"Além do guarda-redes, só Dedic e Schjelderup escaparam a noite patética. Golos de Barrenechea e Pavlidis e passes de Sudakov fizeram os três escapar à mediania
(7) Trubin
Que seria deste Benfica sem um grande guarda-redes? Quase nada. O ucraniano não teve culpa em nenhum dos três golos do Qarabag e fez duas defesas que evitaram que a derrota ganhasse contornos escandalosos. A sorte grande do Benfica teve dois números: 33 e 45. Foram esses os minutos em que o Qarabag esteve muito perto de marcar e Trubin salvou com duas intervenções decisivas. O número 1 ainda viu uma bola bater no poste esquerdo! Quem pensava que teria uma noite tranquila enganou-se. Frente a um adversário de segunda (terceira?) linha europeia, Trubin foi obrigado a estar em alerta máximo. E esteve. Não foi por ele, claramente não foi, que o escândalo caiu no
(6) Dedic – Atacou como se não houvesse amanhã. Sempre perigoso quando, com a bola nos pés, chegava perto da área adversária. Mas foi sol de pouca dura, porque só durou até perto do intervalo. Apanhado pela avalanche ofensiva do Qarabag, foi desaparecendo pouco a pouco, limitando-se a dois ou três cortes.
(3) António Silva – Péssima saída de bola ao minuto 33, quando a tentou colocar em Barrenechea. Kady Borges antecipou-se, ficou isolado frente à baliza e atirou ao poste. O central teve muita sorte e também o azar de Barrenechea ter sido demasiado passivo a atacar a bola. Não voltou a cometer erros tão graves, mas ficou a anos-luz de outras exibições que já fez esta época.
(4) Otamendi – Não está bem. Errou gravemente contra o Santa Clara e, ontem, mesmo sem falhas tão diretas, mostrou que fisicamente não está no ponto. Psicologicamente, também não parece bem. Foi lento e passivo nos três golos do Qarabag, sobretudo no terceiro.
(4) Dahl – Ficou à entrada da área no livre que originou o primeiro golo do Qarabag e, quando a bola lá chegou, limitou-se a marcar Leandro Andrade com os olhos. Sofrível a defender, sofrível a atacar e, pelo que se viu no 1-2, sofrível na entreajuda.
(4) Ríos – Gosta de rematar de meia distância, mas remata quase sempre mal. O golo ainda não chegou. Está longe do rendimento que levou o Benfica a contratá-lo ao Palmeiras. Limita-se a rodar a bola, rodar, rodar, rodar…
(4) Barrenechea – Bom golo logo ao minuto 6, desviando de cabeça um canto de Sudakov. De resto, longe, muito longe mesmo, do fulgor mostrado nos primeiros jogos. Fisicamente, como a maioria dos companheiros, parece demasiado cansado para ser decisivo.
(3) Aursnes – O norueguês não está bem. E já há muito tempo. Bruno Lage continua a mantê-lo como titular, talvez porque os adeptos adoram o 8, mas a verdade é que precisa de descanso: d-e-s-c-a-n-s-o. Saiu apenas a 20 minutos do fim, mas já pedia banco há vários jogos.
(5) Sudakov – O 10 foi titular e começou bem, com o canto que resultou no golo de Barrenechea. Esteve também na génese do golo de Pavlidis, quando tentou colocar a bola no grego, mas foram os defesas Medina e Mustafazade que acabaram por oferecer a oportunidade. Tem grande intimidade com a bola e trata-a bem, mas isso não basta. É preciso correr, lutar e defender. Falta perceber se ainda não está no máximo da forma, se a situação na Ucrânia o afeta ou se, simplesmente, é este o seu perfil: excelente com bola, sofrível sem ela.
(6) Schjelderup – Só lesão ou cansaço explicam por que saiu ao minuto 70. Não deslumbrava, mas era um dos mais perigosos do Benfica quando Bruno Lage, de forma surpreendente, o substituiu: i-n-c-o-m-p-r-e-e-n-s-í-v-e-l.
(5) Pavlidis – Aproveitou a carambola entre Medina e Mustafazade e fez o 2-0. De resto, pouco ou nada a registar. Saiu aos 79 minutos, quando já devia ter saído antes. Fica o golo numa exibição cinzenta.
(5) Prestianni – Irreverente, passou o jogo a tentar encarar os defesas adversários. Mostrou bons pormenores, mas ainda está longe de garantir a titularidade.
(4) Ivanovic – Entrou com o gás todo, quis muito chegar ao golo, quis muito ajudar, mas nada lhe saiu bem.
(2) Leandro Barreiro – Entrou para fazer o que Ríos já não fazia, mas esteve péssimo no lance do 3-2 final, permitindo a Kashchuk marcar sem oposição.
(2) Henrique Araújo - Teve apenas um lance em que poderia ter criado perigo junto a Kochalski, mas falhou, deixando-se antecipar."