Últimas indefectivações

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Atrasados mensais

"1. Jorge Jesus começou a ganhar em Barcelona o jogo do Bessa, admite-se que sim, com as poupanças que fez, mas não é menos verdade que começou a perder no Bessa o jogo de Barcelona. Qualquer atrasado mensal vê isso.
2. Será necessário colocar coleiras electrónicas nos árbitros para lhes dar uns choques quando se preparam para apitar foras de jogo antes de as jogadas terminarem? Nestas e noutras situações, o vídeo até pode ser bom para os árbitros, mas de nada serve se os árbitros não forem bons para o vídeo.
3. Se Paulo Fonseca ganhar a Champions vai vestir-se de Tarzan e soltar aquele grito icónico em plena conferência de imprensa. Serão colocadas lianas na sala.
4. Estou curioso com o lançamento, em 2018, da Rádio Benfica. Será que Pedro Guerra vai ter um programa tipo Oceano Pacífico, com músicas dos Eagles, escutas do Apito Dourado e discos pedidos por e-mail?
5. Gostava de ver um jogo do Standard Liège com neve. Sá Pinto a rebolar-se no chão depois de atingido por aquelas bolas de golfe a cair do céu. Daria uma bela flash-interview. Como é que um português dos heavy em francês?
6. No Benfica, o cavalo tem realmente passado à porta de todos, como diz Rui Vitória, mas nem todos têm jeito para o montar. Rafa até tem pinta de jockey, mas, definitivamente, não é dado ao hipismo.
7. Esta semana tive um feeling que ia ganhar o Euromilhões. Afinal, foi só o meu momento Coentrão.
8. Recuperar de 1-4 e 3-5 para 5-5, em Bolas de Ouro, aos 32 anos (a caminho dos 33, em Fevereiro) - só Fábio Cannavaro ganhou com mais idade, 33 - e contra Messi do Barcelona e da selecção argentina, diz tudo sobre CR7.
9. Concordo com Luís Filipe Vieira: Rui Vitória merece mais respeito. E, já agora, um plantel melhor.
10. Meteram um cachecol do Record na minha secretária. Tomem muito cuidado com o que andam a fazer!"

Gonçalo Guimarães, in A Bola

Jogar para aquecer

"A integração do Gil Vicente na Liga NOS é o cumprimento de uma ordem judicial e, num estado de Direito, é uma questão de Justiça. Seja feita. O método previsto no Regulamento de Competições da Liga, decidido e aprovado pelos clubes, e ratificado pelo Tribunal Arbitral do Desporto, é que é questionável.
Estamos a mais de ano e meio da integração automática do Gil Vicente na Liga NOS. Quer isto dizer que o clube de Barcelos irá jogar até final desta época e a próxima... para aquecer. Pode reduzir custos e desfazer-se de todos os jogadores mais caros, utilizar apenas juniores, perder todos os jogos por 10-0, descer de divisão em dois anos consecutivos... que nada muda. Terá sempre um lugar garantido entre os grandes à sua espera.
É claro que isto coloca sérias questões sobre a integridade da competição. O Gil Vicente tem 20 pontos nesta altura, resultado de cinco vitórias e cinco empates. Quer isto dizer que houve 10 equipas a quem roubou pontos, mas quem nos garante que o clube não decide agora poupar dinheiro e transferir os jogadores mais caros do plantel, enfraquecendo a equipa? E, pior, não estarão os seus futebolistas muito mais expostos a eventuais tentações de combinações de resultados?
Os regulamentos são feitos pelos clubes e o tal artigo 21A mostra bem a falta de visão de quem dirige o futebol profissional português. Será que ninguém achou todas estas questões óbvias? E agora, como vamos dizer a todos os outros clubes que estão a competir com um para quem perder ou ganhar será sempre desporto?"

VAR em autodestruição

"Nesta jornada assistimos novamente a situações que em nada protegem a introdução do VAR na arbitragem e no futebol português. É inadmissível assistirmos jornada após jornada à ‘destruição’ lenta de um sistema que deveria ser encarado como uma mais-valia para a competição. O mais caricato é que são os próprios agentes desportivos (árbitros), que deviam incentivar, valorizar e credibilizar essa ferramenta, que mais contribuem para a degradação da opinião pública, colocando em causa a própria introdução da tecnologia. Como é possível continuarmos a ver situações de golo com irregularidades e o VAR não informar o árbitro principal da infracção, refugiando-se num protocolo onde a palavra mais usada e valorizada é a ‘dúvida’? Assistimos também no mesmo jogo a uma infracção clara e inequívoca, onde a decisão do árbitro foi rápida em assinalar penálti. Nessa situação nem era necessário a intervenção do VAR, mas, sem ninguém perceber a razão e qual o fundamento nas leis de jogo, decide dar uma opinião que confunde toda a gente, incluindo o próprio árbitro.
Os árbitros não podem abdicar do direito de verem as imagens no monitor que têm disponível, assumindo, na sua totalidade, a responsabilidade de uma decisão. Temo que o factor classificação na arbitragem está a pesar nas atitudes dos seus agentes desportivos. Neste caso tivemos um internacional a dirigir o jogo e um árbitro sem histórico como VAR. Será que a mentalidade dos árbitros portugueses mudou de um ano para outro, ao ponto de todos confiarem uns nos outros sem qualquer margem de ‘luta’ pela tabela classificativa? A realidade é que no final da época alguém vai ser despromovido em detrimento de outro, e esse pensamento é uma presença constante durante toda a época."


PS: Este 'atrasado mensal' do Marco Ferreira, tem muitos defeitos... é um dos ex, que anda a tentar 'voltar' para a 'maladragem' como VAR!!! Ou então com um tacho no CA... Mas neste ponto ele até tem razão: o facto dos VAR's não serem avaliados, é um factor potencialmente 'desestabilizador'! Até porque podemos ter uma situação onde o árbitro de campo e o VAR estão a lutar pelo mesmo lugar na classificação dos árbitros, e o VAR não tem nenhum 'incentivo' em tentar 'ajudar' o árbitro de campo!!!

Bruno sem bloqueios

"Bruno de Carvalho abriu uma nova frente de batalha ao acusar a FPF e a Liga de não actuarem e de não quererem que o Governo actue. O presidente do Sporting já tinha colocado Fernando Gomes no ponto da sua mira, mas desta vez incluiu também Pedro Proença e juntou os dois líderes às forças de bloqueio que impedem até a Polícia de agir. É um ataque arrasador com acusações graves de quem manifestamente não se contenta com os alertas e as ‘démarches’ que os presidentes da FPF e da Liga têm feito no sentido de apaziguar o clima de conflito existente no futebol nacional. Bruno de Carvalho quer mais acção e claramente quer mais acção contra o Benfica.
O Benfica continua na berlinda por causa do caso dos emails que agora andam espalhados por todo o lado. A história não tem fim. O que se lê é verdade? É mentira? Acima de tudo é um processo perturbador que constrói uma imagem terrível que se cola ao clube e que inclui muito conteúdo desprezível mas não desprezável.
O Gil Vicente tem participação garantida na 1.ª Liga em 2019/20. O acordo viabilizou uma solução que tem um grande ónus: é que o Gil Vicente vai fazer figura de corpo presente na 2.ª Liga e… com efeitos imediatos. Ou seja, a partir de agora, o Gil joga para aquecer, com tudo o que isso tem de perverso para uma competição."

Rúben Dias

Alvorada... Guerra!

Benfiquismo (DCLXXXVI)

Vamos a eles...

105x68... Taça...

Passamos a vida nisto

"Este fim-de-semana deixou-nos um retrato exacto do estado actual do futebol português: os três grandes ganharam confortavelmente, o jogo mais interessante dos campeonatos europeus tinha a marca indelével do campeonato nacional, mas, mesmo assim, ninguém resistiu a apontar o dedo aos árbitros e ao VAR.
Foi por isso particularmente excepcional a reacção de Ivo Vieira, treinador do Estoril, após a derrota na Luz: "neste momento temos de dar paz aos árbitros. Paz. Temos de os deixar trabalhar. (...) Não vou aqui discutir decisões. Temos de ser intervenientes para ter um futebol mais saudável. Agora se estivermos sempre a questionar e a pôr em causa as decisões dos árbitros estamos a fomentar atrito no futebol." Rui Vitória acrescentaria, "passamos a vida nisto".
Talvez valha a pena pensar por que razão passamos a vida nisto, ignorando que haverá sempre erros de arbitragem, como há falhanços dos avançados, ‘frangos’ de guarda-redes e equívocos dos treinadores.
Julgo que, tirando o presidente do Porto, ninguém questiona as vantagens da introdução do VAR. Claro está que o VAR tem problemas: o protocolo precisa de ser afinado (o exemplo mais claro é, precisamente, o momento em que o jogo deve ser interrompido por fora-de-jogo assinalado pelo assistente – e que gerou a polémica no Dragão, como já havia acontecido no Sporting-Braga em Alvalade) e há muita aprendizagem a ser feita pelo árbitro e pelo VAR na forma como interagem e usam os recursos. Mas o balanço é positivo.
O que já não é nada positivo é o que era absolutamente previsível: com a introdução do VAR, a maluqueira nacional em torno das análises às arbitragens iria transferir-se do árbitro para o VAR. Com mais repetições, mais imagens, mais ângulos, mais super slow-motion, os erros de arbitragem não aumentam nem diminuem, tornam-se só mais visíveis. Até porque, garantidamente, há 30 anos, as arbitragens eram mais incompetentes e os campos bem mais inclinados, a diferença é que ficava só a imagem do momento, vista no estádio.
Mas se dirigentes, funcionários dos clubes e comentadores para quem o futebol é decidido pelas arbitragens têm muitas responsabilidades no ambiente, a comunicação social está longe de estar isenta de culpas. Com tanto futebol para ser noticiado e comentado, como explicar as notícias diárias com tweets de directores de comunicação, posts de facebook de hooligans ou simples piadas de mau-gosto de dirigentes? Ou o que dizer das horas infindáveis de discussões televisivas sobre arbitragens (será que estas pessoas gostam de futebol?).
Passamos a vida nisto e, entretanto, nem notamos que, no mais relevante jogo do fim-de-semana, entre United e City, estiveram envolvidos oito jogadores e um treinador que já passaram pelo campeonato português. Temo que com o rumo que as coisas levam em Portugal, daqui a uns anos este cenário seja, apenas, uma miragem de um passado distante."

Futebol feminino no Benfica será realidade

"Já a partir da temporada 2018/19.

Tal como fora anunciado, há alguns meses, pelo presidente do Sport Lisboa e Benfica, o futebol feminino será uma realidade, e já a partir da temporada desportiva 2018/19.
Assente numa gestão profissional, e dando resposta aos anseios de diversos agentes desportivos e dos Sócios do SL Benfica, o projecto tem estado a ser preparado com a necessária discrição, mas com a elevada exigência praticada no Clube e visando uma equipa que carregue os valores da paixão, do compromisso, da competência e da inovação.
Após rigoroso processo de estudo e análise sobre as consequências da entrada do SL Benfica no futebol feminino, e perante o notório crescimento nacional e internacional desta modalidade, ao qual o Clube não pode ser alheio, naquele que é considerado por muitos o desporto-rei, podem já assumir-se algumas linhas mestras que guiarão o arranque da futura equipa sénior:
- Por respeito e preservação do esforço e investimento na formação e desenvolvimento da modalidade que muitos clubes têm realizado, há longos anos, o SL Benfica iniciará a participação nas provas nacionais em 2018/19 no Campeonato Nacional de Promoção;
- O futuro do futebol feminino do SL Benfica será um espaço reservado para a excelência desportiva, através de uma visão sustentada e diferenciada;
- Será mantida a ligação às escolinhas e à formação, onde já existe no Clube a presença de jovens jogadoras, que no passado não tiveram uma solução de continuidade e que agora poderão apontar para um percurso que vise a alta competição;
- O SL Benfica acredita que, desta forma, influenciará o desenvolvimento da modalidade em Portugal e contribuirá para uma ainda maior projecção além-fronteiras, com elevado potencial para atrair novos adeptos e patrocinadores.
Além de tudo isto, a aposta acaba por ser resultado de uma evolução natural no ecletismo e na inclusão feminina, depois de o Clube ter já em actividade, por exemplo, equipas competitivas de hóquei em patins, futsal, basquetebol, râguebi e pólo aquático.
Durante os próximos meses, o SL Benfica preparará meticulosamente a próxima época desportiva e anunciará a constituição da equipa técnica e o plantel de atletas contratadas para o arranque de um grupo de trabalho que competirá para estar à altura das melhores expectativas dos adeptos Benfiquistas."

Alerta aos ROC's

"Esta semana volto a abordar o incumprimento salarial. As manifestações de incumprimento tornaram-se, nos últimos anos, pontuais e mecanismos como o Fundo de Garantia Salarial ajudaram a minimizar os danos causados aos jogadores e à competição. Ainda assim, continuamos a registar ocorrências que nos obrigam a reflectir.
As regras do controlo financeiro foram alteradas pela Liga e, por isso, hoje não basta que o jogador subscreva uma declaração a certificar o pagamento pontual do salário. Além da apresentação dos documentos comprovativos do pagamento, a regularização das obrigações salariais é certificada pelo Revisor Oficial de Contas (ROC) do clube. Apesar desta alteração, alguns clubes continuam a coagir jogadores para prestar falsas declarações de não dívida, o que é absolutamente inaceitável e deve envergonhar o futebol português.
Recordo que até 10 de Janeiro os clubes devem fazer prova do pagamento dos salários vencidos entre 31 de maio e 26 de dezembro de 2017. Preocupa-me que continuem a surgir queixas de jogadores pressionados para assinar as referidas declarações e, consequentemente, que haja quem certifique contabilisticamente o cumprimento por parte dos clubes, neste contexto. Apelo aos ROC´s para que honrem as suas obrigações profissionais e deontológicas.
O Sindicato diligenciará junto da Liga e, em particular, da sua comissão de auditoria para um controlo financeiro apertado e sem excepções. Somos os primeiros a viabilizar soluções que não comprometam a estabilidade competitiva, mas defendemos sem excepções que deve competir quem tem condições para tal. A gestão danosa que ocorre em muitos clubes portugueses deve ser sancionada exemplarmente por quem tem responsabilidade fiscalizadora e organizativa. Basta de velhos hábitos."