Últimas indefectivações

domingo, 12 de junho de 2016

Renato Sanches é para já

"Renato Sanches não tem estatuto de titular na Selecção e ficou claro, nos últimos três jogos de preparação, que Fernando Santos não conta com ele para entrar de início no onze de Portugal. Mas também ficou claro que há uma equipa a jogar com o médio de 18 anos contratado pelo Bayern Munique e outra, de futebol mais lateralizado, lento e de menor tracção, sem ele.
Viu-se Portugal a melhorar bastante frente à Noruega, quando Adrien tomou o lugar de João Moutinho. A fluidez do jogo aumentou e a equipa tornou-se mais clara nas suas intenções, mas a chegada aos famosos 'últimos 30 metros' em aceleração só aconteceu quando o médio ex-Benfica esteve em campo.
O único jogador, a par do CR7, que Matthaus aprecia na Selecção Nacional gozou de uma vantagem: quando entrou o jogo já estava distendido, aberto, marcado pelas muitas alterações introduzidas pelos seleccionadores; faltou avaliá-lo enquanto titular, com as duas equipas compactas e o jogo mais fechado. Mas mesmo assim, face às opções disponíveis e ao momento de forma de cada uma delas, Fernando Santos já tirou as suas conclusões e quando em causa está entrar num Europeu para ganhar, apesar da história respeitável de cada um e dos bonitos currículos, os estatutos são para esquecer, em nome do interesse colectivo. A verdade é que Portugal joga melhor com Renato Sanches.
Menos problemática será a decisão do seleccionador em substituir Nani por Quaresma na frente do ataque. RQ7 está melhor e tal evidência resulta muito do trabalho que Fernando Santos fez na recuperação de um génio a precisar de confiança. Com os melhores em cada lugar, Portugal pode ganhar."

Complicado...

Sporting 3 - 0 Benfica
(1-0)

Esperava um mau resultado, mas não esperava sofrer 3 golos em reposições de bola!!! O Benfica o ano passado, nos jogos equilibrados fez muitas vezes a diferença nas 'bolas paradas', este ano nem aí conseguimos ter superioridade... e neste caso, é uma questão de concentração!
No resto até chegámos ao intervalo com mais remates, mais remates à baliza... mas eficácia nula! A diferença foram mesmo as reposições de bola!

A revalidação do título, nas actuais circunstâncias, é quase impossível... Só um Benfica muito superior ao Sporting, poderá ser Campeão, e com o super-investimento feito este ano (e já prometido para o ano) pelos Lagartos (um clube insolvente recorde-se...), será muito complicado...

PS1: Realizou-se este fim-de-semana o 1.º SL Benfica Athelitics Meeting, em Lisboa. Excelente ideia, espero que seja para continuar, de preferência com mais atletas internacionais. O principal objectivo eram os mínimos Olímpicos, para alguns atletas, mas mesmo sem o passaporte para o Rio, deu para bater alguns recordes pessoais...
Lisboa merecia um grande Meeting de Atletismo, mas a fraca adesão do público torna isso praticamente impossível, por isso é que nunca teremos um grande Campeonato de Atletismo no nosso solo, é pena...!!!
Nota pelo boicote efectuado pela Direcção do SCP ao Meeting. Numa altura onde todos procuram minimos, esta atitude, é só mais um exemplo do tremendo atraso mental que a Direcção do SCP enferma...!!!
Por isso, até é normal, no Futsal, durante 90% do tempo ouvirem-se cânticos ofensivos e só em 10% do tempo é que apoiaram a 'sua' equipa... isto para gáudio da RTP!!!

PS2: Estou com pouco tempo, além disso o Record decidiu fazer uma entrevista ao Presidente 'gigante', com muitas páginas!!! Sendo assim em vez da habitual transcrição, deixo aqui os Links para o Record de Sábado e o de Domingo!

Dois futebóis

"Em França já há bola a rolar, enquanto por cá se joga nos gabinetes uma guerra para tentar que ninguém se magoe.

É de um campeonato da Europa, mais até do que de um Mundial, que se pode esperar por futebol de excelência, embora o alargamento do número de equipas, em estreia nesta edição, seja uma pequena traição à chancela de qualidade que tem marcado a generalidade dos Europeus, cujos participantes na fase final eram passados por crivo de malha apertada. Teremos de esperar para ver se a prevalência do negócio lesou muito ou pouco a componente que já foi a mais importante. O primeiro impacto foi animador. A prova arrancou com um só jogo e já vimos um golaço candidato a melhor da prova. Enquanto em França tentam cativar o mundo com o futebol dos relvados, por cá continuam as tramas que são especialidade da casa: as batalhas do futebol de gabinete.
O anunciado recurso do Belenenses ao processo que recolocou o Gil Vicente na I Liga, pondo a decisão em causa, terá o verdadeiro objectivo escondido por detrás do barulho mediático da ameaça pura e dura de virar tudo do avesso. Depois de a Federação Portuguesa de Futebol e a Liga terem decidido não recorrer e dar cumprimento imediato à sentença do tribunal, a discussão evoluiu para o patamar das consequências públicas: necessidade de alargar o campeonato principal e discutir a fórmula para o fazer. Do que não se falou foi das consequências particulares, daquelas de que António Fiusa fala a toda a hora e que podem incluir vários tipos de reparação. A paz estará dependente da diplomacia de Fernando Gomes e Pedro Proença. Terão de conseguir um compromisso do qual ninguém saia escaldado. E não será fácil."

Oito mil milhões

"Oito mil milhões de telespectadores será, acredita-se, a audiência total deste Europeu que na passada sexta feira, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, arrancou em Paris. No próximo mês dez estádios de França acolherão cinquenta e um jogos. E, no final, também em Paris, decerto com um Estádio esgotado, terão sido cerca de oitocentos mil espectadores a terem o privilégio de assistir, ao vivo, os jogos das vinte e quatro selecções apuradas para esta edição de uma prova que, nascida em 1960, vem ganhando crescente atenção e atractividade desportiva global. Daí que a prevista audiência global seja quase que equivalente à actual população deste nosso planeta. O que significa que o futebol se universalizou, conquistou milhões de adeptos e suscita múltiplas paixões. Recordo bem o Europeu de França de 1984. Acompanhei a nossa selecção em França. E o nosso primeiro jogo face à então República Federal da Alemanha - capitaneada por Rummmenigge, o atual principal responsável do Bayern de Munique e, logo, um do artífices da transferência de Renato Sanches! - terminou com um empate a zero. Depois conheci bem Marselha. Lá empatámos com a Espanha. E lá, num sábado, perdemos nas meias-finais, e no prolongamento, frente à França com o golo derradeiro a ser marcado, mesmo no último minuto, por Platini! E foi, nesse Europeu, como recordei anos mais tarde em fraternos convívios e em recordações desportivas que a minha memória jamais apagará, que vi jogar pela Roménia o meu querido amigo Lazlo Boloni - campeão no Sporting - no jogo em que, em Nantes, vencemos a Roménia com um golo, já no final do jogo, do Nené. Não esqueço esse Europeu. Foi o meu primeiro grande momento de acompanhamento da nossa seleção. Só não marquei presença, ao vivo, no Mundial do México e no Mundial da Coreia e do Japão. Em todas as outras competições cantei, com fervor, o hino nacional, abracei quem se sentava a meu lado quando Portugal marcava um golo, sofria quanto a bola entrava na nossa baliza, partilhava a alegria irradiante antes dos jogos, sorria ainda com o meu bigode e com muito mais cabelo no final e, nas horas que antecediam as partidas, sentia nas praças das cidades que nos recebiam as nossas comunhão e identidade como Povo que o Professor Marcelo Rebelo de Sousa tão bem expressou no seu discurso do 10 de Junho no emblemático Terreiro do Paço. Nesses momentos percebi que, tal como a selecção desse tempo - em que só Vítor Damas, José Carlos e Jordão não pertenciam ao Benfica e ao Futebol Clube do Porto - os clubes ficavam, à porta dos momentos, digo sublimes, de representação da camisola, sempre de cores diferentes, das quinas. Percebi, desde logo com o saudoso Senhor Fernando Cabrita, que a selecção em França se uniu. E, depois, Toni e José Augusto, também membros da equipa técnica - a par do também saudoso Senhor António Morais - ajudaram-me a perceber que nos relvado não havia cores de clubes. Havia a vontade de vencer! Havia um espírito de conquista. Que tão bem me foi retratado, em diferentes momentos de vida, pelo Diamantino e pelo Álvaro, pelo Veloso e pelo Carlos Manuel, entre outros. Sem esquecer a alegria do saudoso Manuel Bento a recordar algumas das suas fantásticas defesas e de não esquecer que o portista João Pinto integrou, nessa competição, e para a UEFA, o onze do Europeu. Mérito igualmente conquistado por Luís Figo no Europeu de 2000, por Ricardo Carvalho no de 2004, por Fábio Coentrão no de Europeu 2012 e, naturalmente, por Cristiano Ronaldo nos Europeus de 2004 e de 2012! Depois de amanhã frente à estreante Islândia iniciamos um novo percurso num Europeu de futebol. Com legítima ambição. Mas tendo presente as palavras que escutei, num canal televisivo, a uma sorridente emigrante ao proclamar que Portugal é a «minha raiz e a minha paixão»! Sim: o futebol, a nossa selecção e os nossos jogadores - por excelência nos últimos tempos Cristiano Ronaldo e, também os nossos principais clubes - motivam orgulho. O futebol ajudou, e muito, a nascer, em muitos lugares, e particularmente em França, uma nova geração descomplexada. Geração que vai para a escola com a camisola da nossa selecção e busca o corte de cabelo ou o penteado equivalente a alguns dos nossos grandes jogadores. E sabendo nós, agora, que a mãe do avançado de França - e do Atlético - Griezmann é portuguesa e o seu Avô jogou no Paços de Ferreira. É neste ambiente que vamos arrancar face à Islândia. Trinta e dois anos depois espero regressar a Marselha, palco de uma meia final. E espero que a 10 de Julho esteja sentado, perto das oito da noite, no Estádio Saint-Denis. E esteja a cantar o hino nacional. Com fé e fervor. E sabendo que esta equipa dirigente da Federação, esta equipa técnica e estes jogadores tudo farão, a cada minuto, para levar bem longe o nome de Portugal. Para sua glória e nosso orgulho. O mesmo, aliás, que, testemunho, leva a nossa respeitada e competente Embaixadora na Noruega e na Islândia, Clara Nunes dos Santos, a ser admirada pelas e pelos seus pares. E o mesmo que sentimos, qualquer que seja a nossa cor ou ideologia, com a presença, bem mais que simbólica, dos nossos Presidente da República e Primeiro Ministro em França nestes dias. E é esta medida de orgulho que, estou certo, Ronaldo e os seus vinte e dois companheiros nos vão proporcionar. Agora, em 2016, em que, ao contrário de 1984, já não tenho bigode, que quase não tenho cabelo, em que os que restam são, em maioria brancos, e sou, de verdade, um verdadeiro Pai com mel - logo Avô - de três lindos rapazes. E, assim com esta minha memória vai um tempo de vida. Desta nossa vida. Em que o futebol tem espaço. O seu espaço! E que, em audiência total, nos pode levar ao oito mil milhões de telespectadores deste Europeu de França! Impressionante!"

Fernando Seara, in A Bola

A morosidade da justiça

"Por sugestão de um leitor, abordamos um tema clássico mas sempre actual. Casos recentes retomam um problema que não é, contudo, exclusivo da justiça desportiva: a sua excessiva morosidade. Comenta o leitor que o recurso das decisões para os Tribunais Estaduais permite uma alteração de decisões tomadas por quem mais se encontra habilitado a decidir (os órgãos federativos) e contribuir para uma maior lentidão.
Há uma crucial diferença entre o esquema de recursos de actos das instâncias jurisdicionais desportivas existente antes da entrada em vigor da Lei do TAD em Outubro de 2015, e aquela que existe actualmente. Anteriormente, dos actos das instâncias desportivas cabia recurso para os Tribunais Administrativos, excepto quanto às questões estritamente desportivas que deviam manter-se no âmbito federativo. Estão ainda pendentes muitos processos judiciais nos Tribunais Administrativos, intentados antes da entrada em vigor da Lei do TAD. Como se sabe, os Tribunais Administrativos têm uma sobrecarga de processos pelo que inevitavelmente a justiça tarda.
Actualmente, tais recursos são apresentados junto do TAD, um tribunal arbitral pensado para o desporto. Os litígios desportivos são agora decididos por árbitros criteriosamente escolhidos, os prazos processuais são bastante curtos e prevê-se uma maior celeridade, mesmo se as partes recorrerem da decisão arbitral para os Tribunais Estaduais.
O futuro dirá se a pretendida alteração do registo clássico da resolução de litígios desportivos colherá os frutos da celeridade."

Marta Vieira da Cruz, in A Bola

Benfiquismo (CXXXII)

Os resistentes...!!!