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terça-feira, 6 de junho de 2017

Para lá, até, dos campeonatos e taças...


"Há 60 anos, o Benfica promoveu um sarau desportivo que marcou a apresentação da sua ginástica desportiva. Mas mais do que isso. Foi uma demonstração de força social que deveria balizar todos os grandes clubes. Mil atletas presentes!


Gosto de passear pelas páginas de jornais antigos. Aprende-se uma visão diferente do mundo, mais completa, mais intemporal.
Nada como ter a noção do tempo que passa para perceber o que se vai passando e alicerçar ideias sobre o futuro.
Alongo-me. Explico já o propósito da prosa. Fui visitar, se me dão licença pela expressão, um sarau do Benfica. Há sessenta anos! Há sessenta anos já cumpridos: 25 de Maio de 1957.
Parque Eduardo VII. Pavilhão dos Desportos praticamente esgotado. Então comecei a ler: 'Não há dúvidas de que o Benfica afirmou ontem o seu mais sólido e valioso trabalho, algo que transcende a conquista de campeonatos e troféus, para se erguer num plano de alto interesse nacional, finalidade que devia primordialmente preocupar os clubes desportivos. Na verdade, para quem não possuí instalações convenientes, dividindo a actividade ginástica por diversos locais, alugando recintos aqui e acolá, proporcionar a prática de exercícios físicos a mais de mil indivíduos, crianças na sua maioria, mantendo em acção mais de vinte classes e dez professores diplomados, deixa a entender a obra gigantesca que a utilização de um bloco de quatro ou cinco ginásios - como está projectado - favorecerá'.
Um programa imenso. Ambicioso. À imagem de um clube de enormes horizontes.
Exibições consecutivas de ginástica desportiva.
Claro que, em momentos como estes, o fim desportivo é trocado pela necessidade pedagógica.
Por isso se fala estar para além de campeonatos e troféus.
E boa altura para sublinhar isto numa semana em que os benfiquistas comemoram campeonatos e troféus.

E a ginástica...
Porque um clube só é mais do que um clube quando se coloca ao serviço da sociedade.
Para que se perceba o que foi esse gigantesco sarau levado a cabo pelo Benfica, vamos ler mais um pouco: 'Os bailados regionais, eficientes acessório da prática científica da ginástica, mereceram nota alta: mais de uma vintena de raparigas, todas graciosas e bem compenetradas do seu papel, evolucionou com elegância e alegria em marcações difíceis mas muito bem feitas. O curso de iniciação desportiva teve ontem duas apresentações que, apesar de breves, deram ideia perfeita do acerto com que está a ser orientado. Dezenas de miúdos espalharam o seu irrequietismo verdadeiramente contagiante em demonstrações de atletismo (barreiras e saltos), voleibol, andebol de sete e basquetebol que entusiasmaram o público. Até os juízes eram crianças. Não há dúvida de que é uma obra de alto sentido pedagógico que muito honra os seus responsáveis: professores José Esteves, Jorge Salvador e Nunes da Costa'.
E prossiga-se, a caminho do fim: 'Chegou a altura de falarmos da ginástica desportiva do Benfica que pela primeira vez se apresentou em festivais do género. As perspectivas são muito animadoras, e tanto as exibições de movimentos livres como de paralelas agradaram de uma maneira geral. Queremos, porém, salientar um elemento dos seis ou sete que se exibiram: chama-se Mário de Aguiar e possui, na verdade, extraordinária, notável mesmo, capacidade, sobretudo em exercícios acrobáticos no solo, onde faz prodígios, como entrada de dois fliques-flaques para trás com mortal empranchado com meia pirueta. Por todos os motivos, não há dúvida de que o Benfica alcançou ontem êxito assinalável'.
Eis o Benfica no tempo dos títulos e, ao mesmo tempo, no caminho de uma obra social de importância ímpar. Passaram-se sessenta anos! Mas a ideia de universalidade não se perde para uma associação que pretende ter raízes profundas na sociedade.
Desporto também é isso. E cultura."

Afonso de Melo, in O Benfica

José Augusto, o rei da Dinamarca

"Adeptos, jogadores e imprensa dinamarquesa renderam-se a José Augusto.

O Benfica deslocou-se à Dinamarca para enfrentar o Aarhus, em jogo a contar para a 2.ª mão dos quartos-de-final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Apesar da vitória 'encarnada' por 3-1, em Lisboa, os dinamarqueses não ficaram completamente convencidos da superioridade dos portugueses e acreditavam que poderiam dar a volta ao resultado no seu tempo. O entusiasmo tomou conta dos adeptos, que esgotaram os bilhetes para a partida de dia 30 de Março de 1961. Até o sol, pouco habitual naquelas paragens, marcou presença: era um verdadeiro dia de primavera. Estavam reunidas todas as condições para um bom espectáculo.
E foi mesmo disso que se tratou. Os 'encarnados' entraram de rompante no encontro e apenas precisaram de dois minutos para inaugurar o marcador. José Augusto foi o autor do golo, dando assim início a uma partida absolutamente fantástica. O jogador criou vários lances de perigo, ultrapassando os dinamarqueses com uma facilidade extraordinária. A jogada do seu segundo tento elucida bem a afirmação anterior: 'iniciou o lance, quase a meio do terreno, driblando todos os adversários que lhe aparecem (uns quatro ou cinco) e dando, depois a bola a Águas, que prontamente lha devolveu para o remate final, disparando, já dentro da grande área'. Uma verdadeira obra de arte! O atleta 'encarnado' juntou aos dois golos a assistência para o quarto e último golo do Benfica, da autoria de Santana, selando dessa forma uma exibição magnífica.
Os espectadores que presenciaram a partida, portugueses e dinamarqueses, não ficaram indiferentes às qualidades de José Augusto e levaram-no em ombros, prestigiando assim o talento, que naquele momento suplantou o sentimento clubista. A imprensa dinamarquesa também foi unânime a aplaudir o benfiquista, ao considerarem-no 'de craveira europeia' e 'o melhor extremo europeu'. Mesmo a equipa adversária o elogiou, com destaque para o guarda-redes, que acabou por confessar: 'é fabuloso. Eu começava a tremer logo que o via partir'. Não havia margem para dúvidas, José Augusto conquistara a Dinamarca.
Pode ficar a saber mais sobre este sensacional jogador na área 23 - Inesquecíveis do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

Repararam que passou por vós o guarda-redes do futuro?

"Guarda-redes que é guarda-redes? Louco!
Só que maluquice não é só vestir cores garridas em camisolas inventadas a retalho na garagem lá de casa, somar defesas à-escorpião ou tentar fintar todos os Roger Milla velhinhos que apareçam à frente. Essa é uma loucura diferente, talvez mais saudável. Uma excentricidade vá, uma tontaria. Não é demência, esquizofrenia, ou simples bipolaridade.
Vejo os treinos de juvenis e juniores no clube de futsal aqui do bairro, e a ideia sai-me ainda mais preocupada.
Um guarda-redes, hoje, só pode ser louco. Pírulas, doido-varrido. Tantã.
Esta é a altura em que começo a ouvir vozes, e vocês alertam-me que:
Futsal defende-se sem luvas, parece um pelotão de fuzilamento a atirar sobre o mesmo homem. E no futebol nem tanto.
Têm razão, claro. Mesmo assim, guarda-redes tem de ser louco. Sintam comigo a pressão, a luta com o erro, com a própria cabeça. Seja como for, com ou sem luvas, quando se pensa em guarda-redes o que se pode pensar dele? Tantã.
Lembro-me do livro sobre Robert Enke, da doença. A depressão que mata. A luta contra a escuridão que nos consome por dentro. A responsabilidade de tirar sempre cem por centro no teste a cada fim-de-semana, mesmo que seja de resposta múltipla. Noventa-e-nove-vírgula-nove não chega para passar. Um deslize, falta de atenção, uma má interpretação, e o céu cai-lhes em cima da cabeça. Isso sim, é loucura.
O keeper começou por ser um pouco psicopata, um tipo que somava feridas de guerra e dentes partidos com os choques com os avançados, que voava com os joelhos esfolados para uma bola ao ângulo. Um Schumacher a cair sobre Battiston, um Stallone abrutalhado como estereótipo transportado para a sétima arte. Um Bento a lutar contra Adamastores e a sua própria estatura.
Hoje, é tudo isso e mais alguma coisa. O gigante que abre os braços, como uma águia que se abate sobre a presa, aumentando o volume. Todos são Schmeichels, monstros de braços esticados. Não falham um cruzamento pelo ar, atiram-se aos pés de quem vem sem misericórdia. Saíram da baliza, evoluíram, são uma espécie melhorada, também predadores de avançados lentos a decidir.
São guarda-redes, líberos e centrais, e também na construção. Reis e senhores da sua área, e de vários metros para lá dela. Frios, caras de poker durante 90 minutos em finais de milhões.
Não haverá posição que esteja a mudar mais... E é a loucura que os faz crescer.
Tudo começa desde trás. O guarda-redes tem de dar fluidez. O central, hoje, não pode lento a decidir, mau a passar a bola, e até deveria ter tanto de Materazzi como de Ricardo Carvalho, jogar de cabeça levantada e ser duro e mau como as cobras. Se possível, canhoto pela esquerda, destro na direita. Ou decide bem ou é coberto por um enxame de abelhas devorador, que aproveitará todos os seus erros. Também os defesas têm de conseguir dizer ao médio-construtor que não se preocupe desta vez, e vá à vida dele.
O campo ganhou metros, profundidade. Os jogos decidem-se cada vez nas duas áreas, por muito redundante que, dito assim, possa parecer. É ali, de onde agora se constrói e onde se defende sem a linha defensiva, que está o ouro.
Onde Edersons e Neuers serão cada vez mais obrigados a aparecer. Por muito que os outros sejam também excelentes, e são, é das suas costelas, da sua loucura ao se reinventarem, que nascerá o guarda-redes do futuro."

Paródia...!!!

Adidas United !!!

A Puta da Gala (completo) !!!



Elucidativo da personalidade do Babalu... e da cobardia dos avençados!!!
Completamente inimputável....

Benfiquismo (CDXCI)

Olé...!!!

Pérolas a Porcos !!!


(a partir do minuto 30:40)

António Simões dá uma aula de História do Benfiquismo anti-fascista... e como o 'tempo' da televisão é curto, fez um resumo do resumo!!! Mesmo assim, a conclusão é clara... Qualquer pessoa, intelectualmente honesta ficaria calada...
Mas como 'educar' broncos, não é fácil...
Este adepto Corrupto é um daqueles fenómenos televisivos portugueses... não diz nada de jeito, não acrescenta nada, seja quando fala de política, de economia ou de futebol, mas continua a ser convidado para dar bitaites!!!!