Últimas indefectivações

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Cantem enquanto é tempo

"Já contava Esopo no século VII antes de Cristo que era uma vez uma cigarra que vivia a saltitar pelo bosque, despreocupada da vida. E que um dia terá encontrado uma formiga a carregar uma folha pesada às costas. Jean de La Fontaine, popularizou esta fábula no século XVII, quase 2500 anos depois. E chegou aos nossos dias como a imagem de que há que trabalhar bem, nas ocasiões certas, para se ter um futuro risonho. É assim o SL Benfica de que gosto. Um clube que sabe corrigir erros cometidos, agindo no momento exacto. Uma instituição que apresenta resultados trabalhando por antecipação.
No futsal masculino, depois de duas épocas que poderiam ter sido melhores, operam-se mudanças estratégicas no plantel. No basquetebol masculino, depois de uma temporada brilhante, prepara-se a sucessão técnica. No futebol masculino, após um ano histórico - mais um - apetrecha-se a equipa, fazem-se regressar bons valores, efectuam-se vendas expectáveis. Trabalha-se.
Enquanto isso algumas cigarras divertem-se com fogo-artíficio, com folhas impressas sabe-se lá onde, com bruxedos e macumbas onde são peritos há décadas.
Já outra cigarras - daquelas obcecadas com o vermelho - fazem festas de aniversários com espectáculo de comédia, diga-se. E enquanto isso abrem os cordões a uma bolsa há muito vazia para comprar pó que se atira aos olhos dos seus adeptos.
Adoro estas pré-épocas. Uns estão já no ginásio e no relvado a trabalhar, a pensar na única coisa que se pode pensar neste clube: vencer. Outros, saltitam pelo bosque. Cantando."

Ricardo Santos, in O Benfica

O defeso

"As saudades da bancada e da sua agitação, a tristeza de ver sair alguns de quem muito gostávamos, a angústia perante a eventualidade de outros lhe seguirem o caminho, e todo o logo informativo promovido pela comunicação social, com mentiras, semi-verdades e encomendas misturadas num mesmo saco, fazem do defeso um período particularmente enfadonho para qualquer adepto do futebol.
Cada um defende-se como pode. Eu, por exemplo, refugio-me no ciclismo, e nas peripécias da Volta a França. O futebol fica na gaveta, à espera do mês de Agosto, e das emoções a sério. Ou à espera do fecho do mercado, que parece nunca mais chegar. No passado, o temor era maior.
A partir do momento em que no Verão de 2014, vi o Benfica vender oito titulares, depois revalidar o título, confesso que passei a olhar para esta altura do ano com maior descontracção. Hoje, encaro com naturalidade a saída de Ederson, Lindelof, ou de quem quer que seja. Hoje tenho a certeza de que por cada jogador que parte, outro surgirá no seu lugar, com idêntico, ou ainda melhor desempenho. Há todo um trabalho de antecipação que o permite, e que o garante. Na verdade, a gestão encarnada já demonstrou amplamente a sua competência na matéria. Centenas de milhares de euros em vendas, e vários troféus conquistados sucessivamente, são a prova viva dessa competência, a qual possibilita ao adepto um sono tranquilo durante toda esta fase, mesmo perante reiteradas notícias envolvendo os nossos principais atletas.
No dia 5 de Agosto estaremos fortes, para atacar todas as competições da nova temporada. Por agora, essa certeza basta-me."

Luís Fialho, in O Benfica

Esperanças reforçadas

"O desempenho das nossas duas equipas de Esperanças no Campeonato Nacional de Atletismo, no passado fim de semana, em Pombal, foi a confirmação de algo que é uma evidência - o Sport Lisboa e Benfica é a organização desportiva de maior sucesso em Portugal, tanto no Futebol como nas Modalidades, e tanto na perspectiva competitiva como na vertente financeira.
Nos masculinos, em 16 anos de competição, o Glorioso venceu 13 vezes. Em femininos, vencemos o sexto título em sete anos. A supremacia dos nossos jovens talentos merece ser realçada sobretudo pelo facto de termos muitos atletas ainda juniores a competir no escalão acima. Nos femininos, apesar das ausências de peso de Teresa Carvalho e Carina Vanessa, a  nossa equipa superou os 37 clubes adversários.
Foram mais de 40 os nossos atletas a pontuarem, com especial destaque para os vencedores das provas - Adriana Alves, Juliana Pereira, Patrícia Silva, Diogo Mestre, Miguel Rodrigues, Pedro Pinheiro, Rafael Jorge, Ricardo Barbosa e Ricardo Pereira.
Na convocatória para o Campeonato da Europa, na Polónia, nos próximos dias 13 a 16 de Julho, o Benfica forneceu 12 atletas à Selecção. O nosso eterno rival meter apenas metade. E se analisarmos os Campeonatos Regionais de Lisboa, o SL Benfica venceu em todos os escalões (Iniciados, Juvenis, Juniores e sub-23), quer em masculinos, quer em femininos.
Nos últimos 12 anos, o nosso Clube fez volumosos investimentos na área das modalidades com resultados desportivos notáveis. Com a futura Academia das Modalidades garantiremos um espaço reservado para a excelência desportiva, organizativa e financeira."

Pedro Guerra, in O Benfica

Bruxas à portuguesa!

"Não é preciso ser «bruxo» para prever o que aí vem: um campeonato verdadeiramente infernal!!!

Oxalá me engane, mas creio que a nova época de futebol da Primeira Liga será uma das mais infernais de que haverá memória em Portugal. Na primeira época, de há muitos anos, em que só o campeão terá acesso directo à fase de grupos da Liga dos Campeões e só o 2.º ganha direito a competir num play-off, imaginem o nível de combate verbal e a intensidade do clima de conflito que tem marcado a comunicação e a relação dos principais clubes e dos principais agentes...
Acrescente-se a estreia do videoárbitro e a guerra que FC Porto e Sporting continuarão a desafiar o poder ganhador do Benfica e teremos certamente o mais explosivo cocktail dos últimos largos anos, talvez só comparável aos terríveis anos do fim da década de 80 e princípio da década de 90, quando se acentuou o domínio do FC Porto.
Oxalá me engane (e nem sequer me estou a armar em bruxo!...), mas, sublinho, creio que não vem aí nada de bom em matéria de futebol profissional em Portugal. E se alguém espera que o videoárbitro ajude a acalmar as coisas, deve infelizmente tirar o cavalinho da chuva. Volto a reafirmar que não estou, e obviamente nunca estive, contra o videoárbitro. Seria absurdo. Mas alerto para a necessidade de percebemos que o clima de profunda conflitualidade no futebol português não criará propriamente bom cenário para a estreia de um processo que exige tolerância, sensatez e compreensão. Tudo o que o nosso futebol não tem.
Oxalá me engane, mas isto vai ser uma guerra ensurdecedora! Já de si espera-se uma competição mais feroz do que nunca pelo lugar de campeão, tendo em conta, sobretudo, a tal necessidade que os grandes clubes portugueses têm de receber a ajuda da Liga dos Campeões, e tendo em conta, volto a lembrar, que só mesmo o campeão garante essa preciosa ajuda. O videoárbitro, por outro lado, que merecia um clima profissional sensato e sem suspeições, surge nesta guerra com o risco de amplificar ainda mais a contestação, o processo de intenções, a desfaçatez, a polémica, a indignidade e a falta de respeito.
Imagine o leitor se um dos principais jogos da Liga vierem, por exemplo, a suceder erros como os que se verificaram na recente Taça das Confederações, como o do penalty não assinalado contra Portugal no jogo com o Chile, ou como o amarelo mostrado a um chileno mesmo depois de vistas na tv as imagens de clara agressão a um jogador alemão?
Oxalá me engane, mas todos sabemos como o clima já não está nada favorável a uma competição mais saudável e desportivamente mais justa, e tender, como também todos sabemos, a ficar bem pior, quer por força da proliferação do debate televisivo, quer por força das estratégias de comunicação dos principais clubes, quer por força da liderança e do estilo de liderança, de alguns dos principais dirigentes.
Oxalá me engane, mas não vem aí coisa boa. O novo campeonato pode realmente transformar-se numa competição irrespirável, intratável e insuportável se ninguém tiver o bom sendo de lhe ir pondo algum travão. Por mim, não tenho grande esperança, confesso.
Quanto à competição propriamente dita, o perfil habitual: três candidatos no arranque, talvez apenas dois na parte mais final, e mais dúvidas do que certezas relativamente a tudo o resto. Mas vlto a sublinhar: vem aí o campeonato da pressão. Preparem-se.
Começamos como sempre mas poderemos acabar como nunca!

Creio que não haverá universo mais místico ou supersticioso do que o universo do desporto, muito em particular o do futebol. Bruxarias, mezinhas, acções paranormais e actividades correlativas, sapos enterrados, cabeças de galo cortadas, cobras esticadas, dentes de alho na algibeira, garrafas partidas em cascos de embarcações, passos milimetricamente contados ao luar ou sacos abastecidos de compras para caridade, mais fumos negros ou alfinetes espetados, como tão bem lembrava ontem neste Jornal o meu querido camarada Santos Neves, é tudo coisa corriqueira no fantástico mundo do desporto.
Com todo o respeito pela fé e crença de cada um e superstição de cada qual, tenha ela a ver com a entrada em campo sempre com o mesmo pé, a barba feita ou desfeita sempre da mesma maneira ou com a cor da gravata que se veste sempre no dia do jogo, quando se fala de temas como este é preciso ter sobretudo a noção da carga emocional que sempre envolve qualquer competição desportiva (cada vez maior à medida que cresce a importância e o impacto dessa competição...), e a noção das diferentes sensibilidades culturais e religiosas que se misturam num meio tão especial como o do futebol, com destaque, compreende-se, para a fidelidade mais natural a raízes espirituais africanas ou sul-americanas. Tudo isso, evidentemente, coisa muito respeitável. Nem é assunto, a meu ver, para ter qualquer graça.
Mas faço minhas ainda as palavras da sempre notável prosa escrita por Santos Neves, na edição de ontem de A Bola: a única coisa que no meio de toda esta história de bruxarias ainda tem alguma graça é mesmo a de ter sido agora o FC Porto a desenterrá-la. É preciso ter lata!"

João Bonzinho, in A Bola

A conversa das vizinhas

"Quando era criança, lá na bairro, as vizinhas juntavam-se à esquina de mercearia para trocarem dois dedos de conversa sobre os últimos dias. Por vezes, havia um acontecimento inusitado que alterava a rotina do quotidiano e estavam tempos imensos na discussão. Todas davam a sua opinião - umas mais empertigadas, da génese daquelas senhoras que quando falam até fazem questão de se colocar muito direitas e dar sempre um jeitinho nos óculos para que eles fiquem bem juntinhos ao nariz; outras mais descontraídas mas invariavelmente e meterem na conversa uma boa dose de veneno. No entanto, nunca chegavam a conclusão, porque nunca estavam na posse de todos os dados e a decisão não dependia delas.
Noutras ocasiões, tudo corria mais ou menos dentro da normalidade, mas quando alguém perguntava se estava tudo bem e a resposta era o tão português «vai-se andando» havia logo motivo para meia horinha de conversa, com o desfiar das desgraças dos últimos tempos a marcar o diálogo. Quando se estava a chegar a hora de por a sopa ao lume, cada uma ia à sua vida. Antes, uma recomendação: «Olha mulher, tens mas é de ir à bruxa...» Como reposta, um encolher de ombros com ar de enfado.
Por norma, nas raras ocasiões em que a resposta à saudação era «tudo bem» e a impulsionadora do parlapié estava ali a ouvir os feitos da senhora e da família, dos muitos amigos que faziam questão de ajudar e de outros muito bem posicionados que também estavam sempre dispostos a dar o seu auxílio de forma desinteressada.
Ou estou com os pensamentos muito alterados, ou o futebol português está cada vez mais parecido com a conversa das minhas vizinhas."

Hugo Forte, in A Bola

Onde se fala em verão quente, e-mails, pirataria informática e efeito contaminação

"Advinha-se um verão quente. Aliás, o verão começou anormalmente quente, com temperaturas acima dos 40 graus, provocando catástrofes nunca vistas.
No que ao desporto diz respeito, parece que há um 'efeito contaminação' e o verão está a ser quentinho, quentinho, quentinho. Eu chamar-lhe-ia de... explosivo.
Antes de falar do caso em concreto, lembro-me de um caso, onde vejo algumas particularidades que por semelhantes, vos chamo a atenção, como na altura o fiz - «O Caso Sá Fernandes - Bragaparques».
Para quem não está recordado, Sá Fernandes, advogado gravou ilicitamente uma tentativa de corrupção de que foi alvo. Ora, enquanto que o processo do crime de corrupção decorria, o empresário Domingos Névoa fez uma participação criminal ao Ministério Público contra o advogado, acusando-o de ter gravado, sem autorização e pelos seus meios a sua primeira conversa, em que fez a proposta de corrupção (teriam depois mais duas conversas, mas já gravadas pela polícia judiciária), o advogado veio a ser julgado no 4.º juízo criminal de Lisboa - que, em 15 de Novembro de 2011, decidiu absolvê-lo.
Reconhecendo que a gravação de conversas particulares sem autorização judicial é proibida por lei, o juiz considerou que há casos, como este, em que outros valores têm de ser ponderados e concluiu que Sá Fernandes «agiu com justa causa», pois tinha de «precaver-se contra a atitude do empresário quando fosse confrontado com a acusação de corrupção» e a eventualidade de este vir dizer que a iniciativa da proposta de pagamento de 200 mil euros tinha partido dele.
O Dr. Sá Fernandes acabou condenado numa pena de multa de 1.200 euros, por crime de gravação ilícita da primeira conversa que teve com o sócio da Bragaparques, em 2006, que desencadeou contra este a investigação do processo de corrupção.
Ora, paralelamente àquilo que for apurado pelas autoridades jurisdicionais no que concerne ao eventual (ou eventuais) crimes de corrupção (ou outros) praticados pelos responsáveis pelo Benfica, num primeiro momento pelo Ministério Público, que suportará a sua de decisão de acusar, ou de arquivar, na prova obtida nos O.P.C. e, posteriormente nos Juízes (caso haja acusação, ou requerimento de instrução), a verdade é que duas outras questões se colocam: a ilicitude dos meios de obtenção da prova, que pode ter um efeito de invalidação da mesma e inclusive, mesmo que outra prova 'boa' seja obtida através dessa, sofra do chamado 'efeito contaminação' e, por outro lado, levará necessariamente à abertura de um (ou vários) processos-crime contra quem divulgou os e-mails (e quem os obteve).
Face às notícias que têm vindo à praça pública, consigo identificar vários possíveis crimes, com vários possíveis crimes, com vários interessados em desencadeá-los, a saber, Crime da 'devassa da vida privada', previsto e punido no art.º 192.º do Código Penal, o Crime de 'Devassa por meio de informática' - art.º 193.º do CP, o Crime de Violação de correspondência ou de telecomunicações', art.º 194.º CP, o Crime de 'Violação de segredo', art.º 195.º, o Crime de 'Aproveitamento indevido de segredo', art.º 196.º, todos eles com a agravação prevista no art.º 197.º, sobretudo na alínea b) se for praticado através de meio de comunicação social.
A estes crimes podia eventualmente usar o crime de difamação, para concorrer come estes que isolada ou cumulativamente poderão ser praticados, para além de um Pedido de Indemnização Cível de valores absurdamente elevados para o nosso quadro jurídico, tendo em conta a dimensão dos danos.
Faltam-me elementos para ser mais concreto na análise, mas de uma coisa tenho a certeza, nesta fase está a instituição Futebol Clube do Porto, os seus responsáveis e quem divulgou estes e-maisl (aparentemente obtidos ilicitamente, pois não estou a ver ter sido um responsável do Benfica a enviá-los amigavelmente ao FCP), mais depressa a serem julgados e condenados pelos crimes que praticaram do que os do Benfica, pois à incerteza da legalidade dos meios de prova, teria de se provar o crime em si, o que é exactamente difícil de se fazer em tribunal.
Aguardemos as 'cenas do próximo capítulo'. "

Paulo Edson, 

PS: Juntando o facto do conteúdo ser completamente pífio, é só fazer as contas aos cumulos!!!!

Horta...

8.ª dia...

Alvorada... talismã!

NetPress... Campeão eterno!

Benfiquismo (DXXII)

Bernabéu, 1980

Aquecimento... com Zé Marinho

O Campeão está de volta...!!!

Sorteio da Liga...

"Ainda sobre as novas condicionantes do sorteio...O meu amigo Hugo Leal, como habitualmente, usou o cérebro para pensar e chegou a este estado de reflexão.
'Querem saber do estado a que isto chegou? Vejam as datas e as regras. A Supertaça joga-se a 5/6 de Agosto (diz a FPF). A 1.ª mão do playoff da Champions joga-se a 15 de Agosto de 2017 (diz a UEFA). 9/10 dias de distância. O que pode ter a ver a Supertaça com o playoff da Champions, se o Sporting nem sequer joga a Supertaça? Aparentemente nada, até porque, pelo regulamento, o Sporting já não poderia jogar com o Benfica nessas duas primeiras jornadas da Liga (marcadas para 11/14 e 18/21 de Agosto).
A questão, então, só pode ser o Vitória. Mesmo que o Sporting antecipasse a primeira jornada para sexta-feira cumprir-se-ia a regra das 72 horas de descanso, pelo que, se saísse o Vitória, este teria mesmo de jogar.
O que temos aqui, então? Das duas, uma: ou quem fez as regras anda demasiado ocupado em bodas e copos-de-água para saber as datas dos jogos e inventou uma regra à pressa no pressuposto de o Sporting precisar de alterar datas à sua vontade e à última da hora; ou a regra foi metida para o Sporting não ter de jogar com o Guimarães (já com um jogo oficial disputado) antes ou no intervalo do playoff da Champions. O Guimarães. Essa equipa que aterroriza adversários que estejam a ganhar 3-0 a 15 minutos do fim.
Até pode haver algum elefante na sala que eu não esteja a ver (se alguém perceber onde ele está é só dizer), mas o que me parece mesmo é estarmos a assistir a mais um edificante episódio da série «Querido, Mudei a Liga».' "

Augusto...