"Sabem da minha admiração por Vitória. O seu discurso é tranquilizador.
Todos, na vida, vamos tendo a tentação de, a cada porta que se fecha (mesmo sabendo que um dia, se vá abrir de novo...), fazer um balanço, se possível em livro... Pois, com tanta intervenção, muita dela escrita, não foi difícil, em tão pouco tempo, organizar ideias do que fiz e do que penso sobre e para o Benfica. O resultado, com a ajuda da Aletheia, aí está: «Sou do Benfica... e isso me envaidece», livro com um título como tantas vezes entoamos ao som de Luís Piçarra ou em uníssono, na Luz, que hoje vê a luz do dia, distribuído por A Bola. Numa tripla perspectiva: balanço enunciação de princípios e projecto. Com a esperança de a terceira nunca ser necessária, porque isso pressuporá um Benfica a ganhar, sempre, no que é o meu único desejo. Para memória futura..
Benfica - Rio Ave, ... o jogo
Era, desde a vitória no Estoril, e até ontem, o jogo mais importante e mais difícil do campeonato. Como tem que ser o próximo, e, depois desse, o próximo e, assim, sucessivamente. Para que não nos embrulhemos nos balanços e caiamos... como muito bem avisou Rui Vitória, na antevisão do jogo com a equipa de Luís Castro, ex-treinador do Porto (é bom que o recordemos, com todo o seu significado...).
Túnel do Bessa... ou importa é acabar com o TAD
Tenho um carinho especial pelo Boavista. Seja pela dimensão e história do clube, seja pelo prejuízo desportivo (e financeiro) que tem sofrido, como vítima colateral de actos de corrupção... de outros...
Não posso, por isso, deixar de dar uma palavra de protesto com o que lhe estão a voltar a fazer.
A propósito do conhecido caso 'Túnel do Bessa', decorrente dos incidentes do final do Boavista-Guimarães, para a Taça de Portugal, a 18 de Novembro passado, Idris, Henrique e Bukia foram expulsos, tendo sido punidos, pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, com quatro jogos de castigo. Pois, mesmo depois do Boavista ter recorrido imediatamente dessa pena, até há bem pouco tempo não havia qualquer decisão.
Essas suspensões abrangeram o Boavista-Sporting (0-1), o Paços de Ferreira-Boavista (2-1), o Boavista-Guimarães (1-2) e o Tondela-Boavista (1-1). Dos quatro jogos de castigo aplicados a três jogadores do Boavista, com efeitos imediatos em jogos importantes, o Boavista perdeu três e empatou um! Estavam, apenas, em causa (rápidos) castigos aplicados a três jogadores.
O que num plantel normal, reconheça-se, faz toda a diferença.
O que torna ainda mais inexplicável a falta de decisão de um recurso antes de os jogadores terem cumprido o castigo de quatro jogos de suspensão aplicados.
É incompreensível que o Conselho de Disciplina. E se no futebol não há filhos e enteados, como se justifica o tratamento dado ao Boavista? Chega de perseguições a quem pode, na cidade do Porto, ocupar espaço a outro clube que o quer só para si.
«Estamos preparados»... Rui Vitória
Sabem da minha admiração por Rui Vitória. Para além da sua paixão de adepto do Benfica, evidentes nas várias vezes em que colocou o clube à frente de qualquer ambição pessoal, o seu discurso é tranquilizador.
Desde logo, perante as adversidades, qualquer que seja a sua origem e sua natureza.
Veio a público que Lindelof poderá deixar o clube muito em breve, tendo alguns meios de comunicação garantindo que o Benfica-Rio Ave teria sido o último jogo de águia ao peito (e eu - cá na minha alma de adepto - já me despedi dele, com toda a carga clubística que isso envolve, significa e potencia).
Pois, perante essa possibilidade, Rui Vitória, num discurso seguro e confiante - como é habitual, sem que seja necessário amesquinhar ninguém - disse o óbvio para quem tem a sua responsabilidade: «estamos preparados».
Independente de concordar ou não, Rui Vitória respondeu da única forma que pode responder um homem de carácter, que tem de estar sempre preparado para todos os cenários.
Sabemos a importância de um discurso.
Embora não seja apenas com tranquilidade que se ganhem jogos... e campeonatos!
Mas, que ajuda, ajuda... e muito!!!
E se, a essa tranquilidade, aliarmos a humildade, à Benfica, ultrapassaremos, estou certo, qualquer obstáculo.
Como se tem ultrapassado a (estranha) onda de lesões que atingiu o plantel.
Ou a forma como se ganhou jogos, na época passada, até com menos um jogador (lembram-se do penúltimo jogo, na Madeira???).
E disso será exemplo a forma como será ultrapassada qualquer saída do plantel.
Com disponibilidade e combate.
E com o conhecimento (e conforto) de saber de onde vem e para onde vai.
Temos um excelente gestor de recursos humanos.
Preparado e focado.
Que alia a «alma» benfiquista, à crença do seu trabalho.
Com a manutenção de uma sintonia perfeita entre o querer «cá fora» e o querer «lá dentro».
Porque aqui só as vitórias interessam!
E porque aqui há soluções.
Ganhando sempre, e em qualquer circunstância, o colectivo (e não o treinador).
Para que os objectivos sejam cumpridos.
Em todas as competições.
O prometido é devido... ou a vitória do Sporting de Braga
Prometi, depois do meu último artigo de opinião, publicado neste jornal, que não falaria mais do Sporting!
E vou cumprir!!!
Mas não violarei a promessa se falar... do Sporting de Braga.
Clube a que me ligam laços familiares (e que sou, como diz o Presidente António Salvador, sócio com as quotas em dia).
Não posso, por isso, deixar de elogiar a grande exibição que fez em Alvalade.
Sobretudo após uma chicotada psicológica, concretizando o ideia de que as equipas «sem treinador» são as que mais lá ganham.
Desta vez, foi sob orientação de Abel Ferreira.
Ironia do destino, antigo lateral do Sporting e ex-técnico dos juniores.
Aproveitando, como será bom recordar, o trabalho de um grande técnico: José Peseiro.
E com um golo marcado por um Wilson Eduardo, que gelou um estádio.
E até podia ter marcado mais, se não quisesse ultrapassar, ou melhor, sentar, literalmente, numa jogada na primeira parte, o guarda-redes adversário.
Que, depois, fazendo jus aos 6 pontos alcançados, e como 12.º classificado na votação para a Bola de Ouro 2016, colaborou na vitória do Braga.
Quanto ao jogo, apenas relembrar que foi uma vitória de um treinador que é seu ex-jogador.
Com um golo marcado por também um ex-jogador.
É a vida!"
Rui Gomes da Silva, in A Bola