Últimas indefectivações

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Rui Vitória é nome de grande treinador

"A primeira terça parte do campeonato está cumprida. É alguma coisa, embora insuficiente para se extraírem conclusões. Além de não haver campeões de terços, nem de metades. Só os fins, e esse só será conhecido na segunda quinzena de maio do próximo ano. Até lá entretemo-nos com exercício jornalísticos, uns interessantes, outras sem interesse algum, mas que ajudam a passar o tempo e, de alguma forma, enriquecem o colorido nas conversas entre adeptos.
Vendo as coisas com a necessária distância, pouco discussão deve suscitar o primeiro lugar do Benfica. Por ter mais pontos e por ter resistido com notável firmeza a uma sucessão de problemas, traduzida em número de lesões excessivo e invulgar. Os três avançados titulares chegaram a estar impedidos de alinhar ao mesmo tempo (Jonas, Jiménez e Mitrolgou). Destes, o brasileiro, e vencedor de A Bola de Prata na época transacta (32 golos), continua sem data prevista para voltar a competir. Depois foram os centrais Luisão e Jardel. Seguiram-se, mais ou menos por esta ordem, Rafa, Samaris, André Horta e Grimaldo. Acrescenta-se Eliseu, desde ontem, mais Fejsa, com quadro clínico geralmente instável e que muita falta fez no jogo com o FC Porto.
Frente ao Besiktas, na Luz, Cervi e Gonçalo Guedes formaram a dupla de avançados, com José Gomes como terceira alternativa, tendo o Benfica apresentado nessa jornada a equipa mais jovem de quantas participaram na Champions.
Mesmo assim, Rui Vitória não se queixa. Esquece as ausências, destaca as presenças e vira o primeiro terço na liderança da Liga, com  mais cinco pontos do que o Sporting e mais sete do que o FC Porto.
Quem assim trabalha vê-se logo que não engana. É grande treinador, no tamanho e na competência."

Fernando Guerra, in A Bola

Dupla chapelada

"Talvez porque a marca de ourela das Caxinas não seja tão forte e tão carregada de 'finesse' como as das avenidas das grandes cidades, talvez porque as relações públicas não constituam propriamente a sua especialidade, Fábio Coentrão fica por norma de fora das odes com que se adulam tantos ídolos com pés de barro, gente de escassas virtudes mas de abundantes vaidades.
Vê-se, aliás, o que é dito em entrevistas ou mesmo quando terminam as partidas, em que as vitórias são sempre consequência dos excelsos méritos dos vencedores e as derrotas jamais fabricam derrotados: a culpa é do árbitro, do excesso de jogos, da relva, da chuva ou do azar, nunca é deles.
Ao assumir, no final da partida de Alvalade, não só a responsabilidade pelo penálti de que resultou o empate, como a necessidade de ter de melhorar a sua actual capacidade para merecer continuar a jogar no Real Madrid, Fábio Coentrão fez prova de uma grandeza de carácter que não está ao alcance de muitos peitos cheios de vento que por aí desfilam e demonstrou ser uma pessoa especial, a quem só se pode desejar toda a sorte do Mundo.
(...)"

Regresso às origens

"Apesar de atacar com muitos jogadores, o Benfica é muito forte no momento da perda de bola.

Grande resposta
1. Este jogo marcou o regresso do Benfica às origens, enquanto máquina infernal de futebol vertiginoso. Havia alguma expectativa em relação à forma como a equipa ia reagir à meia hra final do jogo em Istambul, e a resposta foi muito boa, com uma dinâmica que criou sempre muitos problemas ao Moreirense, mesmo que os visitantes tenham mostrado ser uma equipa organizada, sobretudo nos primeiros 30 minutos. Foi sempre muito grande a mobilidade dos jogadores do Benfica, com Salvio e Cervi (claramente a crescer) em destaque. Pizzi foi bem anulado no inicio, mas soltou-se de forma decisiva e foi o cérebro da equipa.

Atacar bem, defender bem
2. Apesar de atacar com muitos jogadores, o Benfica foi sempre uma equipa muito agressiva e organizada no momento da perda de bola, praticamente não consentido que o Moreirense chegasse à frente. Os encarnados têm capacidade de se reorganizarem muito rapidamente, são uma equipa muito bem trabalhada em termos tácticos.

Do posicional às transições
3. Na segunda parte, e depois de chegar ao 2-0, o Benfica mostrou que, além da qualidade no ataque posicional (ontem foi uma verdadeira enciclopédia), também se sente muito confortável quando baixa mais e aposta nas transições. O segundo golo é um compêndio de combinações.

Jiménez fez sentido
4. Na equipa apresentada por Rui Vitória, apenas uma surpresa, a inclusão de Raúl Jiménez em vez de Motroglou, com Guedes mais posicional. Fez sentido. Jiménez dá coisas diferentes à equipa, e o golo foi um justo prémio pela forma como jogou.

PS - Podence teve uma atitude de menino mimado e vedeta no momento da substituição. O talento não é tudo, há que ter humildade e respeito para crescer."

Vítor Manuel, in A Bola

Olhares...

"E vão 30 lesões
Eliseu foi protagonista, ontem, do 30.º caso clínico no Benfica esta época (contando também com recaídas). A natureza das lesões é de tal forma variada que não vale a pena iniciar uma caça às bruxas para encontrar explicações e responsáveis. Convém mesmo ir à bruxa.

Rebocho 'v.s.' Hermes
O jovem lateral esquerdo de 21 anos teve de sair do Benfica, após nove anos, para provar que tem qualidade para voar ao mais alto nível (nunca teve oportunidades na equipa principal das águias). Será que Hermes, 21 anos, contratado ao Grémio, é melhor? O tempo o dirá.

André 'Messi' Almeida
Lançado na primeira parte, por lesão de Eliseu, o lateral levou tanta pancada dos jogadores do Moreirense, até ao intervalo, que mais parecia Messi a ser travado nos jogos do Barça. E no lance do primeiro golo também teve papel decisivo... à Messi. Só lhe faltou o cabelo loiro.

A 'letra' de Jiménez
Ok, o centro de letra de Jiménez (10') não saiu bem, mas, após o jogo, nos cafés, os adeptos falaram dos golos, dos penalties e, não custa adivinhar, do centro de letra do mexicano. E a esta hora há muitos miúdos a tentar imitá-lo. Se tirarem isto do futebol, ele morre.

Ser antes de ser
Não faltam, no futebol português, casos de jogadores que antes de serem já eram e que, por isso, nunca chegaram a ser. Podence pode ter quase tudo o que é preciso para ser um bom jogador, mas a forma como saiu mosra que lhe falta algo fundamental: humildade."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

Injusto

Benfica B 0 - 1 Fafe


Muito injusto... o Benfica foi claramente a melhor equipa, aquela que mais tentou chegar ao golo, aquela que mais ocasiões criou, mas a ineficácia foi fatal!!!
O Fafe em duas oportunidades marcou um golo, a 10 minutos do fim... Com o Benfica a não ter cabeça para recuperar...

Uma nota sobre a arbitragem: tivemos uma demonstração de como 'matar' um jogo com o recurso sistemático da falta ofensiva!!! Qualquer 'sopro' sobre os defesas foi falta... E neste caso, em prejuízo da equipa que mais atacava: o Benfica!!! Quebra de ritmo de jogo, intimidação constante sobre os jogadores, evitando assim a pressão alta... Resumindo: como tornar os jogos mais lentos...!!!

Quando a pós-verdade chega ao futebol

"Tapar o sol com a peneira dizendo que a culpa é dos árbitros desresponsabiliza os jogadores e atrasa a resolução do problema.

Abraham Lincoln, 16.º presidente dos Estados Unidos e homem de grande sagacidade e bom senso, disse um dia que «pode enganar-se todas as pessoas por algum tempo e algumas pessoas durante todo o tempo. Mas não se pode enganar toda a gente por todo o tempo». Esta verdade simples é esquecida, amiúde, pelos criadores de sound bites, mais preocupados com a forma de comunicar do que com a substância da matéria. E aquilo que se comunica, na maior parte dos casos, dificilmente tem a ver com a realidade, encaixando, isso sim,  na palavra do ano de 2016 para os editores dos dicionários Oxford: a pós-verdade. Pós-verdade é um adjectivo que se utiliza quando se pretende sublinhar que a verdade tem menos influência na formação da opinião pública do que os apelos emocionais e as opiniões pessoais, que podem ser mentiras.
Quando se envereda por este caminho, um dos objectivos pode ser ganhar tempo, até que a verdade encontre aquilo que não passa de pós-verdade. Imagine-se uma equipa de futebol que tarda em arrancar e não apresenta resultados consentâneos com as ambições dos adeptos e os objectivos do clube. É possível, durante algum tempo, enganar todas as pessoas, dizendo que a culpa dos desaires é dos árbitros; e é também possível enganar algumas pessoas, durante o tempo todo, com esse mesmo argumento. O que não será possível é enganar todas as pessoas durante todo o tempo. E o futebol, neste particular, é deveras linear, porque a verdade dos resultados não se compadece com nenhuma pós-verdade.
E o que é que acontece quando se escolhe trilhar essa rota de areias movediças? Impede-se que as verdadeiras causas do problema sejam atacadas, ilude-se o diagnóstico e permite-se à doença que se propaga. Em qualquer equipa de futebol onde as coisas não estão a correr bem, é música celestial para os ouvidos dos jogadores ouvir que a culpa é dos árbitros. Essa desresponsabilização causa danos irreparáveis e atrasa a cura, por vezes de forma irreversível.

PS - Um amigo meu benfiquista, quando o clube da Luz marcou o terceiro golo ao Moreirense, enviou-me uma mensagem que dizia: « Agora é que isto ficou perigoso. Com 3-0 nunca se sabe...» A ironia sempre foi uma boa forma de sublimar frustrações.

Pequeno príncipe pronto para dar o salto do Mónaco
«Toque de bola notável e decisões de uma lucidez rara. É a joia da coroa monegasca...».
Apreciação em L'Equipe de Bernardo Silva (Mónaco, 4 - Marselha, 3)
Bernardo Silva terá sido o maior erro de avaliação da carreira de Jorge Jesus. É verdade que então JJ tinha Gaitán e Salvio para as alas, mas um talento assim nunca deveria ser desprezado. Acontece a todos e não é por isso que Jesus percebe menos de futebol. Já em Bernardo, começa a sentir-se que o Principado é pequeno para tanta arte. Voos mais altos, avizinham-se...

ÁS
Juan Martin Del Potro
Pela primeira vez na história a Argentina conquistou a Taça Davis. Fê-lo em condições especialmente adversas: jogou em Zagreb, casa da Croácia, não apresentou nenhum jogador top 20 e foi capaz de virar de 2-1 para 2-3, proeza que desde 1981 ninguém conseguia. Épica, a vitória de Del Potro sobre Cilic, a chave do êxito.

ÁS
Pameiras
A grande espera de 24 anos terminou e o Palmeiras voltou a sagrar-se campeão do Brasil. Ontem, a Allianz Arena de São Paulo foi um mar de lágrimas de felicidade pelo triunfo da equipa liderada por Cuca, que teve em Gabriel Jesus (a caminho do City) a estrela maior e no ex-leiriense Fernando Prass a referência ética.

Duque
Nuno Espírito Santo
O défice de concretização dos dragões tem a ver com a falta de eficácia dos avançados ou com o modelo de jogo implementado por Nuno Espírito Santo? Nos últimos seis jogos o FC Porto fez dois golos; nos últimos três não fez nenhum. O técnico portista deverá continuar à procura da fórmula certa e para isso precisa de estabilidade.

O sortilégio do 34
Com a vitória de Nico Rosberg no Mundial de F1 de 2016, a família Hill (Graham e Damon) passou a ter companhia no quadro de honra da principal competição do desporto motorizado. Keke Roseberg tinha-se sagrado campeão em 1982 e Nico segui-lhe os passos 34 anos depois; e não é que o tempo que mediou entre a conquista de Graham Hill (1962) e o título de Damon Hill (1996) não foi também de 34 anos? O ano de 2016 da F1 foi emocionante e é uma pena que Portugal não tenha podido ver, pela televisão, ao vivo, todas as emoções do circo...

Cuba em mudança, no desporto também...
A morte de Fidel astro fez manchetes em todo o mundo mas o 'Le Monde' terá sido dos poucos jornais a dizer tudo em apenas duas palavras ('Fidel Castro icône et tyran'). A partir de agora Cuba mudará ainda mais rapidamente e essas mudanças terão reflexo também no desporto, visto por Fidel como um instrumento ao serviço do estado."

José Manuel Delgado, in A Bola

A exibição “estrondosa” do Pinedine Zizane

"Ederson
Peixinho grelhado, chá de hipericão e um adversário inofensivo: a fórmula vencedora de mais um jogo em que baliza e aparelho digestivo permaneceram invictos. É Nóis!

Nélson Semedo
Aos 31 minutos lançou-se num sprint após passe de Fejsa em que contornou o defesa, tendo primeiro passado pelo Califa para comer um croquete antes de tirar um cruzamento perfeito para a cabeça de Gonçalo Guedes. Fora isso, passou boa parte do jogo a desenhar triângulos escalenos com Salvio, Guedes e Pizzi, um carrossel que por diversas vezes fez o impossível, movimentar um autocarro apenas com o poder da mente e os pés. É o único Nélson contratualmente ligado ao Benfica que ainda reúne condições para uma carreira no atletismo.

Luisão
Exibiu-se ao nível habitual nos lances com bola, denotando quase sempre vontade de fazer mais do que é exigido a um futebolista com a sua antiguidade. Menos bem nos lances sem bola, tendo revelado melancolia no olhar perante a inapelável passagem do tempo. Há dois anos e 342 dias que não fintava um adversário no meio campo adversário, mas quebrou a malapata aos 62 minutos, num excelente cruzamento pela direita. A continuar assim parece-nos pouco preparado para ser director de relações internacionais ou coisa do género.

Lindelof
Os suecos são um dos povos mais felizes do mundo. Se lhes perguntarem, eles dirão que isso se deve a uma combinação de heavy metal, políticas de apoio à família, uma sociedade bem organizada e liberdade para errar. Poderíamos procurar explicações em outros factores, como a estrutura benfiquista ou aquela namorada, mas é mais provável encontrarmos a origem da boa exibição de hoje num inverno chuvoso com café e bolos passado em Umea, no aconchego de uma mãe em licença de maternidade até 2045. Enquanto não nos tornamos uma sociedade melhor, agradeçamos o facto de este cidadão de primeiro mundo ter escolhido o futebol e o Benfica.

Eliseu
tínhamos saudades de uma lesão aos 15 minutos de jogo. Não se esqueçam, amanhã há treino de ginásio à porta aberta. Todos ao Seixal!

Fejsa
Vamos supor que alguém queria produzir uma estátua de um futebolista ou dar o seu nome a uma rua. De um ponto de vista financeiro-legal, como é que a coisa se processa? Onde nos devemos dirigir? Com quem é que falamos? Alguém aqui já fez um crowdfunding e pode explicar-nos? Enfim. Ljubomir Fejsa é uma das maiores improbabilidades estatísticas do futebol europeu. Há quase 10 anos que é consecutivamente campeão nacional em diferentes equipas e há cerca de 4 meses que não toma uma decisão errada. Segundo melhor em campo.

Pizzi
Exibição estrondosa do nosso Pinedine Zizane, de longe o melhor em campo. Esta época já soma sete golos, cinco assistências e quatro jogos pela selecção nacional, os mesmos, por exemplo, que Ariza Makukula. Tem no entanto menos cinco internacionalizações do que Jorge Ribeiro e menos sete do que Nelo. Pensem nisso.

Salvio
O velho Salvio que se metia numa alhada junto à bandeira de canto e prosseguia inexplicavelmente rumo à baliza deu lugar a um jogador igualmente impetuoso, ainda assim dado a impossibilidades técnico-tácticas, mas adepto de zonas do terreno mais propensas a que outros joguem à bola consigo, nomeadamente Semedo, que tem ganho melhor a linha, e qualquer outro ser humano vestido de encarnado nos últimos 25/30 metros do corredor central. Acerta uma em cada cinco tentativas, por isso não se queixem. Se acertasse todas não teríamos apenas o melhor ataque da liga portuguesa de futebol, mas mais golos marcados que os séniores do andebol. Deixem-nos brilhar.  

Cervi
Completou hoje os seus primeiros 1000 minutos ao serviço do Benfica. A adaptação ao futebol europeu e em especial ao clube que o irá vender por 45 milhões continua a decorrer a bom ritmo e faz-nos perdoar-lhe qualquer erro que cometa. Aos 22 anos, e com aquele físico, é uma das crianças mais disciplinadas que conhecemos. Mais rápido que Salvio a apoiar defensivamente, capaz de partilhar o flanco esquerdo com André Almeida, apesar de nunca terem trocado mais do que duas mensagens no Instagram, sempre disponível para invadir outras zonas do terreno com profundidade e objectividade, Cervi é um valor inseguro deste plantel, porque não deve ficar muito tempo cá. 

Gonçalo Guedes
Estão a ver aquelas pessoas no LinkedIn que trabalham num call-center - “diz-se Sales Assistant, OK?” - e ainda assim conseguem receber recomendações em marketing, social media, logística, agricultura vertical, voluntariado e gastronomia molecular? Agora imaginem uma pessoa que, de facto, justifica todas as recomendações. Anotem: Gonçalo Guedes, de quem muito duvidámos, é o agitador de serviço no ataque benfiquista (marketing cultural), foi um dos que melhor aproveitou as diagonais de Jimenez para criar desequilíbrios (geometria), é um dos mais agressivos a pressionar para recuperar a bola (fitness instruction), parece genuinamente aborrecido quando as coisas lhe correm mal (personal branding) e nunca, mas nunca se esconde do jogo (public speaking). É verdade que nem sempre os pés e o cérebro parecem comunicar, mas o trabalho aparece feito.

Raúl Jiménez
As suas movimentações em zonas menos avançadas do terreno demonstram que compreende os princípios da modalidade e aquilo que o mister solicitou. Pode dizer-se que a equipa perde poder de fogo sem Mitroglou na área, mas em contrapartida ganha dois pés e um cérebro em excelente estado, que por sinal valeram um golo. Por isso, enquanto Jonas não regressa, há gente suficiente naquelas deambulações meio campo adentro para que todos possamos continuar a ignorar alegremente quaisquer ideias previamente concebidas acerca de como deveríamos estar a rumar ao tetracampeonato. O importante é que rumemos.

André Almeida
Muito bem a estorvar ofensivamente no lance do primeiro golo, mais uma qualidade que lhe descobrimos. Teve o seu momento alto na partida, quiçá na carreira, aos 70 e poucos minutos, momento em que Hélder Conduto o definiu como o Mascherano do Benfica.

André Carrillo
O nosso Songoku continua a sua pré-época e vai somando minutos em campo, sinal de que o nosso Tartaruga Genial (Rui Vitória) continua a depositar esperança nele. Isso ou vamos despachá-lo em Janeiro, logo se vê. Desenhou um bom lance em conjunto com Pizzi e aparenta menos cagança em campo, excepto ao nível capilar.

Rafa
Devia ter passado a bola no lance do terceiro golo. Felizmente um defesa do Moreirense concordou e colocou a bola à mercê do Jimenez."

Cadomblé do Vata

"1. A sério malta, que raio tomam Cervi e Jimenez antes dos jogos para correrem tanto? 90 minutos a vê-los em campo dá-me mais tonturas do que fazer as curvas de Vila Velha de Rodão depois de emborcar uma feijoada.
2. Foi com um imenso sorriso nos lábios que vi Pizzi finalizar com sucesso o 2-0 com assistência de Sálvio... foi a melhor forma de premiar a única vez em que o argentino pegou na bola e não rematou à baliza.
3. Eliseu lesionou-se na 1ª parte e fez a lista de lesionados nesta temporada ascender aos setenta e tal casos... só por isto, já me dá vontade de rir quando me vêem com a conversa "ah o Rui Vitória não roda a equipa".
4. Almeida entrou a substituir o lesionado Eliseu, sacou 2 amarelos e fez uma assistência... foi giro e coiso, mas óh André... o Lisandro quando entrou a substituir um lesionado marcou golo... vê se te orientas.
5. Grande movimento de anca do Rafa a escapulir-se ao pontapé que Makaridze lhe apontou no lance do 3-0... fiquei imensamente feliz, porque no sábado já tinha sido atingida a quota máxima de barbudos falecidos por fim de semana."

Benfiquismo (CCCI)

1970/71

Vermelhão: consistência...

Benfica 3 - 0 Moreirense


Jogo morno, até as bancadas estavam um pouco expectantes... O Moreirense, veio com um 'autocarro' competente, e notava-se que o Benfica não ia aguentar um jogo de alta rotação durante os 90 minutos, como fizemos por exemplo com o Marítimo!!!
O segredo da vitória, acabou por ser a paciência!!! Era inevitável, as oportunidades iriam aparecer... e mesmo sem o desbloqueador do Grimaldo (este tipo de jogos, encaixam perfeitamente nas características do espanhol), fomos abrindo buracos... Mas curiosamente, os dois primeiros golos, nascem de recuperações altas, apanhando o 'autocarro' estacionado fora do sítio!!!!
Sem fantasmas de Istambul, após o intervalo, era necessário marcar o 2.º, o Benfica dificilmente teria forças para o forcing final... e o golo lá apareceu! Matando com qualquer esperança dos nossos adversários!
O Pizzi foi considerado o MVP da partida justamente. Mas além dos golos desta noite, aquilo que neste momento me surpreende no Pizzi, é a condição física. Recordo que o Pizzi, o ano passado, terminou a época de rastos (aquele passe para o Ederson no jogo com o Setúbal... ainda está na memória de muitos!!!), mas neste momento tem pedalada para os 90 minutos... Hoje, ainda falhou alguns passes, mas leu muito bem o jogo, e percebeu os espaços que devia ocupar: à entrada da área, ou descaindo para a direita...!
Ederson foi um espectador privilegiado... ainda tenho que confirmar na televisão, mas as melhores oportunidades do Moreirense no Estádio pareceram-me fora-de-jogo!!!
Bom jogo do Luisão e do Lindelof, com pouco trabalho defensivo, mas bem na construção.
Semedo todo-o-terreno... a lesão do Eliseu foi realmente a única nota negativa da noite... o Almeida voltou a entrar bem... Defensivamente dá garantias totais, ofensivamente, tem que aquele problema do pé esquerdo, mas é preferível forçar aquelas bolas à linha, ganhando Cantos; do que aquelas diagonais internas ou cruzamentos desenquadrados!!!
Fejsa dominador...
O Salvio está cansado, notou-se ainda na 1.ª parte... e quando o Toto está cansado a decisão ainda é mais atrapalhada!!! Cervi, com mais uma excelente exibição... sendo que defensivamente está impecável!!!
Este não é o tipo de jogo ideal para o Guedes, existe pouco espaço... mas mesmo assim no início do jogo, foi dos melhores... mas também me parece cansado!!!
A única alteração no onze, foi a entrada do Jiménez, para o lugar do desinspirado Mitro. O problema do Jiménez é sempre a demasiada mobilidade!!! Então neste tipo de jogos, pede-se um ponta-de-lança mais fixo na área... mas ninguém poderá acusar o Mexicano de não dar tudo... O golo no final, foi um prémio merecido!!!
Boas entradas do Carrillo e do Rafa... O Peruano, quando joga os últimos minutos tem estado sempre bem, o problema é quando é titular; o Rafa, a jogar no meio (posição que eu não esperava grande coisa...), está-me a convencer... e antecipo já um pseudo-problema: por exemplo no jogo com o Sporting, um jogador como o Rafa poderá ser mais útil do que o Guedes...!!!!
Mais um arbitragem surreal. Conseguir não expulsar nenhum jogador do Moreirense!!! Critério nos contactos completamente torto... E agressões dentro da área a passarem completamente ao lado dos 4 árbitros!!! Enfim, um festival!!! Numa jornada onde os Corruptos e os Lagartos, em deslocações complicadas, foram apitados por sócios, o Benfica teve direito a mais esta prenda!!!!
Era importante, manter a vantagem de 5 pontos sobre o Sporting (será muito importante, manter esta vantagem até ao derby), e cavar mais 2 pontos aos Corruptos!!! Independentemente dos discursos, aquele resultado em Istambul, da forma como aconteceu, poderia ter deixado marcas... além das físicas. Falta muito Campeonato, mas todos os jogos são decisivos, ainda por cima quando 'este' Benfica, tem feito a diferença, nestas duas últimas épocas, exactamente, na regularidade...!!!