Últimas indefectivações

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Nada pode ficar igual...

Benfica 72 - 97 Oliveirense
23-28, 18-25, 18-18, 13-26


Fim esperado... A surpresa acabou por ser mesmo, a 'qualificação' para a Final!!! Numa época, que começou mal desde início... Treinador, estratégia de contratações... várias lesões pelo meio...mudança de treinador... e depois, várias decisões erradas nesta Final...
Da modalidade com o orçamento mais alto, exige-se muito mais...

Exige-se muitas mudanças para o ano. A começar, por um definição da equipa técnica... existem demasiadas pessoas, em redor da equipa...  e se for contratado alguém de 'fora' até parece que estão à espera do insucesso, para voltarem à ribalta!!!

E em relação ao plantel, com o regresso dos Lagartos, não se pode voltar a experimentalismos de Mercados, num contexto onde o Basket nacional anda perdido, sem novos valores, os títulos ganham-se com a qualidade do 'conjunto' dos Americanos...
O regresso do Betinho, não é suficiente...

Belenenses campeão em três escalões

"A importância do TAD na vida do Casa Pia; a AF Lisboa com mais dois clubes no futebol profissional; e, é claro, o título do Belenenses!

O Casa Pia, emblema histórico do futebol português, de que Cândido de Oliveira, primeiro capitão da turma das quinas e António Roquete, guarda-redes da Selecção Nacional que disputou os Jogos Olímpicos de 1928, são referências incontornáveis, consumou, nos Açores, a subida ao segundo escalão do nosso futebol, entrando assim nas competições profissionais. Foi um sucesso suado dentro do campo, ao longo de uma temporada cheia de peripécias, e fora dele também, já que o clube viu-se condenado, de forma absurda, pela justiça federativa, valendo o bom senso do TAD, que em sede de recurso fez justiça, antes que fosse tarde demais. Pelos vistos, bons advogados também fazem falta a um plantel...
Também o Vilafranquense, que ensaia uma experiência de gestão virada para a iniciativa privada, ganhou direito a jogar na competição profissional. Mais um sucesso de Filipe Moreira, que deixa a ideia de ter passado ao lado de uma carreira que justificava outra visibilidade e essencialmente outras oportunidades. Igualmente em realce está a AF Lisboa, de Nuno Lobo, que vê dois emblemas da sua jurisdição engrossarem as fileiras do futebol profissional.
Depois de ter garantido a subida de divisão, o CF 'Os Belenenses' (campeão da I e da II Divisão Nacional) deu nova prova de vitalidade ao vencer o escalão distrital onde iniciou actividade, perante vasta moldura humana, no estádio 1.º de Maio.
O caminho faz-se caminhando, e a via dolorosa escolhida pela equipa de Patrick Morais de Carvalho, com o aval dos sócios, para manter vivo o espírito dos Rapazes da Praia, conheceu o fim de uma primeira etapa. Faltam outras mais, até que a Cruz de Cristo regresse ao convívio dos maiores do nosso futebol, a sua casa.
Nesta janela de Verão de 2019, o mercado de transferências promete muito mas tarda em arrancar em força. Disso ressentem-se os clubes portugueses, obrigados a aguardar pelo efeito dominó que sempre acontece após a abertura, a sério, das hostilidades. É verdade que o Real Madrid já colocou dinheiro a girar, mas vai ser preciso que se clarifiquem as situações de Mbappé, Neymar, Griezmann e também de Gareth Bale para que a onda de choque chegue a Portugal. E será bom não esquecer que há clubes ricos, habituais gastadores, preocupados com o fair play financeiro da UEFA...

Ás
Fernando Alonso
O piloto asturiano, ao volante de um Toyota, fez prova de vida ao tornar-se bicampeão das 24 Horas de Le Mans, numa altura em que se fala insistentemente na possibilidade de regressar à Formula 1, pela mão da Ferrari. Fernando Alonso, quase a fazer 38 anos, continua a fazer a diferença pelo talento e arte.

Ás
Patrick McCaw
É uma espécie de Fejsa da NBA, três épocas e três anéis. Aos 23 anos, natural de Saint Louis, este ala de dois metros, fica associado à história do desporto canadiano, como integrante dos Toronto Raptors, que derrotaram os Warriors, antiga equipa de McCaw, onde venceu dois títulos, em seis jogos de altíssima intensidade.

Ás
Carlos Queiroz
A Colômbia de matriz portuguesa de Carlos Queiroz, venceu, sem espinhas, uma Argentina sem rei e roque, onde Messi não é capaz de fazer a diferença. Depois de uma passagem pelo Irão de grande impacto no futebol da região, Queiroz iniciou com o pé direito a aventura nos cafeteros, de James e Falcao.

E a partir de agora?
Os Lobos regressaram ao Seis Nações B, de onde nunca deviam ter saído. Honra a quem devolveu o râguebi português a um patamar aceitável, que permite sonhar com o regresso ao espírito de 2007, quando parecia que a modalidade tinha adquirido, finalmente, condições para se desenvolver plenamente. Não valerá chorar sobre o leite derramado nos últimos anos, marcados por erros e hesitações. É preciso olhar em frente, na certeza de que só com o contributo de todos será possível criar um futuro onde caiba a palavra ambição..
(...)"

José Manuel Delgado, in A Bola

Se eu fosse João Félix

"Porque não é, apenas, uma questão de partir ou ficar. É mais profundo que isso. E não é, ao contrário do que se possa pensar, assim tão fácil

Não sei se João Félix ficará ou não mais um ano no Benfica. Nem estou certo de que essa seja uma decisão que dependa em exclusivo dele e dos que lhe são mais próximos, ao contrário do que se diz por aí, porque há, no futebol moderno, uma vertente financeira que mexe, mais do que devia até, com interesses que vão muito para lá da simples vontade de partir ou ficar. Mas admitamos que as coisas são como Luís Filipe Vieira disse e que a bola está, mesmo, do lado de João Félix, o que só pode querer dizer que à Luz já chegou o conhecimento de que haverá clubes, de facto, dispostos a bater os 120 milhões de euros a bater os 120 milhões de euros da cláusula de rescisão do jovem avançado, único argumento lógico para que o presidente, depois da intransigência que sempre manifestou sobre o assunto - a cláusula ou nada -, dar a entender que não tem, já, qualquer voto na matéria no que ao futuro imediato de João Félix diz respeito.
Assumamos, portanto, que a decisão está, de facto, apenas no lado do jogador. Comecemos por dizer, porque é justo fazê-lo, que não é uma decisão fácil. Por um lado, a possibilidade de ir, partindo já, ganhar muitos mais milhões (fala-se de valores que são o dobro do que o Benfica podia oferece-lhe para o segurar, que não seria pouco mais seria, mesmo assim, metade...) do que poderia ganhar se escolhesse ficar. Não se trata, repare-se, de uma questão de ganância. Foi, até, infeliz Luís Filipe Vieira quando disse que os jogadores «gostam muito do Benfica mas também gostam de dinheiro». Porque as cosias não são, se para elas olharmos de forma mais profunda, assim tão simples. Primeiro porque a carreira de um futebolista não é assim tão longa e é normal que tentem ganhar o máximo possível no tempo que têm disponível. Segundo porque a vida de um futebolista é - à excepção de casos verdadeiramente fenomenais, que Félix pode vir a ser mais ainda não é - feita de incógnitas que os aconselham a não perder o comboio quando ele passa, essencialmente porque não é certo que passe duas vezes. Por outras palavras, nada garante que Félix tenha, na próxima época, a visibilidade que teve nesta, correndo o risco de perder o encanto anos olhos de quem hoje com ele está maravilhado. E terceiro porque há lesões e outros detalhes da vida de qualquer desportista de alta competição que os aconselham a não deixar escapar uma oportunidade como esta. Ou seja, olhando apenas para a parte financeira, se eu fosse João Félix não pensava duas vezes: ia já.
A questão é, essencialmente desportiva. Fernando Santos disse-o nos textos que ontem publicámos e já outros o tinham dito antes: é sempre melhor para um jovem jogador ficar onde se sente confortável até estar, de facto, preparado para sair. Há, como bem lembrou o seleccionador, exemplos suficientes de jovens futebolistas que saíram demasiado cedo. E, sem capacidade (essencialmente mental...) para lidar com as ilusões, e desilusões, que encontraram em clubes que olham para eles apenas como mais um, acabam com muito dinheiro na conta bancária mas profundamente infelizes. E com a autoestima profundamente afectada. Há, mais uma vez, exemplos suficientes de carreiras estagnadas, e estragadas, por decisões meramente financeiras. Não quer, atenção, isto dizer que João Félix, saindo do Benfica, será mais um desses casos. Mas que o devem fazer pensar, lá isso devem. Em suma, olhando apenas para a parte desportiva, se eu fosse João Félix não pensava duas vezes: ficava pelo menos mais um ano.
Como não sou João Félix, ficarei à espera de ver aquilo que ele vai decidir. Respeitando, e percebendo, a escolha que fizer. Mas se lhe pudesse dar um conselho, dir-lhe-ia para deixar que seja, apenas, a sua cabeça a decidir, o seu futuro. Porque essa é, sempre, a melhor maneira de ligar com as consequências. Pode ser, até, a escolha errada. Mas pelo menos é a dele."

Ricardo Quaresma, in A Bola

Os números da final com a “Reconquista Encarnada”

"Terminou mais um ano desportivo de futsal esta época. Tivemos momentos muito bons que, certamente, vamos recordar com muita alegria este ano. O Sporting CP foi campeão europeu, juntando-se ao SL Benfica no lote de vencedores da competição. E tivemos uma final de play-off digna de um país campeão europeu com os “encarnados” a terminarem um período de três anos sem vencer um campeonato.
Retiramos todas as polémicas que envolveram estes cinco jogos, porque o que verdadeiramente importa foi o espectáculo que os protagonistas nos proporcionaram dentro da quadra. Foi uma final como já estamos habituados e que não desiludiu todos os adeptos que gostam de futsal. Houve golos – um total de 40 na final -, emoção, jogadas brilhantes, defesas do outro mundo e ambientes em pavilhões que há muito já não se via e vivia.
Muitos pensaram que o factor casa pouco ou nada contava… mas revelou-se fundamental. Se no jogo um e dois não foi obstáculo para ambas as equipas vencerem no campo do adversário, os outros três o factor casa ajudou e de que maneira. Tanto no Pavilhão João Rocha como no Pavilhão da Luz os encontros foram jogados de maneira intensa com um ambiente que os jogadores gostam de jogar.
Esta foi uma final que trouxe muitas estatísticas interessantes que merecem ser discutidas no mundo do futsal novamente.
Começamos com os números impressionantes dos “leões” de presenças em finais do play-off. Esta foi a Décima (!) vez consecutiva que o Sporting CP estava a disputar os jogos decisivos para erguer novamente o troféu de campeão nacional. Dessas dez vezes em finais somente três não foram campeões – todas perdidas para o SL Benfica. São números incríveis da equipa “leonina”.
Na época 2009/10, o SL Benfica foi campeão europeu, em Lisboa, frente ao Interviu Madrid e na final do play-off do campeonato nacional acabou por perder para o rival Sporting CP. Esta época 2018/19, foi o Sporting CP a ser campeão europeu, em Almaty, frente ao Kairat e a perder com os “encarnados” na final. Vivemos uma maldição do campeão europeu português? Não sei… mas as estatísticas, que pouco ou nada valem, dizem que sim.
O campeonato de futsal só na época 2008/09 é que começou a ser jogado à melhor de cinco jogos – ou seja, o primeiro clube a ganhar três jogos vence. E desde que assim é jogado já houve quatro finais com jogo cinco, ou como se diz na gíria “a negra”. E parece que os números são favoráveis ao SL Benfica.
A primeira “negra” foi logo jogada em 2008/09 com o SL Benfica e CF Os Belenenses. Os “encarnados” acabariam por vencer os “azuis do Restelo” no último jogo, no Pavilhão da Luz, por 4-3 no prolongamento. As outras três foram jogadas entre os eternos rivais de Lisboa, SL Benfica e Sporting CP. Duas “negras” sorriram às “águias” – incluindo já a desta época 2018/19 – e uma aos “leões”.
SL Benfica e Sporting CP são as duas equipas com mais argumentos para vencerem todos os anos o campeonato nacional. Pode até haver surpresas de vez em quando, mas são, indiscutivelmente, as melhores equipas em Portugal. Protagonizaram uma final que teve de tudo e, certamente, os clubes do estrangeiro devem estar de olhos postos no que foi jogado nas quadras portuguesas.
Um jogo cinco que teve um protagonista que só jogou mesmo a última partida da época. Raúl Campos marcou três dos quatro golos das “águias” no encontro e foi decisivo ao entregar novo campeonato para o museu “encarnado”. O espanhol é um jogador de outro nível que merece mais oportunidades em campo.
Este foi o oitavo título de campeão nacional para as “águias” e foram fiéis ao lema que tinham quando começou esta nova época: “Reconquista”. Os “encarnados” foram justos vencedores e explico por quê. Foi a equipa que venceu a fase regular com mais dois pontos do que o Sporting CP, segundo classificado, e foi muito mais competente quando necessitava de o ser neste play-off. Resta apenas dar os parabéns ao SL Benfica, o novo campeão nacional de futsal."

Futebol de 11 sénior masculino

"Messi não precisa da Copa América para estar entre os melhores de sempre, tal como Queiroz não necessita dela para estar entre os melhores

Não se sabe como terminará a Copa América. Sabe-se que o resultado mais marcante até ao momento foi alcançado por uma selecção treinada por um português: a Colômbia de Carlos Queiroz. Os cafeteros bateram a Argentina por 2-0 e fizeram estremecer, de novo, a autoestima de Messi enquanto jogador de selecção. O supercraque argentino esteve em quatro Campeonatos do Mundo (2006, 2010, 2014, 2018) e em cinco Copas Américas (2007, 2011, 2015, 2016, 2019), mas ainda nada venceu com a camisola azul celeste. O melhor foram quatro segundos lugares (2007, 2014, 2015 e 2016). Não é preciso ganhar um Mundial, como fizeram Pelé (1958, 1962 e 1970), Beckembauer (1974), Maradona (1986), Romário (1994), Zidane (1998), Ronaldinho e Ronaldo (2002), ou Xavi e Iniesta (2010) ou um Europeu, como Platini (1984) ou Ronaldo (2016), para figurar entre os melhores dos melhores dos melhores. Mas ganhar uma Copa América seria uma cerejinha em cimo do bolo confeccionado por Messi nos últimos 15 anos.
Não se sabe quando Carlos Queiroz terminará a sua carreira de treinador. Sabe-se que, para já, está para lavar e durar. Não é preciso ter vencido um campeonato em Portugal, como fizeram Mário Wilson (1976), José Maria Pedroto (1978 e 1979), Artur Jorge (1985, 1986 e 1990), Toni (1989 e 1994), António Oliveira (1997, 1998), Fernando Santos (1999), José Mourinho (2003 e 2004), Jesualdo Ferreira (2007, 2008 e 2009) ou Jorge Jesus (2010, 2014 e 2015) para que Queiroz integre o lote de melhores treinadores portugueses. Quem qualifica quatro selecções para uma fase final de um Mundial (África do Sul-2002, Portugal-2010, Irão-2014 e Irão-2018) tem de ser grande treinador. Queiroz tem defeitos como todos nós. Mas é também um dos primeiros arquitectos de futebol português dos últimos 30 anos.
Não se sabe qual o impacto que terá na cabeça de muitos de nós a forma como foram disputados os cinco jogos do play-off de futsal. A negra, então, teve tudo aquilo que têm os grandes espectáculos, velocidade, alternância no marcador e, sobretudo, desportivismo a toda a prova. A  forma como os 21 jogadores disputaram cada lance como se fosse o último das suas vidas sem colocarem em risco a integridade física dos adversários e a forma como os dois treinadores souberam respeitar-se em todos os momentos merecem ser realçados. O Benfica venceu (e bem), o Sporting perdeu (e bem), mas outro grande vencedor foi a modalidade. Bonito (mais bem improvável) seria que o campeonato de futebol de onze sénior masculino seguisse o mesmo exemplo."

Rogério Azevedo, in A Bola

PS: A forma como se está a 'limpar' o comportamento da secção de Futsal dos Lagartos, dirigentes, treinadores e também alguns jogadores, é nojenta... Comportaram-se como animais durante todos os confrontos, com excepção do último, e são todos uns anjinho... ridículo!!!

O Messi bom e o Messi mau

"É também por Messi ser Messi, assim mesmo em capitais, que não consegue escapar aos juízos de valor que lhe afixam à figura como post-its de ajuda em batalhas perdidas contra o esquecimento. A luta entre o que é e o que não consegue ser, de cada vez que atravessa o Atlântico, não tem fim.
O pior sinal que emerge das Pampas é a resignação à catástrofe. A derrocada diante da Colômbia de um Queiroz sempre estratega apresentou-se à vista de todos como demasiado previsível para um país que lançava projectos de D10S de cada vez que um argentino tropeçava numa pedra. Hoje, é uma selecção a entrar em falência de baliza a baliza.
O Argentina - Colômbia, como muitos Argentinas-qualquer-coisa antes desse, reforçou ao mundo a diferença entre ter ou não ter um plano, estar organizado ou viver no caos, e fazer parte de um tecido colectivo ou esperar que o mais terráqueo dos deuses cubra todos os vazios. Nada mais do que o reflexo de um país imerso na desorganização, no caos, na crise económica, na corrupção e na falta de liderança.
A Sampaoli, que não saiu bem do Mundial, negou-se a oportunidade de construir novo grupo a partir dos olímpicos e Scaloni, que até aí se encarregava de analisar adversários, tornou-se suposta aposta de continuidade numa federação secada durante 35 anos por um eucalipto chamado Grondona.
É neste contexto, que talvez devam comparar ao do Barça, que esperam que Messi seja ele próprio. Um Messi que na Catalunha até pode ser a última peça do puzzle, mas onde não lhe podem para ser a primeira. Enquanto crescia entre menotismo e bilardismo, ou entre romantismo e pragmatismo, Maradona afastou Passarella e quis ser a primeira, a segunda e até a última peça de um quebra-cabeças muito difícil de completar. É essa arrogância que faz a diferença."

Luís Mateus, in A Bola

Os milhões e o “potencial dos jogadores”

"Este Verão, o folhetim das vendas centra-se em dois nomes: Bruno Fernandes e João Félix.

Se a credibilidade fosse muito importante para os jornais, os jornais desportivos já tinham acabado” – dizia-me um dia um dos meus filhos.
De facto, nesta época chamada do defeso, as notícias sobre transferências ultrapassam todos os limites do razoável. Um dia há propostas milionárias por um jogador, no dia seguinte as propostas já têm valores diferentes, depois o clube interessado já não é aquele mas outro. Isto, no que respeita às vendas. No que toca às compras, a situação é igual. Numa edição diz-se que o Benfica ou o Porto estão em negociações adiantadas por um jogador, na edição seguinte as negociações afinal ainda não se iniciaram, uns dias mais tarde sabe-se que nunca houve interesse nesse jogador.
E isto repete-se ano após ano.
Este Verão, o folhetim das vendas centra-se em dois nomes: Bruno Fernandes e João Félix. Sobre o primeiro, já se falou e ‘desfalou’ do interesse do Manchester City, da oferta de 55 milhões do Manchester United recusada pelo Sporting e transformada em… 45 milhões!
Mas a jogada principal relaciona-se com a venda de João Félix. Primeiro não era para vender, depois já era – e até já havia 3 colossos na corrida, com propostas de 120 milhões em cima da mesa.
Ora, já escrevi que, se o Benfica o vender por 70 milhões, é muito bem vendido. E se algum clube der por ele os 120 milhões, ou é um ato de má gestão ou envolve alguma coisa escondida.
Recorde-se que Eden Hazard custou 100 milhões ao Real Madrid e trata-se de um jogador consagradíssimo, com experiência competitiva ao mais alto nível, tanto em clubes como em selecções. E correspondeu sempre. É um daqueles jogadores que, como disse Florentino Pérez numa expressão feliz, “transformam o futebol”.
Ora o currículo de Félix é curtíssimo. Jogou meio campeonato na 1.ª divisão, foi uma vez titular na selecção e não jogou nada. É um jogador que parece ter muito talento mas que nunca deu provas a alto nível. Vieira diz que pode ganhar a Bola de Ouro. Pudera! Vieira quer valorizá-lo ao máximo para o vender caríssimo.
Mas agora, entre os teóricos do futebol, surge outra teoria: os grandes clubes estão a apostar não nas provas dadas mas sim no ‘potencial dos jogadores’. E aí Félix impõe-se: tem muito poucas provas dadas mas um grande potencial. Portanto, vale muito.
Ora, esta teoria não é verdadeira. Porquê? Porque, por esse caminho, os grandes clubes gastariam milhares de milhões em pura perda.
Esse é o papel dos clubes médios como o Benfica, o Porto ou o Sporting. É descobrir talentos em mercados periféricos, comprá-los baratinhos, rodá-los na Europa – e depois vendê-los aos grandes clubes já como ‘meias certezas’.
Os grandes clubes não podem andar a fazer experiências nem a brincar às centenas de milhões, como os apostadores nos casinos. Por esse caminho, rapidamente de arruinariam."

Ninguém é professor na sua terra

"Ontem à tarde liguei a televisão e, numa daquelas coincidências que têm algo de sobrenatural, um homem muito alto e mais robusto do que eu me lembrava preparava-se para marcar um penálti. A coincidência é que eu tinha visto aquele homem muitas vezes naquela posição, em frente de uma baliza, pronto a disparar para as redes. O remate não desiludiu. Potente, a força a compensar a falta de jeito, mesmo para o meio da baliza, sem dar hipóteses ao guarda-redes, que, se não se tivesse mexido, provavelmente estaria a estas horas internado num hospital brasileiro. Os companheiros do avançado correram para ele, rodearam-no e, no meio do magote de jogadores, avistei Óscar “Tacuara” Cardozo, melhor marcador estrangeiro da história do Benfica. Aos 36 anos, depois de mais de uma década no futebol europeu, pensei que o avançado paraguaio estivesse a gozar a reforma, sentado numa cadeira de baloiço num alpendre com uma palha ao canto da boca a observar a extensão da sua fazenda onde criaria gado para exportação. No Mundial de 2010, se estão lembrados, Cardozo falhou um penálti no jogo contra a Espanha e foi apontado a dedo pelos seus compatriotas como um dos grandes culpados, se não o maior, da eliminação do Paraguai. Julguei que semelhante cadastro tivesse acabado, por esta altura, com as suas aspirações internacionais.
Pelos vistos, não. Apesar dos muitos golos ao serviço do Benfica e de cânticos que lhe eram dedicados, Cardozo nunca foi um dos meninos queridos da Luz. Habitava aquele terreno escorregadio, muito conhecido de certos avançados toscos, em que os adeptos não regateiam aplausos no momento do golo, nem apupos no momento do falhanço. Com o seu ar de órfão índio, semblante fechado e corpo longilíneo (donde a alcunha Tacuara), sem graciosidade nem técnica, Cardozo teve de marcar muitos golos para vencer a desconfiança dos adeptos e nem assim lhes conquistou o coração. Na selecção paraguaia terá acontecido o mesmo. Daí a minha surpresa ao vê-lo a capitanear tardiamente a equipa do seu país, a assumir a responsabilidade de marcar o penálti e, surpresa ainda maior, a sorrir como um miúdo ao lado dos companheiros muito mais jovens. O avançado regressou ao Paraguai, para jogar no Libertad, e deverá ter demonstrado ao seleccionador que, apesar de continuar sem a magia que seduz os adeptos, ainda sabe marcar golos e a idade, a experiência e o estatuto o ensinaram a sorrir. Ou talvez tenha sido apenas a passagem do tempo. Dizia a personagem de John Huston no clássico Chinatown que “os políticos, as prostitutas e os edifícios feios todos se tornam respeitáveis se durarem o suficiente.” Inclua-se neste grupo os avançados toscos e mal-amados. Se durarem o suficiente os defeitos desvanecem-se e eles tornam-se instituições nacionais 
Na primeira ronda da Copa América brilhou outro mal-amado muito cá de casa. O professor Queiroz estreou-se em jogos oficiais pela Colômbia e fez o que o ex-seleccionador dos cafeteros, o bem-amado Jose Pekerman, nunca conseguiu fazer: ganhar à Argentina. A Colômbia não ganhava à Argentina desde 2007 e não derrotava a alviceleste na Copa América desde 1999, há vinte anos. Carlos Queiroz é um curiosíssimo caso de alguém cujo curriculum supera largamente o reconhecimento que lhe é dado. Revolucionou o futebol português, conquistou os dois únicos títulos mundiais de juniores para o nosso país, treinou a selecção por duas vezes, foi adjunto de Alex Ferguson, teve o privilégio de orientar o maior clube do mundo, conheceu um sucesso relativo em várias selecções e, contudo, às vezes parece um homem que traz com ele a peste e não a salvação.
O próprio não parece apostado em conquistar o afecto dos seus compatriotas, como se viu no ano passado no jogo entre Portugal e o Irão, no Mundial da Rússia. Talvez esteja magoado com a Federação, o país e o mundo e, em vez de se rebaixar, pedinchando carinho e compreensão, queira manter a sua altivez orgulhosa e seguir o seu caminho bem longe das armadilhas tóxicas do rectângulo pátrio. É uma opção compreensível. É que o tempo tem passado e não há maneira de Queiroz aceder ao estatuto de respeitabilidade dos políticos, das prostitutas e dos edifícios feios. Continua a ser um proscrito, um mal-amado e retribui, justamente, com uma dose de desprezo magoado que emerge nas suas entrevistas, sempre à procura de ajustes de contas, de vinganças tardias.
A minha teoria é a de que, na origem desta incompreensão entre um homem e um país ao qual deu tanto, está aquele “professor”. Quando utilizado desta forma, “professor” ridiculariza mais do que enobrece. É o Professor Pardal, o Professor Neca, o Professor Marcelo. É verdade que este último era mesmo professor, mas anteposto ao seu nome próprio tinha algo de jocoso, como se sinalizasse não um sábio, mas um sabichão. Professor, com as suas ressonâncias livrescas e teóricas, arruma o sujeito na prateleira dos conhecimentos sem validade prática. Quantas vezes não se disse que Queiroz só servia para treinar miúdos ou que, na melhor das hipóteses, devia permanecer na função secundária de adjunto? Não tenham dúvidas: pelo menos em Portugal, o título de professor desqualifica. Talvez no Irão e na Colômbia as coisas sejam diferentes e o professor Queiroz beneficie de uma autoridade que no nosso país, excepto quando treinava os “miúdos”, sempre lhe faltou (como esquecer a afirmação de Cristiano Ronaldo “perguntem ao Carlos”? Para ser mais ofensivo, só se tivesse dito “perguntem ao professor”). No final do jogo contra a Argentina, o jogador colombiano Juan Cuadrado disse aos jornalistas que “o ‘profe’ fez um grande planeamento”, lembrando-nos que, tal como os profetas, ninguém é professor na sua terra."

CFC...

Fernando Santos - um exemplo raro

"Há muito tempo que não falava de futebol tão abertamente com um treinador. Há muito tempo que não encontrava um treinador de futebol que se dispusesse, tão francamente, a abordar os temas mais sensíveis sobre a sua equipa, os seus jogadores, a natureza subjectiva e solitária da decisão. Sem esconderijos, sem complexos, sem preconceitos. Falar do futebol real. Da natureza do pensamento sobre uma estratégia, da complexidade da análise de um adversário, da dúvida existencial legítima do jogo antes do jogo, da premonição, da aposta, da consciência de ter feito o trabalho árduo e invisível que ninguém vê.
A esmagadora maioria do adepto de futebol não sabe, nem sonha o peso enorme que cai nos ombros de um treinador responsável e rigoroso. Conhece o resultado e tudo julga em função da bola que bate no poste e entra ou da bola que bate no poste e sai.
Quem não viveu por dentro um balneário de futebol não pode saber. Não é uma ciência exacta. É uma destreza na gestão de muitos factores que podem influenciar e decidir um jogo, que podem transformar onze jogadores numa grande equipa, equilibrada e organizada, ou num caos sem solução.
Ouvir Fernando Santos falar na Selecção, da equipa nacional, dos seus jogadores, escolhidos entre um lote de cinquenta elegíveis, de como estuda o adversário, de como pensa o equilíbrio e o controlo do jogo, antes dele acontecer, de como reage quando surge o inesperado, quando se dá conta de que as coisas não estão a correr como o previsto. Ouvir Fernando Santos desmistificar o mito. Ouvi-lo na paixão maior de explicar uma equação em movimento. Foi um privilégio!"

Vítor Serpa, in A Bola

A Selecção é a família alargada de Fernando Santos


"A presença de laços familiares estáveis e de suporte traduzem-se, invariavelmente, num enorme conjunto de benefícios para o sujeito e para o agregado – o maior dos quais, o da Saúde Mental.
Mas não só.
De facto, inúmeros estudos tem demonstrado a relação entre a solidez dos laços familiares e sua repercussão (positiva ou negativa) no sentido de companheirismo, de suporte emocional (muitas vezes, financeiro), saúde física e bem-estar psicológico. Neste sentido, evidenciaram-se, de igual forma, a redução de stress, a redução da tensão alta e um aumento na função imunitária em indivíduos com indicadores mais elevados de integração e suporte social.
Em boa verdade, somos mais saudáveis física e psicologicamente, denotando maiores níveis de confiança, resiliência e capacidade de persistir (e vingar) em contextos “hostis” (de adversidade). 
Naturalmente que, uma estrutura familiar onde os denominadores comuns (longitudinalmente) são a estabilidade e o suporte provido tem, no seu trajecto, também um enorme conjunto de adversidades (e crises) e potenciais conflitos como todas as outras tipologias de estruturas familiares – não é, por isso, daqui que surge a sua diferenciação.
Diferenciam-se sim, pela qualidade dos afectos e pela criação de um “campo de segurança emocional”, onde a crítica construtiva co-habita com o incentivo e a confiança nos recursos individuais de cada um ou na capacidade da “família” se re-organizar para, em conjunto, suprir a incapacidade momentânea de um dos seus elementos.
Assiste-se, por isso, a enorme compromisso individual (consigo próprio e com o outro) e sentido de “comunidade” (de pertença), onde a missão do “todo” (auto-perseveração) norteia as acções e propósitos individuais em momentos muito específicos (de ameaça ou crise)
A confiança e o sentido de segurança psicológica são o seu DNA.

Transfer Para a Taça das Nações
À partida, pode até parecer que o que foi dito até agora nada terá a ver com a realidade vivida no passado fim de semana. Tem tudo.
Senão vejamos:
Desde o discurso de Fernando Santos, que considera que Cristiano o vê como um pai, às palavras de Bernardo, Cristiano, Patrício ou de Danilo (que referiu que, na selecção, não existe a tradicional tensão entre “titulares” e suplentes, tendo todos uma missão comum), entre outros apontamentos pontuais, a mensagem mais presente tem sido sempre a de uma fortíssima união entre os elementos desta “família”... uma “família” que até integra, a grande generalidade dos portugueses que, adeptos ou não da modalidade, acabam por sair, ainda que indelevelmente, com os seus níveis de confiança e de orgulho nacional reforçados.
A Selecção pode, neste momento, estar por isso a atravessar uma das suas fases mais “bonitas” que se traduz numa clara maturação (e consequente validação) dos seus elementos outrora mais jovens (que agora começam a ceder esse mesmo lugar aos recém-chegados) que, agora, conseguem de forma natural actuar performances mais sólidas e consistentes junto de outros atletas com o seu talento desde há muito confirmado (Ronaldo, Bernardo, Patrício ou José Fonte, a título de mero exemplo). 
Coabitam, por isso, 3 gerações distintas (quem já há muito é, quem é e quem começa a ser... “selecção”) nesta “família” que, por isso mesmo, necessita de uma claríssima missão comum e de um sentido de compromisso individual com as necessidades do momento (da equipa) – só assim se consegue cooperação e não competição entre os seus elementos.
Esta é a Missão de Fernando Santos – esta é a missão de quem, muitas vezes de forma isolada e solitária, precisa tomar decisões (com impactos individuais vários) em prol da progressão do grupo. 
Esta é uma missão só possível num clima de extraordinária confiança e suporte, nomeadamente nos momentos em que os resultados não surgirem (porque os vai haver) – este será também, o tempo do líder sentir o apoio do seu grupo (mesmo que “à porta fechada”).
Este é o clima que Fernando criou e, a sua “mestria”, irá ser observada nos próximos ciclos de crescimento desta Selecção, passando inevitavelmente por saber (cirurgicamente) “regar”, nutrir e manter viva esta “chama” e este enorme “trunfo” que o sentido de “família” pode transportar para o Desporto de Alto Rendimento.
E sim, poderíamos estar a falar também do clima que um professor cria na sala de aula ou que um gestor cria na sua empresa – as múltiplas possibilidades de transferência ficam, agora, do lado do leitor."


Benfiquismo (MCCIX)

Jovem selecção...

8.ª Campeonato Nacional de Futsal

Benfica 4 - 3 Sporting

Justíssima, a melhor equipa, ganhou... aqueles que foram melhores durante toda a época, ganharam! Mesmo jogando praticamente sempre em 'inferioridade numérica'!!!
Sem interferências externas, esta final muito provavelmente teria ficado decidida em 3 jogos!!! O facto do Benfica, mesmo assim ter ganho, não nos pode deixar 'descansados'!!! Esta 'coisa' de termos que jogar 10 vezes mais do que adversário para ganhar, é ridículo!!! O Cashball foi 'apanhado' mas não está 'morto'!!!
Mesmo hoje, com uma arbitragem 'agradável', vimos um jogador do Benfica a ser pisado propositadamente no chão, vimos um atrasado mental a simular uma agressão, vimos um banco adversário completamente imune a qualquer regra... etc. etc. etc....!!!
O facto de no final o mentecapto do treinador adversário ter tido uma flash interview minimamente 'normal', não apaga tudo o que disse e fez durante esta final, esta época... aliás toda a sua carreira, onde nunca teve um comportamento razoável...
Aquilo que se passou em todos os jogos, mas principalmente no jogo 4, não pode ser esquecido... até porque não é a primeira vez!!! E não é só quando o adversário é o Benfica, recordo-me bem, de uma 'eliminatória' com o Braga em Odivelas, onde 'valeu tudo', mesmo tudo, dentro e fora do campo...
O silêncio da FPF nestes últimos dias, tem sido ensurdecedor...

Uma nota ainda, para a total incapacidade da RTP ser minimamente imparcial. É inacreditável, como o serviço público de televisão, em todas as modalidades, está repleto de anti-benfiquistas primários... deve ser requisito obrigatório para ter 'tacho'!!!
Mas infelizmente, os merdia desportivos têm muitas culpas sobre o que se passou no jogo 4, porque dão cobertura total... desculpando sempre os mesmos, tentando passar a ideia que são todos iguais!!!

Em relação aos nossos heróis: muito obrigado, gigantes... naquilo que jogaram, com bola e sem bola, e principalmente pela forma como souberam 'controlar' as emoções (só o Roncaglio podia e devia estar mais concentrado naquilo que é o 'trabalho' dele!!!).
Já o ano passado o Raul Campos tinha sido o nosso melhor jogador nas Finais... muito 'injusta' a utilização do Raul nesta parte final da época, mas vai ficar para a história, como o homem deste jogo 5!!! Outro 'regresso' foi o Chaguinha, que voltou a jogar à 'antiga': o mesmo Chaguinha que 'existia' antes das lesões!!! Sendo que muito provavelmente, o melhor jogador destas Finais, foi o André Coelho: simplesmente impecável... e acaba a época, como o nosso 2.º melhor marcador!!!!

Para o ano vamos ter muitas alterações.. principalmente no rol dos 'estrangeiros', a possível saída do Tolrá deixa-me preocupado... Mas o Futsal tem mercado, para ir buscar jogadores 'iguais' ou 'melhores', agora só porque ganhámos não podemos pensar que será mais 'fácil', bem pelo contrário... e além disso, o título Europeu está perfeitamente ao nosso alcance!!!

BiCampeões Nacionais de Juvenis

Benfica 5 - 1 Braga


A 3 jornadas do fim, título entregue, à melhor equipa: Benfica.
Excelente colectivo, muitas opções - são tantos, que alguns nem sequer estiveram no banco -, podiamos praticamente fazer dois 11, e ambos lutariam pelo título!!!

Individualmente, muito talento para aproveitar: Cruz, T. Araújo, Bajrami, Rafa Rodrigues, Brito, Ronaldo, Bernardo, Gerson, os Henriques... o Nascimento, G. Araújo, Sarmiento, Silva, Cardoso, Luamba, Tomé... A maior parte destes jogadores vão 'subir' aos Juniores para o ano, mas além do Ronaldo (creio que vai para a B ), um ou dois deverão ser aproveitados para a equipa de sub-23!!!

A 90 minutos do título...

Braga B 0 - 9 Benfica


Nova goleada, na 1.ª mão da Final do Campeonato da II Divisão. No próximo fim-de-semana teremos a oportunidade de fechar a época em beleza...

Samaris ao vivo !!!

João: já vi o teu futuro e é um lateral-esquerdo no Flamengo, a sombra do Cadete ou o Secretário. Portanto, fica

"É mais ou menos assim: começa com uma manchete que diz que jogador A interessa a clube X; clube X avança com proposta abaixo do valor exigido; fontes seguras indicam que jogador estará interessado no projecto do clube X; o avô do jogador, que em jovem emigrou para cidade do clube X, diz que seria um orgulho vê-lo no clube X; sabe-se depois que o jogador gosta do projecto do clube X, mas gosta ainda mais de dinheiro; entretanto os clubes Y e Z também estarão interessados; descobrimos que clubes Y e Z observaram o jogador A pelo menos em 32 jogos da época passada; logo depois, somos informados de que clubes Y e Z já falaram com o empresário; imediatamente após esta confirmação, clube Y bate a cláusula de rescisão e clube Z abandona a corrida porque não pode embarcar em loucuras; descobrimos, para grande surpresa nossa, que um jogador do clube Y foi oferecido seu empresário ao clube X, entornando o caldo nas relações até então amigáveis entre clube X e clube Y; não espanta por isso que o clube X se veja finalmente obrigado a desmentir qualquer interesse no jogador A; é então que o clube X começa a estudar a alternativas ao jogador A; o loop recomeça com o jogador B, uma alternativa ao jogador A e, acima de tudo, um bom pretexto para fazer mais uma dúzia de capas de jornal.
É este o mundo em que jogadores como João Félix se veem hoje obrigados a operar. Quer queiram quer não, miúdos como João Félix serão alvo das mais esforçadas teorias sobre o futuro profissional. No caso dele, isso é especialmente importante. São demasiadas as teorias. O universo de João Félix transformou-se num multuniverso futebolístico em que, aparentemente, o rapaz pode assinar pelo clube que ele quiser. Que nem um adolescente em casa com o comando da consola na mão, é-lhe pedido que escolha o próximo clube. As - aparentemente - infinitas possibilidades de João Félix são hoje o seu fardo existencial. Basta imaginar o que seria a vida de João Félix em alguns desses clubes para perceber que o destino é só um, por exclusão de partes. Vejamos:
Real Madrid
Será triturado pela máquina comercial do Real Madrid, cujas primeiras decisões serão um tratamento de acne e remover o aparelho dos dentes. Será contratado por um valor superior ao de Hazard, o que vai criar mais celeuma no balneário do que aquela vez em que o Carlos Secretário calçou as chuteiras no Bernabéu.
Barcelona
Imaginem um rapaz que foi apelidado de novo Ronaldo por algumas mentes precoces a apresentar-se num plantel às ordens de Messi. Tem tudo para correr bem. Vai marcar um hat-trick contra o Elche na Taça de Espanha que fará toda a gente recordar-se de Bojan Krkic, mas será inevitavelmente emprestado ao Rayo Vallecano na esperança de assim jogar mais e conseguir um lugar na convocatória de Fernando Santos para o Euro.
Liverpool
Será alvo de chacota generalizada no momento em que se atirar para o chão de forma excessivamente teatral. Klopp irá oferecer a mão ao miúdo para ele se levantar e dizer-lhe que está muito longe de Santa Maria da Feira. Os pais de João Félix vão passar a assistir a todos os treinos para darem apoio moral ao miúdo.
Manchester United
Vão começar por lhe dar a camisola 7, uma espécie de maldição desde Ronaldo. A primeira coisa que fará é comprar um carro melhor do que o do Pogba. A segunda será começar a seguir Lingard nas redes sociais, para em breve se tornar o seu compincha em toda e qualquer parvoíce. Juntos, lutarão com o Wolves pela última vaga de acesso à Champions, mas será Nuno Espírito Santo a sorrir. 
Tottenham
Os adeptos não recebem novas contratações há algum tempo e serão consumidos pela impaciência com este miúdo meio displicente. A coisa acabará com uma entrevista de Pochettino a dizer de forma bem humorada que mais valia continuarem proibidos de contratar, e um empréstimo ao Watford com opção de compra.
Manchester City
Chegará a Manchester com fama de trabalhador, porque os citizens se habituaram a ver em Bernardo Silva um exemplo da seriedade portuguesa no que toca à sua conduta profissional. Mal sabem eles que Bernardo Silva parece estrangeiro nesse aspecto, mas brevemente irão descobrir. Vai tentar impor o seu jogo como se isto não fosse a festa do Guardiola e só voltará a calçar quando fizer exactamente aquilo que lhe mandam.
Flamengo
Será adaptado a lateral-esquerdo. Dentro de 6 meses irá experimentar maconha e daqui a 5 anos liderará uma favela no Rio de Janeiro com alguns ex-colegas de equipa.
Celtic
Viverá para sempre na sombra de Jorge Cadete, com menos golos marcados e um cântico pior (porque todos são). 
Juventus
Sem perceber muito bem como, vai acabar a viver em caso do Ronaldo, alternando com o Cancelo para fazer as refeições do craque. Será dos primeiros a virar as costas a Sarri num treino chuvoso em Dezembro.
Paris SG
Miúdo como é, vai deslumbrar-se mais com as vedetas como Neymar do que com gente séria como Cavani e outros que tais. E é assim que se verá envolvido no seu primeiro escândalo sexual, o que fará as mensagens trocadas com a Diana Cu de Melancia uma brincadeira de crianças.
Bayern Munique
Daqui a 6 meses está no Instagram a publicar histórias enigmáticas com citações estilo "o que não nos mata torna-nos mais fortes", atribuindo erradamente a autoria da frase a Gandhi. Não obstante a atitude positiva nas redes sociais, continuará a ser suplente utilizado.
Benfica
Confirma-se como ídolo, torna-se o melhor marcador dos campeonatos europeus, conquista a Champions ou, no mínimo, leva a equipa às meias-finais, onde serão roubados, aproveita o próximo ano para tratar do acne dos dentes, continuar a engatar miúdas no Instagram, e acima de tudo fazer-se homenzinho. Pensa nisso, João."

Antevisão... Pré-Época 2019/2020

"Eu sei, ainda não acabou a espera.
E não, infelizmente ainda não estou aqui a fazer mais uma das minhas fantásticas *cof cof* antevisões.
Hoje, para tentar amenizar essa dor que é estarmos sem jogos do Benfica há 28 dias, trago-vos um breve calendário da Pré-Época de 2019/2020!
Guardem no telemóvel, marquem na agenda, façam um countdown: Faltam 15 Dias Para Arrancar a Época da Equipa Principal de Futebol do Sport Lisoba e Benfica!!!!!
Ok, vamos controlar o entusiasmo. 
Dia 01 de Julho começa o burburinho no Seixal, vai intensificar-se a silly season, vamos ter saídas, vamos ter entradas, já tivemos as renovações de Pizzi e Rafa e a saída confirmada de Corchia, esse número 7 fantástico que praticamente não se viu.
Volvidos uns dias, 05 de Julho, rufem os tambores: Sorteio da Liga NOS 2019/2020, ficamos a conhecer a caminhada do 38, começamos os planos para os aways, e a espera desesperada de datas e horas divulgadas atempadamente. O ponto alto, comprem pipocas, será ver se este ano há novamente barraca no sorteio!
No dia seguinte, 06 de Julho, temos invasão ao Seixal com o treino aberto aos sócios. Será a primeira oportunidade de vermos Bruno Lage em acção aos comandos da equipa. O que esperar do Benfica com Lage desde o início da época?
Mas como a loucura da pré-época não pára, no dia 10 de Julho às 20H30 há jogo de apresentação contra os belgas do Anderlecht. Jogo incluído no Red Pass e de presença obrigatória para todos aqueles que já não aguentam a espera e estão sedentos de bola, tanto que se vão disponibilizar a ver 90 minutos de substituições, mas ninguém quer saber porque simplesmente é o Benfica!
Dia 13 de Julho na cidade dos estudantes, temos um clássico: Académica x SL Benfica. Último jogo antes da partida para os EUA para a participação na International Champions Cup.
À semelhança da época passada o Benfica irá participar na International Champions Cup, com três jogos em solo americano.
20 de Julho: SL Benfica x Chivas Guadalajara
24 de Julho: SL Benfica x Fiorentina
28 de Julho: SL Benfica x AC Milan
E assim, num piscar de olhos, acaba a pré-época e abre oficialmente a época: 04 de Agosto, no Estádio do Algarve o primeiro derby do ano: SL Benfica x Sporting CP a contar para a Supertaça Cândido Oliveira.

Para discussão:
Quais são os vossos palpites para entradas/saídas?
Que sector é mais importante reforçar?
Vamos ter bombas no defeso?
Partilhem as vossas opiniões e comentários e juntem-se a mim ao countdown oficial para o início da magia que é a bola a rolar na relva!
Deixo-vos um pequeno calendário da pré-época, actualizado conforme informações disponíveis.
Para finalizar, não confirmo nem desminto que estou a afinar a bola de cristal e vamos ter palpites melhores do que nunca...
Ou então não. Rumo ao 38!"