Últimas indefectivações

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Vermelhão: Enguiço...!!!

Benfica 1 - 1 Rio Ave


Tremenda frustração, após mais 2 pontos perdidos, nos descontos... num contra-ataque!!! O resultado foi 'igual' ao Santa Clara e 'parecido' com o do Qarabag, mas o jogo foi diferente: se a 1.ª parte foi quase igual... o 2.º tempo foi diferente, antes das primeiras substituições, e muito diferente para melhor, após a entrada do Lukebakio! Finalmente, foi possível ter 'esperança' que as coisas podem melhorar, vendo o Belga jogar! Finalmente um Extremo, que ganha a maioria dos duelos, até passa a bola quando não tem vantagem, e ainda é um potencial risco na profundidade, com velocidade e potência! Se tudo correr bem, vamos ter um Benfica antes do Lukebakio e outro Benfica com o Lukebakio em campo!!!

Teria sido muitíssimo importante não perder pontos hoje, pois creio que o crescimento da equipa é inevitável! E ir para as próximas duas jornadas, com 2 pontos, tinha sido diferente de já ter 4 pontos perdidos em casa, contra equipas deste tipo! Ficar a 7 pontos dos Corruptos, poderá ser fatal para as ambições desta época!

Mesmo sem treinos, o Mourinho  mudou o posicionamento da equipa, estamos a jogar num 433 clássico, com o Ivanovic a jogar com falso extremo esquerdo! O problema é que no outro lado também temos um falso extremo direito no Aursnes! Com a entrrada do Dodi tudo poderá mudar!

Fiquei surpreendido com a falta de substituições ao intervalo, a equipa estava a cometer os mesmos pecados do passado: ataque posicional lento, previsível e sem desequilibradores, por fora e entre-linhas!!!

Outro problema endémico é a passividade sem bola:
- defensivamente os jogadores não antecipam a possibilidade dos colegas perderem os duelos!
- ofensivamente os movimentos de ruptura sem bola, são poucos e quando acontecem raramente o passe é feito! Neste jogo foi irritante principalmente na primeira parte ver o Ivanovic a pedir a bola, sem marcação no lado oposto, e a opção era sempre o passe curto, para a zona mais povoada! Ou então faxia-se o passe longo para o Dahl colado à linha, sempre com problemas na recepção, perdendo muito tempo, permitindo ao adversário ajustar... Na segunda parte, vieram claramente com ordens para arriscar este tipo de passes...

O Lukebakio merecia o MVP, nos poucos minutos que esteve em campo. Talvez o melhor jogo do Enzo em Setembro, jogando um pouco mais recuado, com o Sudakov e o Ríos à frente, defendeu-se melhor da falta de velocidade... Dedic trapalhão... Sudakov, precisa de ganhar entrosamento, a qualidade e a vontade não lhe falta!

O Nico esteve quase sempre bem, mas no golo por exemplo, faltou novamente velocidade... o António ou o Tomás naquela jogada, tinha atacado o adversário, e não tinha feito contenção e ter deixado o Aursnes 1x1 !!! O Aursnes que está a ser 'sacrificado' naquilo que não é a sua posição... Talvez, possa ser opção na Sexta no lugar do castigado Enzo... a sua verdadeira posição! Na Sexta, também apostaria no Obrador as limitações do Dahl quando lhe falta frescura física, são ainda mais visíveis!


Mais uma arbitragem horrível, com uma complacência inacreditável para o anti-jogo do Rio Ave, o guarda-redes gozou literalmente com o árbitro, e este não teve coragem de lhe mostrar o 2.º amarelo!!! Voltou a evitar marcar faltas a favor do Benfica junto da área... E no lance capital, foi cobarde: a potencial falta não é um erro claro e evidente, a análise se existe falta é no mínimo suspeita, o VAR não devia ter interferido! Num lance, onde o António marcou o golo, mas o árbitro só ia validar a recarga do Pavlidis... Basicamente, marcámos 2 golos, na mesma jogada, e mesmo assim, ainda anularam tudo!!! A comparação com o golo em fora-de-jogo que este Rio Ave, sofreu na Sexta contra os Corruptos, com o VAR em silêncio, e o jogo desta noite, é esclarecedora... as regras não são as mesmas!

No Benfica ganhar é sempre obrigatório! Na Sexta com o Gil Vicente, é mesmo obrigatório vencer, por todos os motivos do mundo!!! Sem o Enzo (Aursnes ou Barreiro?!), com a equipa cansada (vamos ver se ninguém fica a pensar no Chelsea!), contra o Gil Vicente motivado, com um treinador que costuma tirar pontos ao Benfica... Portanto, não será fácil! Com a falta de tempo para treinar, era previsível que não iriamos ter muitas alterações táticas... os jogadores 'novos' como o Lukebakio vão ser as 'grandes' alterações, agora onde o Mourinho pode e deverá ter impacto, é na 'cabeça' dos jogadores, os níveis de confiança têm que aumentar. Depois da vitória nas Aves, pensei que estávamos no bom caminho, mas hoje voltei a sentir a equipa nervosa e ansiosa... muito trabalho pela frente!

Ganhar


"O Benfica recebe o Rio Ave (20h15) no Estádio da Luz numa partida relativa à 1.ª jornada da Liga Betclic. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Apoiar a equipa
Na antevisão à partida com o Rio Ave, José Mourinho identifica sinais positivos nestes primeiros dias à frente da equipa: "Sinto que os jogadores estão a abraçar a minha maneira de trabalhar, a abraçar os conceitos que estamos a introduzir na equipa a pouco e pouco." E o treinador lança um desafio: "Que os adeptos esqueçam que os últimos 2 jogos em casa não acabaram bem e que olhem para a equipa com a mesma positividade com que eu olho."

2. Marcos relevantes
António Silva chegou aos 150 jogos oficiais pela primeira equipa do Benfica e frisa: "Sendo tão novo, é algo muito especial e que vou levar sempre para a minha vida."
Schjelderup cumpriu meia centena de partidas oficiais de águia ao peito. O jovem norueguês sublinha: "É uma grande honra ter completado 50 jogos por um clube tão grande como o Benfica."

3. Bastidores
Veja imagens exclusivas do triunfo do Benfica no reduto do AFS.

4. Benfica Campus – 19 anos
António Silva, made in Benfica, afirma que "a essência do Clube é a formação". O diretor-geral do Benfica Campus, Guilherme Müller, faz o balanço de quase duas décadas desde a inauguração. Veja estas e outras entrevistas em dia de aniversário do Benfica Campus.

5. O dia a dia de um jovem jogador do Benfica
Tiago Neves, membro do plantel dos Iniciados do Benfica, mostra como é um dia na vida de um jovem formando do Clube.

6. Photobooks entregues
Jogadores da geração de 2007 receberam álbuns fotográficos que recordam momentos dentro e fora de campo que os jovens viveram enquanto chamaram o Benfica Campus de casa.

7. Sucesso escolar premiado
Estão entregues os diplomas aos melhores alunos entre os jovens que representam os escalões de formação de futebol do Benfica.

8. Benfica em Marrocos
Benfica abre Escola de Futebol em Casablanca.

9. Renovação
O basquetebolista José Silva continua de águia ao peito.

10. Campeão do mundo
Caio Bonfim, que conquistou o ouro nos 20 km e a prata nos 35 km da marcha nos Mundiais de atletismo, deixa uma palavra de gratidão para com o clube que representa: "O Benfica faz parte da minha história."

11. Iniciativa do Museu
A conversa "Futebol em Lisboa – A História Por Trás do Jogo" decorreu no passado fim de semana."

Zorlak: Dedinho de Mourinho no Benfica? Foi uma revolução táctica!

BF: Schjelderup tem lugar em risco no Benfica?

BF: Poucos extremos no Benfica?

ESPN: Futebol no Mundo #493 - GUARDIOLA defensivo, PROBLEMAS com VINI, MODRIC em ALTA e ESTREIA de MOURINHO

TNT - Melhor Futebol do Mundo...

BolaTV: Desporto à solta #3 - Pool Português

Transforma - "O Rei dos Títulos Está de Volta: Benfica Campeão ? "

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - O ciclo do Sporting analisado em cinco pontos

Observador: E o Campeão é... - O Sporting anda a guardar o ketchup todo para o fim

Observador: Três Toques - Aliança encontrada, casamento abençoado

SportTV - Primeira Mão - 🏆 Dembélé ganha a Bola de Ouro e FC Porto estreia-se na Liga Europa

Rola a Bola - S02E40 - Mourinho Treinador de Champions

Mourinho (e não só): 'Welcome to Portuguese League'


"José Mourinho já conquistou adeptos do Benfica com palavras e já está a usá-las para preparar o clássico no Dragão. A expressão de Bruno Lage em inglês aplica-se tão bem...

A chegada de José Mourinho à Liga portuguesa traz um salto mediático como nenhum outro treinador português traria (e poucos estrangeiros também, já agora). Bem podemos debater que Mourinho é este e quão longe está do Mourinho de há duas décadas, mas escusamos de perder muito tempo: José Mourinho é José Mourinho - e vale toda esta atenção.
E se dentro do campo arrancou bem, fora dele continua como peixe na água: as conferências de imprensa são agora motivo de interesse (arrisco dizer que serão até o maior) e não somos só nós, os jornalistas, a ficar satisfeitos com isso. Se há coisa que Mourinho foi ensinando um pouco por todo o mundo do futebol é que falar conta. Para os adeptos, para os adversários, para os seus jogadores ou presidentes. Conta sempre.
Bruno Lage saiu por causa de dois maus resultados e várias pobres exibições, mas as palavras também não o ajudaram. Parecia disposto a dar o peito às balas em clima de pré-campanha eleitoral, até o presidente/candidato o mandar embora de madrugada. Welcome to Portuguese League!
A duas semanas de um sempre quente clássico, o que se diz conta ainda mais. Na apresentação, dias depois de ter sido aplaudido no Dragão, Mourinho engrandeceu o Benfica. Falou diretamente para o coração dos agora seus adeptos, porque sabe que até José Mourinho tem sempre algo a provar. Já no sábado, após a primeira vitória, fez questão de esclarecer que não quer guerras - e até contactou Villas-Boas e Varandas. Poucas vezes se ouve um treinador das águias a classificar o FC Porto de «gigante», mas algures entre o respeito por um clube onde foi tão feliz e os ainda habituais mind games de quem quer vencer o próximo clássico estará a intenção.
Até lá, o Benfica tem dois jogos na Luz e vai a Londres para José Mourinho reencontrar o Chelsea. O foco estará obviamente no treinador. Ter Mourinho no banco a isso obriga - e ele gosta. Com muitos bons jogadores à disposição, é mais fácil construir uma equipa que esteja sossegada. Mas depois do Dragão ainda há Newcastle antes das eleições. E nessa altura as palavras não chegarão: os resultados contam a dobrar. Welcome to Portuguese League!
Num mês muita coisa muda (e na Liga mudam demasiados treinadores...), e já agora Francesco Farioli é a prova do quanto se pode mudar em pouco tempo. O FC Porto líder deste campeonato tem mostrado em campo tudo aquilo com que os adeptos apenas podiam sonhar no passado recente. Em sete dias vai ter três jogos, um deles contra Mourinho. Já adivinham não já? Welcome to Portuguese League!"

O meu filho não foi convocado


"O miúdo incentivado pelo pai a partir uma perna; o treinador que despejou todo o vernáculo à frente de crianças; a mãe que não lidou bem por não ser o filho um CR7! Há adultos alucinados...

Quando esta crónica chegar às páginas do jornal já saberemos duas coisas que, neste momento, são uma incógnita: o vencedor da Bola de Ouro e o resultado do Sporting frente ao Moreirense. Acontece que quando escrevo, pelas quatro da tarde de segunda-feira, tudo isto é ainda uma carta fechada.
Tenho, é claro, uma ideia sobre quem vai trazer os principais prémios e, por isso, arrisco dizer que quem ler estas palavras já vai ter visto a Bola de Ouro masculina nas mãos de Dembélé, a feminina nas mãos de Aitana Bonmatí e o troféu Kopa nas mãos de Lamine Yamal. Não que estas fossem as minhas escolhas — mandasse eu, e o Kopa ia direitinho para João Neves —, mas, olhando para as probabilidades, e porque sou mais da ciência do que da fé, diria que dificilmente me enganarei.
Deixando agora o campo das dúvidas, deixem-me só dedicar meia dúzia de frases ao Benfica antes de avançar para o tema central desta crónica. E isto apenas para dizer que Rui Costa mexeu bem as suas peças com a contratação de Mourinho e que, ao contrário do que apregoa, com a substituição de Bruno Lage não se limitou a defender os interesses do clube. Aliás, tenho muitas dúvidas de que esta entrada de José Mourinho não estivesse já no forno enquanto Lage cozinhava lentamente em banho-maria — o que, atendendo ao que tinha sido prometido ao treinador, e que foi revelado pelo seu advogado na CMTV, é absolutamente condenável do ponto de vista ético.
E sobre este assunto fico-me por aqui, até porque, como dizia a minha mãe ontem ao almoço, começo a ter receio que José Mourinho me apareça, de repente, dentro do prato da sopa. Sinto-me, confesso, à beira de uma overdose do Special One — ainda que, como boa ovelha, tenha sido incapaz de evitar dar os meus cinquenta cêntimos.
Mas vou já parar de falar no assunto e começar a escrever sobre aquele que é o tema que, de facto, queria explorar esta semana e que, apesar de relacionado com futebol, não tem ligação a nenhum dos três grandes. Senhoras e senhores, falemos então sobre quão patológicos podem ser os comportamentos dos adultos no futebol de formação.
Começo com uma contextualização: o meu filho mais velho adora jogar futebol, mas durante alguns anos resisti em inscrevê-lo. Uma vez que ele é surdo com dois implantes cocleares, confesso que tinha algum receio de possíveis boladas na cabeça, de colisões e cabeceamentos. Como ele até já andava na equitação, fui protelando o futebol até que se tornou impossível adiar mais. Ele gosta tanto de jogar e fica tão feliz quando o faz que acabámos por ter de ceder. Assim, o ano passado, inscrevemo-lo no clube aqui da cidade — notem que falamos de uma localidade com cerca de doze mil habitantes no distrito de Évora. E até aqui tudo bem. Ele ia (e ainda vai) super feliz para os seus dois treinos semanais e, apesar de ser dos mais novos da equipa, vai sendo convocado para os jogos de vez em quando.
O clube, como muitos, vive do voluntariado de alguns pais que se tornaram dirigentes e, sempre com a corda ao pescoço do ponto de vista financeiro, não há como garantir transporte para os jogos. Isto faz com que tenhamos de ser nós, os pais, a levar os miúdos e, por inerência, acabamos por ter de assistir a todos os jogos. E se esta não era a minha vontade, a verdade é que este acompanhamento tão próximo — que na minha opinião retira autonomia aos miúdos —, permitiu-me ter uma perspectiva mais alargada deste mundo. E sabem o que vos digo? Às vezes, preferia não a ter.
Mas vamos a exemplos.
O ano passado, num torneio, o meu filho levava a bola e eis que ouço um pai, portanto adulto, a poucos metros de mim, gritar para dentro do campo: «Parte-lhe uma perna, Santiago!» Decidi, para bem da minha sanidade mental, ignorar o comentário — até porque percebi que a mulher que o acompanhava o repreendeu, mas foi a primeira vez que pensei 'esta gente é louca'.
Já mais para o final da época, noutro jogo onde o Pedro participou, tive vontade de entrar em campo para dar um puxão de orelhas ao treinador da equipa adversária. O homem, na casa dos quarenta anos, usava vernáculo pesado e emanava uma agressividade brutal — como se a sua vida, e a dos próprios miúdos, dependesse daquela vitória. Reparem, é natural que um treinador goste de ganhar, mas há (ou devia haver) limites claros quando falamos de miúdos.
E só para dar mais um exemplo: num jogo em que o Pedro não foi convocado, recebi uma mensagem de outra mãe, indignadíssima com o facto de os nossos filhos não terem sido escolhidos. Vou poupar-vos aos pormenores da mensagem, mas confesso que foi difícil conter a vontade de rir. Respondi-lhe com um 'a mim o que me preocupa é a escola, quero lá saber destas coisas, umas vezes vão uns, outras vão outros'. Ela respondeu-me com uma nova mensagem, desta feita em tamanho XXL, cheia de argumentos. E eu, não imaginando o estrago que ia provocar, atirei um 'sossega, rapariga, que nenhuma de nós tem ali um Cristiano Ronaldo'. Moral da história? Não me respondeu mais e, agora, quando me vê, vira-me a cara.
E a minha experiência tem sido um bocadinho isto: de um lado, gente que se esforça e dá do seu tempo para manter pequenos clube a funcionar, que percebe que são miúdos e que, acima de tudo, os incentiva a jogar de forma feliz, com regras, mas sem pressões. Do outro, gente completamente alucinada, inclusivamente mães e pais, que acham que dois treinos por semana são insuficientes (onde é que, na lista de prioridades destas pessoas, ficará a escola?), que incentivam à agressividade, que não sabem o que é o fair play e que, em vez de ensinarem os miúdos a lidarem com a frustração, os convencem que são o próximo Cristiano Ronaldo e que a cada não convocatória são vítimas de uma injustiça atroz.
Não sei, de facto, como é que isto se pode melhorar ou corrigir, mas apetecia-me muitas vezes que existisse um árbitro na bancada que sinalizasse o comportamento dos adultos com cartões. Porque, acreditem no que vos digo, demasiadas vezes o problema não está dentro das quatro linhas, mas cá fora, nas mães e nos pais que gritam, com leviandade, «parte-lhe uma perna». Geralmente são esses que também ofendem os árbitros e que personificam tudo o que devemos ensinar os miúdos a não ser. Oxalá pudéssemos mostrar-lhes cartão vermelho e aplicar-lhes uns belos jogos de suspensão.

No pódio
Não posso, por muito que me custe, não aplaudir o Futebol Clube do Porto que está a ter um arranque de época fortíssimo. André Villas-Boas e a sua estrutura conseguiram mesmo operar um verdadeiro milagre em poucos meses. Com Farioli aos comandos da equipa, o espírito do grupo mudou completamente e onde antes existia desnorte existem agora foco, exigência e rigor. O Porto mostra-se forte dentro e fora de campo e isso começa a sentir-se, não só nos resultados, mas também na motivação dos adeptos e no ambiente que rodeia o clube. Sei que a época ainda vai no início, mas já não me parece cedo para dizer que o Porto, de facto, ressuscitou.

Na bancada
Todos temos dias maus, é certo, mas fica difícil não sinalizar quão mal esteve Viktor Gyokeres no jogo frente ao City. Cumprindo a totalidade do tempo de jogo, o avançado chegou ao final dos noventa minutos sem fazer um único remate (fosse ou não enquadrado). Numa tarde onde tudo lhe parece ter corrido mal, o antigo avançado sportinguista perdeu a bola em treze lances e ganhou apenas dois dos sete duelos do jogo. Não é de estranhar, por isso, que tenha sido o jogador com a pontuação mais baixa do encontro. É certo que uma andorinha não faz a primavera, mas aposto que Viktor Gyokeres, por estes dias, tem sentido saudades da luz de Lisboa."

A venda de cerveja nos estádios vai diminuir a pirotecnia


"Em Portugal, banqueteia-se um insaciável Estado Dinossauro, com um corpo grande e gordo e uma cabeça pequena.
Em 2024, houve 2.581 episódios de violência contra profissionais de saúde, entre os quais 578 casos de violência física. Entre janeiro e agosto de 2024 foram agredidos 1.295 agentes da PSP e militares da GNR. No ano letivo de 2023/24, a PSP registou 4.107 ocorrências nas escolas. No universo de 10.400 funcionários da Autoridade Tributária, metade já foram agredidos, segundo o presidente da sua Associação Sindical.
O Estado não protege os seus servidores. A violência nos estádios da I Liga é a posse/utilização de pirotecnia (85,4% dos incidentes), e tem crescido exponencialmente (+90,7% num único ano).
Segundo o relatório de análise da violência associada ao desporto, publicado pela Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD), na I Liga, na época 2023/24, houve 4.031 incidentes de violência nos estádios, dos quais 3443 foram por posse/uso de pirotecnia (85.4%). Na I Liga, numa única época desportiva, os incidentes totais de violência nos estádios subiram 1.521 (60,6%), tendo os relacionados com posse/uso de pirotecnia aumentado 1.637.
A criminalização da posse/utilização de pirotecnia em 2023 foi acertada, mas o problema continuou a agravar-se.
A APCVD foi criada em 2018, em resposta à invasão de Alcochete e assegura a tramitação de uns quantos processos administrativos que transitaram do IPDJ. Custa mais de 1 milhão de euros por ano e não serve para nada, consome recursos que devem ser destinados às forças policiais.
Uma tragédia vai ocorrer como consequência de uma multidão a entrar num estádio em cima da hora do jogo e um artefacto pirotécnico, voluntaria ou acidentalmente, ser deflagrado. Em consequência da fuga descontrolada, pessoas vão morrer esmagadas e espezinhadas.
Como entra, e se pode reduzir, a pirotecnia nos estádios?
Por não se poder beber cerveja no interior, apenas nas imediações, dezenas de milhares de espectadores dirigem-se à entrada do estádio nos minutos que antecedem o início do jogo. A tensão que se gera na demora na entrada, com mulheres e crianças na fila, faz com que a revista tenha de ser feita de forma demasiado rápida. Quem introduz pirotecnia no estádio, é neste momento que entra, aproveitando a confusão.
A solução é fazer uma revista eficaz a um grupo específico de espectadores — os adeptos sujeitos a medidas de interdição de acesso a estádios têm entre 16-40 anos (86% do total), são do sexo masculino (99%) e assistem ao jogo num espaço reservado ao Grupo Organizado de Adeptos (70%).
São duas as medidas que podem reduzir drasticamente a introdução de pirotécnica nos estádios:
1) Permitir a venda de cerveja nos estádios, de forma que os adeptos entrem no estádio mais cedo, e de forma mais espaçada.
2) Em setores específicos dos estádios, a revista ser realizada por uma força de segurança especializada, como os spotters, da PSP.
Os Romanos, que tinham como base da sua alimentação o pão e o vinho, consideravam a cerveja uma bebida de bárbaros, opinião com que tendo a concordar. Declaração de falta de interesse — não tenho qualquer relação com cervejeiras e detesto cerveja.
Foi em 1980 que foi promulgado o Decreto-Lei 339/80 de 20 de agosto, com o objetivo de estabelecer «um conjunto mínimo de medidas tendentes a conter, a curto prazo, a violência em recintos desportivos».
Portugal tinha 25% de população analfabeta (2%, em 2025). A escolaridade mínima era de 6 anos. Apenas 57% das casas tinham água canalizada, menos de 30 % das habitações tinha os esgotos ligados a rede pública.
Na I Liga, jogava-se em campos pelados (o piso era terra) e muitos estádios não tinham sequer vedação ou túnel de acesso aos balneários.
No bar, vendia-se de tudo e em garrafas de vidro. Os espectadores podiam vir prevenidos de casa e entrar no estádio com garrafões de vinho de 5 litros.
Não surpreende que o legislador, logo no seu artigo 3.º, n.º 1, alínea a, pretendesse evitar «...distúrbios de espectadores nos recintos desportivos que provoquem lesões nos dirigentes, treinadores, secretários técnicos, auxiliares técnicos e empregados, bem como nos componentes da equipa de arbitragem ou nos jogadores». Em 1980, os jogadores eram a última das prioridades.
Em 2009, uma subtil alteração legislativa permitiu que quem assista aos jogos em camarotes ou zonas corporate tenha acesso a bebidas alcoólicas, sem qualquer limite de quantidade ou grau de teor alcoólico — a discriminação é inadmissível.
Outras vantagens do consumo de cerveja nos estádios são:
a) o fim do binge drinking, o consumo em excesso imediatamente antes do jogo. Essa prática, além de ter riscos para a saúde muito acrescidos às da normal ingestão de álcool, pode provocar também comportamentos agressivos e impulsivos;
b) ser muito mais fácil garantir a segurança e a vigilância dos espectadores dentro do estádio, do que se estiverem espalhados por múltiplos pequenos pontos de venda, em que até se misturam com adeptos dos clubes adversários.
c) a venda de cerveja no estádio gerará uma receita relevante para as sociedades desportivas, mas também para o Estado (IVA de 23%). A I Liga teve 3.760 milhões de espectadores no estádio em 2024/25, se cada um beber, em média, uma cerveja por jogo, a 2 euros, a receita do IVA será de 1.725 milhões, que serão bem entregues às forças policiais — serão mais 50 mil euros por jornada investidos em segurança nos estádios. A receita adicional das sociedades desportivas seria de 6 milhões de euros.
Teriam de ser definidas regras para a venda de cerveja nos estádios como, por exemplo, continuar a ser proibida a venda de bebidas destiladas, impedida a venda a menores e a pessoas que apresentassem sinais de embriaguez ou de doença psíquica. Numa fase inicial, até se poderia limitar a venda de cerveja até ao fim da primeira parte.
A revisão da Lei só vai acontecer se as SAD promoverem uma petição à Assembleia da República, com muito mais que as 7.500 assinaturas necessárias para ser discutida no plenário. Num mês, conseguem dezenas de milhares de assinaturas de uma petição com este teor.
As SAD devem também evitar multarem-se a si próprias por deflagração de pirotecnia, porque formam a convicção na opinião pública que são as promotoras, e não as vítimas. Na prática, as multas têm o efeito de uma confissão."

Plano Blues - Benfica de Mourinho!

Rabona: A quebra de Vinicius: POR QUE ele está lutando e uma nova REALIDADE

O que a vida me ensinou - António Simões

Futebol às Claras - Uma Coleção um adepto #1 - José Rosário

Não pode voltar a acontecer


"1. O Benfica tem um jogo em atraso à 5.ª jornada da Liga. Trata-se do encontro da 1.ª jornada da longa prova, tendo por adversário o Rio Ave no palco da Luz. O Benfica-Rio Ave, que abriria a nossa participação no Campeonato de 2025/2026, está marcado para a próxima terça-feira, dia 23 de setembro, às 20:15. Mas o importante, com franqueza, não é o dia nem a hora.

2. O Benfica sairia sempre da 5.ª jornada com este jogo em atraso porque foi essa a opção. Adiar este jogo nunca esteve em dúvida quando se sabia que o calendário do Benfica em agosto obrigaria a um redobrado esforço da equipa num mês de enormes decisões. E convém acentuar que as decisões eram mesmo enormes, e nisto estaremos todos de acordo.

3. Felizmente o agosto correu bem. Não deve ser intenção dos benfiquistas passar o resto da temporada, corram como nos correrem as coisas daqui até maio, a celebrar os sucessos de agosto. Seria uma perda de tempo, para não falar do aborrecimento que sempre causa a evocação em excesso. Não devemos ter saudades de agosto porque o saudosismo não se aplica em futebol. Há caminho pela frente, é para a frente que devemos olhar.

4. No entanto, se olharmos para trás, constatamos que, para além dos 3 pontos que nos faltam do jogo com o Rio Ave correspondente à 1.ª jornada e que foi adiado para a próxima semana, faltam-nos mais 2 pontos perdidos na sexta-feira da semana passada no desafio com o Santa Clara disputado na Luz.

5. Se desperdiçar pontos em casa é sempre péssimo, desperdiçá-los do modo como o Benfica o fez frente aos açorianos é uma verdadeira lástima.

6. Ficava-nos mal como benfiquistas não dar os parabéns ao Santa Clara pelo jogo que fez na nossa casa. Não se tratou, de maneira nenhuma, de futebol-espetáculo, mas de futebol-pontinhos, que foi, precisamente, o que o Santa Clara, a jogar com 10 mais de metade do tempo regulamentar, veio arrecadar à nossa casa e às nossas custas. Isto não pode voltar a acontecer. Quer dizer, poder acontecer, pode, mas, se acontecer mais vezes, fica complicado concretizarmos sonhos.

7. A estreia do Benfica na edição de 2025/2026 da Liga dos Campeões foi indigna do historial do Benfica nesta competição – a maior competição de clubes do mundo – e foi indigna da paixão dos benfiquistas de todas idades pela sua equipa de futebol, pelo nome do seu clube – Sport Lisboa e Benfica – e pela própria Liga dos Campeões. Começou pessimamente a 43.ª presença do Benfica na prova das provas. O Benfica tem pela frente um calendário europeu de dificuldades atrás de dificuldades. Mas imaginar pior do que aconteceu na terça-feira é quase impossível."

Leonor Pinhão, in O Benfica

Um inverno para dois Outonos


"A CONQUISTA DO 1.º TROFÉU DE TIRO FEMININO DO BENFICA VIU-SE IMPACTADA PELA FORÇA DAS VIROSES DE JANEIRO

Em 1945, Lisboa vestiu-se de branco, e até no Algarve nevou. “As árvores cobriram-se de renda, e os telhados começaram a alvejar. Os automóveis traziam uma camada de neve de alguns centímetros de espessura em cima.” Era a sétima vez que nevava em Lisboa em 73 anos.
Mas a beleza da neve embranquecia um cenário mais negro. Em todo o país, a vaga de frio daquele janeiro de fim de guerra resultou em água congelada nas canalizações, atrasos mercantis, e, nas ruas, nem só os mais pobres sucumbiam às temperaturas negativas. As doenças propagavam-se, sobretudo a gripe, numa sociedade empobrecida e “enregelada” como era a portuguesa.
A Carris de Ferro registou 200 trabalhadores doentes. Vários serviços municipais também foram afetados, com 142 enfermos. O desporto foi avançando, “batendo-se contra a neve”, com provas de râguebi, hóquei em campo, andebol, futebol, basquetebol e tiro, mostrando o “bom espírito de sacrifício, como só atletas sabem possuir”.
O CA Campo de Ourique organizou um torneio de tiro, chamado Outono. Para a primeira parte, em 12 de janeiro, o Benfica inscreveu quatro atiradoras para a categoria feminina e dez masculinos na categoria B. A equipa principal jogaria numa segunda parte, em fevereiro.
Logo de início, as equipas viram-se desfalcadas. Só do Benfica, foram três os atiradores da categoria B que não puderam comparecer por doença.
As benfiquistas Ester Loureiro, Maria José das Neves e Maria José de Almeida já tinham atirado quando se soube da desistência da outra única equipa feminina inscrita, o Ginásio Feminino, por doença, o que “desgostou profundamente” as benfiquistas, “que tinham justificado empenho em ganhar o 1.º lugar por mérito próprio e não por infelicidade alheia”.
Já com o troféu Outono feminino adjudicado ao Benfica, Blandina Cruz entrou em pista. Entretanto, a equipa B estava a poucos pontos de bater a equipa do Banco Espírito Santo, classificada em 2.º lugar. Como foi “registado gostosamente” no jornal do Clube, a atiradora sacrificou a sua posição na categoria feminina e passou a competir pela equipa B.
Porém, era 1 hora da madrugada. O frio intenso penalizou a atuação de Blandina Cruz. Apesar da boa marca nos primeiros dez tiros, nos últimos cinco “as mãos enregeladas deixaram de sentir a arma”.
O gesto, ainda assim, apelou à demonstração de “quanto valem os benfiquistas quando está em causa o superior interesse do Clube”. A equipa B acabou classificada em 3.º lugar. Quatro semanas depois, numa prova emotiva, a equipa principal conquistava o troféu para o Benfica.
Conheça outros momentos da história do tiro no Benfica na área 3 – Orgulho Eclético, do Museu Benfica – Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

Evitar o pântano


"Em tempos, um antigo primeiro-ministro demitiu-se para, segundo o próprio, evitar uma situação pantanosa no país.
Lembrei-me desse episódio da história da política portuguesa no momento da saída de Bruno Lage do Benfica.
Desta vez não foi o próprio a tomar a decisão, embora na conferência de imprensa pós- -jogo da Champions tivesse, de algum modo, posto o lugar à disposição. Mas o “pântano”, depois dos dois últimos resultados, e em contexto pré-eleitoral, estava, de facto, no horizonte.
O Benfica perdeu pela primeira vez na temporada. Já conseguira alcançar dois importantes objectivos (Supertaça e qualificação europeia), e mantém as suas ambições intactas em todas as competições. Houve importantes constrangimentos na preparação da época, desde logo a falta de tempo de férias, para além das mudanças encetadas no plantel.
E 2024/25 acabou mal. Houve infelicidade e também interferências de terceiros – sendo a final do Jamor o caso mais emblemático. Mas a ausência de títulos, num clube como o Benfica, deixa qualquer treinador fragilizado.
O empate com o Santa Clara foi um murro no estômago para todos. A derrota caseira com o Qarabag, com os contornos que teve, terá imposto a necessidade urgente de mudar alguma coisa, sob pena de a contestação e a intranquilidade (o tal “pântano”) condicionarem os próximos jogos e, com eles, toda a temporada.
Na hora em que escrevo, ainda não está formalizada a escolha do sucessor. No imediato, o mais importante é que devolva estabilidade e confiança à equipa – que, particularmente neste último jogo, me pareceu demasiado ansiosa.
Do lado de fora, também os benfiquistas, todos, todos, todos, têm de ajudar com o seu apoio, independentemente de gostarem mais ou menos do treinador A ou B, ou do presidente X ou Y. O que está em causa é o Benfica, é uma temporada desportiva. E os rivais não vão ficar à nossa espera."

Luís Fialho, in O Benfica

Futebol especial!


"Decorreu mais um Special Adventure Camp para lá dos Alpes, juntando equipas de futebol adaptado de clubes e suas fundações de toda a Europa. A Fundação Benfica, com a sua equipa, participou uma vez mais nesta iniciativa já tradicional proporcionando aos jovens uma oportunidade de contacto internacional e uma experiência envolvendo colegas e equipas de outros clubes que, tal como o Benfica, sabem ver para lá das quatro linhas e incluir toda a gente no futebol independentemente das barreiras que tenham de enfrentar.
O Camp inclui um conjunto vasto de atividades, com grande enfoque no treino e na competição amigável, garantindo uma jornada de trabalho intenso e uma multiplicidade de jogos de preparação até à competição final, proporcionando um ambiente profícuo para a prática de futebol. Infelizmente, não há muitas oportunidades como esta para que os nossos jovens possam praticar este desporto e fazê-lo envergando ao peito o emblema da sua paixão. É por isso louvável a iniciativa em boa hora iniciada pelo príncipe do Listenstaine e pela sua fundação Football Is More, com a qual a Fundação Benfica colabora desde longa data e de quem já recebeu, pela sua ação, a prestigiada distinção bienal Role Model Award.
É uma organização especial, com um futebol especial, para jovens muito especiais que merecem tudo!"

Jorge Miranda, in O Benfica