Últimas indefectivações

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

A força da direcção

"Em 2013, a direcção benfiquista entendeu reconduzir Jorge Jesus no cargo e logo surgiram os profetas da desgraça em grande força e maior quantidade. A avaliação, então, foi correcta: Se tudo perdeu numa semana é porque tudo poderia ganhar. Foi o mote para o actual domínio benfiquista, beneficiando da estabilidade oferecida ao seu técnico principal.
Passados dois anos, deu-se início a um novo paradigma, cujas faces mais visíveis passaram pela substituição do treinador e pela aposta em jovens atletas. Os tais profetas da desgraça, incapazes de compreender o contexto em que o Benfica se inseria naquele momento, ressurgiram. Era Jesus ou o caos, como se a 'estrutura' entretanto criada não passasse de um jargão. Ora, nem Jesus, nem caos, antes mais uma época de sucesso nacional e prestígio internacional.
Mas os primeiros passos de Vitória foram titubeantes.
À semelhança de 2013, o resultado dado pela direcção ao treinador permitir ganhar o tempo que se diz não existir num clube com as ambições do Benfica, Renato Sanches transformou a equipa e levou alguns a duvidarem do mérito de Vitória. Agora sem Renato, Jonas, Gaitán e Jardel, nem os restantes lesionados, distam quatro pontos para o Porto (após Estoril) e são 17 os conquistados e mais que o Sporting desde 18 de Dezembro de 2015.
As críticas a Jesus, que temos ouvido e lido ultimamente por parte de sportinguistas com visibilidade na comunicação social, à semelhança daquelas feitas a Marco Silva a partir de determinado momento, parecem encomendadas e, mais do que servir o Sporting, procurarão sobretudo proteger o presidente.
É também nesta diferença que reside o momento actual vivido por ambos os clubes."

João Tomaz, in O Benfica

Que seja um bom Natal

"Na semana passada, a família de funcionários e colaboradores do Sport Lisboa e Benfica juntou-se no Estádio da Luz para o tradicional jantar e festa de Natal. Pelo camarote presidencial e pelo lounge passaram os heróis anónimos que, todos os dias, dão o seu melhor para que o clube seja a empresa de sucesso que todos reconhecemos. Todas as áreas estiveram representadas, desde os serviços administrativos à comunicação, do arquivo ao marketing, do apoio aos sócios à direcção.
É nestes momentos que se vê a força de uma empresa e, neste caso, de um clube que soube tornar-se profissional e estar entre a elite mundial.
A festa de Natal é sempre uma boa oportunidade para conhecer gente nova, rever velhos conhecidos e falar do futuro. Mas não deixa de ser importante também olhar para o passado e ver onde estamos.
No final do século XX tive a sorte de poder fazer parte da equipa de atletismo do SLB. Conheci por dentro a realidade do Clube e as dificuldades com que praticantes e dirigentes se debatiam todos os dias, dos transportes e alojamentos às contas da luz e da água. Quase 20 anos depois, é impressionante ver a força deste Benfica como um todo- Longe vão os tempos das dívidas, das desculpas, do desespero e da falta de planeamento.
O Benfica que esteve representado nesta festa de Natal é profissional sem perder a alma, é eficaz esquecer a sua história. É um exemplo de como se dá a volta por cima sem abdicar de valores.
O jantar também estava bom. Soube a liderança sem rival."

Ricardo Santos, in O Benfica

Vídeo-jogos

"Se a aplicação de vídeo-tecnologias no Mundial de Clubes era um teste para aferir a eficácia das mesmas, há que dizer que tal redundou num absoluto fracasso.
Poderia destacar dois momentos: um árbitro parar o jogo e correr para a linha lateral para confirmar um lance nos ecrãs, e um golo festejado, depois retido na dúvida, e finalmente re-festejado como válido. Eis duas situações caricatas, que mostram, enfim, aquilo que, quem pensasse um pouco no assunto, já há muito tempo havia concluído: esta ideia corta ritmo ao Futebol, retirando-lhe espontaneidade e beleza, dando-lhe pouca coisa em troca.
Há quem argumente com a redução do erro. Há quem apresente exemplos de modalidades como o Râguebi, o Basquetebol ou o Ténis.
Pois quando assisto a uma partida de uma liga estrangeira, a última coisa com que me preocupo é com a arbitragem. Pelo contrário, o que pretendo - e pago para ver - é um espectáculo corrido, sem paragens, nem cortes.
Já nas modalidades referidas, as pausas fazem parte da respectiva identidade. Não é comparável a fluência de um jogo de Futebol a um de Râguebi (com tanto tempo parado como a jogar-se), a um de Basquetebol (com mais tempo parado do que a jogar-se, também por via dos estupidamente excessivos tempos técnicos), ou a um de Ténis (disputado lance a lance). Talvez por isso o Futebol seja mais popular do que qualquer dessas modalidades.
Já chegam as faltas, as substituições e o intervalo. Por mim, enquanto adepto, dispenso mais pausas. Até porque, como se viu na própria final da competição mencionada, nada disto porá fim ao erro, ou às discussões em torno dele."

Luís Fialho, in O Benfica

A espada de Guimarães

"Havia um leão que se alimentava em abundância. Tanto comeu e comeu e voltou a comer, que acabou por se prostar no chão e, como qualquer animal, adormeceu.
O problema é que um macaco maldoso achou que o leão estava mesmo a jeito de ser chateado. Bem dito, bem feito, chateou-o tanto, que o leão se levantou combalido e começou a correr trôpego atrás do macaco.
No entanto, este sentou-se num banco de jardim a ler o jornal. O leão, atónito, perguntou-lhe se tinha visto algum macaco. O macaco baixou o jornal e perguntou ao aflito Leão se queria referir-se ao Macaco que estava a chatear o Leão.
A resposta do Leão não poderia ter sido mais lapidar:
- O quê, isso já vem no jornal?
(...)"

Pragal Colaço, in O Benfica

Reflexão de Natal

"Na Alemanha, a canoagem é uma modalidade de grande sucesso no alto rendimento. Nos Jogos Olímpicos Rio-2016, o país conquistou 42 medalhas, sendo 17 de ouro, 10 de prata e 15 de bronze. A canoagem contribuiu com quatro ouros, duas pratas e um bronze. Em termos práticos, em apenas uma edição dos Jogos, a canoagem alemã conquistou tantas medalhas de ouro como Portugal em 100 anos de participações. Significativo.
Face ao excelente resultado, seria expectável que a canoagem alemã recebesse choruda prenda de Natal para o ciclo olímpico Tóquio-2020. Isso não aconteceu. Como consequência da reforma da organização desportiva e do financiamento ao alto rendimento, viu mesmo serem apertadas as regras financeiras com restrições orçamentais.
Parte dessa reestruturação da ciência e prática desportiva de rendimento e optimização de procedimentos para o apoio científico, nomeadamente toda a parte de investigação, inovação, desenvolvimento e tecnologia, conhecimento e gestão de ciência. Também se privilegia a optimização da transferência de conhecimento, nomeadamente através de uma melhor aplicação do conhecimento científico nas áreas de investigação e da inovação no treino e competição. Aposta-se na intensa cooperação com universidades, faculdades e outros parceiros da ciência e da indústria, a fim de alcançar pela investigação e inovação melhores resultados. Garante-se ainda um reforço da competência em todas as áreas da ciência, especialmente na pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico. E a criação de uma plataforma de conhecimento digital central para melhorar os canais de comunicação e informação.
Sem entrar em detalhes, a verdade é que um país que ganha 42 medalhas numa só edição dos Jogos Olímpicos entende, ainda assim, implementar uma reestruturação da organização da prática desportiva competitiva e do financiamento ao alto rendimento. Pode não funcionar, mas vai tentar melhorar. E por cá?"

Mário Santos, in A Bola

Memórias seletivas

"O Belenenses-Sporting acabou com um golo ao photo-finish e foi parar ao ainda quente dérbi da Luz

O Sporting marcou no suspiro final da partida no Restelo e, no banco, os sentimentos misturaram-se como se tivessem sido enfiados numa centrifugadora. A alegria confundiu-se com o alívio, a exaltação com o regozijo, porque outro resultado que não a vitória poderia ter consequências complicadas para os decisores de Alvalade, tanto dirigentes como técnicos. Bruno de Carvalho, já esquecido de ter anunciado candidatura própria após uma derrota do Sporting, criticou os putativos opositores manifestados após a desfeita em casa com o Braga e chamou-lhes abutres. Jorge Jesus serenou a claque esta semana e conseguiu crédito, mas não seria fácil adivinhar-lhe a validade face a mais pontos perdidos.
O futebol é assim, alterna momentos de glória com outros de preocupação extrema, grandes golos com falhanços incríveis, defesas monumentais e frangos, decisões boas e erradas, memórias convenientes e esquecimentos adequados. Na flash interview, Jorge Jesus afirmou que a crise do Sporting chama-se Jorge Sousa e disso não vai esquecer-se, porque poderia ter saído da Luz com um ponto de avanço e ficou com cinco de atraso (pelo meio perdeu em casa com o Braga e reconheceu que a equipa jogou mal). Outros não esquecerão, ainda menos depois do ocorrido ontem ao minuto 90+3, que Bas Dost deveria ter continuado em campo na Luz e saiu. Os erros acontecem. Uns têm é uma repercussão maior do que outros e é normal que assim seja. Convém que assim seja."

Benfiquismo (CCCXXVI)

Alguns podem-te não apreciar,
mas aqui serás sempre bem-vindo!

Aquecimento... natalício!!!

Última chamada...!!!

«Sou do Benfica... e isso me envaidece»... o livro

"Sabem da minha admiração por Vitória. O seu discurso é tranquilizador.

Todos, na vida, vamos tendo a tentação de, a cada porta que se fecha (mesmo sabendo que um dia, se vá abrir de novo...), fazer um balanço, se possível em livro... Pois, com tanta intervenção, muita dela escrita, não foi difícil, em tão pouco tempo, organizar ideias do que fiz e do que penso sobre e para o Benfica. O resultado, com a ajuda da Aletheia, aí está: «Sou do Benfica... e isso me envaidece», livro com um título como tantas vezes entoamos ao som de Luís Piçarra ou em uníssono, na Luz, que hoje vê a luz do dia, distribuído por A Bola. Numa tripla perspectiva: balanço enunciação de princípios e projecto. Com a esperança de a terceira nunca ser necessária, porque isso pressuporá um Benfica a ganhar, sempre, no que é o meu único desejo. Para memória futura..

Benfica - Rio Ave, ... o jogo
Era, desde a vitória no Estoril, e até ontem, o jogo mais importante e mais difícil do campeonato. Como tem que ser o próximo, e, depois desse, o próximo e, assim, sucessivamente. Para que não nos embrulhemos nos balanços e caiamos... como muito bem avisou Rui Vitória, na antevisão do jogo com a equipa de Luís Castro, ex-treinador do Porto (é bom que o recordemos, com todo o seu significado...).

Túnel do Bessa... ou importa é acabar com o TAD
Tenho um carinho especial pelo Boavista. Seja pela dimensão e história do clube, seja pelo prejuízo desportivo (e financeiro) que tem sofrido, como vítima colateral de actos de corrupção... de outros...
Não posso, por isso, deixar de dar uma palavra de protesto com o que lhe estão a voltar a fazer.
A propósito do conhecido caso 'Túnel do Bessa', decorrente dos incidentes do final do Boavista-Guimarães, para a Taça de Portugal, a 18 de Novembro passado, Idris, Henrique e Bukia foram expulsos, tendo sido punidos, pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, com quatro jogos de castigo. Pois, mesmo depois do Boavista ter recorrido imediatamente dessa pena, até há bem pouco tempo não havia qualquer decisão.
Essas suspensões abrangeram o Boavista-Sporting (0-1), o Paços de Ferreira-Boavista (2-1), o Boavista-Guimarães (1-2) e o Tondela-Boavista (1-1). Dos quatro jogos de castigo aplicados a três jogadores do Boavista, com efeitos imediatos em jogos importantes, o Boavista perdeu três e empatou um! Estavam, apenas, em causa (rápidos) castigos aplicados a três jogadores.
O que num plantel normal, reconheça-se, faz toda a diferença.
O que torna ainda mais inexplicável a falta de decisão de um recurso antes de os jogadores terem cumprido o castigo de quatro jogos de suspensão aplicados.
É incompreensível que o Conselho de Disciplina. E se no futebol não há filhos e enteados, como se justifica o tratamento dado ao Boavista? Chega de perseguições a quem pode, na cidade do Porto, ocupar  espaço a outro clube que o quer só para si.

«Estamos preparados»... Rui Vitória
Sabem da minha admiração por Rui Vitória. Para além da sua paixão de adepto do Benfica, evidentes nas várias vezes em que colocou o clube à frente de qualquer ambição pessoal, o seu discurso é tranquilizador.
Desde logo, perante as adversidades, qualquer que seja a sua origem e sua natureza.
Veio a público que Lindelof poderá deixar o clube muito em breve, tendo alguns meios de comunicação garantindo que o Benfica-Rio Ave teria sido o último jogo de águia ao peito (e eu - cá na minha alma de adepto - já me despedi dele, com toda a carga clubística que isso envolve, significa e potencia).
Pois, perante essa possibilidade, Rui Vitória, num discurso seguro e confiante - como é habitual, sem que seja necessário amesquinhar ninguém - disse o óbvio para quem tem a sua responsabilidade: «estamos preparados».
Independente de concordar ou não, Rui Vitória respondeu da única forma que pode responder um homem de carácter, que tem de estar sempre preparado para todos os cenários.
Sabemos a importância de um discurso.
Embora não seja apenas com tranquilidade que se ganhem jogos... e campeonatos!
Mas, que ajuda, ajuda... e muito!!!
E se, a essa tranquilidade, aliarmos a humildade, à Benfica, ultrapassaremos, estou certo, qualquer obstáculo.
Como se tem ultrapassado a (estranha) onda de lesões que atingiu o plantel.
Ou a forma como se ganhou jogos, na época passada, até com menos um jogador (lembram-se do penúltimo jogo, na Madeira???).
E disso será exemplo a forma como será ultrapassada qualquer saída do plantel.
Com disponibilidade e combate.
E com o conhecimento (e conforto) de saber de onde vem e para onde vai.
Temos um excelente gestor de recursos humanos.
Preparado e focado.
Que alia a «alma» benfiquista, à crença do seu trabalho.
Com a manutenção de uma sintonia perfeita entre o querer «cá fora» e o querer «lá dentro».
Porque aqui só as vitórias interessam!
E porque aqui há soluções.
Ganhando sempre, e em qualquer circunstância, o colectivo (e não o treinador).
Para que os objectivos sejam cumpridos.
Em todas as competições.

O prometido é devido... ou a vitória do Sporting de Braga
Prometi, depois do meu último artigo de opinião, publicado neste jornal, que não falaria mais do Sporting!
E vou cumprir!!!
Mas não violarei a promessa se falar... do Sporting de Braga.
Clube a que me ligam laços familiares (e que sou, como diz o Presidente António Salvador, sócio com as quotas em dia).
Não posso, por isso, deixar de elogiar a grande exibição que fez em Alvalade.
Sobretudo após uma chicotada psicológica, concretizando o ideia de que as equipas «sem treinador» são as que mais lá ganham.
Desta vez, foi sob orientação de Abel Ferreira.
Ironia do destino, antigo lateral do Sporting e ex-técnico dos juniores.
Aproveitando, como será bom recordar, o trabalho de um grande técnico: José Peseiro.
E com um golo marcado por um Wilson Eduardo, que gelou um estádio.
E até podia ter marcado mais, se não quisesse ultrapassar, ou melhor, sentar, literalmente, numa jogada na primeira parte, o guarda-redes adversário.
Que, depois, fazendo jus aos 6 pontos alcançados, e como 12.º classificado na votação para a Bola de Ouro 2016, colaborou na vitória do Braga.
Quanto ao jogo, apenas relembrar que foi uma vitória de um treinador que é seu ex-jogador.
Com um golo marcado por também um ex-jogador.
É a vida!"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

Emoção na Suiça... com final feliz... mais uma vez!!!

Nafels 2 - 3 Benfica
21-25, 25-23, 25-21, 30-32, 12-15

Não é fácil seguir um jogo destes só com infos online!!! Sendo assim quem sou eu, para desmentir o André Lopes que no final da partida partilhou a sua opinião, afirmando que talvez tenha o sido o jogo menos conseguido da época... mas deu para ganhar!!!!!

No 3.º Set começamos muito bem, tivemos uma boa vantagem, mas desperdiçamos tudo e ficámos a um Set da eliminação!!!! Sendo assim o 4.º Set era decisivo... E não podia ter sido mais emocionante, sempre muito equilibrado, quase sempre com ligeira vantagem para nós, mas fomos obrigados a 'sofrer' nas vantagens (onde os Suíços tiveram vários pontos para ganhar a eliminatória!!!) e tivemos que ir até aos 32 pontos para vencer!!!
O 5.º Set curiosamente foi mais calmo, pois sabíamos que tínhamos sempre o Golden Set para 'vencer'... mas não foi preciso!!! Vitória por 2-3, depois da vitória por 3-2 na Luz, num jogo onde também tínhamos tido uma 'branca' a meio da partida!!!

Ainda sem as estatísticas totais, uma nota para os pontuadores: parece que corrigimos um dos erros do 1.º jogo, muitos pontos para os nossos Centrais...!!!

Após todo este esforço, vamos defrontar os franceses do Chaumont. Equipa que vem de um campeonato muito mais competitivo, com um orçamento muito superior, dum país com tradição na modalidade. Nas últimas épocas, disputámos eliminatórias com fortes equipas Italianas, e tivemos bem... o Chaumont está a um nível parecido (lidera a Liga Francesa, o ano passado ficaram em 3.º). Não somos favoritos, mas é possível... Mas temos que estar no máximo do nosso potencial, sem falhas!!!

Os dois lados do nosso futebol


"Campeões europeus. Títulos conquistados em escalões jovens. Boa representação nos Jogos Olímpicos. Futebol feminino em ascensão. 8.º lugar no ranking mundial de selecções e 6.º no de clubes da UEFA. O Benfica 8.º na classificação europeia e o Porto em 12.º. Cristiano Ronaldo. Outros grandes e promissores jogadores. Árbitros reconhecidos internacionalmente. Maior volume de retorno financeiro por transferências de atletas. E muito mais.
O futebol português - se o comparamos à luz da nossa dimensão demográfica e da nossa riqueza per capita - está numa posição relevante face a outras actividades económicas do País.
Este é o lado bom e esperançoso do nosso futebol. Pede meças a outros países e orgulha-nos. Mas, há sempre um mas. Um mas de incompetência, de cretinice, de ganância, de deslealdade, de cupidez, de mentira, de incoerência absoluta, de paixão transformada em ódio.
Um mas de desculpas, de omissões, de mentirolas, de jactância, de irresponsabilidade, de falta de nível, senão mesmo de carácter e de integridade.
Os media e canais de televisão tabloidizados regozijam-se e regurgitam com tanta miséria moral. Repetem, até à náusea, situações perversas, como se as estivessem a promover e incitar. Pessoas respeitáveis há que até entram nesse jogo sem se sentirem envergonhadas ou incomodadas.
A corrosão do lado bom de futebol português é de um primarismo que, espero (ainda que com muito pessimismo) não contagie os jovens e crianças que vêem diante dos olhos, dia após dia, esta feira franca de aleivosias e de maus exemplos. Deveria até haver o sinalzinho no canto do ecrã para prevenir os progenitores."

Bagão Félix, in A Bola