Últimas indefectivações
sábado, 18 de janeiro de 2020
Um pirata não é um herói
"Imagine que desconfia que o seu vizinho, um empresário que exibe sinais de luxo mas declara ao Estado rendimentos modestos, anda metido em negócios ilegais.
Um dia decide arrombar o escritório dele, remexe documentos e objectos comprometedores, leva-os e espalha-os pelo bairro. Aflito, o vizinho tenta localizar a origem da fuga de informação. Sob identidade falsa, contacta o seu vizinho e propõe-lhe que lhe pague uns milhares de euros para deixar de divulgar documentos. Chantageia-o, em suma. A sua actuação seria ilegal ou heróica?
Contada assim, a história não levanta grandes dúvidas. Mas o dilema ganha novos contornos quando mete ao barulho Rui Pinto, o blogue Football Leaks, contratos milionários e fuga ao Fisco pelo meio. Temas palpitantes e que suscitam paixões, tantas que em muitos momentos as opiniões sobre o processo se misturam com preferências clubísticas.
O debate é legítimo, porque estão em causa diferentes percepções sobre os limites da lei na obtenção de prova, de tal forma que outros países têm actuado de forma diferente perante informações obtidas através de pirataria informática. Basta olhar para Espanha, onde foram abertos processos fiscais a jogadores de futebol. O edifício jurídico não é estanque e novos tempos ou tipos de criminalidade podem exigir novas abordagens pela justiça. Não pode é valer tudo, nem considerar que os fins justificam quaisquer meios.
A questão é que, por muito que possa ser útil e nalguns casos de interesse público a informação recolhida por Rui Pinto, convém não esquecer que agiu sempre à margem da lei. Espiou os sistemas da PJ e da Procuradoria-Geral da República. Tentou negociar compensações com a Doyen, demonstrando estar mais interessado em ganhar dinheiro do que em ajudar a justiça, razão para o tribunal considerar que cometeu crime de extorsão, na forma tentada. Herói, Rui Pinto? Será o tribunal a decidi-lo. Por agora, não é o que se vislumbra no processo."
#futebol
"Seja o que for que tenha acontecido nos jogos de futebol de ontem à noite, é seguro que está hoje instalada uma qualquer nova histeria, porque o futebol já não é construído com bola na relva, é destruído por uma enxurrada de bolas de neve em avalancha de parvoíce.
É um hino à frivolidade, uma ode ao oco, uma homenagem ao irrazoável, que transforma pessoas normais em agitadores grotescos, que se digladiam na televisão pela frase mais pateta, o berro mais faccioso, a opinião mais ressabiada.
Experimentem ver com o som desligado alguns desses programas de debate futebolístico, cujos protagonistas vão matando semanalmente o desportivismo. Aqueles esgares - e a raiva desenhada no ar com dedos ao alto e braços descontrolados - são o retrato de um país rude e embrutecido, que detesta o civismo e prefere a agressão vazia."
Estado da Educação: uma procura de mudança
"Conheço, há muito, a Doutora Maria Emília Brederode Santos, atual Presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE). Há quase 60 anos! Estudávamos ambos na Faculdade de Letras de Lisboa. E o José Medeiros Ferreira, que seria depois seu esposo, foi meu amigo-irmão. Desde jovem, nela resplendia a sua beleza essencial: independência e dignidade, num civismo amplo e arejado. Aqui, também muito semelhante ao seu companheiro, o Medeiros Ferreira, que se embebia da luz de todos os horizontes da liberdade e da democracia. Vista no exclusivo plano da factualidade histórica, é na década de 60 que o Papa Paulo Vi recebeu, em amigável entrevista, os “movimentos de libertação nacional” das colónias portuguesas; que a juventude universitária, em Lisboa, liderada pelo Doutor Jorge Sampaio, futuro Presidente da República, aceita o racionalismo seareiro ou o socialismo de Marx, Mao e Marcuse e recusa, frontalmente, o tradicionalismo ditatorial de Salazar; e que, nas Forças Armadas, começa a germinar um olhar lateral e suspeitoso, em relação à guerra (sem sentido e sem futuro) nas colónias. E tudo isto a Maria Emília intensamente viveu e, em tudo isto, antecipou (com a consciência da nossa matriz europeia)o renascimento da democracia, em Portugal. Entende-se assim a sua Introdução ao relatório de 572 páginas, intitulado Estado da Educação-2018, do CNE: “Educar implica sempre um projecto de futuro. Educamos crianças e jovens, que vão viver num tempo que ainda não é, mas que se prevê e se teme e se deseja. Nesta mudança de era que vivemos, todos parecemos andar à procura de sinais de futuro para nos adaptarmos a ele. Mas a educação, por essência, constrói o futuro, não se limita a inventariar os futuros possíveis. Sem ignorar os saberes acumulados, uma dimensão de desejo e, portanto, de utopia está assim presente nestes esforços”. Vem-me à memória a frase inesquecível de Jean-Paul Jacqué: “a Europa é uma utopia em acção”.
Como todos os verdadeiros líderes, no futuro por que se luta no CNE presidido por Maria Emília Brederode Santos, não há desigualdades que chocam, nem injustiças que ferem, nem preconceitos que cegam, nem vícios que magoam, nem cobardias que envergonham. “Sabe-se como é forte a correlação entre meio social de origem e resultados escolares, designadamente a taxa de insucesso e abandono. As razões para isso são várias e complexas. Uma, mais direta, é revelada pelo recente estudo encomendado pela CONFAP à Universidade Católica do Porto: embora com reservas quanto à representatividade da amostra, traz-nos a informação de que 60% dos alunos do ensino secundário, 50% dos alunos do 3º CEB, 20% do 1º CEB frequentam explicações fora da escola. Uma outra razão, menos directa mas frequentemente apontada, decorre das baixas expectativas que as famílias, as escolas e os próprios alunos de meios socioculturais, considerados mais desfavorecidos, alimentam relativamente ao seu sucesso escolar e ao seu projecto de vida (…) Para quebrar este círculo vicioso é necessária uma mudança de paradigma: a escola terá de ser uma escola para TODOS” (p. 7). Mas não só a mudança de paradigma na escola, pois que o apelo de uma sociedade nova ferve e referve, no mundo todo, incluindo as mais esclerosadas teocracias, tenhamos em conta a contestação, no Irão, ao governo do ayatollah Khameney. Compreende-se assim o lugar de relevo, no relatório, à “Agenda 2030 – Para uma educação de qualidade”, com os objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2016-2030: erradicar a fome e a pobreza; garantir o acesso à saúde e à “educação inclusiva, de qualidade e equitativa e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”; alcançar a igualdade de género; garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos – e muitos outros objectivos se inscrevem, na Agenda 2030, que são “conditio sine qua non” a uma educação que, de facto, signifique desenvolvimento e progresso.
Será de referir que a globalização, embora os seus inescurecíveis benefícios, também apresenta os seus problemas de difícil resolução. É que ela tende a dividir, a separar e chegando mesmo a antagonizar: favorece os que estão preparados e elimina ou subalterniza os que não estão; proporciona oportunidades aos sistemas abertos e esquece os fechados. Enfim, como “a verdade é o todo”, como Hegel o dizia, na educação o “todo” é bem mais do que educação. E a estes “ciclópicos trabalhos” Portugal também é chamado. Não, não acredito, no Quinto Império de Vieira, Pessoa e Natália Correia e num protagonismo lusófono tal que a utopia destes grandes portugueses perdesse a sua vocação provocadora e se convertesse em “doutrina”, onde germina sempre uma rotina insuportável. Mas, para o trabalho indispensável de uma educação-para-todos, importa construir bases sólidas e não dispensar o estudo de um ou outro filósofo, para não encurtar o leque dos possíveis. Foi criado o “Dia Internacional da Erradicação da Pobreza”, em 1992. O Papa Francisco instituiu, em 2017, que se celebrasse, no terceiro domingo de Novembro, o “Dia Mundial dos Pobres”. E, no último mês de Novembro, deu a conhecer uma mensagem onde se afirma, sem subterfúgios, que a opção pelos últimos, por aqueles que a sociedade descarta e lança fora, deve ser uma escolha prioritária. O humanismo do Cristianismo e da Renascença e da Reforma e do Iluminismo e da Revolução Francesa, os ideais da Democracia e dos Direitos Humanos foram (são) transformações culturais que, ao informarem a sociedade toda, se transformaram em “causas das causas” do fenómeno educativo europeu e, portanto, português. Guilherme d’Oliveira Martins escreveu, um dia, que “a Europa é uma ideia, mais do que um continente”. Ora, José Eduardo Franco, em obra muito útil para a nossa pós-modernidade (trata-se, de facto, de um livro de leitura fascinante, A Europa ao Espelho de Portugal) sublinha: “A Europa tomou conta da política e da cultura portuguesas como prioridade e paradigma de progresso, que o país almeja obsessivamente imitar” (p. 29). Como negar que esta “ideia” não se descortine também, na Educação, em Portugal?...
Já se percepcionou até aqui que a cultura política (que não significa cultura partidária) transposta para este relatório, é a mesma cultura vivida pela Doutora Maria Emília Brederode Santos. Passemos agora às metas que o CNE aponta, como essenciais, à Educação, em Portugal, tendo em conta a génese de novos tempos: até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino primário e secundário (…); “até 2030, garantir que todas as meninas e meninos tenham acesso a um desenvolvimento de qualidade, na primeira infância (…); até 2030, assegurar a igualdade de acesso, para todos os homens e mulheres, à educação técnica, profissional e terciária, incluindo a universidade, com qualidade e a preços acessíveis; até 2030, aumentar substancialmente o número de jovens e adultos, que tenham habilitações relevantes, inclusive competências técnicas e profissionais, para emprego, trabalho decente e empreendedorismo; até 2030, eliminar as disparidades de género na educação e garantir a igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação profissional para os mais vulneráveis, incluindo as pessoas com deficiência, população autóctene e crianças em situação de vulnerabilidade; até 2030, garantir literacia e aptidões numéricas a todos os jovens e a uma substancial proporção dos adultos, homens e mulheres; até 2030, garantir que todos os alunos adquiram os conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive por meio da educação, para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de género, promoção de uma cultura de paz e da não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável”. Não me é possível, nos limites de um artigo, ilustrar a mentalidade prospectiva do CNE, que este relatório revela, no seu curso e excurso de pensar a Educação. Num ponto havemos de convir: a revolução na tecnologia, a reestruturação da economia, a criação da sociedade informacional, a erradicação da exclusão social, as novas formas de sociabilidade – tudo isto radica, na Educação que o nosso CNE projecta e propõe. Parabéns à Doutora Maria Emília Brederode Santos e à sua equipa de trabalho!"
Cadomblé do Vata
"1. Vitória clara, justíssima e sem dar azo a qualquer tipo de desculpa lagarta... inclusive, mesmo entrando com jogadores da estatura de Rúben, Ferro, Weigl, Gabriel ou Vinicius, tivemos o cuidado de marcar através de um jogador do tamanhinho do Sporting CP.
2. Com novo triunfo em Alvalade, passamos a ter mais vitórias no antro lagarto do que derrotas e deixamos o Sporting CP a 19 pontos, quando eles ainda vão a Braga, Guimarães, Dragão, Luz, Vila do Conde e Famalicão... ser campeão com menos de 30 pontos de vantagem sobre estes matrecos, nem dá direito a ir ao Marquês.
3. Bruno Lage somou a 34ª vitória em 36 jogos, bateu recorde de vitórias fora e de pontos numa primeira volta... o Jesus já regressou ao Rio de Janeiro ou ainda vamos a tempo?
4. Desde que Sérgio Conceição chegou ao FC Porto, somou 214 pontos e o SL Benfica 216... apesar dos 6 campeonatos em 10 anos, só com a vitória de hoje conseguimos a hegemonia no futebol português.
5. Pegando na experiência das críticas que surgiram às tochas benfiquistas em Guimarães, peço que não caiam já todos em cima das claques do Sporting CP por terem atirado tochas e fumos negros para o relvado... se a vossa equipa jogasse tão mal como o Sporting, vocês certamente ainda fariam pior."
No fim, Rúben Dias quis levar uma recordação do jogo e mandou embalsamar Luiz Phellype
"Vlachodimos
São agora 13 jogos sem sofrer golos esta época, o que faz de Vlachodimos o guarda-redes menos batido das principais ligas europeias. O grego soube manter o registo intacto frente a uma daquelas equipas traiçoeiras sem grande coisa a perder, a não ser a honra. Defendeu tudo, até o primeiro remate da carreira de Doumbia.
André Almeida
Meia dúzia de incursões perigosas no ataque, duas das quais poderiam facilmente ter dado golo, e competência quanto baste para deter o Tico e o Teco do flanco esquerdo sportinguista. Conteve o ímpeto de Acuña, poupando o argentino à expulsão, e foi esperando pacientemente que Bolasie tropeçasse na bola. Em bom André Almeidês: uma exibição do caraças.
Rúben Dias
Mais uma demonstração de liderança que não se explica apenas pelas estatísticas. Não houve analista da Goalpoint que tivesse registado a acção ofensiva de Ruben quando foi ter com Seferovic após o segundo golo e o levantou do chão, mas é assim que se ganham jogos e títulos. Empurrou sempre a equipa para a frente e manteve-nos seguros quando a nossa superioridade parecia em questão. No final quis levar uma recordação do jogo e mandou embalsamar o Luiz Phellype.
Ferro
Algumas falhas que ajudaram a animar a festa. Agradeçam-lhe, porque foi Ferro um dos que mais contribuiu para que, no final de contas, pudéssemos todos dizer: jogaram como nunca e perderam como sempre, expressão que devolve 3.970.000 resultados de pesquisa no Google. Transformem isto numa modalidade e talvez consigam garantir mais um título imaginário.
Grimaldo
Que orgulho vê-lo queixar-se ao fiscal de linha proferindo impropérios na língua do país que o adoptou. Foi o “#$%&-se” mais bem empregue da noite, e foram muitos. Obrigado à Sport TV por ter captado esse detalhe. Agora é garantir a dupla nacionalidade a tempo do Euro.
Weigl
Ainda que não tenha tido muita bola, contribuiu para o equilíbrio da equipa. Parece ser esse o principal motivo para ter subido a titular e não vejo que se possa contestar. Procurou também fazer mais passes para a frente e evitar dessa forma um empréstimo ao Dijon por 18 meses com opção de compra.
Gabriel
Alternou perdas de bola potencialmente comprometedoras com outras tantas recuperações, juntando-lhe meia dúzia de apontamentos técnicos saídos de uma futebolada em Copacabana. Até de sunga ganhamos em Alvalade.
Pizzi
Muito bem a gerir os tempos do jogo, testando inclusivamente a paciência dos benquistas, até que finalmente pudesse ceder o protagonismo da partida ao amigo Rafa.
Cervi
Foi muito castrado pelas tarefas defensivas, mas se há jogador que não se importa de pegar na esfregona e limpar uma casa de banho é Cervi.
Chiquinho
Festejou efusivamente os golos até perceber que está a caminho do banco de suplentes. Não desanimes, Francisco!
Vinícius
Entrou com tudo e quase marcou nos primeiros minutos, mas com o passar do tempo foi-se tornando excessivamente misericordioso para com Ilori. Quando finalmente se apercebeu do que estava a acontecer, desatou a barafustar até a bola chegar a Rafa, que tratou do resto. Curiosamente foi a melhor demonstração de esforço, dedicação, devoção e glória apresentada no relvado de Alvalade.
Rafa
Stay the f*ck away, Man United fans. Take Bruno instead. We don’t care.
Taarabt
Entrou a tempo de celebrar dentro de campo a confirmação de mais uma saborosa vitória. Nada mais justo para um dos que mais nos tem dado esta época. Carrega Adel.
Seferovic
O patinho feio fez mais em 72 horas do que alguns avançados do Sporting em 6 meses. Patinho lindo."
Derby Encarnado
"Depois de uma entrada muito forte do Benfica na partida, o jogo acabou por e equilibrar e resolver no detalhe. Detalhe expresso em mais qualidade menos erro.
Errou Ferro no Benfica mas Camacho não aproveitou. Errou Ilori, ignorando momento para subir acompanhando linha defensiva leonina e Rafa por duas vezes penalizou o Sporting.
Weigl e Gabriel estiveram em destaque no derby. O Alemão competente em todas as situações, é um garante de fiabilidade defensiva pela forma como ocupa o espaço e recupera interceptando passes adversários, mas sobretudo pela qualidade do seu gesto técnico. É um elemento que vai ganhando preponderância cada vez mais não apenas na construção mas até nas saídas rápidas após recuperação, pela velocidade a que descobre colegas em situação mais vantajosa e pela capacidade que tem de lá colocar a bola.
Deu bastante nas vistas Gabriel Pires pelo número de bolas que recuperou – Muitas das boas possibilidades encarnadas vieram dos duelos que venceu sobre os médios leoninos. Ao contrário do alemão, Gabriel vale sobretudo por esse trabalho defensivo de excelência na recuperação da posse. Porém, e ao contrário daquilo que comumente se valoriza no médio, não é um jogador de equipa grande em posse. Doze perdas em Alvalade, percentagem abaixo dos setenta porcento de passe ainda na primeira parte – subiria para os oitenta – impedem qualquer equipa de se instalar consecutivamente no meio campo ofensivo, pois obriga todos os elementos a um esforço redobrado para voltar a ocupar as posições defensivas.
Termina assim a primeira volta com um Benfica em fuga, e agora reforçado com a recuperação de Rafa Silva, Chiquinho e a chegada de Weigl.
Bruno Lage terá conseguido ultrapassar a tormenta da Liga dos Campeões – Prova que tem sistematicamente enfraquecido injustamente a imagem dos treinadores dos encarnados, e o Benfica tem agora condições para ir à procura do bicampeonato."
Curtas – Finalização chave no derby. De Camacho a Rafa, sem esquecer Weigl
"Entre os eternos rivais de Lisboa, foi a equipa do Sporting quem mais criou, porém foi o Benfica quem por mais eficaz, selou o marcador.
- 1a parte, com o Benfica a passar mais tempo em organização ofensiva, mas nunca com o critério mais assertivo, e acabou por criar poucas oportunidades – E estas resultados da pressão sobre a Construção Leonina que somou erros. Um Sporting, competente a chegar a zonas de finalização quando acelerava, mas Rafael Camacho não conseguiu a tal eficácia na conclusão de duas boas situações para colocar a turma de Silas em vantagem. A equipa de Lage tentou condicionar a saída a 3 do Sporting com Cervi com papel especial na pressão, a “apertar” Ilori (de fora para dentro), obrigando-o a jogar para médio no corredor central, onde por diversas vezes, ou perdeu bola ou esteve à beira de. As tentativas de bloquear o ataque encarnado na primeira parte por parte do Sporting raramente surtiram efeito, uma vez que Weigl e os centrais do Benfica resolveram as situações, conseguindo consecutivamente sair quer curto, quer longo;
- 2a parte, sinal mais para o Sporting, que finalmente foi capaz de instalar a sua organização ofensiva, com o Benfica remetido para o seu meio campo defensivo, e a gerar um volume de ataques bastante interessante. Utilizou bastante o jogo em largura, que obrigou o Benfica a basculações rápidas para ajustar posicionamento. Mas mais uma vez não conseguiu finalizar as situações que criou.
- Destaques do Sporting: Mathieu, continua um central de qualidade, qualidade na saída como poucos na liga conseguem, quer em condução ou passe curto e longo. apesar da maior dificuldade nos duelos, continua muito assertivo, e nunca comprometeu. Rafael Camacho, apesar de ter falhado as situações mais flagrantes (ao contrario de Rafa) participou muito no jogo ofensivo da sua equipa, para além de chegar para finalizar, participou na ligação do jogo da sua equipa, inclusive em 1ºfase de construção quando baixava ao lado de Doumbia (maioritariamente no primeiro período da partida)
- Destaques do Benfica para: Rafa, duas situações, duas finalizações, elevou claramente a capacidade de finalização da equipa e foi o homem necessário para “abanar” um jogo adormecido na perspectiva encarnada. Outro destaque para Weigl. O alemão raramente comete erros, entrega bola limpa, e garante equilíbrio na transição defensiva da sua equipa. Capacidade brutal para perceber onde se posicionar quer para interromper interceptando jogo adversário( muitas vezes bastante subido no campo), quer onde se posicionar para ser solução para ligar fases ofensivamente;
- Mais um jogo de nível baixo de Gabriel. As suas constantes perdas de bola foram a razão pelo qual o Benfica sentiu dificuldades para ser uma equipa de Organização, ao contrário de Vinícius que mostrou uma vez mais ser um jogador capaz de segurar e jogar em apoio, para lá do trabalho competente com que sempre aparece na zona de finalização;
- Benfica termina a primeira volta com uma vantagem larga sobre o FC Porto, e com um plantel reforçado com a presença de um médio (Weigl) que promete elevar o nível da equipa para outro patamar. Contudo, há ainda muito para jogar, embora se perceba que passando no Dragão, o campeonato terá via aberta encarnada."
Sporting Lissabon - SL Benfica 0:2
"Unter der Woche hatte Benfica einige Mühe, sich im Viertelfinale des portugiesischen Pokals mit 3:2 gegen Rio Ave durchzusetzen. Zweimal gingen die Gäste in Führung, ehe Haris Seferovic die Partie mit seinen beiden Treffern zugunsten der Adler entschied. Mitten im Winter ein zweiter Frühling des Mittelstürmers aus der Schweiz, der in dieser Saison bis dahin in 24 Spielen erst viermal getroffen hatte. Im Halbfinale - das in Portugal mit Hin- und Rückspiel ausgetragen wird - trifft Benfica jetzt im kommenden Monat auf den bärenstarken Aufsteiger FC Famalicão.
Doch zunächst einmal drehte sich in Lissabon - und eigentlich in ganz Portugal - alles um das Derby in der Hauptstadt. Ein Spiel, das für Sporting von begrenzter sportlicher Bedeutung war, schließlich betrugt der Rückstand auf Benfica vor dem Ende der Hinrunde bereits unglaubliche 16 Zähler. Mit dem Titelrennen hat Sporting auch in diesem Jahr wieder nichts zu tun, da will man wenigstens dem großen Nachbarn in die Meistersuppe spucken. Bei einem Erfolg von Sporting am Freitagabend könnte der FC Porto - einen Sieg über Braga vorausgesetzt - bis auf einen Punkt an den Rekordmeister heranrücken, so die Rechnung von allen, die es nicht mit Benfica halten.
Doch den ersten Paukenschlag des Abends gab es schon vor dem Anpfiff im nicht ausverkauften Estádio José Alvalade. Der inzwischen vom langjährigen Benfica-Profi Ruben Amorim trainierte SC Braga gewann doch ziemlich überraschend mit 2:1 beim FC Porto und verschaffte den Adlern damit eine grandiose Ausgangsposition.
Im ersten Durchgang hatte Benfica über weite Strecken mehr vom Spiel, doch spätestens an der gegnerischen Strafraumgrenze fehlte die letzte Entschlossenheit und vielleicht auch die eine oder andere zündende Idee. Sporting kam zu den besseren Torchancen, das Unentschieden zur Pause war somit trotz der optischen Überlegenheit der Gäste gerecht.
Die zweite Hälfte begann mit viel Getöse auf den Rängen. Wahrscheinlich die von Sporting aus dem Stadion verbannten Ultragruppierungen nahmen als Zeichen ihres Protests gegen die Vereinsführung wieder einmal den Strafraum des eigenen (!) Torhüters unter Pyro-Beschuss. Minutenlang rauchte und knallte es gewaltig. Als das Spiel fortgesetzt werden konnten, drehten zunächst die Hausherren mächtig auf. Doch Benfica überstand diese Sturmphase unbeschadet und übernahm allmählich wieder das Kommando.
Eine Viertelstunde vor dem Ende der regulären Spielzeit zog Benfica-Coach Bruno Lage mit der Einwechslung von Rafa das spielentscheidende Ass aus dem Ärmel. Obwohl unser kleiner Mittelfeldmagier verletzungsbedingt seit Ende September nicht mehr auf dem Feld gestanden hatte, liefen fortan praktisch alle Angriffsaktionen über ihn, das Offensivspiel der Adler bekam eine völlig neue Qualität.
In der 80. Minute wühlte sich Vinícius im Strafraum durch und legte dann auf Rafa ab, der den Ball aus etwa acht Metern Entfernung zum Führungstreffer einschob. Rafas Tor war gleichsam der Knock-out für die Gastgeber, die sich anschließend zwar um den Ausgleich bemühten, jedoch kaum noch für Gefahr sorgen konnten. Der Höhepunkt der Partie dann fast zum Schluss der zehnminütigen Nachspielzeit: Der gerade erst eingewechselte Seferovic spielte millimetergenau den völlig frei im Strafraum lauernden Rafa an, der den Ball aus elf Metern so gefühlvoll im Netz versenkte, wie es nur Ausnahmespieler seiner Kategorie vermögen.
Der letztlich völlig verdiente Auswärtssieg bei Sporting krönt eine Hinrunde von Benfica, die selbst die Erwartungen der größten Optimisten übertroffen hat. Auch wenn die Adler nicht immer Traumfußball gezeigt haben, stehen 16 Siege und nur eine Niederlage in der Bilanz. Noch nie zuvor hatte eine Mannschaft in der Liga NOS nach der Hinrunde 48 Punkte auf dem Konto, der Vorsprung auf den FC Porto beträgt jetzt sieben Zähler. Das ist großartig, jedoch kein Grund zur Überheblichkeit. Vor einem Jahr um diese Zeit hatten die Nordportugiesen exakt den gleichen Vorsprung auf Benfica und wurden am Ende doch nur Vizemeister.
Weil sie ebenso schön wie eindrucksvoll sind, zum Schluss noch zwei Zahlen: In nur 35 Spielen als Trainer hat Bruno Lage mit Benfica 100 Punkte gewonnen, ein neuer Ligarekord. Der Erfolg von Benfica bei Sporting war der 17. Auswärtssieg in Folge, ein - ihr werdet es bereits ahnen - neuer Ligarekord.
Weiter geht es für den unangefochtenen „Herbstmeister“ am Sonntag kommender Woche mit dem Auswärtsspiel beim Tabellenfünfzehnten Paços de Ferreira. Das Spiel im Estádio Capital do Móvel beginnt um 18.30 Uhr deutscher Zeit und wird wie gewohnt von sportdigital übertragen.
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Sporting Lissabon - SL Benfica 0:2
Liga NOS, 17. Spieltag
Freitag, 17. Januar 2020, 21.15 Uhr
Estádio José Alvalade, 41.017 Zuschauer
Mannschaftsaufstellung: Odysseas, André Almeida, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Pizzi, Weigl, Gabriel, Cervi (90.+5 Taarabt), Chiquinho (74. Rafa), Vinícius (90.+7 Seferovic)
Torschützen: 0:1 Rafa (80.), 0:2 Rafa (90.+9)"
Sporting CP 0-2 SL Benfica: Fórmula mágica sai, pela segunda vez, do banco
"A Crónica: Trunfo Rafa valeu a vitória ao SL Benfica
O jogo ainda não tinha começado, mas as emoções já estavam ao rubro assim que o apito soou no Dragão depois da derrota do FC Porto frente ao SC Braga. Verdade seja dita, o SL Benfica beneficiou mais desta notícia.
Pelos lados de Alvalade, o jogo começou muito equilibrado na zona de meio-campo, mas a verdade é que nem sempre foi assim. À medida que os minutos foram passando, as águias conseguiram superiorizar-se perante a equipa de Silas. O Sporting CP começou por ter bastantes dificuldades em ligar o jogo e viu-se atraiçoado perante a sua tentativa de ter uma defesa mais subida. Do outro lado, estava também um Benfica a defender no mesmo formato, mas a ser muito mais eficaz.
A primeira parte ficou marcada por uma clara insegurança verde e branca no processo defensivo. Neste sentido, Doumbia e Ilori tiveram muita dificuldade em segurar a bola. Perante uma maior dificuldade na fase de construção, os leões começaram por optar um jogo mais directo a procurar jogar nas costas dos centrais. Por outro lado, o Benfica esteve mais seguro no jogo, onde apenas precisava de afinar as suas jogadas no último terço. O último passe não estava a sair bem à equipa de Bruno Lage.
As duas equipas voltaram para os balneários com um nulo no resultado num jogo que não estava a ser excelente, mas, ainda assim, tinha tido alguns momentos de perigo iminente junto das balizas de Luís Maximiano e Odysseas Vlachodimos.
O segundo tempo demorou a reatar-se devido ao lançamento de tochas por parte das claques leoninas para dentro do relvado, o que deixou a pairar no ar uma espécie de nevoeiro provocado pelo fumo destes artigos pirotécnicos.
Retomada a partida, o intervalo fez bem à equipa de Silas que veio com mais vontade e estava a conseguir ter mais bola, contrastando com um Benfica agora a apostar no futebol mais directo face à dificuldade em criar espaços. Percebendo que a sua frente de ataque parecia estar a perder “poder de fogo”, Lage lançou Rafa Silva em campo para o lugar de Chiquinho e aposta acabou por ter o efeito desejado, já que o extremo português abriu o marcador ao minuto 80 num lance algo confuso dentro da área leonina em que Vinícius consegue segurar a bola e entrega ao 27 das águias para bater Maximiano.
O golo abalou (e de que forma) o conjunto leonino que mostrou bons indicadores até ao tento sofrido, mas não conseguiu ser pragmático quando teve oportunidade para bater Vlachodimos. Com uma vantagem preciosa para conservar até ao último apito do árbitro, o Benfica aproveitava as bolas perdidas pelos leões para lançar contra-ataques venenosos com o objectivo de matar o jogo, e isso acabou mesmo por acontecer: Rafa Silva voltou a bater um desamparado Maximiano e sentenciou as dúvidas quanto ao vencedor.
O jogo terminou com um 0-2 para a equipa encarnada, um resultado algo exagerado para aquilo que se passou em campo. O Benfica mostrou-se superior durante maior parte do jogo, mas, ainda assim, a entrada dos leões nesta segunda parte nada fazia prever o desfecho tão negro para os da casa.
A Figura
Rafa Silva – Um “trunfo na manga” de Bruno Lage que valeu “ouro” para o Benfica, já que o extremo recém-recuperado de lesão fez os dois golos em Alvalade que deram um triunfo importante às águias. Uma excelente forma de reaver a confiança perdida durante o longo período de paragem.
O Fora de Jogo
Idrissa Doumbia – O médio costa-marfinense esteve bastante desconcentrado nos minutos que esteve em campo. Inseguro com a bola nos pés, perdeu muitas bolas na zona defensiva durante o primeiro tempo que quase ponham em perigo a sua equipa. Nem o remate aos 63′ que pôs à prova Vlachodimos consegue apagar esta má exibição.
Análise Táctica - Sporting CP
Os leões começaram com o já habitual 4-3-3, com o Luiz Phellype como avançado mais fixo e quando em alguns momentos de contra-ataque este alterava-se para um 3-1-4-2. O grande pormenor negativo a tentativa falhada de uma defesa mais subida. Notou-se, claramente, que o Sporting não tinha argumentos para se manter neste esquema táctico mais subido e Silas percebeu isso mesmo. A defesa do Sporting CP foi recuando à medida que o jogo foi avançando.
A certa altura, os leões começam a apostar mais no contra-ataque a tentar esticar mais o seu jogo. Em momentos de contra-ataque, Bruno Fernandes vinha muitas vezes buscar jogo e, simultaneamente, Wendel subia para apoiar na primeira fase de construção. Importante referir que a troca de Rafael Camacho para o corredor esquerdo fez com que o seu rendimento baixasse.
11 Inicial e Pontuações
Luís Maximiano (6)
Stefan Ristovski (5)
Tiago Ilori (4)
Jérémy Mathieu (7)
Marcos Acuña (7)
Idrissa Doumbia (3)
Bruno Fernandes (7)
Wendel (6)
Yannick Bolasie (5)
Rafael Camacho (8)
Luiz Phellype (4)
Subs Utilizados
Gonzalo Plata (5)
Pedro Mendes (-)
Cristián Borja (-)
Análise Táctica - SL Benfica
Um 4-4-2 que foi claramente bastante eficaz perante um Sporting que revelou menos argumentos. À semelhança do seu rival, o Benfica tinha a sua linha defensiva bastante subida. Por outro lado, esta tática assentou bem melhor à equipa de Bruno Lage.
O Benfica, em momentos ofensivos, preferiu apostar em mais gente no ataque e superiorizar-se no seu meio-campo. Dado o ascendente benfiquista, a estratégia estava a resultar. Para a supremacia se evidenciar em golos, faltava apenas que as águias resolvessem melhor no último terço. O último passe estava a falhar muitas vezes e o golo não surgiu na primeira parte por isso mesmo.
No segundo tempo, a história foi diferente. A solução do Benfica saiu novamente do banco e a individualidade de Rafa marcou a diferença nesta vitória do Benfica em Alvalade por 0-2.
11 Inicial e Pontuações
Odysseas Vlachodimos (7)
André Almeida (5)
Rúben Dias (6)
Ferro (5)
Grimaldo (6)
Gabriel (7)
Julian Weigl (5)
Franco Cervi (6)
Pizzi (5)
Chiquinho (5)
Carlos Vinícius (7)
Subs Utilizados
Rafa Silva (8)
Adel Taarabt (-)
Haris Seferovic (-)
BnR na Conferência de Imprensa
Sporting CP
Não foi possível colocar questões ao treinador do Sporting CP, Jorge Silas
SL Benfica
Não foi possível colocar questões ao treinador do SL Benfica, Bruno Lage."
Encontra alguém que olhe para ti, como o Benfica olha para Rafa
"Em duas substituições e em dois lances o Benfica venceu o dérbi: primeiro, quando o poderoso Vinicius derrubou os adversários como castelinhos de cartas e passou a bola para o 1-0 de Rafa; segundo, quando Rafa chutou de trivela a passe de Seferovic para o 2-0. Quando mais foi preciso, o investimento pagou-se com o bis do futebolista mais decisivo do campeonato anterior. O Benfica tem mais dinheiro, mais adeptos, melhor estrutura e melhores jogadores. Ganhar, em Portugal, parece uma inevitabilidade
Começar a jogar este jogo sem pensar no jogo que se jogara minutos antes era impraticável: o FC Porto perdera no Dragão com o Braga e a narrativa do campeonato podia desarranjar-se substancialmente a favor do Benfica, no preciso dia em que a Liga dava a volta.
O dérbi, que é sempre o dérbi, podia ser não só o dérbi entre um vencedor e um derrotado, mas o dérbi que deixaria o Benfica com sete pontos de avanço sobre o FC Porto - e 19 sobre o Sporting. Em Janeiro.
Portanto, o Benfica entrou com a pressa dos que fogem e o Sporting com a urgência dos que não podem ficar para trás, resultando isso numa sequência de jogadas perigosas para ambos os lados.
Contabilizando umas e outras, os encarnados somaram mais - por Cervi (minuto 2), Carlos Vinicius (minuto 3), Pizzi (minuto 12), Gabriel (minuto 21), André Almeida (31’) -, mas os de Alvalade chutaram ao poste, por Rafael Camacho (minuto 13), quando Ferro se movimentou com a inércia de uma preguiça.
Encapsulando o dérbi apenas naqueles instantes, dir-se-ia que o encontro se apresentava para um triunfo do Benfica, que, com as suas triangulações à esquerda e à direita e também nos pontapés de canto ou livres laterais, ia encontrando oportunidades para se chegar com relativa facilidade a Max; ao Sporting, caberia explorar erros de marcação na grande área em bolas paradas e no evidente mau momento de Ferro.
Só que bola é bola e tudo se altera em questões de segundo, ansiedades ou inexperiências - a propósito, houve cinco estreantes em dérbis (Max, Bolasie e Camacho; Weigl e Vinicius) - pelo que o mais avisado seria não apostar em prognósticos potencialmente escangalhados pelo génio de Bruno Fernandes: aos 38’ o capitão maravilha de Alvalade arrancou com a bola e o voluntarioso mas sofrível Bolasie disparou sem força.
O Sporting, por vezes dominado, estava ainda vivo e até iria respirar melhor na segunda-parte, apesar do fumo lançado das bancadas da Juve Leo contra Max, que deixou o dérbi suspenso durante largos minutos. Nos momentos que se seguiram, um remate de Doumbia (62’), a insolência criativa de Rafael Camacho, a competitividade de Acuña, e as más escolhas de Chiquinho e um ligeiro apagão encarnado, deixaram a equipa do Sporting confortável no encontro.
Só que depois, bom, depois a mais implacável das leis da natureza - a lei do mais forte - fez a sua aparição e o jogo acabou. Porque nestas coisas das técnicas e das táticas, das sortes e dos azares, é simples explicar, exactamente, porque é que uns ganham mais do que os outros. E é por causa disto: Lage quis sacudir o dérbi, puxou por Rafa e Seferovic num banco de suplentes onde ainda estavam Taarabt ou Samaris; e do outro lado estavam Plata, Pedro Mendes e o convalescente Battaglia.
Em duas substituições e em dois lances o Benfica venceu o dérbi: primeiro, quando o poderoso Vinicius derrubou os adversários como castelinhos de cartas e passou a bola para o 1-0 de Rafa; segundo, quando Rafa chutou de trivela a passe de Seferovic para o 2-0. Quando mais foi preciso, o investimento pagou-se com o bis do futebolista mais decisivo do campeonato anterior.
O Benfica tem mais dinheiro, mais adeptos, melhor estrutura e melhores jogadores. Ganhar, em Portugal, parece uma inevitabilidade."
PS: Não costumo publicar as crónicas do Candeias, por uma questão de higiene, mas hoje e azia é demasiado evidente na escrita, para censurar este Lagarto!
Vermelhão: Sexta-feira Vermelha !!!
Sporting 0 - 2 Benfica
Não fizemos uma grande jogo - verdade -, mas ganhámos, com justiça... e após meio campeonato, temos 7 pontos de vantagem sobre a concorrência!!!
Entrámos muito bem no jogo, nos primeiros 30 minutos o jogo foi todo nosso, com uma única excepção (em puro contra-ataque, num bola directa, os Lagartos acertaram no poste), mas como era expectável, não aguentámos o ritmo... Esta sequência de três jogos em oito dias, sentiu-se...
No 2.º tempo, entrámos mal, não sei se foi a paragem por causa das tochas, ou se foi o conhecimento do resultado dos Corruptos (o Lage deu a entender que os jogadores só ao intervalo souberam...), mas baixámos as linhas, e tivemos muitas dificuldades em construir jogo ofensivo... Mesmo assim, só nas bolas paradas o Sporting foi criando algum perigo...
Quando chegámos ao momento das substituições, 'ganhámos' o jogo: Rafa, o 'verdadeiro' melhor jogador da Liga, que esteve lesionado praticamente três meses, voltou em grande! Com o Rio Ave na terça só jogou os 'descontos', hoje teve 15+10 minutos (!), e decidiu a partida!!! O mesmo Rafa que quando chegou ao Benfica se assustava quando a baliza lhe aparecia à frente, hoje, é 'matador'!!!
Já em Guimarães, um jogo onde o Benfica jogou com as 'linhas' um pouco mais baixas do que é habitual, se sentiu a falta do Rafa! Mais do os jogos da Luz, onde temos total domínio territorial, é nestas partidas, onde precisamos de velocidade no transporte de bola, e velocidade de decisão na zona final, onde o Rafa faz a diferença... Não temos mais ninguém no plantel com as mesmas características e a mesma qualidade.
Já agora, o resultado do Dragay supostamente não deverá ter tido qualquer influência na 'cabeça' dos jogadores, porque se os Corruptos tivessem ganho, o Benfica tinha também que ganhar... Em nós, os adeptos, a derrota, terá dado alguma 'descompressão', pois sabíamos que mesmo perdendo, iríamos acabar o dia na liderança, com os mesmos 4 pontos, mas a 'azia' de não aproveitar para 'cavar' a diferença seria enorme... No fim, não creio que tivesse influência, pelo menos não devia ter tido!!!
Depois da boa entrada na partida, com algumas jogadas vistosas, acabou por ser jogo de sacrifício, onde o MVP foi o marcador dos golos!
A titularidade do Weigl surpreendeu-me, mas faz sentido... o alemão terá feito o seu jogo mais completo, e com a equipa mais 'compacta', notou-se mais... mas sem o Taarabt, perdemos qualidade na construção de jogo!
O Chiquinho não fez um jogo brilhante, mas foi importante no equilíbrio no meio-campo, jogando praticamente como o 3.º centro-campista! Vinícius sem marcar, mais uma vez decisivo...; o Ferro teve um falha 'grave' que o poste salvou, mas até melhorou em relação às últimas exibições...
Mais um jogo onde o Odysseas foi decisivo, sem grande espalhafato, foi fundamental...
Uma das tradições novas com o VAR, são os minutos necessários para validar qualquer golo do Benfica!!! Uma eternidade!!! Golos duvidosos dos Corruptos, são validados, em segundos! Golos do Benfica, no mínimo 2 minutos!!! O medo, de 'escapar' algum frame, é gigantesco...!!!
Sem grandes Casos, nas áreas, desataco mais uma vez o critério disciplinar: o Benfica devia ter acabado a jogar contra 10, pelo menos 10... e nem estou a 'contar' com os constantes protestos, por tudo e por nada!!! Aliás hoje, no Dragay e no Alvalixo, foi um fartote de impunidade do 'palavreado'!!!
Três pontos importantíssimos, 7 pontos é uma almofada que permite duas não vitórias, mas não é decisiva a 17 jogos do fim!!! Agora, daqui a duas semanas quando chegar a Taça de Portugal e logo a seguir a Liga Europa, uma boa vantagem pode permitir uma gestão diferente por parte do Lage. E esta época, é a prova provada, que jogar com o onze titular, ou 'rodar', são 'coisas' completamente diferentes!!! Mas o mais importante neste momento, é recuperar fisicamente a equipa, e preparar o jogo de Paços (estão no melhor momento da época) e depois o B-SAD... e se calhar quando jogarmos com os Corruptos ainda teremos uma vantagem maior (vão a Guimarães...), mas para isso acontecer, temos que ser competentes nos nossos jogos.
Determinação para vencer dérbi
"Num jogo de tripla, só um resultado interessa. A falta de descanso não será desculpa e ganhar permite uma primeira volta quase imaculada
O jornalismo é necessário, o jornalismo de qualidade é útil, o jornalismo sublime é uma arte. A capa do jornal A Bola na passada segunda-feira foi um desses exemplos. A morte do Paulo Gonçalves chocou o mundo do desporto e, em particular, quem como eu o conhecia. Não sei de quem foi a autoria da capa, nem do título escolhido, mas foi uma combinação genial. Uma capa a cores como foi a vida do Paulo Gonçalves, sem mais ruído intimativo como o momento exige, com a simplicidade da excelência. A «última duna» foi uma bonita homenagem a um «Cavalheiro do Desporto».
O Benfica venceu o Aves no campeonato e o Rio Ave na Taça de Portugal com dupla reviravolta de resultado. No essencial conseguimos os resultados positivos com sustos de que ninguém nos salva.
Dia de dérbi, sem tempo para descansar, num calendário escolhido por incompetentes (a alternativa era mais pérfida) o Benfica jogará em Alvalade sem 72 horas de descanso. Seria para o Benfica não meter os titulares frente ao Rio Ave?
Bruno Lage escolheu os melhores e poupou-se à eliminação. Bruno Lage, como todos os benfiquistas quer estar no Jamor, e por isso estamos 180 minutos de lá cegar, com respeito pelo Famalicão.
Bruno Lage substituiu muito bem frente ao Rio Ave: Seferovic saiu do banco para calar palermas e diminuir o ruído.
Weigl entrou bem contra o Aves, melhor contra o Rio Ave e mesmo quando as necessidades do jogo impuseram o seu recuo para central, mostrou classe e calma. Grande contratado a deste alemão.
Semana onde também se saúda o regresso de André Almeida, e logo com um golo decisivo. Mais qualidade e mais soluções para o Benfica equilibrado que pode Bruno Lage.
Duas vitórias importantes e difíceis que mantém o essencial da época muito próximo.
O Benfica joga contra um Sporting na sua melhor fase mais isso não impede a determinação em vencer, a necessidade de vencer a importância de vencer.
Num jogo com história, a falta de descanso não será desculpa e ganhar em Alvalade deva uma primeira volta quase imaculada ao líder e uma aproximação ao título nacional muito grande.
Num jogo de tripla, só um resultado interessa ao Benfica."
Sílvio Cervan, in A Bola
Única certeza é a incerteza...
"Sporting e Benfica defrontam-se há 113 anos, numa rivalidade que nasceu no futebol e expandiu-se de bicicleta, para marcar a história do desporto português. Desde aquele dia longínquo, dos tempos da monarquia, em que águias e leões mediram forças, pela primeira vez, em Carcavelos, até ao ano de 2020, muita água passou debaixo da ponte Luís I, mas a força do dérbi nunca deixou de alimentar-se de um combustível poderoso, a força dos seus adeptos. É, aí, numa circunstância que transcende conjunturas, que reside a especialidade desta contenda centenária, indiferente, no momento do confronto, a situações de força ou fraqueza pontuais. Na hora do dérbi, a luta é sempre entre pares, tornando a incerteza na única coisa certa (e irrelevantes os 16 pontos que separam estes rivais eternos na tabela classificativa).
Hoje, pela 208.ª vez em jogos oficiais, leões e águias vão estar frente a frente, numa partida que historicamente vale sempre mais do que os três pontos em disputa.
Na abordagem ao dérbi que ontem fizeram, Jorge Silas e Bruno Lage mostraram respeito pelo opositor. E é neste registo de civismo que devem ser lançadas as bases do dérbi. Lembrando os grandes presidentes João Rocha e Borges Coutinho, que numa circunstância tensa das relações entre os clubes, tiveram a grandeza de ouvir o apelo do Presidente da República António Spínola e apontar ao futuro num clima de cordialidade...
Arrigo Sacchi, um dos melhores treinadores de sempre, disse um dia que, na vida, «o futebol deve ser o coisa mais importante das coisas menos importantes». Carregado de razão..."
José Manuel Delgado, in A Bola
Sexta com dérbi
"Hoje há dérbi! O clima que deve rodear um jogo com mais de um século de história - o primeiro ocorreu em 1907 - deve ser de festa. Melhor dizendo, devia ser sempre de respeito mútuo e de lembrança da própria história dos seus intervenientes. Ambos cresceram com a rivalidade que se estabeleceu a partir desse primeiro confronto. Como com a disputa entre Nicolau e Trindade, no ciclismo, nos anos 30. A identidade dos maiores rivais, de uma mesma cidade portuguesa, foi-se alimentando desta disputas. Ambos beneficiaram com ela, crescendo ao longo de Portugal, e posteriormente nas antigas colónias, hoje países de língua oficial portuguesa.
O Sporting venceu esse primeiro jogo, o Benfica venceu o último realizado já esta época, mas a rivalidade tem evoluído para níveis de animosidade a rondar a inimizade. Os tempos actuais são bem diferentes dos anos finais da monarquia, o futebol ganhou uma importância social, económica, e até política, que não tinha. A reflexão que precisa de ser feita por todos os intervenientes neste fantástico jogo, é no sentido de se perceber o que está a acontecer, porque acontece, e que caminho queremos percorrer nas próximas décadas.
No início desta rivalidade não era previsível que o dérbi se jogasse a uma sexta-feira, como também ninguém tinha a noção da importância que esta modalidade passaria a ter na sociedade portuguesa e mundial. E como vão ser os próximos cem anos? Que evolução vai ter o jogo e qual a sua influência social? Que legado queremos deixar para as próximas gerações? Estas questões merecem atenção redobrada de todo o futebol, percebendo que para chegar ao nível actual, a rivalidade e equilíbrio entre os competidores foram fundamentais.
O sucesso do futebol tem que ser conseguido pelo equilíbrio na competição, com a rivalidade daí emergente, sem nunca esquecer que o modelo económico nunca será de monopólio. Quando os intervenientes não se entendem, o jogo fica a perder."
José Couceiro, in A Bola
Já cá faltava...
"De temos a tempos lá vem a ignomínia do costume, a tentativa infame de colar o Benfica ao antigo regime. Apesar de ser fácil desmontá-la, com factos, e até de devolver, neste caso justamente, a acusação, com mais factos, importa rebatê-la sempre, por mais notória que seja a manipulação e a deturpação da história, e óbvio o atentado à memória de tantos que lutaram pela liberdade neste país, muitos deles confessos benfiquistas, alguns chegando mesmo a desempenhar o papel de dirigentes no Clube. Uma mentira desmascarada cem vezes nunca passará a ser verdade.
Não me debruço sobre a singularidade, desta vez, da necessidade de atacar ouros para enaltecer os seus (a última vaga de mentiras surgiu na evocação do aniversário do falecimento de Pedroto), embora não deixe de ser sintomática da má índole e dos complexos de menoridade, relativamente ao Benfica, que os caracterizam.
O Benfica nunca foi o clube do regime como estes mentirosos querem fazer crer. Por cada atoarda lançada por estes propagandistas de vão de escada, há um facto histórico que os desmente, há a biografia de um benfiquista que a neutraliza. Por vezes sinto-me tentado a pensar que o fazem propositadamente, no âmbito de uma estratégia de comunicação para justificar os seus fracassos. Mas isso seria reconhecer-lhes inteligência, que escasseia, e pensamento estratégico, evidentemente limitado.
Em boa verdade, é mais provável que acreditem no que dizem. E compreendo-os. Se eu tivesse crescido a ver o meu clube ganhar devido aos quinhentinhos, a agências de viagens, a compadrios vários e ao que foi relevado no Apito Dourado, também desconfiaria dos triunfos de outrem, pois desconheceria que é possível vencer com mérito."
João Tomaz, in O Benfica
Para cima deles!
"Hoje não se joga apenas uma partida de futebol para o campeonato nacional. Joga-se o dérbi de Lisboa, o mais antigo clássico do futebol português, o confronto entre os dois clubes mais importantes do nosso país em termos de historial desportivo. Mas um Sporting CP vs. SL Benfica é muito mais do que isso. Em especial hoje.
O que vai estar em campo são duas formas de viver o futebol moderno. De um lado, uma equipa vencedora e campeã, com saúde financeira, com futuro assegurado pela sua formação, com um poderio na área da imagem e do marketing que faz corar de vergonha os seus rivais internos. De outro, uma equipa que já foi grande o futebol mas que se deixou cair num abismo de onde parece não saber sair, dinamitada por dentro por um grupo de delinquentes e por sucessivas direcções que deixaram o caminho aberto para um suicídio colectivo, desportivo e financeiro.
Se o futebol fosse uma ciência exacta, a solução para este problema era clara: vitória por goleada do Glorioso. Como não é, há que contar com os famosos factores externos que, uma vez mais este ano, continuam a manter acesa a luta por um titulo que poderia estar ainda mais bem encaminhado do que já está. Além dos habilidosos do apito, o Glorioso tem de contar um factor suplementar de motivação por parte do nosso adversário. É que, a jogar em casa e totalmente afastados do título, os leões vão fazer o jogo da vida deles. Nada contra. Se quem entrar em campo pelo Sport Lisboa e Benfica fizer o mesmo, temos a vitória assegurada. Se tivermos a mesma determinação, garra, intensidade e vontade que estes adversários demonstram contra nós, já ganhámos. Porque em qualidade do plantel e da equipa técnica, valores individuais, condição física e cultura de vitória já há muito tempo que os goleamos. Não foi apenas na Supertaça."
Ricardo Santos, in O Benfica
Cepo (II)
"A base de uma árvore, quando é cortada, serve para se aproveitar o que podemos designar por um cepo!
O cepo voltou a atacar nas suas célebres palestras através da plataforma criada para pessoas com nível em 2010, mas que rapidamente se tornou numa plataforma utilizada também por cepos! Sinceramente, já nem consigo saber se esse cepo tem dois olhos, porque os enviesamentos, torturas, maledicências e bacoradas são tantos, que não há alma nem coração que aguente, e muito menos inteligência que o entenda.
A saga continua, e o cepo volta novamente a atacar! Só que nunca acerta na baliza! Aliás, nem na linha de fundo! Irra! Que cepo!"
Pragal Colaço, in O Benfica
Dérbi: espero uma sexta-feira normal
"Hoje há um Sporting - Benfica, portanto é um dia potencialmente perigoso para o estado emocional de qualquer benfiquista. Está tudo relacionado com a gestão de expectativas. Nenhum adepto do Glorioso está preparado para sair de um jogo com outro resultado que não seja a vitória. Em confrontos com o Sporting, ainda menos. Hoje em dia, pouco temos a ganhar com o dérbi. Se ganharmos, muito bem. Será uma sexta-feira normal. Se o resultado for outro, então terei de recorrer a uma caixa de antidepressivos. Este segundo cenário é altamente improvável, mas ainda existe. Pelo menos enquanto o Bruno Fernandes estiver disponível para estar inscrito na ficha de jogo. Parece-me que seria prudente o Bruno Lage dar instruções ao Gabriel e ao Taarabt para que não concedam espaço ao Bruno Fernandes, nem que para isso seja necessário comprar-lhes um bilhete de avião para o acompanharem até ao estrangeiro. Mesmo que esteja em Old Trafford prestes a assinar pelo Manchester ou na Somália em negociações com o Jazeera - ainda ninguém percebeu muito bem qual será o destino do jogador -, à verdade é que, mesmo desde a Austrália, o rapaz é capaz de enfiar a bola na gaveta. Do lado do Benfica, acredito que qualquer um pode fazer a diferença. Aliás, do onze titular provável, mais de metade dos jogadores já marcaram ao Sporting. O Grimaldo, o Rúben Dias, o Gabriel, o Pizzi, o Chiquinho e o Vinícius já o fizeram. O Rafa e o Seferovic também conhecem a fórmula. Desta vez, eu até gostava que o homem-golo fosse alguém diferente. Para variar, senão também se torna aborrecido. Sempre que houver um pontapé de baliza, vou ficar a torcer pelo Vlachodimos."
Pedro Soares, in O Benfica
Adeus, Campeão!
"Foi com enorme tristeza que tomei conhecimento da morte de Paulo Gonçalves. Sigo o Rally Dakar ano após ano, e desde de há muito que o piloto de Esposende era aquele que mais simpatia e admiração me despertava, quer pela tenacidade com que superava cada desafio que tinha por diante, quer pelo notório fair play com que encarava a competição e que em mais de uma ocasião o distinguiu.
A minha admiração por ele ficou reforçada a partir do momento em que celebrou uma parceira com o Benfica (clube do seu coração), e passou a disputar os ralis exibindo orgulhosamente o emblema da águia no capacete, levando assim a nossa marca até aos desertos. Bem sei que o Dakar não é coisa de clubes, mas, para mim, Paulo Gonçalves era 'o piloto do Benfica'. Além do mais, era também o português que me parecia mais perto de, um dia, ainda poder vir a conquistar a competição.
De resto, chegou a ficar em segundo lugar, e então todos tivemos a oportunidade de o aplaudir numa apoteótica volta olímpica ao relvado da Luz no intervalo de um jogo.
Por mais e melhores mecanismos de segurança que se implementem, os desportos motorizados têm sempre uma elevada componente de risco. Já mais de duas dezenas de pilotos perderam a vida nas várias edições do Dakar - tida como a prova mais dura do mundo. Mas quando toca a alguém que admiramos especialmente, a pergunta que se coloca, e para a qual não obtemos resposta é: porquê ele?
Que o exemplo da sua bravura nos inspire a todos. E que esta noite a nossa equipa de futebol lhe possa dedicar a vitória que ele certamente bem gostaria de festejar.
Descansa em paz. Campeão!"
Luís Fialho, in O Benfica
Exemplos
"Hoje vamos ser sujeitos a um duro teste, em Alvalade. O campeão nacional vai ter de jogar ao ais alto nível para bater o seu velho rival e continuar isolado na liderança. Qual a receita certa? Basta pormos em campo o mesmo espírito com que as duas nossas equipas seniores masculinas de atletismo e futsal se apresentaram no Campeonato Nacional de Estrada e na Taça da liga, respectivamente. Superiormente comandados por Ana Oliveira, Samuel Barata, Rui Pinto, Samuel Freire e Alexandre Figueiredo formaram um quarteto de luxo, que reconquistou o título. O exemplo dado por estes quatro atletas deve inspirar-nos. Uma palavra para Samuel Barata, que chegou ao SL Benfica ainda júnor e tem vindo a melhorar os seus resultados, que lhe têm permitido construir uma grande carreira. Com apenas 26 anos, Samuel Barata tem ainda muito para dar ao atletismo português. Em Alvalade, vai ser precisa esta raça, querer e ambição que vimos no Jamor. Quem fará de Samuel Barata? Pizzi? Quem fará de Rui Pinto? Carlos Vinícius? Quem fará de Samuel Freire? Rúben Dias? Quem fará de Alexandre Figueiredo? Ferro?
André Almeida e seus pares podem inspirar-se ainda na equipa de futsal, que em Matosinhos se sagrou tricampeã da Taça da Liga. Superiormente orientadas pelo feiticeiro Joel Rocha, 16 águias magníficas escreveram mais uma página dourada do SL Benfica. Bruno Coelho, Diego Roncaglio, André Sousa, André Correia, André Coelho, Robinho, Chaguinha, Fernandinho, Fábio Cecílio, Tiago Brito, Rafael Henmi, Miguel Ângelo, Fernando Drasler, Afonso de Jesus, Célio Coque e Fits ganharam porque jogaram 'à Benfica'."
Pedro Guerra, in O Benfica
Pelo sonho é que vamos!
"Às vezes, muitas vezes, os poetas captam melhor que ninguém o sentido das coisas, a Sebastião da Gama era um mestre nessa arte maior:
'Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegámos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.'
O poder do sonho, chamemos-lhe causa, utopia, objectivo ou o que quisermos conforme o grau e o contexto, é nada menos que o poder da vontade, capaz de nos mobilizar inteiros para um único sentido ou resultado. Capaz de nos fazer descobrir forças e capacidades que desconhecia-mos ter e que, verdadeiramente, só desbloqueamos porque a partir de certa altura já nada nos faz parar no caminho traçado. Diz o povo que 'querer é poder', e sintetiza bem essa equação de ouro que define o resultado em função da vontade humana. Não somos deuses e muitas vezes caímos, tropeçamos e levantamo-nos mais fortes, mas o facto de não desistirmos toma-nos dignos da vitória, também, campeões na derrota que por vezes sobrevém sobre todos os esforços. Parece coisa pouca o que o futebol pode fazer, mas não é. É, pelo contrário, enorme a dose de motivação e mobilização pessoal que a presença atenta e o carinho de um jogador podem dar a uma pessoa em situação de fragilidade social, na vida ou na doença. Essa é uma missão nobre que a Fundação Benfica desempenha com orgulho, aproximando pessoas dos seus sonhos, proporcionado-lhes realizações impossíveis e fazendo-as sentir que contam, que são especiais e valem tudo!
E para o Benfica contam mesmo, assim deem a alma pelos seus sonhos e, com mérito seu, os realizem!"
Jorge Miranda, in O Benfica
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