Últimas indefectivações

sexta-feira, 29 de março de 2013

Acordar a tempo...


Benfica 3 - 2 Castêlo da Maia
25-23, 19-25, 19-25, 25-18, 15-10

Só no 4.º Set com a equipa a perder por 1-2 (em Set's) é que o Benfica jogou ao nível exigido, com intensidade, ganhando blocos e recuperando bolas 'impossíveis' na defesa baixa, até lá, muitos erros defensivos (estranho tantas más recepções do Roberto...), e pouca criatividade na distribuição. A entrada do Kibinho acabou por ser decisiva.
A equipa não jogou bem, os árbitros como é habitual tiveram uma daquelas actuações cheias de anti-caseirismo, como é característico nos Pavilhões da Luz: toques na rede, fomos só nós; dois toques, fomos só nós; erros na formação, fomos só nós; reverter decisões dos fiscais de linha, só contra nós; transporte ao passador contrário, nunca... um festival, a equipa já escaldada, tentou não perder a cabeça, mas sentiu-se o nervosismo, bem notório nas bolas que iam claramente para fora, e os nossos jogadores mesmo assim iam atrás delas, não fosse o árbitro marcar dentro!!! O trauma das lesões também anda a pairar sobre esta equipa, todos os contactos - ou apoios mal dados - são motivos de preocupação e de 'entrada' do spray milagroso!!!

Antes deste jogo ficámos a saber, que o Reffatti não deverá jogar mais esta época. Uma baixa de vulto, a defesa baixa do Benfica já é um problema, com o Chino em campo, sabemos que os adversários vão tentar aproveitar os erros do nosso Cubano... por mim fazia mesmo a substituição, sempre que o Chino fique em zona defensiva!!!

Prescrever

"Prescrever é um verbo muito nosso, usado a preceito e abusado com mais rigor ainda. Prescrever está no ‘antes’ – no tempo do que é de regular, de estabelecer, de preceituar – e também no ‘depois’ – no tempo do que cessou de existir com o decorrer do tempo. Prescrever nunca é do tempo útil do agir.
Assim, no Portugal da bola e da Federação e da Liga e da Nau Catrineta e das verdades relativas, tudo se pré-escreve na lei e tudo, na mesma lei, se prescreveu. Só assim se compreende que os dirigentes do Boavista exijam que a mesma justiça que condenou o clube os ressacie agora, porque essa mesma justiça exerceu a atitude muito lusitana do ‘deixar prescrever’ com a mesma competência com que se exerce o ‘deixar andar’. Aliás, de uma deriva a outra e das duas deriva esta podre sensação de impunidade que transforma a justiça desportiva portuguesa numa anedota de prostíbulo rasca.
No mesmo âmbito, foi-nos comunicado que a Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga Portuguesa de Futebol Profissional decidiu arquivar um processo a um ex-dirigente do Sporting, por prescrição. Afinal, umas famosas imagens de alguém a depositar dinheiro na conta de um fiscal de linha não existem porque a realidade das mesmas prescreveu, deixou de existir. Da mesma forma, aquela célebre lista com informações pessoais sobre os árbitros, também não deve ter existido, ou, se existiu, deixou de o ser porque prescreveu. Ainda nesta semana, o Sr. Costa recebeu um prémio da Associação de Futebol do Porto. Algures no tempo deve ter prescrito uma realidade chamada Apito Dourado. Porque isto de prescrever acontece sempre em desencontro com o tempo da Justiça é que o Torga dizia que “a História é morosa e nunca chega a tempo. Mesmo quando condena, é sempre fora de horas, depois dos crimes prescritos, numa altura em que já nenhum dos culpados pode cumprir a penitência.” "

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

Conflito latente

"Há um conflito latente entre os clubes e as selecções a quem emprestam os jogadores. A questão não é nova e não acabará por aqui. Algum benfiquista gosta de saber que ficou sem Cardozo, Maxi Pereira e Melgarejo ao serviço das suas selecções? É um orgulho para os atletas representarem os seus países e um problema para os clubes ficarem sem os seus melhores (são os melhores que vão às selecções) em alturas decisivas das provas.
Com estes calendários tipo entremeada será sempre inevitável esta questão.
As eleições do Sporting mostraram com muita precisão o que é hoje o grande emblema de Alvalade. Pouco mais de 30.000 sócios com capacidade eleitoral activa, o que é manifestamente pouco para a grandeza e história do clube, mas por outro lado quase 15 mil votantes, o que é excelente atendendo ao pequeno universo que podia votar. O Sporting pode e deve voltar a crescer para não ficar apenas um gueto radicalizado.
A parte mais irónica nas declarações genuínas do novo presidente do Sporting foi ter exclamado: «O Sporting voltou a ser nosso» quando se sabe que com os VMOC está prestes a deixar de ser.
Amanhã regressa o campeonato, o jogo contra o Rio Ave lembra o último título nacional pois foi obtido precisamente contra os de Vila do Conde.
Basta lembrar o jogo da primeira mão, ou recordar que no último mês o nosso adversário precisou de dois penalties para derrotar o Rio Ave por 2-1 no Dragão. Vai ser muito difícil vencer uma das melhores equipas deste campeonato.
Estou em Madrid, onde o tema é quase exclusivamente Mourinho. Mou como é aqui tratado tem manifestações de adeptos para que não saia e programas de horas na TV para debater os seus méritos e deméritos. Punto y pelota transforma todas as discussões portuguesas em coisas de meninos de coro.
No Adeptos do Real ninguém acredita que fique e poucos querem que abandone. Sara Carbonero já é por aqui mais culpada que Casillas e Sérgio Ramos."

Sílvio Cervan, in A Bola