Últimas indefectivações

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Repeat, repeat, repeat...

Carta aberta

"Estimada Vanda, estimada Sara, estimado Tiago, estimados Santiago, Maria do Mar, António Maria,

Queiram aceitar estas breves mais muito sentidas palavras.
Somos um grupo de benfiquistas que vos está imensamente agradecido pelo vosso categórico contributo neste já longo e empolgante caminho do reencontro do Sport Lisboa e Benfica com a sua História. Nas horas boas e nas horas menos boas, os benfiquistas reconhecem sempre na família do presidente Luís Filipe Vieira um modelo que nos enche de satisfação e reconhecem sem esforço o sacrifício que vos tem sido exigido nestes últimos quinze anos. Em primeiro lugar porque a vossa discrição nos encanta desde o dia 15 de Maio de 2001 quando o vosso marido, pai e avô assumiu a pasta de director do futebol respondendo afirmativamente ao dificílimo desafio que lhe foi lançado pelo presidente Manuel Vilarinho. Neste mundo de vaidades, nesta sociedade absurdamente mediatizada em que se torna difícil estabelecer barreiras entre os domínios públicos e os domínios privados dos nossos mais proeminentes cidadãos, é com orgulho que os benfiquistas se regozijam pela vossa inabalável discrição e categoria. Não é para todos a arte do recato e a defesa intransigente de uma vida longe dos holofotes. Não é para todos mas é para a família do presidente do Benfica. E, também por isso, obrigado.
Em segundo lugar porque reconhecemos a dimensão dos custos familiares que vos causa, desde o dia da sua primeira eleição, a entrega total do presidente Luís Filipe Vieira à hercúlea tarefa de resgatar o Sport Lisboa e Benfica dos abismos em que se viu caído.
Não é para todos a arte da abnegação de uma vida normal em família em prol dos sonhos de um colectivo de milhões que somos nós, a família benfiquista. E, também por isso, obrigado.
Aproxima-se, como sabem melhor do que ninguém, um novo acto eleitoral no Sport Lisboa e Benfica e o que os signatários desta carta vos pedem com o respeito devido é que consintam, uma vez mais, no incontornável sacrifício da vossa vida familiar em benefício do sucesso da incrível obra que o vosso marido, pai e avô tomou em mãos e que ainda não chegou ao fim.
Não é para todos a arte da partilha e do apoio incondicional a um clube que é um símbolo de tudo o que vale a pena.
Não é para todos mas é para a família do presidente do Benfica. É para a família Vieira!
É e será, assim esperamos. E, por isso, obrigado.
Viva o Sport Lisboa e Benfica!"

Maria Susete Abreu, Leonor Pinhão e Rui Pereira, in O Benfica

PS: Esta carta provocou alguma polémica nas redes sociais Benfiquistas. Fiquei com dúvidas, se deveria partilhar aqui no Blog... Acabei por decidir pela publicação, essencialmente por duas razões:
1.º - Os 3 subscritores merecem-me todo o respeito;
2.º - É fácil encontrar lugares online, com Benfiquistas (supostos Benfiquistas), onde o ataque ao Presidente do Benfica é constante... e não estou a falar das discordâncias 'normais' sobre a política seguida no Clube. Estou-me a referir a acusações graves e constantes, caluniosas e difamatórias sobre a vida pública e privada do Presidente do Benfica... Sendo assim, acho que os elogios também merecem ser publicados...!

Fernando Santos: ou esteve muito tempo fora ou então não sei

"Quando me perguntam qual é o golo da minha vida, eu viajo três décadas no tempo para voltar à minha infância: ao golo de Carlos Manuel em Estugarda.
Por um lado porque durante anos todos os programas de desporto da RTP repetiam aquele momento no genérico de abertura, o que significa que terei visto o golo centenas de vezes: mais até do que o calcanhar de Madjer em Viena.
Por outro lado porque aquele golo de Carlos Manuel encerra a definição mais perfeita de Portugal: um país que é uma permanente epopeia.
Vale a pena lembrar os leitores mais novos que em 1985 Portugal deixou o apuramento para o Mundial do México adiado para o último jogo: e por força das circunstâncias, ou do destino fatalmente português, o último jogo era na Alemanha.
Ora vencer na Alemanha era uma tarefa praticamente impossível, e o que é que Portugal fez? Venceu na Alemanha.
Venceu, aliás, da forma mais notável: num remate celestial de Carlos Manuel, de fora da área, ao ângulo, com Schumacher preso ao chão.
Isto, meus caros, isto é Portugal.
Um país que não se mede pela medida do possível, mede-se pela medida do impossível. Um país cheio de metas difíceis e objectivos irrealistas, de propósitos utópicos e projectos impossíveis. Um país enfim coberto de portugueses a falar português.
Portugal é confortavelmente insatisfeito.
Por norma senta-se à sombra, pensa que tem tempo e só se levanta quando o coração pular a noventa batidas por minuto. Espera que o tempo, ou o lugar, ou ambos estejam contra ele, entra num estado de completo desassossego e depois sim atira mãos à obra.
Portugal não é prudente, nem organizado, nem sequer é aborrecido. É um poema épico à espera de ser escrito.
Quer dizer, há uma excepção: o crime. Os criminosos portugueses são uma vergonha para a classe, como escreveu um dia Miguel Esteves Cardoso.
Geralmente o nosso criminoso começa por ir para a tasca beber uns copos, acaba por se embebedar, grita que vai matar a mulher, ou o cunhado, ou ambos, ouve os vizinhos dizer ó homem não faça isso, grita que faz sim senhor, ai não que não faz, chega a casa, dá um tiro na mulher, no cunhado ou em ambos, e deita-se no chão à espera que a GNR chegue.
Não planeia, não esconde provas, não prepara alibis, nem dá luta nenhuma à polícia.
Os criminosos estrangeiros geralmente voltam ao local do crime. Os nossos nunca o abandonam. São enfim de um amadorismo confrangedor.
Para lá disso, da despretensão e singeleza dos nossos criminosos, Portugal, sim, é um poema épico à espera de ser escrito. Uma constante aventura.
Ninguém me tira da cabeça, por exemplo, que Vasco da Gama só descobriu o caminho marítimo para a Índia porque teimou que conseguia chegar à costa de Marrocos sem precisar de bússola. Porque em norma, entre nós, é assim que acontece.
Por isso ninguém se alarmou quando a Selecção deixou os apuramentos para o Mundial 2010, o Euro 2012 e o Mundial 2014 adiados para o play-off: no fim correu tudo bem.
Nada de novo, portanto: no fundo cumpriu-se Portugal.
Surpreendente, sim, é este sossego, este silêncio, esta quietude, esta paz de espírito, até: não é normal. Nunca me senti tão alemão, e atenção que isto não é um elogio.
De repente Portugal garante o apuramento com tempo e sem sobressaltos, no fim de uma fase de apuramento equilibrada e competente. Não há surpresas na lista de convocados e não há tumulto nas concentrações. A Selecção tem ordem, tem critério, tem até uma lógica.
Para o cúmulo vai a Inglaterra, joga uma hora em inferioridade numérica e no fim perde da forma mais honrada e imaculada possível.
Com sorte ainda vai garantir o apuramento para os oitavos de final ao segundo jogo. Depois disso jantamos todos às seis da tarde e invadimos os bares às dez da noite. O governo não voltará a falhar uma previsão e deixará de existir a figura do orçamento rectificativo.
Portugal parecerá um país organizado, daqueles que planifica, providencia e proteja. Um país todo direitinho, e de direita, que veste camisa às riscas, faz a cama e dobra o pijama.
O que é óptimo para os doentes do coração, mas péssimo para a nossa memória colectiva.
Não foi assim que Portugal escreveu páginas verdadeiramente épicas e que Carlos Manuel marcou o golo da minha vida."

Permanente surpresa

"(...)
Aprendi há muitos anos que "O hábito retira as sensações".
O que acaba de ser dito, trocando em miúdos, significa que as coisas na vida vão arrefecendo com o decurso da mesma. Acontece assim em todas as relações humanas, no envelhecimento dos tecidos, do Universo, enfim, resulta da própria natureza das coisas, pois, como dizia o outro, na Natureza nada se perde, nada se cria, mas tudo se transforma!
A verdade é que não vale a pena criar novos nichos, porque afinal tudo é igual a antigamente, só que vestindo outras roupas.
Também é por essa razão que as calças à boca-de-sino, moda nos anos 70, volta não volta, reaparecem. É por isso que a verdade de hoje é a mentira de amanhã, e a mentira de hoje é a verdade de amanhã.
Vem isto tudo a propósito da Benfica TV e do comunicado que foi emitido pela Nos, que de forma singela menciona "Em comunicado, a NOS informa que "os jogos do Sport Lisboa e Benfica realizados em casa a partir da época 2016/2017 manter-se-ão na Benfica TV"."
É evidente que não foi só o presidente do Benfica que esteve envolvido neste grande feito. Aliás, desconheço em concreto quem esteve, para além dele. Mas sei de certeza que foi o presidente o principal capacitador e mentor, desta possibilidade.
É incrível, como o presidente do Sport Lisboa e Benfica, conseguiu este feito! Alienar os direitos de transmissão televisiva a uma entidade que é dona de 50% da Sport TV e que numa lógica racional de mercado, teria todo o interesse em aumentar as receitas de pay-per-view e assinaturas nesse canal, mas conseguir que os jogos sejam transmitidos pelo canal da BTV, pertença da sociedade Benfica TV S.A., para mim, um simples escriba, mas com uns quantos cursos académicos já no bucho, é simplesmente "uma coisa do outro mundo".
É caso para dizer que bem posso meter os cursos académicos a marinar num determinado sítio! É brilhante e quando estamos perante excelências, apenas nos podemos inclinar e prestar os respeitados cumprimentos e veneração. É isso, que faço no presente artigo."

Pragal Colaço, in O Benfica

Desaire no basket

"No fim-de-semana passado, o tetracampeão Benfica perdeu o título de Basquetebol. A notícia é relevante pois esta é a modalidade que, nos últimos oito anos, a par do atletismo, mais troféus tem conquistado para engrossar o imenso e inigualável espólio do Sport Lisboa e Benfica.
Seis Campeonatos Nacionais, três Taças de Portugal, quatro Taças da Liga, seis Supertaças e cinco Troféus António Pratas completam o pecúlio obtido desde há oito temporadas, fazendo recordar outros dois períodos áureos do Benfica na modalidade: Nos anos 60, de pentacampeonato; e dos anos ao a meados dos 90, com dez Campeonato Nacionais em onze épocas, além de muitos outros títulos e troféus. Num clube com estes pergaminhos numa modalidade, estar aquém do estatuto de campeão é, não há outra forma de o dizer, um falhanço, não obstante o sucesso em três competições [Taça de Portugal, Supertaça e Troféu António Pratas) na temporada que agora findou. Importa, por isso, reflectir sobre a época, identificar as lacunas e perceber os fundamentos do mérito do adversário para que se possa corrigir, o mais depressa possível, que tiver de ser corrigido. Aliás à semelhança do Voleibol, em que não nos satisfazemos com uma Supertaça, uma Taça de Portugal e a presença na final da terceira competição europeia.
Trabalhar muito, ganhar e ambicionar sempre mais é saber servir o Benfica. Quer Carlos Lisboa, quer José Jardim, sabem-no melhor que ninguém, não fossem eles, nas suas modalidades, quem mais ganhou ao serviço do clube. "Honrai agora os ases que nos honraram o passado", escreveu Félix Bermudes. No caso destes treinadores, é a eles próprios, entre muitos outros, que se honram."

João Tomaz, in O Benfica

A angústia do adepto

"O tema é recorrente. A cada defeso, a angústia do adepto cresce à medida que as notícias da saída de jogadores se avolumam nos jornais.
Quase não nos deixam comemorar os títulos em paz. Em poucos dias, a crer na imprensa, praticamente não temos equipa.
Para além de Renato Sanches, pelo menos Ederson, Jardel, Lisandro, Lindelof, Fejsa, Salvio, Talisca, Carcela, Gaitán e Jonas, foram, por estes dias, dados como negociados, ou negociáveis, para outros destinos. Na maioria dos casos tal não passa de especulação. O problema é que por vezes o fumo traz fogo, e alguns deles podem mesmo ter de vir a sair.
Sabe-se como funciona o modelo de negócio em clubes como o nosso, de países periféricos, e sem o poder financeiro de outros mercados. Sabe-se que, para manter contas equilibradas, e não comprometer o futuro, há que vender jogadores. Sabe-se que os mais procurados, os mais valiosos, os mais rentáveis, são, obviamente, os melhores. Sabe-se que os próprios, aliciados por salários principescos, são frequentemente os primeiros a forçar a saída. Sabe-se da pressão de agentes e intermediários. Sabe-se que, sobretudo em anos de Europeu ou Mundial, é difícil planificar o que quer que seja nesta matéria. Porém, existem princípios orientadores que convém não desprezar.
Há jogadores em picos da valorização, mas susceptíveis de ser bem substituídos. Por outro lado, há jogadores cujo valor de mercado, por motivos etários ou outros, é manifestamente inferior ao valor desportivo - leia-se, ao peso na equipa. Poderá ser boa gestão vender os primeiros. Será sempre mau negócio perder os segundos."

Luís Fialho, in O Benfica

E agora?

"Chega o verão, chega o defeso, vêm as longas semanas de especulação. Vá lá que este é ano de Euro em França e as atenções vão estar divididas entre a unha de Cristiano Ronaldo, as tatuagens de Ricardo Quaresma e as opções do Engenheiro para a conquista do título europeu. Claro que o SL Benfica não vai sair incólume desta situação.
Para já estamos a assistir às carpideiras leoninas que ainda não recuperaram do rude (tradicional) golpe de terminar mais uma época sem sentir o cheiro das competições que realmente importam. Mais a Norte, assiste-se à implosão da família que sempre conseguiu os seus objectivos sem olhar a meios. Depois da dança dos treinadores, deverá chegar a dança dos jogadores de milhões a entrar e a sair da famigerada Torre das Antas. Já não faltará muito para que voltem as polémicas ao Glorioso. O título de campeão fez abrandar o ritmo, mas com as saídas do plantel que estão na calha já muitos se devem estar a preparar para augurar um 2016/2017 tenebroso para o Tricampeão.
Não faz mal, já estamos habituados a que assim seja. Vai falar-se muito da pré-época, vai voltar a pôr-se em causa a qualidade de Rui Vitória, vai continuar a questionar-se Luís Filipe Vieira e a sua Direcção, vai escrever-se que o Benfica fica mais fraco com as ausências deste, daquele e do outro, mas no fim - auguro eu - tudo fica na mesma. Um contra todos, a bola é redonda e ganha o Benfica. É a história mais recente do nosso Futebol. O ódio mesquinho e a inveja doentia voltarão a não triunfar. Nos relvados, nos pavilhões. nas pistas. nas estradas, o mais completo de todos os clubes portugueses vai continuar o seu caminho de sucesso. Mas atenção, só com a ajuda de todos nós."

Ricardo Santos, in O Benfica

Os problemas de Rui Jorge

"Portugal poderia apresentar uma Selecção de luxo no Torneio Olímpico de futebol, no Rio de Janeiro, em Agosto, mas o mais provável é que Rui Jorge tenha de recorrer a jogadores que em circunstâncias normais não figurariam numa primeira (ou numa segunda) lista. Isto porque, ao contrário do verificado em 2012, a FIFA não avançou com qualquer norma que obrigue os clubes a cederem os seus profissionais para esta competição, ou seja, deixa que cada clube tome a opção que entender. A posição deste organismo é compreensível: 2016 não é apenas um ano de Campeonato da Europa,joga-se igualmente a Copa América, significando isso que um número elevado de clubes europeus já tem muitos dos seus principais jogadores cedidos a selecções. Se o arranque dos trabalhos vai ser mais complicado devido às férias a que os atletas terão direito, pós Euro e Copa América, agora junte-se a isso a ausência de muitos outros que a partir de 20/21 de Julho estariam a preparar os Jogos Olímpicos (e onde poderiam ficar até... 21 de Agosto). Impraticável.
Por estes dias não faltará o coro que enche a boca a cada quatro anos com o "espírito olímpico", mas nem esses podem ignorar o óbvio: o futebol é a única modalidade colectiva geradora de milhares de milhões que fica sistematicamente prejudicada com o calendário olímpico. Utilizar na mesma frase "espírito olímpico" e "um milhão de euros/mês" não faz qualquer sentido. E no entanto esse é o salário de vários jogadores que alguns seleccionadores gostariam de levar ao Rio de Janeiro. Mas são pagos pelos clubes, não pelas federações... Os clubes que lhes pagam não os poderiam utilizar em Agosto, por exemplo, nas eliminatórias de acesso à Liga dos Campeões. Faria algum sentido?
Exemplos práticos só no caso português: olhando às últimas convocatórias (Sub-21 e olímpicos), Bernardo Silva, Ivan Cavaleiro e Hélder Costa (todos do Monaco) se fossem aos JO falhariam a 3.ª pré eliminatória e o playoff de acesso à Champions; Rúben Neves, Sérgio Oliveira e André Silva (FC Porto) não jogariam o playoff de acesso à Liga dos Campeões; e o Sporting, já agora, iria arrancar para a Liga 2016/17 com pouco mais de metade do plantel. Repito: impraticável."

O castigo a Slimani

"Seis meses e meio depois da ocorrência dos factos, a justiça desportiva penalizou o avançado Slimani, do Sporting, com um jogo de suspensão. Não vou, aqui e agora, deter-me nos méritos da decisão, se o que Slimani fez a Samaris merecia ou não castigo, ou, até, se houve outros casos que poderiam ser punidos. 
Aquilo que gostava de partilhar nestas linhas é a indignação que sinto pela intolerável lentidão da justiça desportiva, incompatível com as necessidades de uma competição profissional. Não é aceitável que Portugal - ao mesmo tempo que se coloca na vanguarda com os testes do video-árbitro - tenha vivido na era das cavernas quanto à forma como a justiça é aplicada. Para bem da verdade desportiva, não podemos aceitar que um ato realizado em meados de Novembro de 2015 seja punido em Junho de 2016, projectando o cumprimento do castigo para a época de 2016/17. É demasiado mau...
É verdade que, do programa eleitoral de Fernando Gomes, candidato único à presidência da FPF, consta, na primeira linha, a necessidade de criar meios para uma justiça desportiva célere. E essa também é a linha de pensamento do futuro presidente do Conselho de Disciplina, José Manuel Meirim. Mas será com factos, apenas, que nos convenceremos de que as coisas estão, finalmente, a tomar o rumo certo. Não que tenha quaisquer dúvidas quanto à vontade de Fernando Gomes ou à capacidade de José Manuel Meirim. Porém, sem meios, por maiores que sejam as boas vontades, nada se fará. E são esses meios que desejo que sejam colocados ao serviço de uma justiça desportiva que não nos envergonhe. Como até agora sucedeu."

José Manuel Delgado, in A Bola

PS: Esta situação abjecta faz-me recordar um castigo a Fernando Mendes, num Estrela Amadora-Corruptos, que também foi cumprido na época seguinte, quando o jogador já representava outro Clube...!!!
O nível da justiça desportiva no Tugão, recuou, mais de 25 anos, para uma das piores eras do Futebol português!!!

Desvirtuar olímpico

"Sem surpresa, os clubes portugueses de referência impediram os seus principais futebolistas de integrar a equipa olímpica no Rio-2016. Muitos defendem a obrigatoriedade da participação, mas os clubes não estão forçados pela FIFA a libertar os seus jogadores para os Jogos Olímpicos (JO). Mais, estes são uma competição entre atletas e não entre países. O Comité Olímpico Nacional (CON) tem a sua Missão, não é uma selecção nacional, à semelhança do que acontece nas competições sob égide das federações internacionais.
Com realismo, o seleccionador Fernando Santos lançou a questão da pertinência da inclusão do futebol nos JO, abordando a incompatibilidade do calendário com a preparação das equipas profissionais.
Com o mesmo pragmatismo, os clubes que se pavoneiam com um projecto olímpico deviam assumir, de forma clara e inequívoca, que a participação olímpica no futebol não é, de todo, uma prioridade. Ou seja, o projecto olímpico aposta em atletas de modalidades com excepção do futebol e, regra geral, não são um verdadeiro projecto desportivo, mas contratações cirúrgicas a clubes de menor dimensão.
E como fica a eficiência do investimento do CON que financia mensalmente a preparação de uma equipa olímpica de futebol que se qualificou para os JO, com expectativas de resultados de mérito, quando na verdade, os atletas e a qualidade desportiva que assegurou essa qualificação poderá não ser a mesma que vai competir?
E se na canoagem - ou noutra modalidade em que as quotas são alocadas ao CON e não ao atleta - os atletas enviados aos JO fossem de qualidade desportiva inferior à dos que conseguiram a qualificação, por estes estarem impedidos de participar pelo seu clube? Nesse caso, a federação e o atleta estão obrigados a devolver os montantes recebidos para a preparação. Vai ser assim para todos?"

Mário Santos, in A Bola

PS: Quando dirigentes (ou e-dirigentes) do CON insistem em criticar directa ou indirectamente o projecto olímpico do Benfica (a grande maioria deles Lagartos!!!), ficamos a saber que eles percebem que a existência do projecto, só prova a sua própria incompetência/irrelevância... já que os atletas são obrigados a recorrer aos Clubes, para obterem a estabilidade económica que lhes permite preparar os JO convenientemente.
Clubes que diga-se, não ganham 'nada' com os JO, ao contrário do COI e dos vários CON!
Ao contrário também de muita gente que ocupa lugares no COI ou nas Federações, que deve a existência dos seus 'tachos', a subsídios públicos, supostamente para darem apoio aos atletas. E quando esses atletas recorrem a terceiros (neste caso os Clubes), deixam de ficar dependentes desse grupo de 'tachistas' e dos subsídios que precisam das suas assinaturas!!! Portanto, esta 'azia' até é compreensível...

Em relação ao torneio de futebol masculino, a 'culpa' é na sua totalidade partilhada pela FIFA e pelo COI. Os Clubes só defendem os seus interesses. Bastava existir um acordo entre a FIFA e o COI, para que os calendários fossem adaptados aos 16 dias, de 4 em 4 anos, dos JO...

O COI não aceita partilhar os direitos comerciais e televisivos dos JO com a FIFA (ou com outra qualquer Federação internacional), está no seu direito. Agora não atirem as 'culpas' para cima dos outros, que têm responsabilidades contratuais com os atletas, pagando-lhe ordenados, muitas vezes elevados, durante as suas carreiras desportivas de muitos anos...

Ainda no rescaldo...

Benfiquismo (CXXIII)

Bailarinos ?!!!

Fé no pau...