Últimas indefectivações

domingo, 12 de novembro de 2017

Suada...

Benfica 4 - 3 Rio Ave

Mais um jogo com um nível eficácia muito baixo... contra um adversário super-eficaz e com alguma sorte nos ressaltos...!!!
A equipa tem vindo a melhorar, hoje não foi um dos melhores jogos, mas o resultado justo teria sido um 8-1 !!!

Se aquele penalty sobre o Deives no final da 1.ª parte, não foi marcado, então nenhum será alguma vez marcado!!!!

Eles cospem na sopa que comem

"O show de pornografia moral no futebol português continua. Nada os detém. Nem mesmo o respeito pela saudável tentativa da FPF de dizer ao país que o futebol pode ser crescido e responsável, ter valores, importar-se com o que de mau acontece aos portugueses e criar condições para ajudar.
É justo dizer que treinadores, jogadores e árbitros têm sabido estar fora deste palco onde se multiplicam cenas do absurdo, com os responsáveis maiores pela gestão do negócio a cuspirem na sopa que comem.
Estes últimos dias, em Portugal, têm sido deprimentes para quem gosta de futebol. Entre Viseu e Leiria, momentos de excepção, apenas e só enxovalhos.
Apesar de tudo, admitamos, diferenças. Há os que picam e espetam alfinetes e os que martelam pregos.
Dito de forma clara, porque, em momentos como este, é preciso não deixar de dizer o que se pensa: Vieira e Pinto da Costa mantêm um registo de provocações clássicas, desafiam, embaraçam, deixam suspeições por concretizar, mas que são facilmente captadas por quem não pode deixar de pisar estes caminhos de lama. Entretanto, talvez com medo de já ninguém o escutar, nem ler, Bruno de Carvalho ultrapassa todos os limites imaginários para um presidente de um grande clube de futebol. Justifica-se dizendo que não lhe importa a forma e, por isso, acha-se, no direito de dizer que o dirigente aposicionista do seu clube deve ir para «o raio que o parta».
Chegámos aqui. Pensa o leitor que já não é possível descer mais baixo? Engana-se. Espere pelas cenas dos próximos capítulos..."

Vítor Serpa, in A Bola

PS: O facto do Serpa ter separado as alarvices do Babalu do resto, já não é mau... Mas, infelizmente 'esqueceu-se' ou resolveu ignorar, que o Pintinho está 'escondido',mas é o principal responsável pela vergonhosa campanha dos e-mails e afins...
E já agora, aquilo que o Presidente do Benfica, afirmou na recente entrevista, não tem nada de 'clássico', aquilo que foi dito, descrevendo várias situações graves no Tugão, não é nada comum... e se o Serpa não ficou 'surpreendido', é porque a maior parte delas já sabia, porque os jornaleiros sabem quase tudo o que se vai passando, mas depois não tem a 'coragem' de denunciar... ficam-se pelas conversas de café, mas assumiram a luta pela limpeza do Tugão, dá muito trabalho e até lhes pode custar o 'tacho'!!!

Ainda vamos a tempo?

"Há demasiada gente a tentar que o futebol regresse ao passado. Devemos, portanto, elogiar quem rema em sentido contrário.

Os jogos da Selecção Nacional assumem-se, por estes dias, como um oásis no deserto em que se está a transformar o futebol português. A iniciativa solidária da FPF provou, mais uma vez, que ainda temos salvação (mesmo que a esperança seja ténue), que o futebol ainda pode servir como ponto de união e não de divisão. É triste perceber que em pleno século XXI, numa altura em que a classe dirigente devia estar já numa fase de evolução bem mais desenvolvida, haja (mesmo quem seja mais novo) quem prefira o perigoso caminho do regresso ao passado, à estratégia da terra queimada, à ideia de que só berrando mais alto que os outros se pode, de facto, ser melhor do que os outros. E ainda é mais triste perceber que essa mensagem chega, sem filtros, aos adeptos, que a engolem como se ali estivesse, sempre, a verdade absoluta. Mesmo que estejam a ler, ver ou ouvir a maior das idiotices.
Já reparou, estimado leitor, que sempre que alguém apela à paz o clima piora? Porquê? Porque aos três grandes - nesse aspecto têm razão os pequenos e médios clubes (são eles que alimentam quase sempre o clima de guerra), mesmo que depois, nos locais próprios, lhes de dediquem uma vassalagem incompreensível - paz é coisa que não interessa. Porque enquanto o seu exército de soldados - os adeptos, a quem, por muito que digam o contrário, não passam cartão - estiveram entretidos a discutir e-mails, tweets, posts e afins não concentram as suas atenções no essencial, que tem sempre tendência para espreitar quando não se ganha. É, no fundo, uma táctica de guerrilha, que visa distrair não só os adversários mas também os aliados. E se pelo meio se puder pressionar, pelo medo, árbitros e instituições (de preferência os primeiros) melhor. E assim vamos todos caminhado, fingindo que estamos apenas e só a falar de futebol. Não estamos. Mas devíamos. Haja, portanto, alguém que não se limite a encolher os ombros e tente fazer alguma coisa para que não regressemos a um passado que não nos deixa saudade. Não sei se ainda vamos a tempo, mas vale a pena tentar.

José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol, quis deixar, na entrevista que concedeu a A Bola, uma mensagem clara: podem tentar - e os três grandes, embora com estratégias diferentes, tentam-no quase todos os dias, seja através de pressão em programas no Twitter ou no Facebook ou através de entrevistas em que se pergunta porque se nomeiam ou não nomeiam árbitros - mas o CA não se deixa influenciar nas nomeações. Talvez muitos preferissem que Fontelas Gomes ligasse antes aos árbitros a perguntar que jogos queiram apitar, em seguida telefonasse aos presidentes dos clubes a perguntar que árbitro queriam para os seus jogos e só depois decidisse as nomeações. Que as coisas voltassem, no fundo, ao passado. O actual presidente do Conselho de Arbitragem prefere, pelos vistos, pensar pela sua cabeça. Decide sempre bem? Talvez não. Mas pelo menos é ele que decide. E isso chega.

O Belenenses chegou, talvez, ao seu ponto sem retorno. No fim do mês os sócios terão de escolher um de dois caminhos: manter o clube numa SAD em que muitos não se reveem, ou dar o salto no escuro - e uns passo atrás -, criando uma equipa sénior em que possam efectivamente mandar mas que terá de competir, no cenário mais optimista, no Campeonato de Portugal. Não é, percebe-se, uma decisão fácil. E já se percebeu que, aconteça o que acontecer, o que sair da Assembleia Geral do próximo dia 28 não será unânime. Desengane-se, pois, quem pensa que dela sairá um Belenenses mais unido. As divisões, até entre sócios, são já demasiado profundas para isso.

Lapidar
«Quando vejo aquele ego desmedido, o ser ordinário para algumas pessoas (...), enquadro-o no perfil de um sociopata»
Paulo Pereira Cristóvão, ex-'vice' do Sporting

«Em Inglaterra quase que se pode espetar uma faca nas costas do avançado que o árbitro deixa jogar. Os ingleses levam porrada, levantam-se e continuam a correr»
Roderick, jogador do Wolverhampton
(...)"

Ricardo Quaresma, in A Bola

PS: Mais uma o cronista demonstra cobardia...!!! Podia ter feito uma crónica 'justa', bastava 'separar as águas', 'chamar os bois pelos nomes', mas não... preferiu 'meter todos no mesmo saco'!!!

O factor Guedes

"1. Está a realizar uma temporada fulgurante no Valencia, pelo que as contínuas chamadas à Selecção A seriam sempre uma questão de tempo. Gonçalo Guedes chegou, viu, venceu e tem presença certa no Mundial da Rússia. O jogo com a Arábia Saudita serviu apenas para confirmar as credenciais que meia época no PSG esconderam por instantes. Guedes pode mesmo aspirar à titularidade, formando dupla com Ronaldo. A velocidade e imprevisibilidade emprestadas ao jogo são ideais para a parceria com o melhor do Mundo.

Playoff europeu provoca longo bocejo
2. É óbvio que as equipas arriscam menos face à reduzida margem de erro que um playoff implica. Mas exige-se o mínimo de qualidade futebolística a quem pretende marcar presença na fase final de um Campeonato do Mundo. Excepção feita ao Croácia-Grécia, que proporcionou alguns momentos de emoção, os três outros encontros desta primeira mão provocaram, certamente, um longo bocejo a quem os acompanhou. E muito mal estará o futebol se equipas como a Irlanda e a Irlanda do Norte se qualificarem.

Um plantel curto em Guimarães
3. O quarto lugar na época passada e o apuramento para a final da Taça de Portugal iludiram os adeptos do V. Guimarães. Nada explica a goleada averbada em casa, frente à Oliveirense, é certo, mas o semifracasso que a temporada em curso está a constituir tem justificações simples e que assentam no curto plantel vimaranense. Houve pouco investimento – o possível – e vários jogadores a chegar no limite do fecho do mercado. A presença na Liga Europa ajuda, por outro lado, a toda esta erosão em termos físicos e anímicos."

Salvador e a ditatura

"António Salvador não se ficou pelas queixas sobre a arbitragem na sala de imprensa de Alvalade. Na entrevista que publicamos, o presidente do Sp. Braga vai mais longe. Muito mais longe. Salvador tem razão em várias coisas que diz. É um facto que o nosso futebol é dominado pelos grandes com tudo o que de perverso traz essa realidade. Quando Salvador fala da vassalagem que é prestada ao Benfica, FC Porto e Sporting está apenas a ter a coragem de expor publicamente apenas uma convicção geral. Já na edição de ontem, outro presidente, o da SAD do Belenenses, Rui Pedro Soares apelava à necessidade de união dos restantes clubes para fazer face ao controlo dos grandes. Salvador usa expressões mais fortes: tirania, injustiça e discriminação.
As queixas dos pequenos avolumam-se. Torna-se evidente que se sentem mais condicionados. São vítimas colaterais de uma guerra sem quartel. Não é preciso fazer profundas reflexões para verificar esse facto. Basta olhar para as classificações das últimas épocas para concluirmos que, apesar de dizermos que o campeonato é muito competitivo – subscrevo a tese de que se trabalha cada vez melhor em todos os clubes e por isso tem sido possível atenuar um ‘gap’ que, se assim não fosse, seria bem maior –, a ilusão de que um dia fugiremos à ditadura dos grandes é isso mesmo: pura ilusão."

Uma certa grandeza

"Há dias, no rescaldo de mais um prémio FIFA - o quinto – para Cristiano Ronaldo, assisti a uma interessante discussão num dos muitos canais de televisão que, no Brasil, se dedicam, com a convicção e desvelo de um jovem missionário, à sublime tarefa de discorrer sem fim e sem consequência sobre o prolixo e tautológico mundo da bola.
Basicamente, o que se discutia era o leque hierárquico dos principais candidatos à vitória no próximo mundial na Rússia, apresentando-se, segundo opinião unânime dos comentadores em estúdio (aqui no Brasil dizem comentaristas – e ainda há quem invoque o critério da uniformidade linguística para justificar a aberração do chamado acordo ortográfico!) ,apresentando-se, dizia, a Alemanha como superfavorito, isto é, num patamar destacado, sem rival à altura. A seguir, num plano mais apertado, surgiriam o Brasil, a Argentina, a Espanha, a França, a Inglaterra … e Portugal? Onde colocar Portugal, campeão europeu em título? Um dos presentes não se cansou de chamar à atenção para Portugal que, com esta equipa, bem que poderá intrometer-se na discussão pelo ceptro do futebol mundial.
E a discussão continuava acesa e, reconheço, bastante interessante: que Portugal, não sendo uma grande potência do futebol, como o são, por exemplo, o Brasil, a Argentina, a Alemanha, a Espanha, a Itália ou a França, vem sendo, de há cerca de duas décadas, um assíduo comensal das grandes competições internacionais, com algumas honrosas classificações quer em campeonatos do mundo quer a nível europeu, tendo culminado com o título de campeão da Europa em 2016, em França, onde já estivera às portas do céu na década de oitenta. E diziam mais os comentadores, sobretudo um deles ( não sei, mas é provável que seja de proveniência lusa, quem sabe se das Beiras, o sangue que lhe alimenta a vivacidade e a perspicácia): que a selecção portuguesa é uma boa equipa e que tem revelado uma maturidade apreciável, ao ser capaz de alcançar os seus objectivos mesmo sem o ocasional contributo do seu melhor jogador, Cristiano Ronaldo. E que tal autonomia técnico-táctica da equipa faz dela uma adversário muito difícil de bater.
Em resumo, Portugal não é um dos principais favoritos, mas convém estar de olho nestes descendentes de Viriato: mesmo com armas menos sofisticadas, são capazes de surpreender os poderosos – como bem provou, em 14 de Agosto de 1385 Dom Nuno Álvares Pereira, o São Nuno de Santa Maria, no famoso quadrado de São Jorge, nas cercanias de Aljubarrota.
Este debate a que assisti por mero acaso teve o condão de me pôr a reflectir um pouco sobre o actual estatuto do nosso país no contexto internacional do desporto-rei.
Desde logo, os factos: não há dúvida que, com a geração de Figo, Rui Costa, primeiro, e do Cristiano, Nani, Quaresma, depois, Portugal se tornou cliente habitual das grandes competições internacionais, tendo culminado com a recente, inédita e honrosa participação na Taça das Confederações. E com os dois Silva, André e Bernardo, Renato e mais alguns que se acotovelam à porta de entrada, o futuro desportivo da nossa representação parece estar assegurado.
Mas Portugal é ou não uma potência futebolística? Não. Claramente não. E como poderia sê-lo com tão flagrante desequilíbrio na sua balança comercial? Portugal exporta produtos de primeira e importa produtos de segunda, quando não de terceira categoria. Só com uma efectiva capacidade de retenção dentro de suas fronteiras dos seus principais talentos (acolhendo, claro está, irresistíveis oportunidades), o país se poderia tornar numa grande potência – que só com outra extensão territorial, com milhões de praticantes respaldada por uma economia robusta poderia almejar sê-lo. Portugal tem, contudo, alguns trunfos preciosos que o tornam merecedor da curiosidade, da cobiça e do respeito internacionais: o português, neste seu jeito meio mestiço de ser, tem uma natural aptidão para o afago da bola com os pés. Portugal é uma região demarcada com certificação de qualidade que torna o produto futebolístico português (jogadores, técnicos e, ultimamente, até administradores) particularmente apetecido pelo mercado internacional, designadamente pelas melhores ligas do Velho Continente. Apesar das limitações congénitas e estruturais, um objectivo há que, uma vez alcançado, poderá consolidar esta nossa honrosa candidatura a uma certa grandeza: tornar a Liga Portuguesa mais competitiva e atractiva – assim se produziria o efeito-cadinho que forjaria um jogador português mais resiliente e mais apto para os confrontos decisivos.
O exemplo do queijo da Serra que nos sirva de inspiração: zona demarcada estricta, mas com qualidade garantida – o queijo, esse é simplesmente o melhor do mundo!
Outro exemplo: o vinho do Porto que está associado à nossa matriz fundacional: Portucale (Calos=belo), ou seja, o vinho que era desembarcado e embarcado no Belo Porto: belo e saboroso, este vinho!
Enfim, Portugal não é nem pode ser uma grande potência futebolística, mas Portugal tem, e pode continuar a ter uma grande selecção.
E, para remate, um desafio: não será possível Portugal ter também grandes e competitivas equipas a nível de clube? Federação e Liga que respondam. Cabe-lhes, juntamente com os clubes, provar que sim.
Afinal e bem vistas as coisas, já fomos grandes, mas fomo-lo sem copiar os cânones aritméticos de uma grandeza oficial – sempre soubemos sê-lo à nossa maneira.
Que o possamos ser uma vez mais – nem que seja na arte de usar os pés!"

Pirlo, o líder silencioso

"Um dos últimos grandes artistas do futebol anunciou o fim da carreira esta semana. O amante de vinhos que vestia a pele de arquitecto para delinear jogadas através do passe, visão e elegância de movimentos. Andrea Pirlo foi o "epíteto da classe", como um dia escreveu Jorge Valdano: "Um homem que lidera a sua equipa usando armas antiquadas para alguns, mas que, para mim, são insubstituíveis - ilusão, pausa e precisão." O oposto de intensidade.
Pirlo tinha aquela rara característica só ao alcance dos homens que marcam gerações. Quando a bola chegava aos seus pés, o jogo entrava num novo ritmo. Numa melodia que dependia dele para acelerar ou abrandar. O maestro que começou a 10 e recuou com o tempo para passar a desenhar todo o jogo da sua equipa à frente da defesa. Um cigano que vagueava em campo, como o próprio se descreveu, à procura de um par de metros para ser ele próprio. "É neste espaço reduzido que professo a minha crença: pensar, dominar a bola, passá-la a um colega e o colega marca um golo. Chama-se assistência e é a minha forma de espalhar felicidade."
Mas também distribuiu alegria através dos seus golos. Verdadeiras obras-primas de um homem com uma tranquilidade à prova de bala. O tal líder silencioso que falava com os pés, nas palavras de Marcelo Lippi. Imperturbável. Até no dia da final mais importante da sua carreira: "Não sinto a pressão. Passei a tarde de domingo, 9 de Julho de 2006, em Berlim, a dormir e a jogar Playstation. À noite saí e ganhei o Mundial." Para ti, Pirlo, um brinde de um bom vinho tinto e um obrigado por tantos anos de magia."

Visão integral na defesa do jogador

"O investimento no futebol tem vindo a aumentar, mas infelizmente também as assimetrias entre clubes, com inerente perda de competitividade. Os clubes portugueses sentem cada vez mais esta discrepância face aos principais campeonatos europeus. Ainda assim, é inaceitável que os jogadores sejam condicionados na escolha de oportunidades desportiva e financeiramente mais vantajosas numa carreira de desgaste rápido e de curta duração. O que deve ser feito, em nome da integridade do desporto e das competições, é proteger os que têm menos oportunidades e auferem rendimentos mais baixos. É necessário recentrar a política desportiva na defesa do praticante, o maior activo do desporto.
O sindicato, na defesa do jogador, actua de forma integral. Promovemos a educação e as carreiras duais, bem como a educação financeira, reivindicamos melhores condições laborais, que não se resumem aos salários praticados, defendemos mecanismos de protecção social convocáveis perante incumprimento salarial, desemprego, lesão ou doença incapacitante e fim de carreira, a protecção da saúde física e mental dos jogadores, entre outras. Dos vários projectos em curso, quero destacar o Fundo de Pensões, constituído em parceria com a Comissão de Atletas Olímpicos e com o apoio da Federação Portuguesa de Futebol. Este instrumento de poupança, desenhado para jogadores com baixos rendimentos, permite, nos termos da proposta de alteração legislativa apresentada, que o jogador possa resgatar a poupança resultante das suas contribuições aos 35 anos, idade média para o término de carreira. Este reforço financeiro pretende responder a um período que, por natureza, acarreta dificuldades acrescidas, quer pela perda dos rendimentos enquanto atleta quer pela necessidade de reintrodução no mercado de trabalho. Uma resposta na óptica do jogador!"

A lenda da corrida da Maratona

"Segundo alguns historiadores, a corrida da Maratona teve origens durante as Guerras Médicas ou Pérsicas, quando Gregos e Persas lutavam entre si pelo controlo da Ásia Menor e da Península Balcânica.
Entre os Gregos e os Persas, hoje Irão, existiam havia alguns anos, rivalidades onde os Gregos dominavam, pelas suas numerosas colónias, o litoral da Ásia Menor e mostravam desejos de avançar para o interior. Por seu lado, os Persas dotados de ambições imperialistas, sentiam-se impedidos de caminhar na direcção do Ocidente, onde encontravam sempre os helenos a barrar-lhes a passagem (Matoso & Henriques, 1967).
A lenda, uma das mais belas, tem um historial de cerca 26 séculos, quando no ano de 490 a.C. Darío I (550 a.C. - 486 a.C.), terceiro Rei da Antiga Pérsia na dinastia Aqueménida, havia conquistado Erethria aos atenienses.
A cidade rendeu-se, depois de um cerco prolongado a Hippias, um tirano de Atenas que atraiçoou o seu povo, passando-se para o lado do invasor.
Os Persas desembarcaram num ponto perto de Atenas. Os Gregos assustados ante a iminente ameaça de destruição pela força poderosa contactaram o seu campeão olímpico Filípedes (530 a.C. - 490 a.C.) e mandaram-no ir a Esparta pedir ajuda. Era um cidadão ateniense e trabalhava como correio, fazendo longas marchas diariamente para entregar uma mensagem (Sekunda, 2010).
O soldado correu sem descanso durante dois dias e duas noites, cobrindo mais de 240 quilómetros, cruzando rios e montanhas, entregou a sua mensagem e Esparta prometeu a sua ajuda ao povo irmão em perigo, mas negaram a prestá-lo de imediato.
Os espartanos responderam que aquele era o 9º dia do mês lunar e que teriam que esperar até à lua cheia do 15º dia para que o exército pudesse partir (Sekunda, 2010) uma vez que estavam a celebrar uma festividade religiosa, as Carnéades, recusando-se assim a partir (Rodrigues, 2010).
Quando Filípedes voltou, os Persas haviam desembarcado na planície de Maratonas e estava-se travando uma batalha nesta planície da Grécia na Ática, situada a cerca de 30 quilómetros a Nordeste de Atenas.
O nome da planície de Maratonas deve-se às flores com aquele nome que abundavam naquele local, uma longa planície ao longo de uma profunda baía.
Um pequeno exército Ateniense de apenas 9.000 homens formado na sua totalidade pela infantaria pesada hoplita, mais a ajuda da cidade de Plateia, que encaminhou mil guerreiros, opunha-se ao invasor com 60.000 Persas.
Filípides empunha a sua espada e o escudo, lutando. Eram comandados pelo responsável dos planos da batalha de Maratonas, o general Calímaco de Afidna, mas na realidade dirigidos pela estratégia do génio general Milcíades (550 a.C. - 488 a.C.) que foi o coração e a alma da resistência ateniense impôs-se e a batalha que ainda nos dias de hoje se considera como exemplo de táctica clássica, derrotaram os Persas e salvaram Atenas. O general Calímaco lutou na batalha e morreu em combate. 
Este general conhecia perfeitamente a táctica dos Persas, visto já ter servido no exército de Dário I. Sabia que os inimigos costumavam reforçar o centro da frente de ataque, com prejuízo dos flancos tendo adoptado a disposição oposta com sinal de avanço.
Ao primeiro embate, os Gregos cederam e os Persas entraram impetuosamente pela brecha, sem grande dificuldade. Mas, tendo acorrido os soldados das duas alas, os Asiáticos viram-se em breve completamente cercados, perderam a disciplina e desorganizaram-se com uma completa derrota que custou aos Persas a perda de cerca de 6.400 homens. Nas escavações arqueológicas efectuadas na planície em 1892, foram achados guerreiros com as armas que eram de uso do império Persa. Segundo Hannond (1968), é provável que a batalha tivesse lugar no 17º dia do mês metagitnion (segundo mês do ano ático, em que se celebravam as Metagítnias, festas atenienses em honra do deus Apolo), que em 490 a.C. correspondeu a 11 de Setembro.
Da parte dos atenienses houve uma perda de cerca de 192 homens, existindo nos dias de hoje uma pilha funerária no local da batalha, tendo assim terminado a Primeira das Guerras Médicas. De notar que possivelmente o número de mortos não serão reais.
Reunidos em conselho, os vitoriosos generais Gregos pensaram em comunicar a notícia aos seus compatriotas que, refugiados em Areópago esperavam só desgraças.
Segundo a lenda, o soldado Filípedes já esgotado pela sua viagem de ida e volta a Esparta e também pelo combate, foi designado para levar a grande notícia, nesse dia 12 de Setembro. E outra vez com o seu escudo o soldado pôs-se a correr os seus últimos 40 quilómetros, que separam Maratonas de Atenas atravessando colinas, riachos, montes e arvoredos que se encontravam pelo caminho. Nesse dia estava um terrível calor e o caminho era demasiado perigoso, pois havia a hipótese de encontrar Persas tresmalhados do exército de Dario I.
Com os pés ensanguentado e ofegante teve somente forças para exclamar através da sua boca arquejante, com uma palma na mão em sinal de vitória (Carreira, 1949): “Alegrai-vos Atenienses, Grécia venceu”, caindo morto de seguida às portas da cidade com o desgaste que empregou na sua missão, depois do esforço da luta, da fadiga da longa corrida, tendo assim um fim triste este primeiro maratonista."

A coragem de mudar de rumo, olimpicamente

"Há muito que vimos a afirmar que o modelo de desenvolvimento do desporto desencadeado ao tempo do Governo de Durão Barroso (XV) e, depois, assumido pelos Governos de Pedro Santana Lopes (XVI), José Sócrates (XVII; XVIII) e de Passos Coelho (XIX; XX) e, agora, pelo de António Costa (XXI) está errado e, tanto assim é que, desde 2004, do ensino ao alto rendimento, tem vindo a produzir resultados miseráveis tanto a nível dos Jogos Olímpicos quanto a nível da generalização da prática e da cultura desportivas entre os portugueses.
A recente entrevista do Presidente da ADoP (Autoridade Antidopagem de Portugal) de seu nome Rogério Joia ao jornal A Bola (2017-11-11) é mais um indicador que esclarece a situação de bloqueia em que o Sistema Desportivo se encontra. Ao fazê-lo, Rogério Joia coloca na ordem do dia as contradições de um paradigma de desenvolvimento ultraliberal onde o Estado gasta cada vez mais dinheiro dos contribuintes para, depois, se obterem resultados cada vez piores.
Acontece que as afirmações do presidente da ADoP são gravíssimas. Na realidade, a ADoP não é uma entidade qualquer. É uma entidade que, segundo a Lei n.º 27/2009 de 19 de Junho, ao estabelecer o regime jurídico da luta contra a dopagem no desporto, determina que a ADoP que funciona junto do Instituto do Desporto de Portugal, I. P. (IDP, I. P.), e´ “… a organização nacional antidopagem com funções no controlo e na luta contra a dopagem no desporto…”. Para o efeito, é a entidade responsável “... pela adopção de regras com vista a desencadear, implementar ou aplicar qualquer fase do procedimento de controlo de dopagem”. Nestes termos, a ADoP, “no exercício da sua missão, rege -se pelos princípios da independência científica, da precaução, da credibilidade e transparência e da confidencialidade”. Acresce que o presidente da ADoP é nomeado por despacho do membro do Governo responsável pela área do desporto. Segundo o jornal A Bola, o Presidente da ADoP:
(1ª) Acusa o presidente do Comité Olímpico de Portugal José Manuel Constantino e o Vice-presidente Artur Lopes de “esquema montado para tentarem prejudicar o seu exercício”;
(2º) “Atribui as recentes críticas de atletas olímpicos à actuação da ADoP ao facto de estarem sob a alçada financeira do COP”;
(3º) Afirmou que “em termos institucionais o COP tentou sempre prejudicar a acção do actual presidente do COP” e acrescenta: “Refiro-me a José Manuel Constantino e a Artur Lopes porque o COP vai muito para além disso”;
(4º) “Apontou para um ‘esquema montado’ pelo líder do movimento olímpico e ‘amigos’ para denegri-lo, do qual farão parte os atletas mais críticos da ADoP porque ‘recebem dinheiro do COP’ através dos apoios à preparação”;
(5º) Acusa Artur Lopes “…de supostamente tentar condicionar a actuação da ADoP quando tomou posse”.
Sobre estas acusações o presidente do COP, ainda segundo A Bola, “escusou-se a tecer comentários”. Fez mal e esperamos que ainda os venha a fazer. Pelo seu lado o Secretário de Estado do Desporto, no âmbito da mesma entrevista, congratulou com os resultados obtidos nos últimos anos da presidência de Rogério Joia à frente da ADoP. Nesta conformidade também aguardamos a posição do Governo (Ministro da Educação) relativamente às graves acusações feitas pelo presidente da ADoP. Desde logo porque esta situação não pode deixar de fazer lembrar a de Carlos Queiroz que foi afastado das funções de treinador da selecção principal de futebol por, alegadamente, ter perturbado uma ação do controlo antidoping efectuada a 16 de Maio, no estágio da selecção nacional, na Covilhã, antes do Mundial de Futebol (2010).
Independentemente desta questão, mais cedo ou mais tarde, ter de ser esclarecida, de momento, o que nos interessa afirmar é quanto o modelo de desenvolvimento do desporto em vigor está errado. Por isso, seria bom que o Sr. Ministro da Educação recuasse imediatamente relativamente à assinatura do Programa de Preparação Olímpica e determinasse que todo o processo de Alto Rendimento desportivo de onde deve decorrer a Missão Olímpica para os Jogos Olímpicos de Tóquio (2920) volte a ser, como sempre foi, gerido (de A a Z) em termos políticos pelo Instituto do Desporto e Juventude e, em termos técnicos, pelas Federações Desportivas.
A tomar tal medida o Sr. Ministro da Educação pode estar certo que, sem a mínima interferência directa, está a criar as condições para desencadear em Portugal um Movimento Olímpico mais democrático, mais barato e mais eficaz. Mais democrático, na medida em que hoje o Comité Olímpico de Portugal está investido de poderes para os quais não tem nem vocação política, nem legitimidade democrática. Sem avançarmos mais argumentos basta considerar que, segundo a Carta Olímpica não compete aos Comités Olímpicos Nacionais ganhar medalhas olímpicas e segundo os Estatutos da Instituições, para além de outros aspectos muito pouco “católicos” o presidente da Comissão Executiva, contra natura, preside à Assembleia Plenária. A este respeito as perguntas que, em termos democráticos, se colocam são as seguintes: Quem controla o COP? Quem controla o Presidente do COP e a sua Comissão Executiva? Neste momento ninguém. Mais barato, na medida em que com os recursos e as competências que sempre existiram na tutela é possível organizar um Sistema Integrado de Alto Rendimento Desportivo em ligação directa às Federações Desportivas evitando-se a existência do centro de recurso em duplicado de dimensão napoleónica que, com resultados mais do que medíocres, tem vindo a ser montado no COP, com custos desnecessários para os contribuintes. A este pecadilho da gestão das organizações chama-lhe Henri Mintzberg de “balcanização”.
Mais resultados, na medida em que o actual modelo não garante que sejam implementadas as necessárias sinergias que garantam a eficiência do Sistema Desportivo. Só por ingenuidade, para não utilizarmos outra palavra, se pode pensar gerir um sistema quando, minimamente, não se controlam as suas variáveis. Ora, o COP não controla nem nunca há-de controlar todas as variáveis que garantem a eficiência de um Sistema Desportivo com a decorrente eficácia capaz de promover a generalização da prática desportiva e a eventual conquista medalhas olímpicas.
A entrevista do Presidente da ADoP é mais um indicador da dramática situação em que o desporto em geral e o Movimento Olímpico em particular se encontram.
Assim, sugerimos ao Sr. Ministro da Educação que não avalise o Programa de Preparação Olímpica para Tóquio (2020) e, conforme sugerimos, determine uma mudança de rumo para o desporto em Portugal de maneira a inverter uma má decisão que, de há catorze anos a esta parte, está a custar muito dinheiro ao País e a produzir péssimos resultados.
Se o fizer ficará certamente na história do desporto nacional. Se não o fizer também ficará na história do desporto nacional como alguém que por aqui passou tal como se nunca tivesse passado."

Futebol e amizade com origens e futuros diversos

"Decorreu novamente em Portugal mais uma edição Web Summit, na qual o universo da criatividade, da tecnologia e do futuro colocaram inúmeras questões que permitirão construir mundos imparáveis. 
Essa fantástica iniciativa, por momentos, levou-me para memórias de um tempo de criança.
Se agora, as crianças são uma geração “smartphone”, as da minha idade foram uma geração “jogos na lousa e na rua”.
Na escola da década de cinquenta/sessenta do século passado, ainda não completamente universal, uniformizavam-se equipamentos e materiais, da bata ao giz, do quadro ao apagador.
Mas eram as corridas, as lengalengas e tabuadas cantadas, as declamações de poesias decoradas, que se tornavam aquecimento para jogos de rua.
O pião, arco e gancheta, carrinho de rolamentos, lançamento de estrelas, corrida de “volta a Portugal” com sameiras (caricas), sprints a pé com guiadores de arame e fatalmente bola, muitas e diversas bolas (de meias, de plástico, de borracha e de couro, já nos tempos mais próximos) constituíam a tecnologia da época.
Descalços, com chinelos, xancas, sandálias, botas de pneu ou mais raramente com sapatos, assim se acarinhava a economia dos sapateiros e o negócio das meias solas.
Como os jogos na rua, muito particularmente o futebol, eram proibidos, tinham sempre a protecção avisadora dos assistentes que concentravam olhares na captação das imagens de polícias próximos… e muita cumplicidade dos mais velhos que funcionavam como claques protectoras (outros tempos!). 
Os locais variavam entre largos, ruas, bouças, terraços e quintais…
Por vezes, até as sarjetas (ou bueiros) dos passeios funcionavam como balizas, muito especialmente nos jogos de hóquei (algumas vezes com troços de couves substituindo o sitck ou aléu) onde se sonharam Livramentos, Adriões e Bouçós…
E todas as actividades e regras eram precisas, cumpridas sem grande conflitualidade.
Na sala de aula, as reguadas na mão (inesquecíveis “bolos”) procuravam resolver as distracções e a redução de capacidade de trabalho (vulgo, não fazer os trabalhos de casa). Na rua, todos controlavam o movimento (pouco intenso) de carros – eram tempos de andar a pé ou de eléctrico, de autocarro ou troleicarro…
Sem árbitros, sem adultos a impor limites, tudo se resolvia com facilidade (se assim não fosse podia ser o cabo dos trabalhos e mais tempo em casa sem sair).
Por exemplo, nos jogos de futebol, quando uma equipa se revelava mais frágil, aumentava-se o número de jogadores dessa equipa (com transferências directas e na hora, sem agentes nem intermediários) para que o jogo desse “forra” ou seja, que fosse disputado sem facilidades, sempre com incerteza de resultado.
No fim, mesmo naqueles jogos em que uma equipa estivesse a ganhar por 6 a zero, quem marcasse o próximo golo, ganhava e pronto.
Sem coreografias individualistas, sem festejos para além do fim do jogo, sem vedetismos desconhecidos, regressava-se a uma só equipa: a malta onde cada um conhecia e tratava o outro pelo apelido como fora baptizado na rua pelos seus companheiros… e até havia apelidos com herança familiar, uma certa nobreza de simplicidade.
Essa forma de identificação ainda se mantém, mas quase como sociedade secreta e só entre os próprios e sem testemunhas estranhas.
Entre nós, sem mais ninguém por perto, não utilizar a alcunha é snobismo inaceitável, ainda hoje.
Por isso, a festa do encontro permite-nos viajar no tempo, encher os olhos de mar límpido e um sorriso aberto e feliz.
Mesmo aqueles que tinham limitações físicas são sempre inteiros como cada um e, desse modo, estava acertado sem palavras que não era permitido nem tolerado fazer troça… quem o fizesse levava logo! Raramente existiam festas de aniversário com o gigantismo de hoje.
Mas havia festa todos os dias: a meio da tarde, alguns iam a casa para receberem das mães o pão com manteiga (outras vezes com marmelada ou geleia) e no regresso, com festividade colectiva, partilhava-se “o bolo”, sem velas nem cantorias mas com uma trinca valente e um rasgado agradecimento no olhar.
Dessas aventuras forjaram-se conceitos: amizade, lealdade, companheirismo, solidariedade, defesa dos mais frágeis, coragem e gosto pela liberdade e luta contra a injustiça. Os tempos não param e cada um foi traçando o seu caminho (ou o caminho o traçou para alguns) sem perdas de memórias ou vaidadezitas ridículas (há sempre um reduzido número dos que se deixam iludir por aparentes grandezas que nada mais são do que imperfeições de quem não compreendeu ou não pode cumprir bem esse mundo).
No futebol, como nas outras actividades profissionais e não só, a permanência dessa herança fantástica não carece de tecnologia, de realidade virtual, de ligações biotecnológicas, mas antes de um encontro frente a frente ou uma pescaria na memória.
Na rua, nos montes, nos descampados e nos vales nasceu o jogo, o futebol, da pré e da proto-história, em todas as épocas viajando da Antiguidade, do Soule da Idade Média, do Cálcio do Renascimento, sem parar até aos Galáticos de hoje, em competições com VAR e tecnologia de ponta.
Mas o factor humano que actualmente tantas confusões e climas que uns chamam de “ódio” (provavelmente porque não tiveram essa felicidade de conhecer os jogos desportivos de rua, ou porque nunca fizeram esforço e não se conseguiram enquadrar) ainda hoje é determinante.
Por isso, vale sempre apelar a quem teve também essa herança que nunca deixe de a transmitir… 
Vivemos uma fase em que se renovam terminologias e uniformizam conceitos, onde se reforçam unanimismos, se pulverizam fronteiras, se destroem muros de betão e se erguem outros, reforçados com preconceitos e ignorância.
Surgem iluminados com primitivismo estrutural que ajudam a eleger tudólogos ignorantes que decidem rumos sem conhecer horizontes, que percorrem labirintos aguardando por saída urgente quanto impossível e sacrificam futuros porque nada sabem a não ser criar e depender do espectáculo. 
Agravam-se injustiças e segregações, a violência regressa à barbárie, as injustiças tornam-se códigos legalizados, os governos criam encenações para esconder indiferenças e responsabilidades nas sucessivas tragédias humanas nunca previstas, numa espiral de erros que têm como objectivo perpetuar-se e criar “castas/famílias” inatingíveis, duradouras e impunes.
As diferenças agudizam-se, a fome e a indústria da guerra crescem assustadoramente, numa simulação constante e hipócrita, estruturando mitos que mantenham o poder imutável.
A evolução tecnológica atingiu um ponto-chave. Criando a ideia de caos como irreversível, o abandono da educação dos jovens efectua-se com celeridade.
Resta a esperança de que a inteligência artificial potencie com excelência valores que a humanidade conseguiu construir e, assim, contribua para libertar os povos de terríveis destinos, permitindo caminhar para uma nova forma de ocupar o planeta e de alimentar uma utopia de felicidade.
O futebol-jogo tem essa semente, essa capacidade de renovação sistemática, mesmo em condições adversas. Reduzir o espectáculo e enriquecer a humanidade do jogo, o encontro de superação, a energia sem limites, a cooperação como motor não poluente e eficaz.
A inteligência ao alcance de cada jogo, de cada golo, de cada jogada e de cada festejo espontâneo. Agora é tempo de mudar, finalmente.
“O que acontecerá à sociedade, à política, e à vida diária, quando algoritmos não conscientes, mas altamente inteligentes, nos conhecerem melhor do que nos conhecemos a nós próprios?” (Yuval Noah Harari, Homo Deus: História Breve do Amanhã)
A brilhante questão colocada pelo eminente professor de História israelita, quem sabe não terá como resposta que a inteligência artificial vai recuperar as maiores capacidades da Humanidade e valorizar o tesouro das suas heranças mais significativas, entre as quais o “precioso algoritmo” da amizade."

Benfiquismo (DCLV)

Vamos dançar...

Até ao fim...