Últimas indefectivações

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Muito injusto...

Benfica 1 - 1 Leixões
Oliveira


Jogámos melhor, e merecíamos outro resultado.

Muitas alterações (na defesa), vários jogadores que têm treinado com a equipa principal no 11, com o Tiago Araújo a recuperar da lesão e o Obrador, a precisar de ritmo, tal como o Gonçalo Oliveira e o Leandro...

Contra uma equipa muito manhosa a jogar no erro e nas transições, contra um árbitro intratável (penalty descarado sobre o Gonçalo Moreira...), lutámos muito...

Além do Moreira, destaco o ainda Júnior Xico Silva como ponta-de-lança e a entrada do Miguel Figueiredo! Recordo que o nosso médio, não foi inacreditavelmente convocado para o Euro de sub-17, mas neste arranque de época 'ultrapassou' os seus companheiros de idade, que estão a jogar nos sub-23, incluindo o Quintas... e na minha opinião merece!!!

Benfica Somos Nós - S05E05 - Estrela...

BI: Estrela...

Manteigas #6 - Medidas para as Casas Benfica e Associados

Tugão...

Até estes...

O absurdo é tão grande, que até este anão...

Não acredito que sejam cegos!

Será que é mesmo assim que o Benfica quer jogar?


"Passe longo para as costas das defesas e luta pelas 'segundas bolas' é muito do processo de Bruno Lage nos encarnados

O Benfica venceu na visita ao Estrela da Amadora, antes de um play-off importantíssimo com o Fenerbahçe, que vale o acesso à Liga dos Campeões.
Cumpriu o objetivo é certo, mas o processo de Bruno Lage tremeu e muito e, pior, deixou uma péssima imagem, que tem de fazer tocar todos os alertas na Luz.
Para já, ficou o aviso. Um aviso sério.
O triunfo surgiu num penálti sobre Ivanovic caído do céu, com os encarnados com muitas dificuldades em dominar o seu adversário, que criou várias oportunidades flagrantes para marcar, ou sequer, no mínimo, controlar a partida com bola.
As fragilidades apareceram ao minuto 1 e ao 90.º, e em tantos outros momentos desde o apito inicial.
É verdade que o relvado estava em péssimo estado, mas a exibição foi paupérrima.
O processo de Lage — que ainda assim, por força das circunstâncias, leia-se a iminente saída de Akturkoglu caso lisboetas e turcos se entendam, tem apostado em alguém que atenua parte dos problemas de ligação entre meio-campo e ataque, como é Schjelderup — passa sobretudo por bombardear bolas para as costas da linha defensiva rival, seja para o norueguês, Ivanovic ou Pavlidis, e se isso não resultar recuperar a segunda bola. Lembram-se do FC Porto de Sérgio Conceição nos momentos em que teve menos massa crítica? É um pouco do mesmo.
Só que será mesmo assim que o Benfica pretende enfrentar esta temporada?
O ataque posicional foi mais uma vez nulo, tapado o corredor interior pelos jogadores da casa, e os construtores Enzo e Ríos sofreram. Os encarnados não tiveram espaço e bloquearam. Muito. Ainda que num ou noutro momento pudessem ter chegado ao golo, porque isso faz parte de terem mais talento.
Parece haver uma ânsia enorme agora da maior parte dos futebolistas em bater rápido na frente para surpreender o adversário, que até já está à espera. Têm de ser ordens do treinador.
É necessário sublinhar que o plantel não está completo, ainda que não pareça haver novidades para breve, a duas semanas de fechar a janela. Faltam elementos para ligar as pontas soltas, seja a partir dos flancos ou pelo meio.
Falta também que os dois avançados criem uma química própria.
O que faz com que, para já, o peso esteja muito assente em Enzo e em Richard Ríos, que por ter mais obrigações em desequilibrar, já começa a ouvir as primeiras críticas. Algo injusto talvez, porque não pode ser só ele a arriscar e a verticalizar, sobretudo a partir da posição 8 num duplo-pivot.
Não pode haver dúvidas da sua qualidade, ainda que o estatuto de ser a contratação mais cara do clube possa pesar. O melhor Ríos que vi foi na seleção colombiana e em fases finais. Se esse jogador passar um dia por Portugal ninguém se lembrará do que custou. Mas temo que nem pelo Brasil tenha passado. De todas as maneiras, precisa de tempo. E de ajuda.
Bruno Lage tem muito em que pensar.
Embora, dificilmente vá mudar o seu plano.
É em transição que quer jogar. Mas mesmo em transição pode jogar de outra forma."

Zero: Mercado - Jota Silva cada vez mais leão; Muito Man. United

Terceiro Anel: Diário...

Observador: E o Campeão é... - Benfica passa no teste da Reboleira... mas não convence

Observador: Relatório de Jogo - Estrela...

Triunfo do coletivo


"De luto pelo falecimento da glória Cruz, o Benfica venceu, por 0-1, na visita ao Estrela da Amadora. Este é o destaque nesta edição da BNews.

1. Profundo pesar
Cruz, Bicampeão Europeu e Campeão Nacional oito vezes de águia ao peito, faleceu aos 84 anos.

2. Juntos 
Bruno Lage considera: "Foi uma vitória de equipa. Para o Cruz, Bicampeão Europeu, que nos deixou hoje. Para os nossos adeptos, que nos apoiaram do princípio ao fim. E dos jogadores. Fomos uma equipa sólida, aguerrida e vestimos o fato-macaco. Criámos oportunidades suficientes para vencer."

3. Objetivo cumprido
Considerado o homem do jogo e autor do golo do triunfo benfiquista, Pavlidis considera: "A conquista dos três pontos é o mais importante. O relvado não era o melhor, tentámos jogar futebol, mas não foi possível. E tivemos de lutar. Temos de vencer, vencer, vencer. Queremos continuar assim e temos jogos cruciais no futuro."

4. Ângulo diferente
Veja, de outro ângulo, o golo do Benfica marcado ao Estrela da Amadora.

5. Evoluir e vencer
A equipa B do Benfica recebe o Leixões, hoje às 18h00, no Benfica Campus.

6. Últimos resultados
Os Sub-23 do Benfica perderam, por 1-0, na deslocação ao Torreense. A equipa feminina de futsal do Benfica foi derrotada, por 1-5, pelo Atlético Navalcarnero na Copa Ibérica.

7. Solidariedade para com as vítimas dos incêndios
Clube e Fundação Benfica já estão no terreno e desenvolvem esforços para prestar toda a colaboração pertinente."

Central: Chalana...

Central: Toni...

Central: Enke...

Central: Di Maria...

Central: Fehér...

BolaTV: Hoje Jogo Eu... - Francisco Vaz Miranda

Fórmula Ayrton Senna


"O mundo do desporto em 2025 tem vivido perdas inesperadas, principalmente para a nação portuguesa. Diogo Jota, André Silva e Jorge Costa deixam uma marca vincada no futebol português não só pelas vitórias, mas principalmente pela forma como davam tudo pela camisola que vestiam.
Há a promessa viva que os seus legados continuarão, mas com o tempo não vemos sempre isso a acontecer com outros casos semelhantes. A história mais bonita e eterna, para mim, continua a ser de Ayrton Senna.
O seu percurso foi visto por muitos como um marco na história do automobilismo. A opinião geral, tanto de especialistas quanto de fãs, é que a sua chegada trouxe uma combinação rara de talento, determinação e carisma que rapidamente o destacou como uma figura única no desporto. A sua coragem era equilibrada pela técnica apurada e por um compromisso constante com a perfeição. A sua ousadia saudável foi a sua imagem de marca, o que o distinguia dos restantes.
Senna mostrou ao mundo que ser ousado não é agir por impulso ou por ego, mas sim ter a coragem de ir mais além, com respeito, preparação e paixão. Essa ousadia foi o motor que o levou a três títulos mundiais e a conquistar o coração de milhões. Chamou a atenção pela sua habilidade em condições particularmente adversas, especialmente em pistas molhadas. É aqui que se veem os verdadeiros campeões. Era capaz de tirar o máximo rendimento do carro, sempre conseguiu fazer omeletes sem ovos. A forma como surgiu e a trajetória que construiu até à sua morte trágica em 1994 contribuíram para consolidá-lo como uma lenda.
O impacto de Ayrton Senna na cultura mundial vai muito além do desporto. Aliás, o meu primo com o qual partilhei grande parte da minha infância, até tem uma peça que retrata isso, com o nome 'Eu vi o Ayrton Senna morrer nos olhos do meu irmão'. Sem nunca a ter visto, quis de certa forma saber o que ele pensou quando a idealizou e escreveu.
O nascimento de uma estrela vai muito para além da sua morte física. A sua imagem vale mais do que vitórias em pista. Simboliza esperança, orgulho e dignidade numa época de crise mundial. As suas vitórias uniam o país aos domingos e o seu funeral em 1994 foi um dos maiores da história, com milhões nas ruas. Num mundo cada vez mais dominado por estatísticas, tecnologia e resultados, o coração é o elemento humano que resiste à frieza dos números.
É a paixão do miúdo que joga à bola no bairro até ao anoitecer, é o olhar determinado do atleta que treina em silêncio durante anos para viver um momento de glória que pode durar apenas segundos. É o amor puro ao jogo, à camisola, ao desafio.
Embora algumas pessoas argumentem que os pilotos de automobilismo não podem ser considerados verdadeiros atletas, a realidade é que vários estudos provam o contrário. De facto, estes possuem uma capacidade respiratória semelhante aos atletas que participam em desportos coletivos como basquetebol e futebol.
Senna tornou-se uma figura de inspiração pessoal e profissional. Muitos atletas de topo, como Lewis Hamilton, Valentino Rossi, Ronaldinho Gaúcho ou Djokovic, já o citaram como uma referência. A sua ética de trabalho e resiliência tornaram-no um modelo de perseverança.
Jorge Costa também procurou ser um exemplo e foi particularmente conhecido pela sua entrega inequívoca ao desporto e ao seu clube de coração. A forma como recuperava de lesões desportivas, em tempo considerado impossível, continua a ser visto como estudo de caso. Deu sempre tudo o que tinha e o que não tinha.
É por isso que há momentos em que um simples gesto, um golo, uma vitória ou até uma derrota transforma um atleta, até então comum, numa figura quase mítica. É nesse instante que nasce o ídolo, não apenas pelo que faz em competição, mas pelo que representa na imaginação e nos corações de quem o vê. É neste tipo de patamar que as pessoas se eternizam e ninguém as esquece, para sempre.
O futebol é, por vezes, mais trágico que 'Hamlet', mais emotivo e romântico que 'Romeu e Julieta' e os grandes palcos, como os Mundiais, Euros ou finais de Champions, são frequentemente cenário de dramas dignos de Shakespeare, onde heróis caem e o destino prega partidas cruéis. Mas não há pior drama que uma morte inesperada.
Neste momento, seguir em frente não é esquecer. É nessa procura de força e fórmula reparadora que os mais próximos dos azuis e brancos ou dos vermelhos, que nunca deixam ninguém sozinho, devem procurar novas forças.
É fácil subestimar o poder da presença repetida. Mas há uma verdade simples e bonita nisto: os maiores amigos de muitas pessoas pelo mundo são os próprios ídolos da televisão. Não porque sejam melhores ou mais sábios, mas porque estão lá. Sempre. Com sorriso conhecido e com a sensação reconfortante de que, pelo menos durante aquele momento, estão lá. Mesmo que sejam só em imagens do passado. Fazem parte do dia-a-dia invisível de um país que trabalha muito e fala pouco. E por isso, merecem o nosso respeito e a nossa gratidão. Foi essa a fórmula Ayrton Senna, no Brasil (e resto do Mundo)."

VALERAM OS 3 PONTOS


"Estrela da Amadora 0 - 1 BENFICA

Pré jogo 1 bela tarde de verão, a chegar ao estádio só se vê vermelho por todo o lado, somos realmente o abono de família desta ligazinha. Ainda nos querem tirar dinheiro com essa história de centralização, como é possível?
Pré jogo 2 Aqui, da bancada habitual, o problema habitual: embora bancada central não se pode ver todo o talhão junto à linha lateral deste lado, tenta-se adivinhar o que se passa no jogo quando a bola para ali vai, nem os cantos conseguimos ver.
Pré jogo 3 relvado todo às manchas, parece uma paleta de tons verdes de um pintor de terceira categoria.
Pré jogo 4 A ver se encontro uma câmara de fora do jogo numa varanda de um dos edifícios vizinhos do estádio.

BORA LÁ AO JOGO (Em direto da bancada, sem repetições, comentários sem rede)
00 Onze principal do Lage, o mesmo que em França e na Catedral contra o Nice.
10 minutos de nada, agora dois cantos para nós, no segundo Otamendi com uma queda aparatosa, ele que não é de fitas. O VAR o que diz? Esquece, mas fiquei com muitas dúvidas.
16 Dahl agora deu uma sapatada no jogo, um belo remate que tirou tinta ao poste
20 Estas transições adversárias têm que ser travadas em falta logo na saída, não aprenderam com os golos sofridos na época passada...
23 Que perigo na nossa baliza, somos muito passivos...
27 Nossa Senhora, que falhanço! Ivanovic? Porque é que o Aursnes não a mandou lá para dentro em vez de assistir?
32 Barrenechea enche-me mais as medidas a cada jogo que passa.
34 o careca do apito a marcar tudo e mais alguma coisa contra nós, basta-lhes lançarem-se para o chão. E eles ainda aproveitam para queimar tempo em todas as paragens do jogo.
37 Trubin a evitar um golo, grande intervenção pelo ar junto ao poste. E quanto tempo para marcarem o canto? Alguém dará dinheiro por esta ligazinha?
42 Finalmente uma transição de jeito.
45+2 18 faltas (7+11), muitas outras paragens, muito tempo perdido, dois minutos de compensação, gostaria de ver o tempo útil desta porcaria de primeira parte.
46 Temos de fazer muito mais e muito melhor para sair daqui com os três pontos. A primeira parte foram os piores 45 minutos desta temporada.
49 primeiro remate da segunda parte, de Pavlidis pra bancada dos anúncios
52 O que fez Otamendi para levar amarelo? Dividiu a bola disputada no ar... 
54 Trubin a oferecer-lhes um golo cantado e falhado, valha-nos isso
57 penálti! Há um empurrão nas costas de Ivanovic. E agora estamos nas mãos do VAR. É penálti! PLA-VLI-DIIIIIIS não perdoa! Um-zero.
61 e já iam empatando, crl
63 o careca do apito a estragar um jogo que já não está grande coisa: tão mau árbitro!
69 e eu pensar que o penálti ia acalmar-nos para dominarmos o jogo. Não temos melhores jogadores? Não estamos em vantagem? Então?
79 grande jogada coletiva, grande remate do Ivanovic, que defesa milagrosa do redes deles!
90 e nós a pormo-nos a jeito, ó António!!!
90+6 péssimo jogo, salvaram-se os três pontos. Siga para Istambul!"

O Benfica foi à Amadora sobreviver às armadilhas do Estrela


"Jogo difícil para as águias, que bateram o vizinho da Reboleira graças a um penálti de Pavlidis (1-0). A agressividade e abordagem peculiar do Estrela foram difíceis de contrariar para uma equipa encarnada que segue 100% vitoriosa, sempre sem sofrer golos

Entre o impacto emocional de disputar um troféu a abrir a temporada contra um rival e o impacto financeiro de disputar quatro partidas que valem muitos milhões de euros, a ida à Reboleira poderia parecer o menos mediática dos jogos do arranque do Benfica 2025/26. O compromisso de menor peso, o que não estava realçado no calendário.
Se alguém pensava que tratar-se-ia de uma formalidade entre encontros cheios de responsabilidade, bem enganado estava. A estreia das águias na I Liga foi dura, foi um confronto físico, daqueles que moí, que chateiam.
O Estrela da Amadora foi, mais do que um adversário futebolístico, um desafio de disponibilidade mental, de estar pronto para ir ao confronto, de sujar os calções e ter gosto nisso. O penálti de Pavlidis deu os três pontos e permite a Lage pensar no José que é Mourinho.
O José que é Faria levou o jogo para as trincheiras. Com um relvado de escassa qualidade, o Estrela aplicou uma proposta original: em teoria, havia três pontas-de-lança de raiz no onze (Abraham, Godoy e Gastão) e ainda Jovane Cabral, toda a vida um atacante. Na prática, havia três centrais e o cérebro de Paulo Moreira atrás de um coletivo cheio de agressividade e força nos duelos, com Jovane e Abraham reinventados como interiores e o ambidestro Lopes Cabral e o ziguezaguente Fábio Ronaldo pelas alas.
Plena de automatismos e intenções firmes, a equipa local, de desenho mutável, procurou ser um daqueles mosquitos das noites de verão. Sempre a zumbir nas orelhas do Benfica, impedindo que as águias dormissem, à espreita de as picar. Em duas situações no primeiro tempo estiveram os amadorenses perto de abrir o marcador, mas Chernev não teve boa pontaria e Trubin parou uma bela finalização de Gastão.
Do outro lado, os encarnados, com a curta ida à Reboleira encaixada entre a necessidade de superar eliminatórias de Liga dos Campeões, também cheirou o 1-0 num primeiro tempo de diversas situações perto das balizas. Dahl, ofensivamente muito ativo, atirou a raspar o poste direito de Renan, Pavlidis ficou perto de calcanhar, Schjelderup viu Luan fazer um corte salvador.
Após o descanso, a tendência geral da noite não se alterou. Lopes Cabral, muito ativo a executar de direito ou de esquerdo, atirou para defesa incompleta de Trubin, não aproveitando Godoy a recarga, ainda que parecesse em posição adiantada.
Bruno Lage manifestava faces de desconforto, como alguém com muita pressa para chegar ao destino, mas que se viu preso no trânsito da hora de ponta. Ainda assim, à passagem da hora de jogo o Benfica encontrou, no meio do engarrafamento, o golo. Dahl cruzou, Ivanovic caiu na área e, na transformação do penálti, Pavlidis debutou a nível concretizador na campanha.
Depois de andar às voltas com criativos que poderiam vir ou criativos que não faziam falta, o Benfica virou a equipa da parelha de pontas-de-lança. Pavlidis e Ivanovic, juntos, apontaram 54 golos na época passada, mas ainda procuram a melhor sintonia.
O grego vai tentando desenvolver o seu futebol de ligações, como o nó de uma rede de auto-estradas, mas o croata revelou alguma dessintonia na primeira vez que pisou a I Liga. No único remate que efetuou, pouco antes de ser substituído, Renan Ribeiro respondeu com classe. O Estrela parece ter melhorado nalgumas posições face ao passado recente e a baliza é uma delas.
O Estrela, que não derrota o Benfica há 23 jogos, desde que Jorge Jesus ainda treinava na Amadora — um 3-0 em 1999/00—, manteve a aposta até final. O José que é Faria tinha mais três pontas-de-lança para lançar no banco e colocou-os a todos.
Um dos que entrou, o romeno Stoica, aproveitou, aos 90', um erro de António Silva para lançar outro dos suplentes utilizados, Kikas, que, isolado, atirou por cima. Logo a seguir, Rodrigo Pinho, o terceiro dianteiro que entrou — ainda que para a tal posição de espécie de médio-interior que o José que é Faria criou —, mandou uma bomba na direção da baliza de Trubin, mas passou ao lado.
Schjelderup, já no banco, reagiu à derradeira chance do Estrela com cara de alívio. Após o apito final, Bruno Lage foi efusivo rumo aos balneários, feliz por sobreviver às trincheiras. Agora já pode pensar no José que é Mourinho."

Richard Ríos, em Portugal não se joga à velocidade do Brasil


"Só de penálti uma águia tão cinzenta e sem ideias podia chegar ao golo. Dahl foi dos poucos que quiseram quebrar a monotonia e Enzo é aposta ganha. Médio contratado ao Palmeiras teve exibição para esquecer (ou lembrar-se para não repetir)

O MELHOR EM CAMPO - DAHL (7)
Perante tamanha inércia lá na frente, Dahl tentou mostrar como se faz. Aos 12', teve o primeiro remate perigoso do jogo e aos 17' repetiu a receita, em novo disparo de pé esquerdo, de fora da área, a rasar o poste. É dele o cruzamento que dá origem à grande penalidade com que o Benfica ganhou o jogo e, depois disso (76'), ainda voltou a ter boa incursão pelo lado esquerdo, acionando o cruzamento que terminou num remate frouxo de Ríos. Se a qualidade a atacar e o pé esquerdo preciso já lhe tinham sido reconhecidos na época passada, está agora a mostrar evolução no momento defensivo, apesar de Lopes Cabral lhe ter oferecido trabalho de sobra por aquele lado. Ainda não tem a influência de Carreras, claro, mas, neste momento, o lugar é dele e Obrador vai ter de 'dar ao pedal'.

5 TRUBIN Aos 38', quando o Estrela mandava no jogo e encostava o Benfica às cordas, impediu um golo monumental a Gastão, voando para assinar uma grande defesa para canto. Na segunda parte (55') não teve a melhor abordagem a um livre direto batido por Lopes Cabral, deixando a bola à mercê de Godoy, que cabeceou ao lado.

5 DEDIC É um lateral fisicamente vistoso, potente, de arranque fácil, mas ainda procura o melhor entendimento com Aursnes. O norueguês não é um jogador de linha, pelo que terá de ser mais expedito no momento atacante para que a águia consiga criar problemas pelo lado direito.

5 ANTÓNIO SILVA Fez um jogo em crescendo e mostra-se cada vez mais à vontade com bola , mas ia borrando a pintura numa exibição consistente aos 90+1', quando quis sair a jogar de peito e entregou a bola ao Estrela. Valeu-lhe o desacerto de Kikas, incomodado por Otamendi, na cara de Trubin, rematando por cima.

6 OTAMENDIA renovação de contrato foi dividindo os adeptos na época passada, mas o argentino vai dando provas de que a idade parece não passar por ele e continua com o sentido posicional e capacidade física intocáveis. Amarelado aos 53' por protestos.

5 AURSNES Entrou algo desconcentrado, o que nele é muito pouco habitual, e a facilitar, acumulando alguns erros no passe, mas depois foi acertando o passo. A ligação que tão bem resultou com Schjelderup frente ao Nice voltou a quase dar frutos aos 43', quando fez um passe primoroso para o compatriota, que acabou por perder o lance em boa posição na área.

6 ENZO Ainda procura os melhores índices físicos, mas é um enorme upgrade em relação à época passada na 1.ª fase de construção, já que tem no passe médio e longo uma das melhores valências. Aos 31', adornou em demasia quando podia ter visado a baliza, mas perdeu o timing do remate.

4 RÍOSSe Enzo ainda não está no ponto fisicamente, o reforço mais caro da história do Benfica já traz meia época de Palmeiras nas pernas, pelo que essa questão fica posta de parte. Na primeira parte acumulou erros, com passes fáceis falhados e perdas de bola pouco aceitáveis para um jogador que custou 27 milhões de euros. Em Portugal não se joga no mesmo ritmo do Brasil e terá de perceber que não pode adornar tanto os lances, porque vai sempre ser castigado. Aos 79', tentou a sorte de livre direto... que não passou da barreira.

4 SCHJELDERUP Brilhou contra o Nice, ontem nem se deu por ele e não teve rasgo. Perdeu boa chance aos 43', permitindo o corte a Luan, e, sem surpresa, foi o primeiro a ser substituído.

6 IVANOVIC Ainda à procura do melhor entendimento com Pavlidis, o croata tem pisado zonas demasiado baixas no terreno para o que as caraterísticas dele pedem. Ainda assim, remou contra o bocejo que foi a águia ofensivamente, sofreu o penálti e teve o golo nos pés aos 80', negado por uma enorme intervenção de Renan Ribeiro.

5 PAVLIDIS Só fica ligado à história do jogo por ter sido dele o golo que resolveu o jogo, depois de na primeira parte (27') ter falhado de calcanhar à boca da baliza após um primeiro remate de Aursnes.

5 PRESTIANNI Contra um Nice já nas lonas teve tempo e espaço para mostrar a inegável qualidade técnica que tem. Entrou em momento difícil no jogo e parece não estar confortável a extremo esquerdo no novo 4-4-2 de Lage.

5 FLORENTINOTampão defensivo para os últimos minutos

5 BARREIRO Para fechar ao lado de Florentino o último forcing do Estrela.

5 HENRIQUE ARAÚJO Em dois minutos ainda tentou a sorte, num remate cruzado de pé esquerdo.

TIAGO GOUVEIA Entrou para queimar tempo."

O quarto triunfo seguido foi o menos conseguido


"Foi de longe o jogo mais complicado para o Benfica na presente temporada. Por deficiências próprias, mas sobretudo pelo mérito dos donos da casa, que leram bem a partida e colocaram muitas pedras na engrenagem encarnada. Se acabasse em empate, a equipa de Lage não teria nada de que se queixar.

Sim, o Benfica fez esta época quatro jogos oficiais, ganhou sempre, nunca sofreu golos, conquistou um troféu, apurou-se para o play-off da fase regular da Champions, e entrou a ganhar na Liga. Mas como cada jogo tem a sua própria história, a que foi escrita na Reboleira, pode dizer-se, teve um final feliz para os encarnados, que suaram, provavelmente aquilo que não esperavam, para levar os três pontos para a Luz. Ou seja, em casa do Estrela, foi o Benfica a ter a estrelinha que lhe permitiu ganhar um jogo que teve tudo para acabar empatado. E porquê, pode perguntar-se, não só atendendo à diferença de cilindrada entre as equipas, mas também recordando os triunfos concludentes nos três duelos anteriores?
Essencialmente porque o Estrela (e nesse particular o mau estado do relvado beneficiou a equipa da casa), começou por não deixar jogar o Benfica através da colocação de dois pontas-de-lança, daqueles que vão a todas e correm até caírem para o lado (foi o que aconteceu, em sentido figurado, é claro, com Godoy e Gastão, que seriam substituídos aos 64 minutos por outro par do mesmo calibre, formado por Stoica e Kikas), foi pressionante, com três unidades, sobre quem costuma pautar o jogo encarnado – Richard Ríos e Barrenechea – e com tudo isto secaram os pontas-de-lança do Benfica, que se viram quase sempre mal municiados.
Foi bem pensada a estratégia de José Faria, e esteve muito perto de dar frutos, até porque, também, do ponto de vista individual os encarnados tiveram algumas unidades em sub-rendimento (e isso não terá a ver, creio, com a proximidade do jogo com o Fenerbahçe).

A pedir correção
Por exemplo, Dedic, que se vê à légua que tem qualidades, foi muito inconsequente e indisciplinado do ponto de vista tático, e demasiadas vezes, por querer insistir no jogo interior (que não é a sua praia), foi pisar terrenos onde já estavam companheiros seus, e mais do que ajudar, atrapalhou. E para piorar o cenário do lado direito (caramba, Aursnes não chega para tudo, apenas para quase tudo...) algumas subidas a despropósito de Dedic desguarneceram defensivamente o flanco, fragilidade que foi bem aproveitada pelo Estrela da Amadora, essencialmente por Fábio Ronaldo e Jovane Cabral.
Mas não foram só as deficiências de integração no conjunto de Dedic (mais camufladas nos jogos anteriores), que criaram problemas sistémicos ao Benfica: Richad Ríos, desconfortável com a velocidade do jogo, o mau estado da relva e a agressividade dos adversários, quase nunca foi o elo de ligação da equipa com Ivanovic e Pavlidis, que devia ser. Essa circunstância penalizou mais o croata, que teve menos bola e acabou por, generosamente, se dar a tarefas defensivas que foram importantes para a sua equipa.
É verdade que Ivanovic podia ter arrumado as dúvidas ao minuto 80, quando rematou, com muita classe, para golo, e viu Renan Ribeiro realizar uma parada impossível e enviar a bola para canto. Mas não é menos verdade que o Estrela da Amadora, depois de Pavlidis, dos onze metros, ter colocado o Benfica na frente (curiosamente coincidindo com um quarto de hora inicial da segunda parte em que os tricolores foram melhores do que os encarnados), tiveram soberanas hipóteses de empatar, por exemplo ao minuto 90+1 quando uma displicência de António Silva (única nódoa numa boa exibição) acabou com Kikas isolado em frente a Trubin e a rematar por cima; ou no minuto 90+5, num livre de Rodrigo Pinho que ia provocando uma apoplexia em quem estava no banco do Benfica.

Primeira parte dividida
Do desconforto tático do Benfica na primeira parte, já aqui se falou. E não foi por acaso que a primeira grande sensação de golo do encontro pertenceu ao Estrela, aos 24 minutos, quando de um lance de laboratório entre os Cabrais (Jovane e Lopes) nasceu um cruzamento da esquerda que Chernev desperdiçou incrivelmente muito perto do risco fatal. E se logo a seguir (24) Dahl rematou com perigo e (27) Pavlidis, de calcanhar, esteve muito perto de marcar, a resposta por Gastão, com um remate cruzado com selo de golo (38), foi sustido por uma magnífica intervenção de Trubin. A primeira metade não terminaria sem o Benfica voltar a cheirar o golo, após um trabalho da conexão norueguesa, com Aursnes a colocar a bola em Schjelderup, a quem Luan, in extremis, tirou o pão da boca.

Lage, de novo, pragmático
Em vantagem a partir da hora de jogo (antes, aos 55 minutos, uma fífia de Trubin, após um livre de Lopes Cabral, redundou numa perdida escandalosa de Godoy, que não devia passar no VAR) e já depois de José Faria ter mudado a dupla de avançados, é que Bruno Lage refrescou a esquerda do ataque (Schjelderup, o elo mais fraco, por Prestianni, 70 minutos), vendo a seguir o Estrela dar poder à meia-distância, com Rodrigo Pinho (74) e mais fulgor às alas com Resende, e ao meio campo, com Meireles (82). Só aos 87 minutos é que entraram, tipo trancas à porta, Barreiro e Florentino, saindo Ivanovic e Berrenechea (quando era Ríos quem denotava menos fulgor...). E só mesmo aos 90+3, porque a isso foi obrigado, tirou o colombiano (atordoado por um choque de cabeças) e Pavlidis, para as entradas de Tiago Gouveia e Henrique Araújo. Foi com um suspiro de alívio que os benfiquistas ouviram o apito final, e celebraram três pontos, numa noite em que a equipa da Luz foi posta à prova como nem Sporting nem Nice tinham feito."

Esteves: Estrela...

Vinte e Um - Como eu vi - Estrela...

5 Minutos: Diário...