Últimas indefectivações

quinta-feira, 24 de abril de 2025

Vermelhão: Regresso ao Jamor...

Benfica 4 - 0 Tirsense


Estamos no Jamor, com duas goleadas normais, jogadas com as segundas opções e muita juventude...

Hoje, a 1.ª parte foi jogada a baixa velocidade, com um 442, que foi construído para dar minutos a jogadores específicos, mas que retirou alguma criatividade à equipa, pois os dois avançados mais fixos, e os dois médios de pressão, acabaram por tornar o jogo do Benfica muito previsível... Acabou por ser o Gouveia na direita, a tomar a iniciativa para desmontar a estratégia adversária.

Mesmo assim, obrigámos o 'goleiro' adversário a boas defesas... no 2.º tempo, com o cansaço do adversário, e com as nossas substituições, o jogo mudou. Ficámos mais imprevisíveis, com jogadores fortes no 1x1 no último terço... e a goleada ganhou forma!

Mesmo assim, dos 4 golos, 3 nasceram de Cantos (o primeiro numa ressaca!) e o outro numa 'grande' pré-assistência do Samu!

Gostava de ter observado um Bruma ou um Schjelderup mais fixos na direita, para testar uma opção ao Di Maria, além do Akturkoglu! Ficámos com a certeza, que o Gouveia está pronto para jogar no lugar no Tomás, nos jogos com o AFS e o Estoril pelo menos!


Destaque para as estreias do André Gomes, o Veloso e do Hugo Félix... e do golo do Barjami!


Depois da ameaça de levar a Final da Taça para o Algarve, parece que vai ser mesmo no Jamor! Seria bom que os tolinhos dos assobios imitando very lights, ganhassem algum juízo, algo que duvido que seja possível, tal como foi audível hoje nos cânticos vergonhosos!


Se esta gentalha tivesse alguma célula cerebral a funcionar, facilmente perceberia que um potencial mau comportamento de benfiquistas no Jamor, será o alibi perfeito para o Benfica não voltar a jogar nenhuma Final da Taça de Portugal no Jamor nos próximos anos!!!


Agora, no Domingo é entrar com tudo... O AFS vai jogar fechado, tal como o Benfica não gosta! Eles têm jogadores rápidos e fortes fisicamente para os contra-ataques, tal como o Benfica não gosta!


Mas temos tudo para decidir o jogo cedo... e inclusive perseguir a redução da desvantagem da diferença de golos, para a Lagartada! Tudo isto, com a Luz esgotada, a empurrar o Benfica para a vitória, sem os habituais atrasados mentais nas bancadas, espero eu...!!!

Taça de Portugal


"Benfica e Tirsense disputam hoje, às 20h15, na Luz, a 2.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Chegar ao Jamor
O treinador do Benfica, Bruno Lage, afirma que o foco está em "respeitar o Tirsense e confirmar a nossa presença no Jamor". E refere a relevância da competição: "Sei muito bem aquilo que representa jogar uma final do Jamor. [...] Nós queremos estar no Jamor."

2. Prémios entregues
Bruno Lage (Treinador do Mês), Álvaro Carreras (Defesa do Mês) e Kökcü (Médio do Mês) receberam os respetivos prémios relativos a março no Benfica Campus.

3. Renovação dos Estatutos
A escritura notarial de alteração dos Estatutos do Clube foi outorgada, o que significa que, na perspetiva interna, o Sport Lisboa e Benfica finalizou o processo de revisão estatutária mais participado da sua história.
O Presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Costa, salienta o "momento de orgulho para todos nós, para todos os Benfiquistas". "É o finalizar do processo, de forma oficial, com a assinatura em notário da revisão dos Estatutos, uma promessa eleitoral e que teve a maior participação da história do Clube", afirma.

4. Empréstimo obrigacionista
Benfica SAD aumenta oferta do empréstimo obrigacionista 2025-2029 de 40 para 55 milhões de euros. O período de subscrição das Obrigações Benfica SAD 2025-2029 termina em 24 de abril de 2025, inclusive.

5. Últimos resultados
Na visita ao Torreense, os Sub-23 venceram por 1-2. Em futsal, o Benfica derrotou o Ferreira do Zêzere por 7-1. Em voleibol no feminino, as águias sofreram um desaire na negra do primeiro jogo da final do Campeonato Nacional frente ao Braga (2-3).

6. Distinção
Cristina Prieto foi eleita a jogadora do ano na Liga BPI. A avançada espanhola recolheu 28,11% dos votos de treinadores e jogadores na eleição organizada pelo Sindicato dos Jogadores. Anna Gasper foi a 3.ª mais votada.

7. Agenda 
São várias as partidas agendadas até final da semana, incluindo o segundo jogo das meias-finais dos play-offs do Campeonato Nacional de basquetebol no feminino entre Benfica e Quinta dos Lombos, sexta-feira, às 20h30, na Luz.

8. Contributo internacional
Cinco atletas do Benfica estiveram ao serviço da Seleção Nacional Sub-16.

9. Título europeu com participação benfiquista
Zé Miranda, Viti e Martim Costa, campeões europeus Sub-23 de hóquei em patins por Portugal, entrevistados na BTV.

10. Torneios internacionais conquistados
As equipas femininas Sub-17 e Sub-14 de futebol do Benfica ganharam torneios internacionais.

11. Um dia especial na Luz
Os 75 anos de vida de Humberto Coelho assinalados num dia mágico e repleto de surpresas no Estádio da Luz."

Benfica Podcast #556 - Back on Track

Respondeu com uma pergunta


"E SUJEITOU AO RIDÍCULO

O Jornalista da CMTV que lhe levantou uma questão não relacionada com a razão de ser da conferência de imprensa: o jogo da meia final com o Tirsense.
Então um jornalista não sabe o nome do treinador de umas as equipas do jogo para o qual está a fazer perguntas?
A partir de agora os jornalistas vão ter que ir para as conferências de imprensa do Lage com as lições bem estudadas e de preferência concentrados no assunto em causa nessa ocasião.
Bruno Lage, por seu lado, que se prepare ou esteja preparado para a vingança que aí vem. Lembram-se do que se passou com Schmidt?"

O fraco e promissor Álvaro Carreras


"«Mais uma má gestão», «flop», «fracote e mediano», versus «boa margem de progressão, boa compra», «vai ser figura este miúdo no próximo ano», «tem muito potencial e talento». O futebolista em causa é Álvaro Carreras, 22 anos, que só viveu meia época acossado pelas saudades que muitos benfiquistas sentiam de Grimaldo. Os comentários foram recolhidos de duas notícias de A BOLA no Facebook sobre a compra dos direitos económicos do lateral-esquerdo ao Manchester United por €6 milhões.
Uma pechincha, como hoje se percebe, ainda que os ingleses tenham a possibilidade de recomprar o seu passe por €20 milhões. Normalmente nunca abro comentários. Não são um verdadeiro barómetro do sentimento dos adeptos, porque poucos podem sobrepor-se a milhões. Basta ter mais vontade, o acesso é livre e o País também. Por razões profissionais tenho de utilizar a rede social X, que, isoladamente, já enche de satisfação o meu lado negro, sem que o outro lado, o mais social e divertido, saia saudável desse confronto.
Contudo, talvez Carreras seja um dos casos em que a divisão de águas se tenha aproximado mais da realidade. Naquela meia época no Benfica viu-se de tudo: um lateral promissor, por vezes desajeitado, outras destemido, um jogador capaz de se rebelar e encolher numa fração de minutos. O que o Benfica viu foi todo o seu potencial, com a vantagem de o poder estudar nos treinos. Fez uma grande compra. Agora o desafio é não se ver forçado a fazer uma venda fraca. Quem diria? Pela amostra, muitos..."

Benfica: roleta popular


"Muita da popularidade do futebol relaciona-se com a sua variabilidade e incerteza relativamente ao que no jogo seguinte possa acontecer. As previsões muitas vezes saem furadas e poucas certezas existem. Não importa o que antes se fez porque o que se segue nunca é garantido.
Da goleada do Benfica no último clássico ao empate com o Arouca em casa, passou só uma semana. Dois episódios bem diferentes em que o título do segundo poderia ser: Muito rematar e pouco acertar. A última versão vivida em Guimarães trouxe, ao contrário, uma economia rematadora da equipa, mas uma invejável pontaria. Tudo isto em três jogos consecutivos. Uma verdadeira roleta para os adeptos. Para quem se tem queixado, com razão, de falta de eficácia atacante do Benfica, teve então a resposta em Guimarães.
O Vitória, sempre confortável em casa, entrou ameaçador e quase marcava no minuto inicial. Já o Benfica aguentou e marcou sem avisar, o que surpreende e afeta duplamente a equipa que sofre sem esperar. Trubin foi a principal figura, mas a equipa soube sofrer e aproveitar inteligentemente os espaços para atacar. Do apoio frontal que garante na ligação do ataque, ao desequilíbrio que uma receção perfeita provoca, juntando a variação para o lado contrário, até à conclusão final. Assim se escreveram os passos do primeiro golo de Pavlidis. Semear na construção para mais à frente colher foi o que fez o goleador grego. Kokçu, Akturkoglu e mais tarde Schjelderup foram os outros veículos fundamentais do ataque rápido da equipa.
A repetir: Trubin memorável; Pavlidis em alta; coesão e eficácia da equipa em grande destaque.
A evitar: ter a posse de bola determina o controlo da partida. Mesmo tendo ganho o jogo, dá-la ao adversário não é nunca um princípio saudável e pode trazer problemas, como quase aconteceu. Ficou visível a extrema dificuldade nos duelos aéreos, mesmo considerando a estatura de Relvas e Villanueva, que podia ter dado golos ao Vitória e complicado as contas. Mesmo marcando, Pavlidis e o fora de jogo têm uma relação ainda demasiado próxima, algo que um avançado evoluído deve procurar ajustar.
Negativo: a lesão de Di María afasta um jogador de alta definição da última fase onde tudo se define.

Baliza a baliza
Baliza a baliza era um jogo popular de rua, disputado mano a mano. Cada miúdo defendia o seu portão e atacava o portão em frente, com a rua ao meio. Isto só era possível no tempo em que poucos carros passavam... Hoje, que falamos de futebol profissional, todas as posições são fundamentais e o poder coletivo crucial, mas ser guarda-redes ou goleador de uma equipa será sempre diferente e muitas vezes decisivo. Na dúvida, basta lembrar aquilo que as defesas de Trubin e os golos de Pavlidis representaram na última vitória do Benfica. Nas balizas se faz a história, atacando ou defendendo.

Da frente para trás
Descer no campo para crescer na carreira. É provavelmente o que está a acontecer com Tiago Gouveia, ala de formação, que tudo indica, será lateral-direito residente daqui em diante. É uma operação de mudança de hábitos, que considera as realidades dos atletas em questão: as suas caraterísticas e valências, mas também a concorrência que enfrentam para as posições que podem ocupar. Paulo Ferreira, outro caso bem expressivo, foi um médio transformado em defesa que brilhou por cá e no Chelsea, sendo um exemplo passado de grande sucesso. Quanto a Matheus Nunes, internacional português do Manchester City, foi recentemente classificado por Pep Guardiola, como um jogador cujos argumentos não são suficientes para jogar na zona central da sua equipa. Compreendo, tendo em conta o nível dos seus colegas de setor... Na última partida foi decisivo com uma assistência feita, mas surgindo de zona lateral.
Segundo dados da sua Liga, é dos jogadores mais velozes da Premier League, mas, na opinião do seu treinador, não suficientemente esclarecido para decidir rápido e bem na zona central onde o tráfego é intenso.

Patinho feio
Poucos jogadores têm despertado tanta crítica, até gozo e desrespeito, como Harry Maguire, defesa-central do Manchester United e da seleção inglesa. Eleito o alvo preferido da imprensa e dos próprios adeptos, há já largo tempo. Ruben Amorim, mesmo em dificuldade, não prescinde da sua utilização e saberá porquê. Um treinador que acredita e por isso insiste, ignorando o maldizer do povo. Afinal, quem melhor conhece o atleta é quem o treina dia a dia e não quem fala de futebol entre cervejas britânicas. Memorável a recente reviravolta com o Lyon justamente selada por Maguire, premiando alguém que muito tem passado.
A sua capacidade mental resistente faz dele um exemplo na defesa da sua equipa e o seu hábil cabeceamento torna-o um herói especial de uma noite inesquecível."

Final da Taça: virar a página do Jamor


"A final da prova rainha, quando no Jamor, engloba coisas que mais nenhum jogo tem. Incluindo o próprio dérbi eterno. Desde logo, a mais óbvia: um campo neutro, o que significa que não há uma superioridade territorial

O mais do que previsível Benfica-Sporting da Taça de Portugal tem de ser a maior festa do futebol português. Ninguém pode apagar o que aconteceu em 1996, mas todos podem mostrar que uma final no Jamor entre dois rivais históricos pode dar-nos uma memória diferente.
O que suceder no campeonato vai ter todas as implicações na final da Taça de Portugal. O modo como se encontrar o campeão, como as coisas se vão passar no Benfica-Sporting da Liga, na Luz, o que for dito e não dito até 25 de maio vai alimentar um duelo tenso por natureza.
A final da prova rainha, quando no Jamor, engloba coisas que mais nenhum jogo tem. Incluindo o próprio dérbi eterno. Desde logo, a mais óbvia: um campo neutro, o que significa que não há uma superioridade territorial - a exceção poderá ser quando uma equipa da área de Lisboa defronta uma de outra região. Depois, a famosa mata do Jamor, que possibilita piqueniques, grupos de amigos em festa, mesmo que de clubes diferentes ou de um mesmo clube, mas com vizinhança que pode ir do adepto neutro ao rival do dia. Claro que pode sempre haver uma (tentativa) de divisão em zonas diferentes, por adeptos, pela organização mas um Benfica-Sporting muda todo este cenário.
Há toda uma naturalidade na ida ao Jamor. Prepara-se a festa de véspera, se possível, vestem-se as camisolas, pára-se o carro num baldio qualquer e vai-se com quem quer ir, alguns sabendo que não vão entrar no Estádio Nacional, nem querem. Se há adeptos que precisam de um mapa ou uma app para chegar ao Jamor, os de Benfica e Sporting conhecem todos os caminhos para lá entrar. E isso é um problema. De organização, de segurança, porque é muito mais difícil controlar todas as ruas do que a chegada de autocarros.
A hipótese Jamor está, por princípio, correta, olhando ao desejo da globalidade dos adeptos, treinadores e jogadores. E, por princípio, o nome dos clubes que ali chegam para tentar ganhar a Rainha não deveria colocar nada em causa. Mas este será um Benfica-Sporting (seria o maior escândalo da História se o Tirsense virasse na Luz um 5-0 negativo), com tudo o que foi descrito antes e, portanto, esta não pode ser mais uma final. Ela tem de ser um monumento ao nosso jogo.
Os adeptos de Benfica e Sporting têm de exigir o melhor dos seus clubes, dos seus dirigentes, da organização da FPF e da PSP, mas também de si mesmos. Têm de estar à altura da dimensão da rivalidade dos emblemas que amam e da grandeza de uma final no Jamor. Porque se se conseguir virar essa página, a questão do palco da final da Taça de Portugal deixa de existir. A questão, aliás, até se poderia começar por colocar ao contrário. Não faltarão jogos ao Jamor numa edição da Taça de Portugal? Ainda que haja alguém que possa defender a unicidade da final, de modo a não se vulgarizar o espaço e o misticismo da coisa, talvez não seja de todo mal pensado alargar a experiência a outros adeptos."

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Frederico Varandas: faltou responder à grande pergunta

Zero: Negócio Mistério - S04E05 - Miguel Ángel Angulo no Sporting

Zero: Hóquei - S03E39 - Portugal ganhou e Lucas Honório marcou que se fartou

Rabona: FINALLY, the TRUTH about Xabi Alonso's contract & Real Madrid

O apagão (e não é no Bessa)


"Corte de luz simboliza muito mais que os problemas financeiros do Boavista

Chega a parecer argumento de stand up de tão insólito: quando um clube (Boavista) que já foi campeão nacional se prepara para receber um dos grandes candidatos ao título (Sporting) com um corte de luz no seu estádio por falta de pagamento diz muito sobre a gestão de uma sociedade desportiva mas dirá ainda mais sobre todos aqueles que de uma forma ou de outra têm impedido que o futebol profissional em Portugal dê passos largos rumo à modernidade.
O Boavista é um bom exemplo: tem um apoio social superior à da maioria dos clubes da Liga, tem história, usufrui de um dos estádios do Euro 2004, está situado numa zona privilegiada da segunda maior cidade do país e no entanto todos os anos é notícia por salários em atraso ou dívidas a terceiros. A questão que se coloca nestas alturas é sempre a mesma: até que ponto o controlo financeiro na Liga é suficientemente eficaz para impedir esta gestão pré-Excel.
O controlo apertado das finanças e as graves penalizações que daí advêm em campeonatos que os portugueses têm como referência não servem para prejudicar o clube A ou B, mas para beneficiar as respetivas competições como um todo. Quando nos deparamos com o que tem vindo a acontecer nos últimos cinco anos em Espanha conseguimos perceber o que está por detrás da rigidez do fair play financeiro e cuja bandeira dessa batalha tem sido as restrições do Barcelona em fazer grandes contratações: a procura de contas certas e gestão altamente profissional de todos os clubes para garantir uma competição em que todos respiram melhor.
Podemos falar do corte de luz no Bessa como podíamos recordar os constantes adiamentos de jogos na Choupana, do clube que o grande público não tem a certeza se é Aves ou AVS, do Casa Pia jogar num estádio a 100 quilómetros da sua sede, das más condições de vários estádios ou dos muitos jogos disputados a horas proibidas sem público e sem interesse.
Para quem é um pouco mais velho recordar-se-á que os ditos pequenos tinham grandes assistências nos seus estádios mesmo quando defrontavam adversários sem ser Benfica, Sporting ou FC Porto. Era o futebol de há 30 ou 40 anos pior que agora? Talvez. Mas estava muito abaixo dos seus congéneres europeus à época? Não, basta lembrarmo-nos como eram os estádios em Espanha ou Inglaterra nos anos 80.
O que mudou? Com a Lei Bósman e entrada em cena do capitalismo no futebol via direitos televisivos gerou-se um fosso entre ricos e pobres. Mas não só: criou-se um fosso entre quem adotou modelos competitivos e de gestão adaptados aos novos tempos e aqueles que… pararam no tempo.
Dir-se-á que hoje em dia é muito complicado competir com a oferta digital existente: por exemplo, uma assinatura anual de uma plataforma de streaming custa menos do que uma ida à bola para uma família de quatro pessoas. Mas na Bélgica e Países Baixos também há Netflix e os seus estádios estão cheios, com preços de bilhetes proporcionais ao respetivo poder de compra.
Perceber como e porquê isso acontece em ligas com a mesma dimensão da portuguesa é um exercício que devia estar na ordem do dia. Sem imitações, mas com decisões estruturais adaptadas à nossa realidade para fazer devolver as pessoas aos estádios. Para acabar de vez por todas com o apagão (muito maior que o corte de luz no Bessa)."

Quando uma equipa de Sub-16 atua melhor em conjunto do que a Assembleia da República


"O futebol, enquanto desporto coletivo, assenta fundamentalmente na cooperação, na partilha de responsabilidades e na inteligência tática ao serviço do grupo. Uma das expressões mais claras dessa dimensão coletiva é a forma como a equipa se movimenta e circula a bola com rapidez, muitas vezes recorrendo a passes de primeira ou com dois toques no máximo. Este tipo de jogo, rápido e dinâmico, permite à equipa explorar espaços, desequilibrar a defesa adversária e manter um ritmo alto que dificulta a organização do oponente.
Numa equipa verdadeiramente coletiva, o toque rápido não é apenas uma opção estilística. É uma estratégia essencial para criar superioridade numérica e aproveitar os momentos certos para atacar. A decisão de jogar com poucos toques exige visão de jogo, leitura do espaço e consciência do posicionamento dos colegas. Todos estes elementos sublinham a importância de pensar no coletivo.
É no último terço do campo, junto à baliza adversária, que o individualismo pode ter lugar. Mas, mesmo assim, apenas quando não há alternativas viáveis de passe ou combinação. Nesses momentos, a criatividade individual pode ser decisiva, mas deve surgir como complemento da organização coletiva, e não como substituto.
Um exemplo claro e muito inspirador deste modelo de jogo coletivo pode ser observado na equipa de sub-16 A do Estrela da Amadora. É uma realidade que tenho tido a oportunidade de acompanhar e que espelha de forma exemplar tudo o que o futebol coletivo deve ser. Estes jovens atletas demonstram, em treino, uma notável maturidade tática, sempre apoiada numa circulação de bola rápida, inteligente e solidária. Jogam com poucos toques, criam linhas de passe constantes e mantêm-se sempre conectados entre si. Revelam uma compreensão profunda do jogo como expressão coletiva. O individual surge, pontualmente, mas sempre ao serviço da equipa e nunca como ato isolado.
Quando um jogador coloca o seu próprio desempenho acima do objetivo comum, insistindo em jogadas individuais, dribles desnecessários ou decisões centradas em si próprio, a equipa sofre. O tempo que se perde com ações individuais mal pensadas permite ao adversário reorganizar-se defensivamente. Além disso, a previsibilidade aumenta, porque a jogada deixa de ser imprevisível e passa a girar à volta de um só jogador. Isto compromete o ritmo do jogo, quebra a dinâmica coletiva e, muitas vezes, leva à perda da posse de bola em zonas perigosas, apanhando a equipa descondensada em termos defensivos, deixando assim o coletivo muito mais vulnerável às ofensivas dos adversários.
Pior ainda, o individualismo repetido pode criar frustração entre colegas de equipa, gerar desequilíbrios emocionais e afetar negativamente a coesão do grupo. Um jogador que joga para si e não com os outros transforma-se num obstáculo ao sucesso coletivo, por mais talento técnico que tenha.
O verdadeiro futebol de equipa valoriza o passe simples, o jogo associativo e a inteligência coletiva. O talento individual deve estar ao serviço da equipa, e nunca acima dela.
Num momento em que, face às ameaças externas, a unidade e o coletivo nacionais são mais necessários do que nunca, talvez fosse útil que alguns partidos políticos pudessem assistir a um treino dos sub-16 A do C. F. Estrela da Amadora. Ali, perceberiam que o segredo de uma equipa unida está, muitas vezes, em algo tão simples como jogar a um, dois toques na bola. Cada passe rápido é uma escolha consciente de pôr o coletivo à frente do ego, de acelerar o jogo em benefício do coletivo, e não de brilhar sozinho. No Estrela, esses toques não são apenas técnica. São uma filosofia. Uma lição silenciosa e estratégica sobre como se constrói uma equipa em torno de um objetivo, com inteligência e compromisso partilhado. Estas lições, convenhamos, fazem falta muito para além das quatro linhas."

Relatório de Atividades do TAD (II)


"Continuamos esta semana com a análise do relatório de atividades do Conselho de Arbitragem Desportiva, órgão do TAD, referente a 2024, bem como o relatório e contas do Conselho Diretivo do TAD, analisando, desta vez, a definitividade das decisões proferidas por esta instância. Em 2024 foram interpostos 31 recursos para o Tribunal Central Administrativo Sul (TCAS) das decisões arbitrais do TAD, seja nas ações principais seja nos procedimentos cautelares, registando-se a entrada de mais do que um recurso em algumas ações.
Ao longo da última década de funcionamento os recursos interpostos cifram-se em 337, com 24 recursos de decisões intercalares e os restantes de decisões finais do TAD. Obtiveram provimento no TCAS 89 recursos, 32 recursos com provimento parcial, e 52 recursos com provimento negado no TCAS (confirmam decisão do TAD). Foram ainda amnistiados no TCAS 25 recursos de decisões finais. Com subida ao Supremo Tribunal Administrativo, os dados dão registo para 120 recursos, 27 com revista, confirmativos das decisões do TAD. Em 23 recursos de revista no STA foram revertidas decisões arbitrais prolatadas no TAD. Não foi admitida revista pelo STA em 49 recursos, confirmando, portanto, as decisões do TAD, não tendo também sido admitida revista no STA a 20 recursos que revertem decisões do TAD.
Com subida ao Tribunal Constitucional registo para 49 recursos, 26 não admitidos. Estes dados demonstram, de forma inequívoca, que apesar de estarem sujeitos ao regime de arbitragem necessária, as partes usualmente procuram reverter as decisões a seu favor junto dos tribunais comuns, neste caso, da jurisdição administrativa."