Últimas indefectivações

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Campeão do Mundo


Espectacular vitória de Isaac Nader na Final dos 1500m, nos Campeonatos do Mundo ao Ar Livre, trazendo para Portugal somente a 8.ª medalha de Ouro para Portugal, em toda a nossa história dos Mundiais de Atletismo!

Eis a lista:
Rosa Mora
Fernando Ribeiro
Manuela Machado
Carla Sacramento
Nélson Èvora
Inês Henriques
Pedro Pichardo
Isaac Nader

PS: Nota para o Recorde Nacional da Fatoumata Diallo, nos 400m barreiras. Não deu para a Final, mas foi uma excelente participação.
Tal como tinha sido a presença da Salomé Afonso na Final dos 1500m femininos.

Futebol à borla: uma ideia para Portugal?


"Fortuna Dusseldorf prepara gratuitidade dos bilhetes até 2030. A racionalidade por detrás do projeto pode ser uma revolução. Muitos clubes portugueses deviam pelo estudá-lo

A indústria do futebol continua a acompanhar de muito perto a iniciativa do Fortuna Dusseldorf, na Alemanha, que pode vir a representar uma revolução para os clubes com dificuldade em encher os seus estádios: o projeto Fortuna fur alle (Fortuna para todos) que pressupõe a gratuitidade de acesso aos seus adeptos. Começou com um jogo em 2023 frente ao Kaiserslautern (Bundesliga 2), passou para quatro partidas em 2024/25, estão já anunciadas cinco em 2025/26 e o objetivo é ter todos os 17 jogos em casa gratuitos até 2030.
Os números já conhecidos suportam a racionalidade da medida: a média de espectadores passou de 30 mil para 48 mil, os patrocínios diretos tiveram uma subida de 50 por cento, o merchandising aumentou em 50 por cento nos dias gratuitos e houve uma subida de 20 por cento no número de sócios. Visto de outro ângulo: o que o clube perde em receitas anuais de bilhética (cerca de €8 milhões) já ganhou em novos patrocínios (€9 milhões), esperando-se que o número dispare para €45 milhões até 2029. A maioria provém de marcas locais e regionais que colocam os seus produtos e serviços disponíveis para o adepto/consumidor.
Esta operação é feita através de uma plataforma online que centraliza a informação. «É o coração e cérebro do nosso modelo de negócio», admitiu o CEO do Fortuna, Alexander Jobst. Ou seja, o clube abdica de uma receita estanque (bilheteira) para passar a conhecer muito melhor o seu adepto/cliente através dos dados (o ouro da era digital), para uma série de novos negócios e receitas. É, no fundo, deixar para trás um modelo de gestão do século XX.
O conceito já foi entretanto replicado no Brasil, pelos novos donos da Portuguesa. Em julho, no último jogo da fase de grupos da Série D, promoveu entradas grátis mediante o registo numa plataforma online e como consequência quadruplicou o número de sócios em apenas três dias. Em paralelo foram criadas várias experiências de lazer e cultura para agarrar novos adeptos e fazer regressar outros que andaram de costas voltadas nos últimos anos.
É na observação deste fenómeno que me interrogo como e porquê os clubes em Portugal continuam agarrados a conceitos datados e vamos assistindo, ano após ano, a bancadas despidas em jogos da Liga, um fator que afasta qualquer espectador (o telespectador clássico e o novo das plataformas digitais) na procura de um produto atraente.
Os números da época 2024/25 voltaram a expor um campeonato desigual: ótimas médias de assistência na casa dos três grandes, boas em Guimarães, Faro e Famalicão; e depois é sempre a descer, numa lista onde se deve incluir o próprio SC Braga, que nem chegou à média de 50 por cento de lotação – pouco para um clube tão ambicioso. Metade dos emblemas do primeiro escalão apresentou média abaixo dos quatro mil espectadores (Casa Pia, Arouca, Moreirense, Nacional, Aves SAD, Rio Ave, Estoril, Santa Clara, E. Amadora), e se retirarmos a receção aos grandes o número desce consideravelmente, nalguns casos nem chega a dois mil por jogo.
Ora, tendo em conta que a bilhética ronda, em média, os 10/15 por cento das receitas totais, dependendo os clubes muito mais da venda de passes de jogadores e da TV, não seria muito mais rentável do ponto de vista financeiro (novas receitas e receitas indiretas) e desportivo ter um estádio cheio, à medida da dimensão de cada clube? O som mais deprimente de um jogo de futebol é o eco. Representa o vazio. De gente e ideias."

Entrevistas Manteigas...

O Benfica Somos Nós - S05E11 - Qarabag...

Vermelho no Branco - José Mourinho no Benfica

BF: O que Mourinho vai mudar no Benfica?

5 Minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Sai Lage, entra Mourinho: os dias agitados do Benfica

Observador: E o Campeão é... - Benfica. Saída de Bruno Lage era inevitável?

Terceiro Anel: João Ferreira Leite...

Quezada: O grande dilema do Benfica

Comunicado


"O Sport Lisboa e Benfica informa todos os seus sócios e adeptos que, no âmbito dos projetos de requalificação da zona envolvente ao Estádio, decidiu avançar com uma nova orientação para o espaço comercial existente junto à estátua do Rei Eusébio.
Neste contexto, a loja atualmente ocupada pela MediaMarkt encerrará definitivamente no próximo dia 19 de setembro, dando início a uma nova etapa de valorização e modernização desta área.
Informamos que os clientes poderão continuar a realizar as suas compras na MediaMarkt através da loja online em https://www.mediamarkt.pt ou na loja física mais próxima, localizada em Alfragide.
O Sport Lisboa e Benfica expressa o seu sincero agradecimento à MediaMarkt por todos estes anos de parceria e colaboração."

Contas Benfica 2024/25: lucros com açúcar a mais


"O Benfica apresentou em 2024/25 um resultado líquido de 34 milhões de euros e receitas recorde de 230 milhões. À primeira vista, parece um sinal inequívoco de recuperação. Mas uma análise mais cuidada mostra outra realidade: estas contas funcionam como o açúcar. Dão uma pica imediata, deixam tudo mais doce no curto prazo, mas trazem consigo o risco do inevitável sugar crash.
O lucro não nasceu de uma gestão mais eficiente. Resultou de dois fatores extraordinários: a participação no Mundial de Clubes, que acrescentou 22,5 milhões em receitas (17,1 milhões líquidos), e a venda de João Neves, o maior talento da formação, por quase 60 milhões. O resultado foi positivo, sim, mas assente em eventos que não se repetem todos os anos.
Entretanto, os custos continuam a crescer. Mesmo descontando os 9 milhões da indemnização da equipa técnica, a despesa com pessoal chegou a 118,7 milhões, quase 40% acima de 2019/20. A dívida líquida mantém-se nos 197 milhões, com um dado crítico: 60 milhões em empréstimos de curto prazo vencem já no próximo ano. Dívida financeira, não fornecedores — uma pressão imediata sobre a tesouraria. Em pleno ano recorde, a dívida praticamente não desceu.
Nas transferências, o padrão mantém-se. Entre julho de 2024 e junho de 2025, o Benfica registou 188,9 milhões em vendas brutas, mas apenas 117,3 milhões entraram como rendimento líquido. Apenas 62% de conversão — e ainda assim só alcançado porque João Neves saiu praticamente sem custo contabilístico. No triénio anterior, o rácio tinha sido de 52%, contra 93% de Sporting e FC Porto.
Mais importante: a política de alto volume de compras e vendas continua intacta. Como já analisado em fevereiro, este carrossel acarreta custos muito elevados em comissões. A analogia é simples: como um day trader, o Benfica paga sempre que compra e sempre que vende. Mesmo quando um jogador é comprado por 10 milhões e vendido pelos mesmos 10 milhões, o clube não fica no zero. Pelo contrário, perde dinheiro em cada operação, porque as comissões e encargos associados corroem o resultado. Esse efeito cumulativo reduz de forma substancial o impacto positivo das melhores vendas, incluindo a de João Neves.
O risco maior está em 2025/26. Logo em julho, após fecho do exercício, o Benfica comprometeu-se com mais de 100 milhões em aquisições obrigatórias (Ríos, Ivanovic, Lukebakio, Barrenechea e Sudakov). Nas contas, isto significa 17–20 milhões adicionais por ano em amortizações. Houve também vendas relevantes — Álvaro Carreras, Kerem Akturkoglu e Arthur Cabral — que ajudam a compensar, mas o saldo líquido de julho é negativo. E aqui está a diferença essencial: em julho de 2024, o Benfica iniciou o exercício com a mais-valia excecional de João Neves, que deu folga imediata às contas; em julho de 2025, começa em desvantagem, sem esse estofo inicial.
O verdadeiro desafio está no lado das receitas. Em 2024/25, o Benfica contou com os 22,5 milhões do Mundial de Clubes, que não se repetem. Já os ganhos da UEFA dependerão da performance desportiva: se a equipa não passar da fase de grupos ou dos oitavos, o fosso poderá rondar 30–40 milhões face ao exercício anterior.
Se o Benfica quer — como deve — voltar a enfrentar de olhos nos olhos os grandes clubes da Europa, precisa de uma estrutura que aguente tanto os bons como os maus momentos. Não pode repetir-se o que aconteceu em 2023/24, quando um ano menos feliz resultou em 30 milhões de prejuízos e foi necessário vender o maior talento da formação para tapar buracos.
As contas de 2024/25 mostram lucros. Mas lucros com açúcar a mais. O clube não pode perder-se no entusiasmo do sabor doce inicial, esquecendo que a seguir pode vir o sugar crash. Se quer ambicionar — e bem — voltar a olhar de frente para os grandes da Europa, precisa de uma base sólida que não dependa do imediato, mas que sustente o futuro."

Dupla falta


"Depois de um regresso desinspirado do Benfica à nossa Liga, só restava olhar em frente. Simultaneamente, os desaires não devem deixar de ser cuidadosamente analisados pelas equipas técnicas, porque nunca ninguém os quer repetir. Os jogadores, esses, devem concentrar-se no jogo que vem, mas refletir sobre as correções eventualmente recebidas.
No final, ultrapassar um mau resultado e uma prestação infeliz é obrigatório, quando outros desafios se perfilam. A recuperação física é fundamental para o rendimento posterior, sabendo que, o estado anímico das equipas determina na maioria das vezes as exibições seguintes, sendo esse o fundamental teste a ultrapassar. O jogo com o Qarabag ganhava assim uma carga diferente e o grande desafio da equipa era a reação e a reconquista da confiança coletiva.
De regresso à Liga dos Campeões a equipa do Benfica surgiu transfigurada, dinâmica e procurando desde logo a vantagem. As dúvidas que o jogo anterior deixara, pareciam desvanecer-se, com o apoio dos adeptos a inspirar decisivamente o arranque do jogo. A obtenção de dois golos consecutivos, parecia confirmar a esperada superioridade, mesmo com a pressão intensa do Qarabag. Mas o pior estava para vir e tudo se pode estranhamente alterar num só lance. Um livre lateral mal resolvido, sem a necessária cobertura da zona central, daria o golo adversário e o que muitas vezes acontece repetiu-se: A equipa que reduz o marcador cresce e intranquiliza a equipa que sofre.
A chegada do intervalo não resolveria o momento instável da equipa e viria o empate. A tensão crescia e as dificuldades também, com a típica impaciência dos adeptos a fazer-se sentir. A equipa não mais conseguiria estabilizar, permitindo perto do fim a impensável vantagem a um adversário que, é justo reconhecer, nunca se intimidou. O Qarabag mostrou qualidade, personalidade e o mérito de aproveitar o que lhe foi dado, mas também o que soube construir. Sudakov foi uma das boas exceções, mostrando que pode levar a equipa para um outro nível. Com o apito final, um pesadelo consumado e o orgulho da equipa beliscado que é imperioso repor, quanto antes. Tem a palavra toda a equipa, na defesa da honra europeia.

Peres Bandeira
Com a feliz chegada de Sudakov, recordo saudoso Peres Bandeira, que terá sido um dos primeiros colaboradores do Benfica a contribuir para a integração dos jogadores contratados pelo clube, principalmente os estrangeiros, mais precisados de ajuda. A profissionalização dos diferentes departamentos é hoje uma realidade obrigatória e a receção aos novos jogadores, algo especialmente cuidado e importante para o respetivo rendimento. Esta estrutura de boas vindas e integração de atletas e famílias, dá ótima resposta à realidade que a abertura do mercado internacional nos trouxe. Falo a propósito da chegada de Sudakov e também da feliz coincidência de ter um seu colega de seleção na sua nova equipa. Trubin, para além da sua capacidade técnica pela qual foi contratado, tem revelado a sua personalidade e sensibilidade, assumindo a sua preocupação e contributo em causas sociais várias.
É, portanto, um importante apoio extra com o qual o novo talento ucraniano pode contar. Recuo ao golo de Yaremchuk que emocionou os adeptos do Benfica, quando ainda era recente a invasão da Ucrânia. Temos agora outro representante do país atacado, que ainda há pouco viu a sua família em perigo. Bem-vindo, Sudakov!

Vozinha 
A seleção de Cabo Verde é a alegria do seu povo e está perto do inédito apuramento para o Mundial. Numa tarde inesquecível, a vitória frente aos Camarões foi conseguida com chuva, uma raridade local, e sem vento, outra exceção meteorológica no Estádio Nacional.
A grande figura para além do autor do golo, o jovem avançado Livramento, foi Vozinha, histórico guarda-redes da seleção e fundamental na vitória conseguida. Enquanto antigo selecionador de Cabo Verde, para além dos belos momentos vividos, recupero um episódio com o capitão dos tubarões azuis. Respeitando as opiniões dos colegas treinadores, sempre achei que o guarda-redes por estar limitado no espaço não deve ser o capitão dentro do campo. O contato com o árbitro ou com os colegas, tantas vezes necessário, é claramente mais complicado. Eu sei que é um orgulho especial ser-se capitão e usar a braçadeira, ainda mais em representação de um país e da respetiva bandeira. Mas, na verdade, a importância do capitão vai muito para além do uso simbólico da faixa. A influência que se quer do capitão vai para além do campo onde se joga.
Pois, mesmo com este meu latim, não foi nada fácil convencer o Vozinha desta minha teoria que ainda hoje julgo fazer sentido. Mesmo desencantado, nunca deixou de ser respeitador e um elemento muito positivo que fazia a diferença no grupo e ainda hoje faz. Bravo, capitão!

Escola
Miguel Vila Cova é um jovem defesa central de 19 anos que representa o Varzim Sport Club, é natural da Póvoa e representa o clube da terra desde sempre. Algumas crónicas depois de ter valorizado aqui Diogo Ferreira e Gonçalo Oliveira, dois jovens do Benfica que se mantêm estudantes com o apoio do clube, este é outro exemplo inspirador do que é possível conseguir para lá do desporto profissional. O Miguel não só vai frequentar o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), em Barcelos, como conseguiu a melhor nota do curso de Gestão de Empresas em regime pós-laboral. Outro bom exemplo a seguir e que confirma que com esforço e disciplina é possível cuidar do futuro antes que ele chegue. (será que é desta?...:)"

Luz...


"Foi o primeiro treinador que compreendeu a atual essência dos nossos adeptos, venceu, alegou que se ia retirar e como tal pretendia sair do Benfica e passados 4 meses estava a treinar na Alemanha...
Aí o ambiente no estádio não é bom...já pararam para pensar que estão lá sempre os mesmos???
O red pass é muito bonito, mas a degradação do ambiente que se assiste na luz que leva a que se assobie os nossos a qualquer falha parte muito disto.
O que era um inferno para os adversários virou um paraíso, porque ultimamente até em jogos a ganhar 5-0 ouvi o estádio a assobiar os nossos...
Se estivessem no vosso trabalho e a qualquer falha tivessem alguém a dar-vos cabo da cabeça quanto tempo aguentavam?
Podem dizer..."mas eu não ganho o que eles ganham"...isso é indiferente, são seres humanos.
Se nos recusamos a apoiar os nossos em nossa própria casa independentemente de como o jogo está a correr, então o nosso lema MORREU."

Mais um treinador que já era


"LAGE VÍTIMA OU CULPADO?

1. Rui Vitória despedido a meio da época 18/19. Bruno Lage despredido a meio da época 19/20. Jorge Jesus despedido a meio da época 21/22. Roger Schmidt despedido a meio da época 24/25. Bruno Lage despedido a meio da época 25/26. 

2. Há aqui um padrão que acompanha o Benfica nas últimas oito épocas: os treinadores campeões não servem, os treinadores regressados que já foram campeões também não servem, nenhum treinador serve!

3. Resultado? Nestas últimas oito épocas vencemos dois títulos. Esta época o título ainda não está perdido, é verdade, mas já estamos a trocar de treinador com apenas quatro jogos da liga disputados - ora este é o caminho mais fácil para satisfazer adeptos enfurecidos e limpar a face a dirigentes incompetentes. Mas, está mais do que provado, não é a solução para nos colocar a ganhar.

4. O Benfica precisa de repensar urgentemente o seu projeto desportivo, a sua estrutura, a sua cultura de acomodação à derrota, o luxo e o burguesismo anti competitivos, enfim, a forma como tritura treinadores sem dó nem piedade. Sem essa reflexão, sem ser capaz de fazer uma valente autocrítica, vamos continuar a ganhar apenas pontualmente, e não continuadamente, como a história e a grandeza do clube justificam, ou melhor, exigem.

5. Qualquer que seja o treinador escolhido para substituir Lage será o meu treinador. O treinador do Benfica é sempre o meu treinador. Ninguém me verá com opiniões críticas que só ajudam a dividir os Benfiquistas e a diminuir a margem de manobra do novo treinador. Do que o novo treinador precisa é de união.

6. Bruno Lage é, afinal, vítima ou culpado? Diria que as duas coisas, mas, para mim, muito mais vítima do que culpado.

7. Obrigado, Bruno, tens as tuas virtudes e os teus defeitos, mas deste o teu melhor. O Benfica não é um clube fácil, é, aliás, um clube cada vez mais difícil, cada vez mais um indesejável cemitério de treinadores. Boa sorte para o teu próximo projeto."

Capitão Coragem


"Capitão Coragem é o título de um despretensioso filme do final do século passado que conta a história de um jovem milionário salvo por um velho comandante de um barco que lhe ensina os valores da solidariedade e nos ensina que as experiências dolorosas podem ser também proveitosas. Sábado, lembrei-me daquele jovem ao ver Nico prostrado no relvado e do comandante Troop, segundos depois, ao ver Otamendi a dar uma lição de humildade, coragem e liderança, dando a cara, sem pestanejar, e com a tranquilidade que só os que têm a consciência do trabalho feito podem ostentar. Confesso que fui daqueles que não adorou o seu regresso ao futebol português, não só porque tínhamos acabado de perder um jogador de eleição, Ruben Dias, mas também, ou sobretudo confesso com algum embaraço, por o achar "demasiado FCP", colado àquela maneira de ser e de estar que tantas vezes me irritou. Cinco anos depois, e umas horas depois de ter, provavelmente, cometido o mais penalizante erro com a camisola do Benfica, impõe-se que lhe agradeça pelo profissional exemplar, capitão marcante e jogador brilhante que tem sido, merecendo o que a esmagadora maioria dos benfiquistas lhe disseram sábado à noite - Força! Num filme tantas vezes visto, e frases tantas vezes ditas como "o futebol é cruel", "quem não mata morre" ou "no melhor pano cai a nódoa", resta recuperar o ânimo para entrar a ganhar na Champions, contra outro "autocarro" previsivelmente, desejavelmente com a mesma paciência, mas uma diferente acutilância. Para tal, quem melhor que o Capitão Coragem para comandar as "tropas"!?"

Bruno Lage encostou Rui Costa à parede


"Sem nada a dizer, Rui Costa decidiu deixar os resultados falar por ele. Os financeiros e os desportivos. Se os primeiros não provocam emoções, os segundos movem montanhas

Bruno Lage ficou outra vez exposto, após novo mau resultado e exibição do Benfica, e pôs, publicamente, o lugar à disposição. Foi isso que sucedeu na sala de imprensa da Luz e o treinador passou a bola para Rui Costa, obrigando-o a tomar uma decisão. Naquele momento, o futuro de Lage no banco era aquilo que o presidente quisesse, sem mais demoras ou dinheiro. Pouco depois da 01h00, Rui Costa anunciava a decisão.
Todos os benfiquistas compraram a narrativa, porque a entenderam, de que após o Mundial de Clubes o que interessava era vencer a Supertaça e chegar à Liga dos Campeões. Objetivos conseguidos, que sossegaram as bancadas e a direção. À oposição de Rui Costa restou aplaudir os resultados e focar-se no resto dos argumentos. Jogar bem ficava para depois.
Entre muita coisa do que disse na sala de imprensa nos últimos tempos, Lage teve duas frases sobre futebol que lhe marcariam sempre o destino. Afirmou que teve o que queria no mercado de transferências e que, por isso, a responsabilidade era agora dele de torná-los numa equipa e colocá-la a «jogar bem». Rui Costa e a sua direção, nesse aspeto, teriam feito o seu trabalho no entender do treinador. Depois, no pormenor, Lage argumentou que o Benfica era uma das melhores equipas na Europa a pressionar. Tenho por norma uma ideia: diz-me como terminas um jogo, dir-te-ei que equipa és. E numa altura em que o Benfica precisava de pressionar forte, de ter uma reação imediata à perda, de sufocar o adversário, viu-se o oposto.
O presidente escolheu o silêncio num momento em que os outros candidatos ganhavam espaço mediático e atacaram-no. Sem nada dizer, Rui Costa decidiu deixar os resultados falar por ele. Os financeiros e os desportivos. Se os primeiros não provocam emoções, os segundos movem montanhas e, por isso, no final do jogo, todas as TV mostraram adeptos a pedir a saída de Bruno Lage, alguns também do maestro. Sem evolução na equipa, assim que os resultados deixaram de aparecer, ficou Lage com as orelhas a arder e Rui Costa encostado à parede.
O momento é sensível por causa das eleições e uma mudança de treinador, contratando um que não esteja no clube, pode limitar o raio de ação de um presidente que não seja Rui Costa.
Já era assim antes, mas agora não se percepciona outra maneira de o maestro sair por cima a 25 de outubro se a bola não entrar nas balizas contrárias.
O nome de José Mourinho, que volta a andar pela Luz, pode não chegar."

Benfica Podcast #567 - Humiliated

Zorlak: Bruno Lage despedido! Mourinho no Benfica?!

Terceiro Anel: Mudança de treinador...

5 Minutos: Mudança de treinador...

Tony: Mudança de treinador...

Águia: Lage...

Águia: Despedimento...

DAZN: Golos...

Zero: Negócio Mistério - S04E22 - Luís Fabiano no FC Porto

Rabona: Este é o Manchester United agora: o dilema de Amorim e a GRANDE divisão

El Mítico #141 - Estado de Alerta

Harmonização de regulamentos disciplinares


"A dificuldade de harmonização regulamentar é um desafio comum a qualquer federação desportiva, mas, dada a complexidade da estrutura organizativa da FPF, no futebol essa questão manifesta-se com maior intensidade.
O futebol português é regido por 24 regulamentos disciplinares distintos, elaborados por diferentes entidades, tais como a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e as 22 associações distritais e regionais. Estes regulamentos têm por base os estatutos da FPF, que determinam a obrigatoriedade de harmonização com as normas federativas, respeitando a autonomia específica de cada entidade.
O RJFD reconhece a autonomia da LPFP para criar regulamentos próprios referentes às competições (profissionais), arbitragem e disciplina. Estes devem, no entanto, ser submetidos a ratificação pela assembleia geral da FPF, o que demonstra a tentativa de manter alguma coerência no panorama regulamentar. Ainda assim, subsistem diferenças substanciais, tanto processuais como materiais, entre os regulamentos da FPF e da LPFP.
A nível das associações distritais e regionais, a uniformização é ainda mais complexa, dadas as diferentes realidades subjacentes. Verificamos divergências não só ao nível da forma dos regulamentos, mas também da tipologia de normas e até da publicidade conferida.
Assim, é de ponderar a implementação de mecanismos que garantam uma harmonização regulamentar eficaz, tanto a nível distrital como profissional, procurando obter uma maior coerência e uniformização nas normas disciplinares, promovendo, deste modo, uma aplicação mais justa e eficiente em todas as competições. A FPF está empenhada em que esta intenção se materialize com a maior brevidade possível."

Acho que nem a lei de Murphy já explica isto…


"Benfica 2 - 3 Qarabag

20 minutos a dominar, bom futebol e 2 golos…e ao invés de se procurar mais, entram em modo “que se foda está ganho” começam a fazer erros que nem os iniciados cometem e catrapumba…levam um banho de bola e perdem em casa contra uma equipa que o mais provável é não fazer mais um ponto sequer!
Não o fui com Rui Vitória (ainda hoje é para mais o mais injustiçado da era recente de treinadores), JJ, Schmidt e Lage apologista da chamada “chicotada psicológica” porque raramente ou quase nunca resulta…ou resulta de forma momentânea.
Neste momento também não há margem de manobra, ou acredita que estes resultados são obra do acaso (a história de Lage diz o contrário, quer no Benfica quer no Wolverhampton) sempre que construiu o plantel a coisa piorou…e nem digo que este plantel está mal construído, acho que há até muita matéria prima para se trabalhar…mas…mas…algo está a falhar!
Portanto ou segura e assume, ou arrisca na substituição do treinador!
Nomes…e é opinião pessoal…apesar da carreira parecer em fase descendente, Mourinho percebe mais a dormir que a maioria acordados…o problema é que não evoluiu a forma de jogar para um modelo mais atrativo com uma premissa de futebol mais atraente…é um resultadista…mas tendencialmente por onde passa vence…e nesse aspecto só mesmo no Fenerbache isso não sucedeu…
Outra hipótese é aí sim seria jogar no risco, mas apostando sério…Vasco Botelho da Costa.
Benfiquista, provas dadas e subida a pulso, apanhar agora antes de fazer o trajeto normal que é dar o salto para Braga e depois…depois já o Salvador irá pedir mundos e fundos…
Enfim…não deveria ser por duas partidas…mas é pelo avolumar de mau futebol praticado."

DO CÉU AO INFERNO!


"BENFICA 2 - 3 Karabag

À distância de 6.412 quilómetros - em linha reta! - da Catedral, com o Mauro Xavier, que logo tratou, mesmo no fim do mundo, de arranjar as condições para não perdermos o jogo do Glorioso.
Connosco estão mais uns quantos elementos do staff do hotel, que só não são já sócios porque não tínhamos connosco propostas para os por a assinar.
Chove, troveja, relâmpagos com fartura, transmissão com delay e montes de paragens. Com sorte, muita sorte, vemos o primeiro golo na transmissão em direto, o segundo já não deu, imaginámos como teria sido, só percebemos que foi do inevitável Pavlidis!
Depois a intempérie melhorou, a transmissão retomou, mas deu para perceber que o Qarabag estava a encostar-nos às cordas: um golo, mais uma bola na trave seguida de grande defesa do Trubin. O Qarabag?!? OK, eliminaram o Celtic, estão na fase de liga da Champions, Champions é Champions, mas porra, este é à partida o jogo mais fácil que temos para pontuar.
A segunda parte começa com o dois-dois. Nem quero imaginar o coro de assobios na Luz, com o barulho da chuva a bater no telhado da arrecadação não se ouve nada da transmissão.
Vejo o Benfica cada vez mais sobre brasas, tudo é feito em esforço, nada sai bem, quando as coisas estão mal é sempre assim: ainda levámos o terceiro! Tudo natural e fácil para eles.
Acabou. Do céu ao inferno em menos de 90 minutos. O jogo mais fácil deu em derrota caseira. Depois de um empate em casa para a liga, uma derrota com o Qarabag para a Champions. Pior era impossível.
Não contem comigo para descarregar as frustrações todas sobre o Bruno Lage. O problema é muito mais delicado para que se pense que tudo se resolve com o despedimento do treinador. Se fosse assim era fácil, o mal estava resolvido. Mas não."

O Benfica não conseguiu fazer ouvidos moucos a uma Luz furiosa e sofreu um embaraço contra o Qarabag


"O Benfica estreou-se na Champions com uma derrota (3-2) contra o Qarabag, o adversário mais acessível na fase de liga. Os encarnados começaram a vencer por 2-0, mas o jogo que parecia um prolongamento das pré-eliminatórias acabou por ser um verdadeiro desafio. Os azeris conseguiram a reviravolta com ajuda de um jogador que, há dois anos, foi o melhor marcador do campeonato dos Açores

A Liga dos Campeões é um rodízio de produtos gourmet. Só por mera distração será distribuído algo de qualidade rasteira pelas mesas. Nos moldes atuais, a competição faz uma curadoria exímia do que se vai servir, oferecendo uma degustação dos melhores mantimentos disponíveis no mercado e multiplicando as combinações entre eles.
O Benfica teve direito a uma excelente seleção, mas ia começar pelo Qarabag – com nove jogadores que passaram por Portugal, sobretudo nos escalões secundários –, um dos mais apetecíveis adversários. Na experiência supostamente progressiva, acabará a defrontar o Real Madrid no último dos oito jogos da fase de liga. Os azeris eram um prato guloso e uma das melhores oportunidades para os encarnados encherem a barriga.
O DJ não fez um grande trabalho a suavizar a transição entre uma versão de “Take Me Home, Country Roads”, com rimas forçadas, adaptadas ao Benfica e o sempre pomposo hino da Liga dos Campeões. O choque rítmico afetou o repasto das águias que chegaram a pensar que iam ter um manjar e nem passaram das entradas (3-2).
As afinações de Bruno Lage na posição adiante de Enzo Barrenechea e Richard Ríos desvenda se o ponteiro tático vai indicar uma atitude tímida (Leandro Barreiro) ou extrovertida (Franjo Ivanovic). Sudakov é um meio-termo. A primeira vez na época em que os encarnados usaram as camisolas ligeiramente mais caras por terem o badge da Liga dos Campeões nas mangas ficou associada à estreia do ucraniano como titular.
Bruno Lage tem-se queixado que os novos jogadores têm tão pouco conhecimento uns dos outros e que os mais poliglotas têm que traduzir as indicações para os restantes. Sudakov, embora tenha sido adquirido quando a janela de transferências já estava encostada, aprendeu rápido a falar benfiquês. Magnata das bolas paradas e do último passe, usou esses recursos para assistir nos golos que aos 16 minutos colocaram o Benfica a vencer confortavelmente.
Era difícil não ver o cabelo loiro platinado de Enzo Barrenechea na cobrança do canto. O argentino desviou e nem Elvin Cafarquliyev, a dormir debaixo da barra, serviu para intercetar o cabeceamento. A pureza do segundo serviço de Sudakov foi menos nítida no passe para Pavlidis, que, só por ter sido desajeitado, Kevin Medina, ex-Chaves e Académico Viseu, não cortou.
Imperava uma certa tranquilidade, tanto que causou sonolência. O futebol do Qarabag começou a ter influência dos doutorados em criatividade, Marko Jankovic e Kady Borges (ex-Estoril e Vilafranquense). Sudakov entrou em desespero com a falta de ar causada pela reduzida posse de bola e começou a recuar para tentar dar seguimento à construção a três que Enzo Barrenechea proporcionava. Na ressaca de um livre marcado pouco à frente da linha do meio-campo, Leandro Andrade reduziu para os azeris.
Na Luz, um mal nunca vem só. Começa até a parecer uma má ideia ter aumentado a capacidade do estádio (tem agora 68.100 lugares). Afiados assobios geraram um remoinho de inseguranças. O Qarabag pareceu ter milhares de pessoas a vestirem a sua camisola e a usarem-na em campo.
Nesta sequência de caos, a delicadeza de Kady, apesar de imensa, esbarrou no poste. Assim, o erro de António Silva talvez tenha passado mais despercebido. Iam surgindo as consequências da constante perda de segundas bolas.
Já que em Portugal ninguém deu assim tanto valor ao jogador que, há dois anos, foi melhor marcador do campeonato dos Açores, Camilo Durán foi até ao Azerbaijão ganhar nova vida. A maior marca do avançado colombiano no país quase foi o 2-2.
Independentemente do que viesse a acontecer, o Benfica já não se livrava do embaraço até porque, antes de marcar, Durán (ex-Lusitânia, Estrela Amadora e Portimonense) já tinha protagonizado um perigoso desvio de cabeça e um frente a frente com Trubin.
O Benfica estava a ser incapaz de fazer ouvidos moucos às reprimendas da Luz. Abalados psicologicamente, os comandados de Bruno Lage expuseram-se à humilhação. Mustafazade, um central deslocado para a grande área contrária, viu-lhe ser anulado o golo da reviravolta.
A bravura de Amar Dedic era o único motivo de aplausos. A carência de outras habilidades fez o técnico das águias mexer. Esperou até aos últimos 20 minutos para trocar os alas – Sudakov descaiu para a esquerda e entrou Gianluca Prestianni – e assumiu o 4x4x2, juntando Ivanovic a Pavlidis na frente. Como um veículo que está com o combustível na reserva, Lage teve que recorrer a Leandro Barreiro e Henrique Araújo, a antítese do conceito de armas secretas.
Os gritos que bateram recordes de decibéis pareciam ter sido combinados. O sinal para a revolta? A cambalhota no marcador. Abdellah Zoubir demorou o tempo que quis para passar a bola a Oleksii Kashchuk que fez o 3-2.
Aquilo que parecia vir a ser um prolongamento das pré-eliminatórias, revelou-se um verdadeiro desafio de Liga dos Campeões. As dificuldades mostradas contra o Qarabag não oferecem grande ânimo. Se o Benfica não se impôs contra os azeris, vai-se impor contra quem?"

Trubin: uma mancha negra numa noite escura que nem breu!


"Além do guarda-redes, só Dedic e Schjelderup escaparam a noite patética. Golos de Barrenechea e Pavlidis e passes de Sudakov fizeram os três escapar à mediania

(7) Trubin
Que seria deste Benfica sem um grande guarda-redes? Quase nada. O ucraniano não teve culpa em nenhum dos três golos do Qarabag e fez duas defesas que evitaram que a derrota ganhasse contornos escandalosos. A sorte grande do Benfica teve dois números: 33 e 45. Foram esses os minutos em que o Qarabag esteve muito perto de marcar e Trubin salvou com duas intervenções decisivas. O número 1 ainda viu uma bola bater no poste esquerdo! Quem pensava que teria uma noite tranquila enganou-se. Frente a um adversário de segunda (terceira?) linha europeia, Trubin foi obrigado a estar em alerta máximo. E esteve. Não foi por ele, claramente não foi, que o escândalo caiu no

(6) DedicAtacou como se não houvesse amanhã. Sempre perigoso quando, com a bola nos pés, chegava perto da área adversária. Mas foi sol de pouca dura, porque só durou até perto do intervalo. Apanhado pela avalanche ofensiva do Qarabag, foi desaparecendo pouco a pouco, limitando-se a dois ou três cortes.

(3) António SilvaPéssima saída de bola ao minuto 33, quando a tentou colocar em Barrenechea. Kady Borges antecipou-se, ficou isolado frente à baliza e atirou ao poste. O central teve muita sorte e também o azar de Barrenechea ter sido demasiado passivo a atacar a bola. Não voltou a cometer erros tão graves, mas ficou a anos-luz de outras exibições que já fez esta época.

(4) Otamendi Não está bem. Errou gravemente contra o Santa Clara e, ontem, mesmo sem falhas tão diretas, mostrou que fisicamente não está no ponto. Psicologicamente, também não parece bem. Foi lento e passivo nos três golos do Qarabag, sobretudo no terceiro.

(4) Dahl Ficou à entrada da área no livre que originou o primeiro golo do Qarabag e, quando a bola lá chegou, limitou-se a marcar Leandro Andrade com os olhos. Sofrível a defender, sofrível a atacar e, pelo que se viu no 1-2, sofrível na entreajuda.

(4) RíosGosta de rematar de meia distância, mas remata quase sempre mal. O golo ainda não chegou. Está longe do rendimento que levou o Benfica a contratá-lo ao Palmeiras. Limita-se a rodar a bola, rodar, rodar, rodar…

(4) BarrenecheaBom golo logo ao minuto 6, desviando de cabeça um canto de Sudakov. De resto, longe, muito longe mesmo, do fulgor mostrado nos primeiros jogos. Fisicamente, como a maioria dos companheiros, parece demasiado cansado para ser decisivo.

(3) Aursnes O norueguês não está bem. E já há muito tempo. Bruno Lage continua a mantê-lo como titular, talvez porque os adeptos adoram o 8, mas a verdade é que precisa de descanso: d-e-s-c-a-n-s-o. Saiu apenas a 20 minutos do fim, mas já pedia banco há vários jogos.

(5) Sudakov O 10 foi titular e começou bem, com o canto que resultou no golo de Barrenechea. Esteve também na génese do golo de Pavlidis, quando tentou colocar a bola no grego, mas foram os defesas Medina e Mustafazade que acabaram por oferecer a oportunidade. Tem grande intimidade com a bola e trata-a bem, mas isso não basta. É preciso correr, lutar e defender. Falta perceber se ainda não está no máximo da forma, se a situação na Ucrânia o afeta ou se, simplesmente, é este o seu perfil: excelente com bola, sofrível sem ela.

(6) Schjelderup Só lesão ou cansaço explicam por que saiu ao minuto 70. Não deslumbrava, mas era um dos mais perigosos do Benfica quando Bruno Lage, de forma surpreendente, o substituiu: i-n-c-o-m-p-r-e-e-n-s-í-v-e-l.

(5) PavlidisAproveitou a carambola entre Medina e Mustafazade e fez o 2-0. De resto, pouco ou nada a registar. Saiu aos 79 minutos, quando já devia ter saído antes. Fica o golo numa exibição cinzenta.

(5) Prestianni Irreverente, passou o jogo a tentar encarar os defesas adversários. Mostrou bons pormenores, mas ainda está longe de garantir a titularidade.

(4) IvanovicEntrou com o gás todo, quis muito chegar ao golo, quis muito ajudar, mas nada lhe saiu bem.

(2) Leandro Barreiro Entrou para fazer o que Ríos já não fazia, mas esteve péssimo no lance do 3-2 final, permitindo a Kashchuk marcar sem oposição.

(2) Henrique Araújo - Teve apenas um lance em que poderia ter criado perigo junto a Kochalski, mas falhou, deixando-se antecipar."

Haverá duas palavras para dizer «escândalo»?


"Intranquilidade, desconfiança e pouca agressividade entraram em campo (e na bancada) perto da meia hora de jogo e foram decisivas para um desfecho pouco menos que inimaginável

Se calhar o título é exagerado, ainda por cima sabendo nós que o Português é rico em sinónimos, muitos deles bem certeiros. Há 'assombro', mas isso deve ser o que sentem os rapazes do Azerbaijão depois de terem operado uma reviravolta a todos os títulos imprevisível, sobretudo se pensarmos que veio de uma desvantagem de dois golos para vencer na Luz.
Existem, emprestando conceitos parecidos ao de escândalo e mais adequados à realidade do Benfica desta terça-feira, palavras como 'vergonha', 'ultraje' ou 'infâmia'. Mas na verdade tem de falar-se em 'escândalo', não há duas formas de dizê-lo ou escrevê-lo.
Sem desmerecer o que de bom o Qarabag foi capaz de fazer — ninguém vira de 0-2 para 3-2 sem mérito —, foi escandalosa a forma como o Benfica não soube cumprir o que, antes de começar, já parecia tarefa relativamente simples e pouco depois do quarto de hora de jogo afigurava-se absolutamente resolvida, com dois golos sem resposta perante uma equipa meio entontecida pela grandiosidade da Luz, talvez, e naqueles minutos — diga-se a verdade — pela boa e assertiva entrada dos encarnados.

Quem ajuda quem?
Começou, então, a partida de forma bem favorável ao Benfica. Um golo antes da criação de uma oportunidade (resultou de canto e cabeceamento de Barrenechea ao primeiro poste), facilidade em sair da pressão alta que o Qarabag tentava fazer junto à área adversária e de repente, aos 16 minutos, o 2-0 feito, com um misto de boa ideia e sorte de Sudakov a servir Pavlidis. O ucraniano foi a meia surpresa no onze. Jogou bem na primeira parte e desapareceu na segunda, o que talvez seja normal, está a começar a nova etapa. No lance do segundo golo pensou muito bem, executou assim-assim e os centrais azeris atrapalharam-se o suficiente para deixar Pavlidis na cara do golo.
Os centrais não eram azeris, aliás só dois titulares e mais dois suplentes que entraram no Qarabag eram azeris, pelo que é falacioso pensarmos à partida que se tratava de favas contadas (já agora, por curiosidade, no Benfica houve um português titular e outro a entrar). Mas sim, salta à vista que, em condições normais, esta equipa de jogadores habilidosos e descontraídos não pode chegar para um Benfica à sua imagem.
O que acontece, na Luz, é que se vive sobre brasas sem que se perceba exatamente como elas se atearam. Um empate sofrido em casa no último minuto, por força de um erro individual, não justifica tanta intranquilidade. A verdade é que ela existe. E à meia hora, sem que algo o fizesse prever, o Qarabag ganhou um livre a meio do meio campo, a defesa encarnada dormiu e a vantagem ficou reduzida. Começou aí outro jogo.
Um jogo acompanhado por assobios da bancada, desconfiança total dentro e fora de campo, pouca entreajuda e baixíssima intensidade dos encarnados, face a um adversário que começou a perceber que era capaz. Esteve perto de empatar antes do intervalo, o Benfica pouco ou nada corrigiu e com pouco tempo jogado na segunda parte apareceu o 2-2.
Com muito mais precipitação que discernimento, o Benfica foi atrás do 3-2, mas acabou por sofrê-lo. O estado de espírito dos benfiquistas, dentro e fora de campo, repete-se, só ajudou o Qarabag, a quem no final das contas é impossível dizer que não mereceu esta vitória. Mas que foi um escândalo, lá isso foi."

Esteves: Qarabag...

Daizer: Qarabag...

Terceiro Anel: Qarabag...

Vinte e Um - Como eu vi - Qarabag...

BF: Qarabag...

BI: Rescaldo - Qarabag...

Terceiro Anel: Qarabag...

5 Minutos: Qarabag...