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quarta-feira, 7 de maio de 2025

Fever Pitch - Domingo Desportivo - Objectivo para o Benfica: Ser o Ludogorets!

Mata Mata - Como se Preparam os Craques?

Visão: S06E31 - O Dérbi do Século

O Cantinho Benfiquista #208 - A Hora da Verdade

Falar Benfica #206

Luz, és tu que ganhas este campeonato!


"Andámos meses a temer/concluir/ambicionar (consoante o perfil do adepto) isto, não foi? Que este campeonato se acabaria a decidir no Benfica-Sporting da penúltima jornada. E, após incontáveis emoções, aqui estamos. O dia aproxima-se.
O Sporting chegou a andar com vários pontos de avanço, o Benfica também chegou a ter dois pontos na frente e ainda agora nesta última jornada chegou a pairar pelo ar a perspectiva do Sporting chegar à Luz novamente atrás do Benfica. Mas parece que estava escrito.
Este campeonato tinha de se decidir naquele sábado às 18h da tarde. Alguns mais picuinhas dirão "mas se acabar empatado ou o Benfica só vencer por um golo de diferença, só se decide na última jornada!". Certo. Mas alguém duvida que Benfica ou Sporting desperdiçariam essa oportunidade de ouro na última jornada? Seria altamente improvável.
Sejamos claros: Se o Benfica vence, é campeão. Se o Sporting empata ou vence, é campeão.
Há já quem lhe chame o derby do século. Bom, se considerarmos que este novo século vai na sua segunda década, é possível que seja. O único que se aproxima em importância é o de 2004/2005, que ocorreu em circunstâncias praticamente iguais: se o Benfica vencesse, era praticamente campeão (como o foi), se o Sporting empatasse ou vencesse, saía com o título no bolso.
Todos os adeptos dos dois clubes com mais de 25 anos lembram-se bem da intensidade e nervoseira desse clássico e não faz sentido retirar importância histórica a ele, principalmente para os benfiquistas, que desesperavam por terminar o Vietname e a seca de 11 anos.
Aqui talvez se possa falar que isto pode dar campeão neste jogo e no estádio (ao contrário desse, que ia sempre para a última jornada) e também porque se sente que com um FC Porto na maior crise financeira, desportiva e de valores dos últimos 50 anos, Benfica ou Sporting parecem lançados para poderem pegar na hegemonia do futebol português.
Não é por acaso que os dois clubes de Lisboa já este ano decidem entre eles a Taça da Liga, o Campeonato, a Taça de Portugal e a Supertaça. É possível que nos próximos anos seja igual.
Haverá quem fale com os jogadores do Benfica esta semana, mas eles certamente nunca lerão esta crónica, por isso quero falar com quem lerá, os adeptos do Benfica. Principalmente os que vão ao estádio no sábado:
Meus companheiros. Meus irmãos. Vocês são filhos da águia. São herdeiros do Eusébio. Isto tem de ser nosso. Interiorizem mesmo isto. Isto tem de ser nosso. Isto vai ser nosso. O factor casa não vai ser desperdiçado. A Luz é nossa. Desde o início eles achavam que isto era tudo deles. Tinham o Amorim, tinham o Gyökeres, eram os campeões, começaram com dez vitórias consecutivas, venceram-nos em Alvalade, chegaram a andar com seis e sete pontos de avanço.
O Varandas e o Borges andam há meses a garantir aos seus adeptos que vão ser bicampeões. Andam com aquele sentimento de superioridade que nos irrita ao mesmo tempo que nos dá vontade de rir quando recordamos que andaram décadas sem ganhar nada. Nós começámos mal, saiu o Schmidt, temos as nossas muitas críticas a Rui Costa, até ao Lage ou aos jogadores. É o Benfica de sempre, já estamos habituados. Mas é assim.
Caímos, tropeçamos, mas nunca vacilámos. E quando chegar a tarde de sábado temos de ir para lá com espírito predador. Sem dúvidas. Aquele campo é nosso e vamos fazer isso muito claro a eles. Este terreno sagrado é nosso.
Nem vou à inquestionável superioridade histórica que temos em relação ao nosso rival, nem à metade nos chegam nos títulos, mas basta pensar neste ano. Demos 4-0 ao Atlético Madrid, 4-1 ao FC Porto, fomos a Turim vencer a Juventus por 2-0, chegamos a estar a dar 3-1 e 4-2 ao super Barcelona deste ano, esmagámos novamente o FC Porto no Dragão com outro 4-1.
Vencemos a Taça da Liga a este mesmo Sporting. Já eles tanta fanfarronice e ainda não ganharam nada. Perderam a Supertaça depois de estar a vencer 3-0, fizeram mais um ano mediano na Europa, como habitualmente, e tantos pontos de avanço tiveram e afinal chegam à Luz a poderem perder isto para nós. Têm uma boa equipa, muitos bons jogadores, a claque deles também os vai apoiar muito e, acima de tudo, têm uma besta na frente? Um jogador de classe mundial, o melhor do campeonato? Sim, têm. Temos de ter noção disso. É super difícil pará-lo.
Mas temos de confiar no António Silva, no Otamendi e no Trubin. E sempre que tiver a bola é assobiá-lo tanto, que o havemos de desconcentrar. Aliás, eles todos! É assobiar de forma gigantesca sempre que tiverem a bola. Quem se lembra daquele 2-1 ao Manchester United em 2005 (quando nós tinhamos o Beto e eles o Cristiano Ronaldo), sabe que esse jogo foi ganho porque passámos o jogo todo a assobiar os ingleses sempre que tinham a bola e a frustração que isso lhes deu.
Eles falaram disso no final do jogo! O Ferguson falou nisso!
Portanto. Quando eles têm a bola, é assobiar. Quando nós a temos é cantar. Olhemos para os No Name e para os Diabos e todos os cânticos que eles começarem, nós vamos atrás. Nós sabemos as letras praticamente todas. Eles começam e o estádio inteiro pega no cântico. E se eles estiverem calados ou não concordarmos com aquele cântico naquele momento, tomamos nós a iniciativa. Nem que seja o "SLB Glorioso SLB" ou o "Amo o Benfica".
Cânticos simples, mas que alastram ao estádio inteiro. E saltamos, batemos palmas, batemos com os pés, incentivamos, pressionamos o árbitro, caraças, tudo menos ficar parado. Tem de ser um ambiente diferente de todos os outros jogos. Daqueles que daqui a muitos anos ainda estamos a falar numa esplanada às 2h da manhã, com várias cervejas em cima, aos amigos.
«Pá, e o ambiente no estádio naquele Benfica-Sporting de 2025? Ainda me arrepio a pensar nisso!». Vai ser como foi aquele 3-1 ao FC Porto do André Gomes, aquele segundo golo ao Portimonense no 5-1 em 18/19 ou aquele 3-1 ao Fenerbahçe sob as asas do Cardozo. Como o estádio teve nesses momentos, mas ainda mais. Ainda mais! Muito mais!
Temos de ir todos vestidos de vermelho. E levar cachecóis e bandeiras. Temos de ter uma multidão na saída do autocarro do Seixal. Carros e motas a acompanhar o autocarro até à chegada à Luz e quando chegar à rotunda Cosme Damião... essa rotunda tem de estar a abarrotar!
Se os sportinguistas podem fazer isso, porque não podemos nós? Se todos os clubes do mundo podem fazer isso, porque não podemos nós? Nós merecemos poder receber a nossa equipa em comunhão, em apoio, em carinho, am amor. Deixem o povo abraçar aqueles jogadores! E façamos a festa nas roulotes e nas imediações do estádio, como habitual, mas desta vez entremos um bocado mais cedo no estádio.
Quando o Sporting entrar para os exercícios de aquecimento, já tem de levar um bafo da águia que os preocupa um pouco. E quando chegar a entrada das equipas...um estrondo digno dos 120.000 no antigo Inferno da Luz. Coreografia, cachecóis, bandeiras, pirotecnia, um barulho gigantesco. Tem de passar pela cabeça dos jogadores do Sporting que eh lá, isto está diferente, eles querem mesmo ser campeões, vai ser muito difícil sair daqui com o que quer que seja. Pode nada disto acontecer?
Pode. Podemos levar com um balde de água fria? Pode. Pode cair para o lado deles? Pode. Podem os nossos jogadores desiludir-nos? Pode. Mas agora temos que mergulhar de cabeça nesta mentalidade. Agora é ir com tudo.
Não há espaço para hesitações nem proteções mentais de "vou-me poupar um pouco, para depois não doer tanto". Vai doer igual, camarada. Esquece isso. Por isso, se vais à Luz neste sábado às 18 horas, vai com tudo. O momento chegou. O momento histórico chegou. Vais estar anos e anos a falar disto. Por isso, vamos acreditar. Às 20h horas do dia 10 de Maio de 2025 o nosso Benfica há-de estar campeão. Há-de estar com o seu 39º campeonato. A Luz em festa, o Marquês em festa, o país em festa, o clube do povo em festa. Se não for já no próprio dia, que seja na semana seguinte.
Eles têm vantagem porque lhes basta o empate? Não, nós é que temos a vantagem toda, porque jogamos em casa."

No Princípio Era a Bola: O Benfica-Sporting será muito mais do que um duelo tático: será também um jogo de tranquilidade e intranquilidade. O que esperar do dérbi?

Segunda Bola...


3x4x3


Sábado é o dia B


"«Quero o Manto Sagrado a entrar com vocês, e assustá-los!»
Lembro-me muitas vezes destas palavras gritadas a plenos pulmões por Vítor Paneira num evento que juntou algumas centenas de sócios do Benfica na noite de 27 de outubro de 2020. O contexto era outro e não é para aqui chamado, mas o que fica desses 4 minutos e 26 segundos disponíveis no YouTube é uma magnífica síntese daquilo que acontece quando um jogador do Benfica sente como nós, de como é possível ter dentro de campo homens que compreendem a missão.
Ainda não encontraram nem vão encontrar melhor palavra para descrever esta manifestação de espírito e de vontade. Mística. Jogadores como Paneira e muitos outros ao longo da história do Benfica souberam garantir o seu lugar na história. Fizeram-no com os olhos na bola e o coração na bancada. Concretizaram o desejo de quem os observava: na atitude, na ambição, nos comportamentos e no estilo. Vulgares mortais como eu poderão não escolher as mesmas palavras para a descrever, mas todos a reconhecemos quando acontece diante de nós.
A verdadeira mística do Benfica resulta de uma simbiose irreplicável entre jogadores e adeptos, que tanto pode ser forjada numa daquelas circunstâncias em que o destino nos parece fintar, como em longos períodos de hegemonia que pautaram a história do clube. Em segundos, ou ao longo de anos, os intérpretes da mística, no campo e fora deste, determinaram a identidade do maior clube de Portugal e um dos maiores do mundo. O mundo foi mudando, mas o respeito pelo Benfica permaneceu. A poucos dias de um dos jogos mais importantes dos últimos anos, o desejo de ver a mística cá fora e lá dentro representa também uma exigência. É tempo de ambicionar mais do que têm sido estes últimos anos. O Benfica não pode ver-se arredado mais uma vez da Liga.
A mística pode e deve acontecer em qualquer jogo e em qualquer estádio, mas há momentos que todos vivemos na ânsia de os podermos mais tarde recordar. O próximo sábado na Luz será um desses dias. Não quero ser demasiado romântico em relação ao tema e acho que falo pela esmagadora maioria dos benfiquistas se afirmar que preferia ter sido declarado campeão em março com mais de 20 pontos de avanço, a passear o melhor futebol por todos os relvados.
Sei que ninguém celebraria menos por isso. Acontece que este não foi um desses anos e, aqui chegados, não consigo imaginar melhor momento de definição. Colocando de parte a ansiedade, munidos de uma vontade visceral de vencer, espero ainda assim que os jogadores e a equipa técnica encarem este momento com a alegria e o entusiasmo próprios de quem sabe exatamente aquilo que está em jogo.
No sábado, uma equipa que já demonstrou provas inequívocas da sua qualidade, uma equipa recheada de gente experiente e habituada à dureza adversária e à vontade que rema contra si, será confrontada com a oportunidade de entrar na história de um dos maiores clubes do mundo, e o mais bonito de todos.
Ao longo dos próximos dias, será natural que muita da antecipação tenha como principal objetivo promover aquele que será o evento mais visto do ano em Portugal.
Nem sempre faço caso disso, mas desta vez cumpre alertar para as distrações. Serão feitas análises exaustivas a tudo o que se passou até agora, dos pontos conquistados aos pénaltis mal assinalados. Falarão de verdade desportiva como se esta fosse absoluta. Serão recuperadas conferências de imprensa em que não sei quem disse não sei o quê, na esperança de mais um nabo sacado da púcara. Serão feitos levantamentos estatísticos destinados a toldar ou a aguçar o otimismo, consoante a cor do clube. Serão partilhadas muitas — demasiadas — informações sobre tudo o que se está a passar e tanta ou mais desinformação sobre aquilo que não se está a passar. Haverá um rodízio de especulação sobre tudo o que não interessa agora, designadamente aquilo que vem depois.
Perante o espectáculo inevitável mas também compreensível, já fiz uma promessa a mim mesmo, que até lá terei de trabalhar, levar miúdos à escola, alimentar-me, dormir um bocadinho, e fazer um sem número de coisas que me parecem estorvos ao único desígnio aceitável. Farei um hiato de alguns dias. Conto regressar na tarde de sábado, assim que for anunciado o onze inicial, indiferente ao ruído, com a convicção que já tinha: a equipa do Benfica, os adeptos e os deuses reunirão todas as condições para dar aos benfiquistas, custe o que custar, a alegria pela qual anseiam.
Espero que esta vontade se manifeste desde o primeiro segundo em que tudo conta, como explicado ao longo dos anos por inúmeros adversários do Benfica quando falam do som ensurdecedor que os impressiona ainda no túnel, o mesmo som que, cá fora, os impede de comunicar com os colegas no relvado. Deve ser este o mote.
Tudo o que o adversário entende que sabe fazer, dentro ou fora de campo, deve ser tornado extraordinariamente difícil por cada um de nós. Terão que passar 90 minutos mais a compensação no local mais adverso do planeta. Não pode haver bola que não seja disputada por 60 mil. Os jogadores sabem com o que podem contar. Quanto a nós, adeptos, só podemos esperar uma coisa: uma equipa feliz por estar cara a cara com a história, decidida em viver aquele momento da melhor — com talento, abnegação e uma vontade obsessiva de vencer.
Sábado é o dia B. Como diz o Paneira, é dia de os assustar do primeiro ao último minuto. Basta que sejamos, mais uma vez, o Sport Lisboa e Benfica."

O dérbi também é feito de 'mind games'


"Aspeto mental será decisivo no dérbi; do impacto da reviravolta em Alvalade à mensagens de confiança que podem servir de combustível ao rival. Este é um jogo para vender ao mundo inteiro

Decorridos 10 meses de competição já não há segredos de parte a parte: Otamendi e António Silva conhecem todos os movimentos do fenómeno Gyokeres, Florentino sabe que terrenos pisa Hjulmand, Debast e Morita já decoraram a maneira de jogar de Aursnes e Kokçu, Gonçalo Inácio e Diomande têm perfeita noção dos ângulos mortos onde Pavlidis gosta de se meter para marcar golos decisivos. Mais do que nunca, este dérbi vai decidir-se pela capacidade mental de cada uma das individualidades e também pela forma como cada treinador vai gerir as expectativas do plantel nos dias que antecedem o grande jogo.
É impossível afirmar quem estará mais forte nesse capítulo. Por um lado, as águias têm a grande vantagem de jogar em casa e o jogo da época passada mostrou que a Luz tem o poder de virar um dérbi para a equipa mais fraca (um Benfica de Roger Schmidt já em fase decrescente capaz de uma reviravolta no tempo de compensação diante de um Sporting superior de Ruben Amorim); por outro o leão tem a seu favor o facto de poder jogar com dois resultados para depender apenas de si para ser bicampeão (o empate serve-lhe para depois ganhar em casa ao V. Guimarães de onde saiu... Rui Borges).
Ninguém, em bom rigor, consegue dizer qual das situações é a melhor, ainda que seja fácil cair na tentação de imaginar um leão mais confiante depois da incrível reviravolta frente ao Gil Vicente. É verdade que ambas as equipas venceram os seus jogos por 2-1, mas é diferente, do ponto de vista anímico, virar um resultado indo ao fundo da alma ou ter ficado perto de ceder um empate no Estoril depois de estar a ganhar por 2-0, no segundo jogo consecutivo em que Trubin foi salvador.
É possível perspetivar um moral elevado com a energia, alegria e celebração do Sporting após o golo de Eduardo Quaresma, mas também será fácil imaginar como o Benfica vai capitalizar imagens e mensagens do rival como combustível, seja a tarja dos adeptos a pedir para apagar a luz ou ver Conrad Harder a exibir um cachecol com a frase Sporting campeão bem alto.
A tática e a estratégia serão importantes, como em qualquer jogo, mas estes pequenos jogos mentais poderão representar um papel decisivo antes e durante a partida. Saber quem respira mais saúde é a pergunta do milhão de euros e é por este motivo que este não deve ser um dérbi só para português ver, mas para o mundo inteiro. Saibam todos vendê-lo como produto premium."

Está tudo a pensar no mesmo…Benfica vs Sporting


"Amigos picam-se em conversas no WhatsApp, fazem-se prognósticos e definem-se estratégias. É tempo dos treinadores de bancada darem largas à sua imaginação e dos mais fieis adeptos começarem a contar os minutos que os separam do duelo final.

E não são as eleições Legislativas! No fim de semana que passou o Benfica e o Sporting, com menor ou maior dificuldade superaram os seus adversários deixando tudo empatado para a próxima jornada, a 33.ª e penúltima do campeonato. O clube verde e branco será logo ali, campeão no estádio do maior rival, se ganhar o jogo, já os encarnados festejarão no Marquês se vencerem por dois ou mais golos de diferença. Caso persista um teimoso empate tudo ficará então para a última ronda. Será por isso um derby de Lisboa como há muito não se via, com todos os condimentos para um espetáculo memorável e que deixa por estes dias a capital portuguesa em autentica polvorosa. A última vez que tal aconteceu faz-nos viajar para o longínquo ano de 2005, logo a seguir ao Europeu de futebol em terras lusitanas, num Estádio da Luz acabadinho de estrear. Corria o minuto 83 quando o central Luisão saltou mais alto que o guarda redes Ricardo antecipando-se ao mesmo e dando a vitória aos da casa. E eu estava lá, com o meu pai, companheiro de sempre nos jogos caseiros. Muito se disse e contou sobre esse lance que ainda hoje continua a ser discutido ainda hoje com a efervescência clubística a não dar espaço para consensos. Mal seria se assim fosse!
Voltemos a esta semana. Nos cafés, nos bairros, na rua ou nos restaurantes não se fala de outra coisa. E se no final do jogo alguém ficará mais triste e desiludido, estes são dias de enorme ilusão para ambos os lados. Amigos picam-se em conversas no WhatsApp, fazem-se prognósticos e definem-se estratégias. É tempo dos treinadores de bancada darem largas à sua imaginação e dos mais fieis adeptos começarem a contar os minutos que os separam do duelo final. Combinam-se pontos de encontro, horários para a ida ao estádio, fazem-se apelos para o apoio às equipas à saída dos seus Centros de Estágio, seja no topo dos viadutos à estrada que os levará até ao jogo. Quem não arranjou bilhete começa a fazer contas ao dinheiro para subscrever a Benfica TV por um mês. Marcam-se restaurantes entre adeptos, juntam-se famílias e companheiros de uma vida alguns separados pelas cores que apoiam. É a corrida ao carvão para os churrascos e às minis que têm o seu espaço reservado nas arcas de Norte a Sul do país. Inventam-se desculpas para compromissos previamente assumidos, adiam-se eventos e todos procuram o melhor espaço para vibrarem com a melhor vista possível. Serão pois com toda a certeza 90 minutos de nervos, de pulos e saltos, de alegria e frustração e quer-se um sítio especial com a certeza de que no final a vitória irá sorrir.
No que a mim me diz respeito, já cancelei toda a agenda de sábado. Não estou para ninguém ou melhor estou para eles, só para os 11 jogadores que Bruno Lage irá escolher. Espero ir bem cedo, inusualmente cedo para o estádio e assistir bem de perto a toda a festa que antecederá o jogo. Beber umas cervejas com o meu pai e amigos, encontrar outros que não vejo há muito e brindar com alguns que provavelmente nunca mais irei ver. Faço um apelo para que a polícia permita que os adeptos possam mostrar o seu apoio à chegada da equipa, junto à rotunda Cosme Damião. É a festa do futebol no seu maior esplendor. Desejo sobretudo que os adeptos de ambas as equipas se saibam comportar e estar à altura de um enorme espetáculo mas também que os árbitros não estraguem momento tão importante. Para bem de todos.
No mais quero um Benfica a ser Benfica! Dono e senhor de um jogo em casa. Irmos para cima deles sem medos ou desconfianças. Acreditar no nosso potencial e cravar com unhas de águia os 3 pontos no relvado. Que saibamos ser melhores, mais astutos, criativos e lutadores e que no fim a vitória nos sorria. A enorme massa associativa bem o merece, merece tudo. Que a Luz volte a ser um verdadeiro inferno que intimida os adversários e os deixa trémulos e que os nossos meninos saibam encarnar a memória de tantos que por ali passaram e nos encheram de orgulho. Que a mística benfiquista lhes corra nas veias e no suor, cheios de alma e com uma chama imensa. Que dos sonhos se faça uma vez mais história, rumo ao 39!

P.S. Acima de qualquer amor ao clube está o respeito pelos outros e a segurança dos que nos são próximos. Apoiem ao máximo mas comportem-se. É só um jogo, por muito que seja o jogo dos jogos!"

"Alea jacta est"


"Ou “o dado foi lançado”, frase tantas vezes citada e atribuída ao imperador romano Júlio César, parece definir bem o “estado da arte” no campeonato português. Chegado aqui, empatado na classificação a duas jornadas do fim, o Benfica terá de vencer o seu rival e para tanto precisa de mostrar a consistência, o foco e o talento que revelou nos jogos ditos “grandes” e que lhe falhou noutros não tão grandes como no sábado, no Estoril, onde, depois de uma primeira parte dominadora e eficaz, “adormeceu” por volta da hora de jogo e, como em tantas outras vezes nesta época, deu “sorte ao azar”, arriscando-se a ir para a decisão na depressão de um empate inesperado.
Agora é esperar que no próximo sábado a defesa mostre a maturidade de Otamendi e a irreverência de Carreras, o meio-campo a consistência de Aursnes e o talento do Kokçu e o ataque a eficácia de Pavlidis ou o génio de Di María para podermos sonhar com o título numa época difícil, com altos e baixos, momentos mágicos, mas também outros de pôr os nervos em franja a qualquer adepto, numa equipa que às vezes parece gostar de sofrer para ganhar.
Numa Luz que estará a fervilhar, vencerá quem melhor souber lidar com a pressão e com as incidências do jogo e, por isso, aos adeptos pede-se apoio, mas também paciência, pois mais do que um dia de cada vez, que Lage tanto gosta de citar e está escrito na cabeça do capitão, este é um daqueles dias que não tem outra vez e onde só um Benfica ao nível do melhor da época poderá aspirar a ser feliz. Vamos a isso!"

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Quem vai ficar na primeira liga?

SportTV - Titulares - Será o jogo do título?

Jogo Pelo Jogo - S02E39 - Padrasto lança Benfica x Sporting

Pre-Bet Show #135 - Antevisão Ao Dérbi Eterno 🦅x🦁

1 Minuto


- Minuto...

Não fossem as ajudas dos últimos jogos, e o Sporting iria à Luz com 7 pontos de atraso!

Zero: 5x4 - S05E31 - Lisboa chora antes do grande dérbi

Zero: Senhoras - S05E28 - Do Oeste ao Dragão: histórico Torreense, luta na segunda, ascensão do FC Porto

DAZN: Partidazo - EL Clásico: Tudo sobre o jogo do ano!

ESPN: Futebol no Mundo #448 - Harry Kane enfim campeão, City e Chelsea mais perto da Champions

O rubro das vestes...


"1. Dizem-nos que o Campeonato está ao rubro, e está. Concluída a 31.ª jornada da longuíssima competição que arrancou em agosto, não há maneira mais concreta de resumir o que se passa no topo da tabela do que este dito e redito que nos surge amplamente em vigor: o Campeonato está ao rubro. Como poderia não estar ao rubro se o Benfica goleou o AVS por meia dúzia de golos ao fim ad tarde, e o Sporting goleou o Boavista por uma mão cheia ao princípio da noite?

2. O Benfica saiu desta jornada melhor do que saiu da jornada anterior porque os 6-0 permitiram-lhe recuperar 1 tempo de desvantagem na diferença de golos após 21 rondas. É um pormenor que poderá vir a ser importante, muitíssimo importante, dando-se o caso de as duas equipas terminarem a prova com o mesmo número de pontos. Faltam-nos 3 jornadas, 270 minutos, para somar os pontos possíveis, que são 9, e para marcar os golos que forem necessários para o título. É a isto que chamam um Campeonato ao rubro?

3. Com certeza que é. Mas vamos procurar saber junto de quem sabe o que é isso do 'ao rubro'... Procuremos a definição de 'rubro' no sempre maravilhoso e eternamente confiável Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Ei-la 'Vermelho muito vivo. Da cor do sangue. Incendiado. Exagerado, apaixonado nas opiniões e preferências. A cor rubra. Exemplo. Na festa, e rubro das vestes era a nota dominante',

4. Vamos lá, então, levar este 'Campeonato ao rubro' até ao meu rubro. Incendiado, excitado, apaixonado, como vem descrito na dicionário. Uma discussão como a que estamos a assistir, um duelo deste gabarito na luta pelo título, tem produzido turbilhões de emoções, alterações de estados de espírito, juras e promessas, enfim, tudo.

5. O que se passou entre as 6 da tarde e as 8 da noite na Luz no domingo passado foi muito bonito de se ver. Foi mais do que isso, foi empolgante. Uma equipa e dezenas de milhares de adeptos, todos a puxarem para o mesmo lado. Resultou em cheio. Que no próximo jogo na Luz se repita esta receita infalível.

6. Mas, antes do próximo jogo em casa, há ainda a 32.ª jornada, que nos leva até ao Estoril neste sábado. Não é ocasião nem é adversário que façam sonhar com facilidades. Sabemos também que não faltará ao Benfica a sua gente de vermelho muito vivo, a sua gente apaixonada a apaoiá-lo como se não houvesse amanhã.

7. Há muitas e diversas opiniões sobre Lage. Quando o Benfica ganha, as opiniões melhoram, quando o Benfica não ganha, as opiniões pioram. É o normal. Mas reconheçam-lhe que tudo tem feito para manter os jogadores ao rubro neste final da corrida."

Leonor Pinhão, in O Benfica

Muitos pontos, muito vento, muitas conquistas


"Em 1958, o Benfica conquistou a Taça Fernando Amado, prova de Atletismo que utilizava um modo de pontuação singular

Instituída pela Associação de Atletismo de Lisboa em 1957, a Taça Fernando Amado, visou homenagear um importante ator, encenador e dramaturgo de cena teatral portuguesa no século XX. Além da arte literária, os seus interesses abrangiam também a política, a filosofia e o desporto, chegando a ser sócio do Benfica entre Maio e Outubro de 1917. Encontrando-se em Paris em 1924, Fernando Amado (1899-1968) assistiu aos Jogos Olímpicos e notou lacunas no sistema pontual do atletismo. Assim, desenvolveu a 'tabela racional de classificação das marcas atléticas', que atribui pontos aos atletas após o alcance de maras específicas nas provas de saltos, lançamentos ou corridas, fazendo-as equivaler-se apesar das diferenças de mediação.
Reconhecido internacionalmente, este modelo 'provoca nos atletas um estímulo', pois 'o adversário não conta' e apenas se corre contra o cronómetro ou a fira métrica para se atingir uma boa pontuação.
A segunda edição da Taça Fernando Amado decorreu em 2 e 3 de Agosto de 1958, no Estádio do Restelo. Realizado durante o verão, o torneio permitia a continuidade da prática num tempo em que o treino não era tão intensivo como aconteceria décadas depois.
As condições não foram favoráveis. Um vento fortíssimo 'rijo e frio', somado à organização 'arrastada' que demorava tempo a agrupar atletas e a executar as provas, levou a que muitos dos poucos que se predispuseram a ir ao Restelo assistir abandonassem as bancadas. Apesar disso, os atletas deram o seu melhor. Em 20 provas, foram apenas 3 os pódios que o Benfica não integrou. Entre os pódios alcançados por 24 atletas encarnados, 6 contaram com um 1.º lugar do Benfica. António Faria bisou nos 100m e nos 200m, Feliciano Marques brilhou nos 3000m obstáculos, Camura Imboá, nos 110m barreiras, Eduardo Albuquerque, no lançamento ficou a 3cm do seu recorde nacional e que lhe valeu 897 pontos, o maior resultado do torneio, e também se destacou Tomás Paquete, que integrou a estafeta de 4x100m que fez 1.º lugar.
Aos 35 anos, o atleta guineense foi 2.º nos 100m, e no fim do mês haveria de ter a sua festa de despedida. No final, o Benfica averbou 1689 pontos, contra 1472 do Sporting, e Tomás Paquete pôde receber o troféu diretamente das mãos do homenageado.
A Taça Fernando Amado perdurou até aos primeiros anos do século XXI. Ao longo de quase meio século, o Benfica agremiou mais de 30 troféus, entre masculinos e femininos, números que se juntam a outros títulos da modalidade que figuram na área 3 - Orgulho Eclético, que pode conhecer no Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

Uma equipa, uma família


"Um conjunto de jogadores não faz uma equipa. Pode fazê-lo no dicionário, mas não na vida real. No dia a dia de um plantel profissional de futebol, a velha máxima de a soma das partes ser maior do que o todo continua a fazer sentido. E se há equipa que, nesta temporada, o tem demonstrado, é a do Sport Lisboa e Benfica.
Bruno Lage e a sua equipa técnica pegaram num grupo destroçado e perdido, à mercê de maus resultados e exibições tristonhas, e transformaram-no numa família. E estão lá todos representados: os mais velhos e sábios, os miúdos com sangue na guelra, os primos que vieram de visita para acrescentar, as duplas que se conhecem há anos e os tios 'malucos', aqueles criativos que têm piadas na ponta da língua, como se fossem fintas. E momentos de ternura que se vestem de assistências e golos.
Neste Glorioso, a solidariedade é real. Jogue quem jogue, fique de fora quem ficar, quem é chamado para fazer o jantar sabe ao que vai. No fim, todos têm de estar saciados, mas, se o petisco estiver saboroso, arranca ainda mais aplausos. Ou (até agora) 130 golos nas várias competições são a demonstração de que estamos perante uma verdadeira equipa - todos marcam, todos assistem, todos defendem, todos atacam e todos sobre para, no final, todos se sentarem felizes à mesa.
No fundo, o que esta equipa tem trazido para o campo são os valores do Clube. O lema é claro, e este conjunto de homens tem dado a resposta necessária em campo - De muitos, um. E esse só pode ser o Sport Lisboa e Benfica. Jogo a jogo, minuto a minuto, até ao 39. E mais além."

Ricardo Santos, in O Benfica

Pontapé de saída


"Hoje dei o pontapé de saída de um jogo muito especial! Nunca tinha visto ao vivo uma partida de futebol entre jogadores amputados, por isso, quando, no protocolo inicial, as equipas alinharam para a fotografia e os jogadores desfilaram entre si para os cumprimentos da praxe, pode compreender empaticamente as dificuldades que têm de superar para poderem jogar futebol.
São enormes e fazem destes jovens superatletas, porque o nível de preparação física que têm de atingir e manter é de extrema exigência e dificuldade máxima. Tudo trabalha à força de braços, e a massa muscular sobressai na sua competição física, mas, se resolve o problema da força necessária para um movimento proficiente no jogo, também exige ainda mais força porque o peso do atleta também aumenta na maioria dos casos. Mas também a natureza e a rigidez das próteses colocam imensos desafios num jogo em que se exigem simulações e mudanças de posição em velocidade. Se pensarmos bem, é verdadeiramente admirável o nível de superação a que se entregam, dando tudo em campo para arrancar um golo contra todas as possibilidades.
É isto mesmo que resume o poder do futebol. Por um lado, a atração incontornável que o jogo exerce sobre todos nós e, por outro, a capacidade de entrega e superação humana. Foi isto que nos trouxe a Nyon, bem no centro do futebol europeu, a convite da Fottball Is More e da UEFA Foundation para apresentar o trabalho da Fundação Benfica, porque é isto mesmo que a grandeza do Benfica permite e que a nossa Fundação faz com reconhecido sucesso!"

Jorge Miranda, in O Benfica