Últimas indefectivações

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Nuno Gomes



Quando na última jornada, com o Leiria, o nosso capitão, apesar da expulsão de Luisão, entrou, quando a equipa precisava de defender a escassa vantagem, reforcei a minha convicção que Nuno Gomes não iria fazer parte do plantel do Benfica na próxima época. Por isso estranho ainda mais, a suposta surpresa que a não renovação do Nuno está a provocar. Nos Benfiquistas até compreendo algumas reacções emocionais, mesmo que muitos dos escandalizados tenham passado a 'vida toda' a assobiá-lo; Nos 'Não' Benfiquistas também compreendo, querem a máxima destabilização, mas mesmo assim ler diariamente Andrades e Lagartos (=anti-Benfiquistas) vomitarem opiniões de merda, já chateia...!!!

Desportivamente acho que o Nuno podia continuar a jogar no Benfica, com uma utilização parecida com a que teve esta época, jogando somente os últimos 15 minutos, podia ser útil. Pelos golos que podia marcar, mas também pela experiência que passaria aos mais novos.

Mas infelizmente o 'caso' Nuno Gomes ganhou outras dimensões: Num momento de contestação às opções do treinador, o Nuno passou a ser usado como arma de arremesso. Se o Nuno não era convocado, era incompetência do Jesus!!! Se ficava no banco, e não jogava, era incompetência do Jesus, se entrava na parte final da partida, e marcava um golo, era incompetência do Jesus (porque devia jogar mais!!!)...

Não renovar com o Nuno vai dar polémica neste defeso, manter o Nuno no plantel vai dar polémica todo o ano!!! Sim, porque com o Nuno na bancada, no banco, ou a jogar, o Jesus será sempre o 'culpado', e cada golo que o Nuno ouse marcar, será considerado uma 'traição' ao Jesus!!!

Infelizmente aqueles que hoje (e ontem) criaram esta polémica, são os principais culpados pela impossibilidade do Nuno se manter como jogador do Benfica. Mas é o que acontece quando se procura, por todos os meios possíveis, 'pedras' para atirar aos inimigos de estimação, seja o Jorge Jesus, seja o Presidente do Benfica, seja outro qualquer...

Não sei qual será o projecto de vida do Nuno Gomes após deixar de jogar futebol, se quiser ficar ligado ao desporto, o Benfica tem obrigação de lhe abrir as portas, se quiser fazer mais épocas como futebolista, terá toda a minha compreensão, mas o Benfica também não tem a obrigação de o aceitar no plantel eternamente...

Foram poucos os jogadores do Benfica que terminaram as suas carreiras no Benfica, NEM o grande Capitão Coluna, mesmo no tempo onde os Clubes tinham a famosa clausula de opção, nem José Águas, nem Torres, nem Eusébio terminaram no Benfica...

Eu faço parte da minoria de Benfiquistas que nunca assobiou Nuno Gomes, nunca o desejei fora do Benfica, nunca o quis dispensar, portanto estou à vontade para falar:

Muito Obrigado por tudo, Nuno, tive o privilégio de assistir à carreira (toda) de um dos nossos melhores goleadores de todos os tempos, as melhores felicidades, no Benfica, ou fora do Benfica, como jogador, ou em outras funções, ganhaste com mérito um lugar na história do Glorioso, não serás esquecido...

Tridente

From: Domingos Amaral
To: Luís Filipe Vieira, Rui Costa, Jorge Jesus

Caros Luís Filipe Vieira, Rui Costa e Jorge Jesus. Como os senhores decerto já repararam, está há várias semanas em curso a grande operação “VAMOS DESESTABILIZAR O BENFICA”. Depois de uma época que foi, todos o reconhecemos, francamente dececionante, há quem aposte na fraqueza e deseje ardentemente a vossa destruição. O mundo do futebol idolatra a força, e agora a força está, ao que parece, toda no Norte. A cada vez mais poderosa máquina de propaganda do FC Porto, com os seus escribas e serviçais, não descansará enquanto não vos destruir, bem como certa comunicação social, sempre pronta para causar danos, e certos empresários, sempre prontos para vos sorver as finanças. O descalabro do Benfica interessa a muitos.

A sequência de “casos” tem sido imparável. Primeiro, o “caso PJ”, cheio de “luvas”, “burlas” e outros horripilantes pecados. Depois, o “caso Coentrão”, intencionalmente inflamado com a nitroglicerina do costume. Pelo meio, os infindáveis casos das mil e uma “contratações”, com magotes de jogadores a entrarem todos os dias para o nosso plantel. E também o “caso Nuno Gomes”, para perturbar ainda mais as emoções dos sócios.

A intenção é óbvia: fragilizar-vos. Minar o tridente. Abalar um, dois, ou os três. Tentar que a vossa união se quebre. Tentar que Jesus desista, que Rui Costa se afaste, que Vieira ceda. Tentar, tudo por tudo, que até ao final do verão, na pior das hipóteses, o Benfica entre em convulsão.

Perante este cenário, só há uma resposta possível. Cerrar os dentes, cerrar as fileiras e aguentar. Os senhores, os três, têm de se unir, com laços de cimento se for preciso, e nem por um momento ceder a esta onda maligna. Espero que tenham força mental para lutar contra este bombardeamento permanente. O que não nos mata torna-nos mais fortes. E um Benfica forte incomoda muita gente..."


Trabalho sujo

"Segundo as minhas contas, há onze meses e sete dias que não faço qualquer observação depreciativa em relação ao talento de Carlos Queiroz para treinar equipas de futebol. Estou, como é biologicamente previsível, a ressacar. Várias vezes ao dia, assalta-me uma súbita vontade de assistir a um jogo particular do Irão, ou, quando a pulsão aditiva é tanta que já nem é necessária satisfazê-la com jogos em direto, a reposição de uma qualquer partida que Queiroz tenha orientado no passado e em que não tenha conseguido uma vitória. Convenhamos que a escolha é, neste último caso, enorme.
Mas o caso é mais grave do que parece. Aqui há uns tempos, a Federação Portuguesa de Futebol obrigou-me a fazer uma coisa muito desagradável, que ainda hoje lhes guardo ressentimento: a vir defender o ex-selecionador nacional, na sequência do processo disciplinar absurdo de que foi alvo. E hoje temo que o volte a fazer. A continuar a este ritmo, qualquer dia serei tão pró-Queiroz, que começarei a referir-me a ele como ele se refere a si próprio em todas as entrevistas que dá – “eu, que em 1989 e 1991 fui campeão mundial nos Sub-20…”
Mas tem de ser. Na semana passada, Raul Meireles, antes do Portugal-Noruega, declarou: “Portugal mudou, pois tem um treinador com métodos novos. E aí está a grande diferença. Hoje, os jogadores sabem o que têm de fazer.” Até no boxe, que é um desporto violentíssimo, há uma pessoa que está encarregue de interromper o combate, quando um dos lutadores está no chão, inconsciente, e o outro está no seu canto a festejar, com o seu treinador. Como se trata de futebol, alguém já devia ter dito que é feio continuar a bater em quem está no chão.
Por favor, não me obriguem a vir outra vez defender Carlos Queiroz, que em 1989 e 1991 foi campeão mundial dos Sub-20.
Pronto, já estou"

Miguel Góis, in Record