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sexta-feira, 4 de julho de 2025

Até um dia, Diogo Jota 🕊️

Nota de condolências

Zero: Mercado - Conceição só em definitivo

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Diogo Jota e André Silva: o acidente, as carreiras, as vidas

Observador: Três Toques - Gyökeres só sabe trair?

Lanças...


História Agora


Ora zumba na caneca, ora na caneca zumba


"Poucas são as pessoas que se entregam à paixão metafísica do futebol, até porque seria, de uma forma muito peculiar e inusitada, cair num sentimentalismo pouco selvagem que o futebol másculo e mediático já pouco oferece. Por outro lado, a minha experiência de Benfica tem sido tão ao patamar do sublime que já me entedia. Culpo principalmente uma caneca herdada por amizade. Entre floreados e detalhes dourados, surge o símbolo pintado à mão e logo abaixo a inscrição “campeão 1962-63”.
Como é que posso explicar a alguém que, vendo-me com vinte e quatro anos e já suficientemente adulto para tudo, beber dessa mesma caneca faz-me sonhar durante o sono com aquela mítica imagem do senhor José Águas levantando a taça com que todos os miúdos e graúdos sonham? O Benfica, de facto, ocupa uma parte muito significativa do meu dia administrativo, mas isso eu já sabia por certo. Uma investida noturna durante os períodos de maior inconsciência é que me surpreende. É vicio, leitor, é vicio, mas é também um inteiro sistema filosófico e de ideias.
Aquela maldita caneca, apesar da beleza notória e incontestável, tem a asa e as bordas gastas, o que a torna ainda mais notória e incontestavelmente bela. Adivinho-lhe o passado sem grandes dificuldades e, quanto mais o faço, mais a invejo. Imaginem só que a escaldar de café, na companhia de um cigarro, fazia de totem a quem pelo rádio ouvia no crepúsculo e exasperava com aquela final de Wembley contra os novos Bubsy Babes. E que importa que Salazar tenha caído da cadeira nesse ano e os Beatles estivessem a atingir os seus anos derradeiros. E anos mais tarde foi até à boca eufórica, fresca e a transbordar de vinho novo para a ocasião, naquela final da Taça de Portugal em pleno estio de 1981 celebrando um hattrick do mágico e sempre asseado Nené.
Agora eu, oficial e certificado dono daquele naco cerâmico, dou continuidade ao que eu vou chamar de deglutição gloriosa, sabendo muito bem que aquela mesma caneca serviria muito melhor os propósitos sacramentais de um domingo de manhã, mas a busca pelo Santo Graal sempre foi de pérfida e secreta luta. Fica lá por casa, sob o meu olhar materno, e fica muitíssimo bem, eu que me chamo Simão numa profetização levada a rumo pelos meus pais que no começo do século já sabiam o nome do herói dos anos que se seguiriam. Portanto, quem melhor do que eu para executar a curadoria daquela caneca?
Na ausência da invenção de uma máquina do tempo que coroe a evolução tecnológica e científica do século, vamo-nos ficando por estas coisas que espremem o tempo até dele não restar mais do que nu amor.
Assino esta crónica com rubrica de perfeita idiotia (poderá assim achar o leitor leigo em matérias futebolístico-asceticistas), mas respeitando a imanência do sentimento, e fazendo as devidas adaptações e substituições, invoco o livro dos Salmos e o seu vigésimo terceiro versículo: “O Senhor é meu pastor, nada me faltará”.

Nota: podem substituir a palavra “Senhor” pela palavra “Benfica” (é uma opção, talvez a mais direta), mas também a podem só complementar, como “O Senhor Eusébio”, “O Senhor Shéu”, “O Senhor Chalana”, “O Senhor Cardozo”, etc., fica ao vosso critério, benfiquistas."

Zero: Saudade - S03E43 - Rui M. Tovar assina pelo Sporting e pisca o olho ao Barcelona

Quantos jogos por semana ou época?


"Com o Mundial de Clubes a decorrer nos EUA, voltou, e com ainda mais ênfase, a discussão sobre o número de jogos por época para os jogadores, a frequência semanal, os tempos de descanso e o impacto do clima no rendimento dos atletas.
Mesmo para quem é apaixonado por desporto, é impossível saber tudo sobre todas as modalidades. Por isso, deixo uma sugestão a quem gere as diferentes federações e modalidades: seria importante partilhar essa informação, ficaria até mais transparente para o público. Não se trata de um ser melhor ou pior do que outro, apenas sabermos o que se pode comparar e o que não é correto comparar.
Como em qualquer outra indústria, é fundamental explicar aos seus utilizadores e potenciais interessados, as regras do jogo: o que é, como funciona, quem pode participar, e quais são os critérios de rendimento. Um ponto que poderia ser bastante útil seria responder a uma pergunta simples: qual é o tempo de descanso recomendado entre jogos ou competições para cada modalidade?
Digo isto porque, no futebol, é comum ouvirmos treinadores a lamentarem a sobrecarga de dois jogos por semana, durante várias semanas seguidas, com consequências visíveis no desgaste físico. No Mundial de râguebi, por exemplo, os jogos são mais espaçados. Já no ténis, assistimos a verdadeiras maratonas de quatro ou cinco horas e, no dia seguinte, os atletas têm de voltar a competir como se nada fosse. Na NBA, quase não há treinos devido ao calendário intensivo de jogos (embora depois com três meses de descanso para algumas equipas), enquanto nos Europeus ou Mundiais de andebol ou voleibol há partidas em dias consecutivos.
Há muitos mais exemplos. Por isso, seria extremamente...educativo que estas informações fossem divulgadas. Ajudaria o público a perceber melhor as exigências de cada modalidade e permitiria comparações mais justas e informadas. Uma sugestão construtiva. Pode até ajudar a atrair mais público, atletas e outro staff para o desporto em geral."

Luz María já não chora por Dí María


"Di María merecia outra despedida do Benfica. Já na Argentina, o mais famoso membro do bando Perdriel volta como lenda para se juntar à lenda de La Llorona de Rosario.

Em Rosario, Argentina, há quem jure ainda hoje ter vislumbrado no Parque Urquiza, perto das margens do rio Paraná, uma mulher vestida de branco em gritos lancinantes, chamando pelo pelo filho. Luz María, de seu nome, que se perdeu de amores por um nobre espanhol no século XVII, homem já prometido em casamento e que não podia corresponder a esse amor. Reza a lenda adotada e adaptada por Rosario, que Luz María, por desgosto, se atirou às águas do Rio Paraná com o filho e que desde então não há noite em que não apareça em assombração.
As lendas vão sendo adaptadas. Por virtudes de investigação apurada ou de ou fértil imaginação, haverá quem se lembre agora de garantir que afinal Luz María, La Llorona de Rosario, chora não a morte de um filho mas a partida de dois: Lionel Messi e Di María, que tão jovens deixaram Rosario e atravessaram o Atlântico em busca de fortuna na Europa. E talvez alguém venha agora jurar que, no parque Urquiza, La Llorona deixou de chorar a partida de Di María. O anjo de Luz María.
Há em Rosario uma antecipação de celebração, que pode até começar por uma visita ao número 2066 da Rua Mariano Perdriel, a casa de família de Di María. Onde, com outros bravos sonhadores, fez parte da famosa banda de Perdriel, grupo de amigos que partilhavam um terreno baldio para jogar futebol. É possível que, nesse sonho de outros palcos, Di María tenha gritado, em assomos de guerrilheiro, o «Hasta la victoria, siempre». Senha imortalizada pelo conterrâneo Che Guevara, também ele nascido em Rosário.
O balanço da dupla passagem de Di María pelo Benfica não se mede em números. Não se mede em golos. Não se mede em títulos. Mede-se em emoções gravadas em memórias. E estas convertem-se em gratidão. E porque um obrigado é pouco, custa-me ver partir Di María sem a justa homenagem que lhe é devida. Que nos é devida a nós, adeptos do futebol, honrados por um dos melhores e mais vitoriosos jogadores da história do futebol ter jogado em Portugal. Uma publicação nas redes sociais e uma entrevista na BTV parece-me muito curto para todos. Acredito que o Benfica, que meritoriamente tem promovido várias homenagens a jogadores que o serviram com talento e dedicação, irá a tempo de corrigir esta ausência de uma despedida à dimensão da grandeza histórica do clube e do jogador. Por muito que não seja uma despedida, mas um até já.
A Di María nada tenho a perguntar, nada tenho a apontar, nada a lamentar. Ele é uma das razões para gostar tanto de futebol. Nada faz tanto sentido dizer-lhe agora quanto um profundo obrigado e desejar que continue a ser feliz no Rosario Central.
Di María regressou à primeira casa, quase 20 anos depois de ter partido para jogar no Benfica. Passeando pelo Parque da Independência, parando um pouco a apreciar o Monumento Nacional de La Bandera, onde pela primeira vez se ergueu a bandeira argentina, olhando montras na Rua Córdoba ou até rezando na Catedral de Nossa Senhora do Rosario, é bem possível que Di María esteja a cantarolar os, talvez, dois dos versos mais emblemáticos do poema Volver, escrito por Alfredo La Pera e brilhantemente transformado em tango pelo imortal e genial Carlos Gardel:
«Sentir que es un soplo la vida
Que veinte años no es nada.»"

As crianças devem todas jogar? Os pais que o digam...


"O meu mais novo tinha 10 anos quando quis experimentar o futebol. Alguns meses depois saiu daquela escola paga porque consecutivamente chegavam as sextas-feiras e ele estava fora da convocatória. Não, não se trata do paizinho e da mãezinha que acham que o filho é o Cristiano e querem vê-lo sempre a titular. Trata-se de compaixão e justiça para com uma criança que se esforçava, tendo maior ou menor jeito.
A entrevista do novo coordenador técnico nacional a A BOLA, esta quinta-feira, toca neste ponto e dá bons sinais para o futuro. Porque o futebol, pelo menos até certa idade, deve ser para todos. Ou então continuará a perder crianças para os videojogos ou outras modalidades, como já sucede.

De chorar por mais
Discutamos o Mundial de Clubes, sim. Mas lá que vai deitando abaixo algumas ideias feitas, lá isso vai...

No ponto
Querem ver que nos habituamos a ver as Navegadoras em fases finais, como sucede há 25 anos com os masculinos?

Insosso
A época do Manchester City terminou como andou sempre. A solução? Gastar de novo em jogadores e manter Guardiola.

Incomestível
Comunicados como os do Benfica a questionar as convocatórias das seleções de hóquei são só retrógados."

Mito ou Realidade Lesão da Cartilagem: o princípio do fim?


"A lesão da cartilagem é uma das condições mais temidas por futebolistas e praticantes de atividade física. Atualmente, já representa uma das despesas de saúde mais relevantes em todo o mundo. Frequentemente, o diagnóstico de lesão da cartilagem está associado à ideia de que a carreira ou a capacidade de continuar a praticar desporto está em risco. Mas será que essa visão corresponde à realidade?
A cartilagem articular é um tecido liso e resistente que recobre as extremidades dos ossos, permitindo o movimento sem atrito. No joelho, desempenha um papel crucial na absorção de impactos e na estabilidade. Quando lesada – seja por trauma, sobrecarga ou degeneração – pode levar a dor, derrame e limitação funcional.
A convicção de que uma lesão de cartilagem é irreversível e marca o declínio da carreira desportiva é, na maioria das vezes, um mito. A medicina atual, especialmente a medicina regenerativa, oferece soluções inovadoras que podem retardar ou até reverter o desgaste cartilagíneo.
Entre os tratamentos modernos mais promissores está o super plasma rico em plaquetas (SPRP), uma terapia biológica que utiliza os fatores de crescimento presentes no sangue do próprio indivíduo para estimular a reparação tecidular e acelerar a cicatrização. Este tratamento promove a regeneração da cartilagem e é, particularmente, útil em lesões precoces. Existem ainda suplementos vitamínicos muito úteis para a manutenção articular.
No que diz respeito à cirurgia existem também várias novidades. O nosso grupo desenvolveu um enxerto de cartilagem inovador (Porto GUT) que preenche as áreas danificadas do joelho.
A utilização desta cartilagem tem diversas vantagens: menor agressão, preservação da cartilagem saudável do joelho, compatibilidade biológica com rápida integração dos tecidos e resultados funcionais excelentes em atletas.
A lesão da cartilagem deixou, por isso, de ser uma sentença irreversível.
O futuro da ortopedia desportiva já começou. A combinação de técnicas pioneiras com a medicina regenerativa oferece uma recuperação e a possibilidade de regresso ao mais alto nível, proporcionando recuperações que seriam impensáveis há uma década.
O sucesso dependerá sempre de um diagnóstico precoce, bem como de reabilitação pró-ativa e personalizada."

Zero: Afunda - S05E75 - Lillard, Turner e os Lakers: os dias loucos

SportTV: MotoGP - S04E10 - À vontadinha