicam.
Sou «Team Palhinha» e acredito o médio vai fazer um Mundial mais ensolarado do que chuvoso.

PS: na derrota em Dublin, dei por mim a pensar no que me parece óbvio. João Palhinha não teria encaixado bem naquele meio-campo português? Nos últimos cinco jogos da Seleção Nacional, o médio do Tottenham fez 50 minutos no total e sempre como suplente utilizado. Poucochinho."

Pepa: viver com as ideias, não morrer por elas


"Há treinadores que falam de futebol e há outros que o vivem de dentro para fora. Que o explicam com naturalidade e coerência porque o sentem e o compreendem. Pepa pertence a este segundo grupo. A forma como fala do jogo é a mesma com que vive, lidera e treina: com autenticidade

Filho de uma mãe que trabalhava numa loja de perfumes e de um pai cantoneiro, cresceu em Torres Novas com simplicidade e orgulho. «Não passei dificuldades, mas também não tive o que outros tiveram», costuma dizer. E nessa frase cabe toda a sua filosofia: a de quem não se vitimiza, mas se responsabiliza. Houve dias de contas apertadas, de pequenas escolhas que revelam muito: «O Multibanco ou me dizia adeus, ou me fazia um manguito», recorda com humor. «Gostava muito de iogurtes líquidos, mas tive de optar entre os iogurtes e o leite. Ponto final.»
Essa infância moldou o homem. Fez dele alguém que valoriza o que tem, que vive com humildade e disciplina, e que acredita que o equilíbrio emocional fora de campo é a base para o equilíbrio dentro dele. «Um treinador sem estabilidade pessoal não pode ser estável profissionalmente», repete muitas vezes. Talvez por isso, mesmo no meio da pressão e do ruído do futebol, Pepa nunca perdeu o norte. A família é o seu porto de abrigo, a fé o seu chão, e o trabalho a sua linguagem.
O futebol parecia ter-lhe reservado uma carreira de sucesso. Estreou-se pelo Benfica na Primeira Liga com apenas 18 anos e marcou logo no primeiro jogo, frente ao Rio Ave, em 1999. Portugal acreditou ter encontrado, finalmente, o seu novo ponta de lança. Até surgiram comparações com o Rei Eusébio. Mas o destino, como tantas vezes no desporto, traçou outra rota: as lesões no joelho e as sucessivas operações obrigaram-no a parar cedo, aos 26 anos, no Olhanense. Foi um choque. «Um dos momentos mais duros da minha vida», confessou. Mas onde muitos teriam desistido, Pepa foi à luta e reinventou-se.
Começou do zero. Nas distritais, nos campos pesados, nas noites frias, com poucos meios e muitos sonhos. Descobriu no treino o mesmo prazer que sentia a jogar: o de competir, ensinar e fazer evoluir. Na Sanjoanense aprendeu a ser líder; no Feirense mostrou a coragem de quem não se esconde; no Tondela, a resiliência de quem luta até ao fim; e no Paços de Ferreira, o brilho de quem faz história, levando o clube à Europa com um futebol entusiasmante e corajoso; e no Vitória Sport Clube, em Guimarães, a maturidade de quem sabe liderar num dos ambientes mais exigentes e apaixonados do país, mantendo sempre a coerência e a identidade das suas ideias.
Quem o conhece sabe: Pepa é um treinador que acredita mais no processo do que no resultado. Que prefere perder a tentar ganhar do que empatar a tentar não perder. Que dá liberdade, mas cobra responsabilidade. A sua máxima é simples e poderosa: «Máxima liberdade, máxima responsabilidade.»
Por detrás desse mantra há uma arquitetura tática e mental muito clara: «O meu modelo de jogo assenta em ideias fortes e bem definidas: uma equipa que privilegia a posse, a liberdade e a criatividade no momento ofensivo.» Pepa não é refém de sistemas; fala em princípios. A estrutura pode mudar, os triângulos mantêm-se. O conceito é simples e eficaz: criar superioridades, ocupar bem o espaço, ligar setores, jogar junto: sempre! E, acima de tudo, competir.
Valoriza a compactação entre setores, a intensidade e a reação à perda. «A estrutura é apenas um ponto de partida», diz. Não tem uma favorita, mas prefere as que permitem criar triângulos e superioridades, seja nos corredores laterais ou no corredor central: «Esses são princípios inegociáveis.»
No treino, o rigor é absoluto: «Não podemos exigir um modelo de jogo sem ter um modelo de treino equivalente. Temos de treinar como jogamos.» É uma filosofia que liga a tática à vida: coerência entre o que se diz e o que se faz. Essa coerência estende-se à forma como gere o balneário: liberdade e responsabilidade, mas também proximidade e exigência. «Nunca exijo nada que não tenha sido trabalhado», sublinha. Quando foi ensinado, explicado e repetido no treino, a cobrança é total. É assim que constrói equipas que jogam com alegria e rigor. Que voam, mas não se dispersam: «Se cortarmos as asas a quem quer voar, perdemos a criatividade e a magia do futebol.»
Há algo de profundamente humano na sua forma de estar. A preocupação com o jogador que não joga, a vontade de o ajudar, de o manter ligado à equipa. A forma como insiste em ver primeiro o homem e só depois o futebolista. É aí que reside a diferença entre liderar um grupo e apenas dirigir um plantel. «Se formos bons homens, seremos melhores profissionais», resume. É nessa diferença, entre dar 100% e dar 100% mais os trocos, que se decidem jogos e campeonatos.
Pepa é um treinador marcado pela vida. Viveu cedo a glória e o revés. Após a estreia no Benfica, o estrelato abriu-se para o receber, mas depois vieram as lesões, as operações, o adeus prematuro. Foi aí que aprendeu o valor da solidão e da fidelidade. Soube quem estava realmente com ele. Esse «abrir de olhos», como gosta de dizer, moldou o homem e o treinador.
Hoje, Pepa é um técnico mais maduro, sereno e realista, mas sem perder a chama. Continua a acreditar na energia, na alegria e na coragem como valores essenciais. Coragem com bola e sem bola, porque também é preciso coragem para pressionar, subir o bloco ou, quando o contexto o exige, baixar, reagrupar e lutar por cada metro.
Gosta de equipas que se pareçam com a sua forma de viver: verticais, sinceras, com personalidade. O que o move não é a vaidade de «morrer com as ideias», mas a sabedoria de «viver com elas».
Aos 41 anos, teve a coragem de sair do país: primeiro para a Arábia Saudita, depois para o Brasil, onde trabalhou com Ronaldo no Cruzeiro. Mais tarde, no Qatar, adaptou-se a novas culturas e desafios. Em 2024, no Sport Recife, conquistou o Campeonato Pernambucano, o seu primeiro título. Um prémio para quem nunca deixou de acreditar.
Pepa lidera com naturalidade. A hierarquia existe, mas o respeito conquista-se pelo exemplo, não pelo tom de voz. Dá liberdade, mas exige responsabilidade. Deixa criar, mas cobra o que foi trabalhado. Esse equilíbrio entre rigor e empatia, entre exigência e proximidade é, um dos segredos da sua liderança.
Costuma dizer que o treinador motiva jogadores e dirigentes, mas ninguém motiva o treinador. É uma frase forte e verdadeira. No meio do ruído, da pressão e das críticas fáceis, é preciso equilíbrio. E Pepa encontrou-o: dá 100% ao trabalho e 100% à família. É aí que está o seu refúgio, a sua âncora.
Por isso, quando o ouvimos falar, percebemos que o seu discurso não é apenas sobre futebol, é sobre vida. A coerência, a energia, a humanidade e a coragem que defende no jogo são as mesmas com que vive fora das quatro linhas.
Pepa é um treinador de ideias fortes, mas, acima de tudo, um homem de princípios. Acredita que a coerência, a humildade e a coragem valem mais do que qualquer resultado isolado. E talvez por isso as suas equipas se pareçam tanto com ele: humanas, intensas, leais, positivas e cheias de vida.
No futebol, há quem viva à procura de um rótulo. Pepa prefere viver com as ideias, não morrer por elas. Já provou a sua competência enquanto treinador. O que o distingue não são apenas os resultados, mas a forma como transforma grupos em equipas, jogadores em homens, desafios em oportunidades. Antes de ser treinador, é um líder, um influencer de comportamentos, de caráter e de coerência. Onde passa, deixa cultura, energia e propósito. E é por isso que acredito que, muito em breve, voltará a assumir um projeto à medida da sua competência."

A saia justa entre Ancelotti e Abel Ferreira


"Carlo Ancelotti convocou para os dois particulares da seleção brasileira com o Senegal e a Tunísia, o atacante Vítor Roque, on fire no Palmeiras, clube que perdeu para o clássico em atraso com o Santos também o argentino Flaco López, o sócio do ex-Betis no ataque, o capitão paraguaio Gómez e mais quatro jogadores por causa dos compromissos, a feijões, das seleções sul-americanas.
É um revés e pêras no meio de uma corrida ao título do Brasileirão disputada centímetro a centímetro, ou mesmo milímetro a milímetro, com o Flamengo.
Mas os rubro-negros, por sua vez, terão no duelo com o Sport Recife os mesmos sete desfalques na data FIFA, dois deles, Danilo e Alex Sandro, chamados por Ancelotti para a Operação África.
Como os jogos das seleções ainda coincidem também, ou quase, com a jornada seguinte do Brasileirão, em que o verdão encara o Vitória e o mengão defronta o rival Fluminense, os dois candidatos já preparam fazer complexas operações logísticas aéreas para repatriar os atletas a tempo desses encontros.
Neste contexto, é natural que se diga que os interesses de Carletto, que sublinhou na conferência de imprensa da convocatória que «a seleção é sempre prioridade», chocam com os de Abel Ferreira e de Filipe Luís.
E que tanto o português como o brasileiro se tenham queixado dos particulares do Brasil, o flamenguista a dizer que «com estas situações, as dificuldades para um treinador aumentam» e o palmeirense, sempre mais incisivo, a chamar de «um bocadinho vergonhosa» uma situação «que não acontece em mais lado nenhum».
A imprensa brasileira, habituada no passado a que selecionadores brasileiros evitassem convocar jogadores de clubes locais quando as datas FIFA e as jornadas do Brasileirão coincidiam, apressou-se então a concluir que Abel havia contestado Ancelotti. E a montar um cenário de guerra entre os dois treinadores.
Um cenário de guerra que não existe. Uma contestação que nunca houve.
Um e outro estão só a defender as suas damas: quer lá saber Ancelotti que haja jogos de campeonato, o trabalho dele é preparar a seleção para o Mundial de 2026 e, por isso, deve convocar quem precisa e ponto; por outro lado, Abel tem de ganhar os jogos pelo seu clube e reclama quando forças estranhas dificultam a tarefa para a qual é pago.
Foi contra a CBF — e não o seu competente assalariado Ancelotti — que o treinador do verdão se revoltou. É a CBF e os seus campeonatos estaduais inflados que geram aos selecionadores este constrangimento. Ou, por outras palavras, é o calendário apertado que gera esta saia justa."

Um enfado, um silencio, um vacío