Últimas indefectivações

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

O que podem as águias esperar do sorteio da Taça da Liga?


"O sorteio da 16.ª edição da Taça da Liga decorreu no passado dia 23 de setembro, na sede da Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Serão disputadas 56 partidas, contando com 18 clubes da Primeira Liga e 16 da Segunda Liga, entre 18 de novembro de 2022 e 28 de janeiro de 2023. A final-four será realizada pela terceira vez consecutiva no Estádio Municipal de Leiria.
A sorte, por assim dizer, ditou que o SL Benfica ficasse integrado no grupo C, defrontando o CF Estrela da Amadora, o Moreirense FC e o FC Penafiel. Os encarnados foram a única equipa, dos “três grandes”, que apenas vai defrontar equipas da Segunda Liga nesta fase de grupos.
Falemos então agora sobre os jogos do grupo C. As águias começam por enfrentar o CF Estrela da Amadora, a 19 de novembro, no estádio José Gomes. As duas equipas vão defrontar-se pela 37.ª vez, a segunda a contar para esta competição. O histórico de vitórias é muito favorável ao SL Benfica, que conta com 28 triunfos sobre o adversário, seis empates e apenas duas derrotas. Para encontramos a última vez que os benfiquistas saíram derrotados temos de recuar até fevereiro de 2000, onde perderam por 3-0. A outra vitória do CF Estrela da Amadora foi em maio de 1998, por 2-0.
A última vez que estas duas equipas mediram forças foi em janeiro de 2021 num jogo a contar para os oitavos de final da Taça de Portugal, tendo as águias vencido por 0-4. Para além das vitórias, a diferença de golos marcados também é bastante notória: 68 dos encarnados contra 20 dos tricolores. Face a todos estes dados, espera-se que o SL Benfica entre a vencer na competição.
Na segunda jornada, realizada a 24 de novembro, o Estádio da Luz vai receber o FC Penafiel, no 31.º encontro entre os dois clubes. Dos restantes 30, os encarnados saíram vitoriosos em 21, empatados em seis e derrotados em apenas três. Além disso, a diferença de golos é colossal: 71 marcados para o lado das águias contra apenas 11 sofridos.
Estes dois adversários já não se defrontam desde 2014/15, quando o FC Penafiel esteva na Primeira Liga. Ainda assim, na jornada 32 dessa temporada, os penafidelenses saíram da Catedral com quatro golos sofridos e nenhum marcado. Depois da confusão que houve no sorteio da Taça de Portugal, em 2014, que ditou o confronto entre estas equipas, os adeptos benfiquistas esperam agora que a turma da Luz consiga ter seis pontos na segunda jornada da fase de grupos.
Por fim, a terceira jornada, que decorrerá a 28 de novembro, terá o Moreirense FC e o SL Benfica como rivais. As águias jogam novamente fora, contra uma ex-equipa de Primeira Liga. Ainda na época passada se defrontaram pela 31.ª vez, na 18.ª jornada da Liga portuguesa, onde os cónegos conseguiram o sexto empate da história do clube frente aos encarnados. O SL Benfica, que já não perde com o Moreirense FC desde 2018, vai tentar conseguir mais três pontos, naquela que poderá ser a 23.ª vitória da equipa.
Apesar de as águias terem mais 44 golos marcados do que os cónegos (70 contra 26), a verdade é que, dos três jogos, este será possivelmente o mais difícil. Não é em vão que o Moreirense FC tem uma Taça da Liga no palmarés, conquistada em 2016/17, frente ao SC Braga. Todos os jogos são diferentes e, por isso mesmo, todos podem ser surpreendentes. Muitas vezes, os dados dos confrontos são postos de lado, quando alguma das equipas decide surpreender o adversário dado como vitorioso à partida. Resta agora saber se isto irá acontecer ou se o SL Benfica conseguirá seguir em frente na competição, tal como é esperado pelos adeptos."

28 de Setembro


Comunicado


"O Sport Lisboa e Benfica repudia de forma veemente o castigo aplicado hoje ao jogador Henrique Araújo pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol. Uma decisão inaceitável face ao teor das declarações, em mais um ato de total desrespeito pelo Benfica por parte deste órgão da FPF.
Os jogadores do Benfica estão comprometidos e empenhados com o Clube, com os objetivos imediatos que se avizinham, e o seu foco e ambição em nada se vão alterar com mais esta provocação por parte deste Conselho de Disciplina que já perdeu toda a credibilidade."

Descubram as diferenças...


"No caso de Henrique Araújo valeram, ainda, 64 770 euros de multa ao SL Benfica aplicada pelo Conselho de Disciplina da FPF. O tal Benfiquistão que os dissimulados cartilheiros tanto gostam de falar.
#Benfiquistão"

Uma alternativa de luxo


"Sempre que entrava em campo, Santana apresentava a sua melhor versão

As grandes equipas distinguem-se pela profundidade do seu plantel. Essas equipas, por norma, não só têm um onze de elevada qualidade como apresentam alternativas que podem ser figuras principais em qualquer outro clube. Se os titulares são elogiados pelas prestações a cada fim de semana, parte desse enaltecimento também pertence às 'segundas escolhas', pela forma como fazem com que a intensidade de disputa por um lugar esteja sempre acesa, além da humildade necessária para se manterem motivados e preparados para agarrar uma oportunidade, mesmo sem a certeza de que possa surgir.
No caso de Santana, a modéstia era ainda mais visível. No Benfica desde 1954, ascendeu da formação até ao plantel principal. Na equipa de honra, não demorou até deixar Portugal e a Europa rendidos ao seu talento! Com excelente visão de jogo, qualidade técnica e verticalidade, foi uma das peças-chaves na conquista da Taça dos Clubes Campeões Europeus 1960/61, ao participar em todos os encontros. Contudo, após uma época brilhante e numa carreira que vinha em ascensão, perdeu espaço no onze na temporada seguinte.
Remetido às 'segundas escolhas', imperou a humildade que sempre o caracterizou. A cada oportunidade demonstrava que a sua qualidade estava intacta. Em 1961/62, após o empate a uma bola na 1.ª mão da 1.ª eliminatória, frente ao Áustria de Viena, Santana foi opção na partida da 2.ª mão. O jogador, mais uma vez, apresentou predicados de um talento ímpar. Apontou dois golos na vitória por 5-1, um dos quais através de uma jogada individual fantástica, iniciada no meio-campo, em que ultrapassou vários adversários. No final do encontro, um dirigente austríaco foi categórico: 'O ataque nem parece o mesmo com Santana'.
Nas temporadas seguintes, mesmo alinhando cada vez mais pela equipa de reservas, a sua motivação não se diluiu. Em 1965, a imprensa referiu-o como um 'dos melhores reservistas dos encarnados', após ter cometido a proeza de apontar cinco golos, perante o Seixal, na 25.ª jornada do Campeonato Nacional, destacando que o 'antigo titular e internacional (...) afirma, sempre que chamado ao grupo de honra, as suas faculdades'.
As suas prestações faziam com que os media questionassem as razões que o levavam a permanecer de 'águia ao peito'. Apesar de ter condições para jogar em qualquer clube, o seu benfiquismo fê-lo ficar no Benfica até 1968 e estar à altura da grandeza do Benfica sempre que atuava.
Saiba mais sobre a carreira deste fantástico futebolista na área 23 - Inesquecíveis do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

Segunda Bola


Falar Benfica #82

Eficácia, pormenores, número de faltas e outros mitos


"Recupero a expressão feliz de Jorge Valdano do «bacilo da eficácia», aquela que tudo parece explicar no futebol mesmo que na maior parte dos casos não explique nada. Percebe-se que seja um eufemismo, quando as explicações mais profundas para o insucesso são proibidas em público.
O problema é quando responsáveis, sobretudo treinadores, acreditam nelas. Todas as semanas alguém se lamenta, após um mau resultado, que tudo seria diferente «se tivéssemos sido mais eficazes nalguns momentos…». Só que o problema é muito mais de qualidade, e sobretudo de falta dela, individual ou coletiva, que de eficiência propriamente dita.
A eficácia existe, como é óbvio, mas ela é muito mais consequência que causa. No futebol, é-se mais competente porque se está melhor ou pior nos diversos momentos do jogo, coletivamente, e não porque se exerce com acerto a ação final de uma jogada, seja a defender ou a atacar. Claro que Portugal foi eficaz para marcar quatro golos na Chéquia, mas a goleada aconteceu como consequência de se ter jogado melhor.
O principal avançado, Ronaldo, nem esteve propriamente em noite eficaz. Com outro resultado seria a explicação óbvia para uma falta de golos, perante este não há como duvidar. Eficácia? Não, qualidade. E coletiva. Qualidade coletiva, desde logo, a circular a bola, o que vem aumentando claramente desde que passou a haver um 6 construtor como Rúben Neves, a ligar jogo depressa e bem. Os segundo e terceiro golos foram exemplares do que raramente se via na seleção e passou a ver-se mais vezes. E a eficácia não tem nada a ver com isso.
Outra expressão gasta é a dos pormenores, quando o que define sucesso neste jogo são os pormaiores. Vejo o Barcelona de volta à luta pelo título em Espanha devido ao pormaior de ter conseguido uma ligação coerente entre a nova ideia tática e os jogadores que agrupou. Vejo o Nápoles liderar em Itália no pormaior que é a sequência de trabalho possibilitada a Spaletti, sem contratações de aeroporto, mas com critério raro na escolha de reforços, o que permitiu, por exemplo, a descoberta do genial miúdo georgiano Kvaratskhelia (quem ainda não o conhece não perca tempo, que está ali ouro).
Vejo o Brighton seduzir em Inglaterra pelo pormaior de ter um treinador que queria jogar como Graham Potter (agora no Chelsea) e ter decidido substituí-lo por Roberto de Zerbi que quer exactamente o mesmo. É perceber que há um caminho definido, o que impede de ficar na dependência de pormenores. A propósito, já cansa ouvir treinadores referirem a importância de não se terem ganho muitos duelos ou «segundas bolas» como explicação definitiva para um resultado menos bom, logo após exibições sofríveis (para não dizer pior) ao nível das ideias.
Quanto mais uma equipa depender da atitude – que esses momentos revelarão – menos se irá distinguir das demais, a menos que se considere que os «nossos» tenham obrigação de ser profissionais mais empenhados que os «deles». E todas as semanas, já agora. Mas pior ainda é quando se refere a ausência de faltas cometidas como demonstração de incompetência, como se a agressividade se medisse em faltas e se o facto de se ter parado o jogo - ao mesmo tempo que andamos na guerra do «tempo útil» - seja sinónimo de qualidade defensiva.
A propósito, o jornal Record acaba de pegar nos dados da OPTA para mostrar que o Benfica de Roger Schmidt melhorou em quase todos os índices que a estatística pode revelar, face às quatro épocas anteriores do clube: remates, oportunidades, posse de bola, número de toques, acerto no passe, recuperações no último terço, cruzamentos com bola corrida. Em todos estes que citei, o número de ocorrências está acima dessas outras épocas e também a percentagem (crucial, porque a temporada atual apenas começou) compara com vantagem.
Há dois dados, curiosamente, em que está claramente pior, sendo mesmo, até agora, a época mais frágil desde 2018/19. Falo dos duelos ganhos e do número de faltas cometidas, que nunca foram tão poucos. E a verdade é que não têm feito grande falta."

Hoje joga a seleção portuguesa de futebol, mas não joga Portugal


"Sabemos que esta opinião pouco popular irá trazer-nos bastantes críticas, a maioria utilizando o antipatriotismo como arma de arremesso - um pouco como alguns tentaram fazer com o Rafa -, mas é o que pensamos.
Temos um selecionador que se esquece dos jogadores que tem no banco. Temos uma comunicação em histeria, com ataques ao profissionalismo, à honra e ao carácter, porque um jogador que nunca contou para quase nada renunciou à seleção. Temos um canal de televisão que despede, a pedido, um comentador por este ter referido que a dispensa do Pepe e a sua consequente ausência do controlo antidoping foi mal gerida. No entanto, durante anos, todos os canais tiveram comentadores que não só insinuavam como afirmavam, com base em e-mails truncados, deturpados e roubados, que o Benfica comprava árbitros ou jogos.
Depois de tudo isto, ainda ousam classificar como antipatriotas quem não se revê nesta podridão? Não nos dão lições de patriotismo.
Antipatriota é quem fez da seleção um grupo de amigos lambe-botas do Cristiano Ronaldo, já todos pré-convocados para o Euro 2024.
Antipatriota é quem naturaliza jogadores à pressa, ao serviço dos interesses económicos de jogadores, agentes e clubes.
Antipatriota é quem se curva perante a chamada de jogadores que insultam um clube como o Benfica nas redes sociais. Como se o Benfica não fosse Portugal.
Antipatriota é quem põe constantemente os seus interesses pessoais acima dos da seleção, como é o caso de alguns jogadores que tornam o balneário verdadeiramente insuportável.
Esta é a imagem atual de uma seleção que de pátria nada tem. Pelo contrário, atenta contra os ideais de coletivo e patriotas de uma nação.
Patriota é o Rafa."

Muito importa se jogamos bem ou mal

Vasco Mendonça, in A Bola

Não chovia em Santiago


"Pelé (3), Coutinho (2) e Dorval fizeram os 6 golos do Santos; Masny, Rath, Valseck e Kadraba os 4 da Checoslováquia

No Chile, em Santiago, essa encantadora cidade quase europeia aos pés do Andes, dominada pelo morro de San Cristóbal, cortada pela Avenida Libertador General Bernardo O’Higgins e pelas águas do Mapocho – onde apareciam a boiar os cadáveres dos inimigos de Pinochet –, há um jornal que se chamou La Tercera de La Hora, agora reduzido simplesmente a La Tercera.
Durante anos, os seus repórteres trabalhavam no exagero dos títulos como se quisessem berrar as notícias e as crónicas tão alto que fosse possível ouvi-las lá para sul, na Tierra del Fuego onde o gelo é rei. Tal como El Mercurio e La Nación, tomou o rumo dos que não quiseram a liberdade e colaboraram com a morte de Salvador Allende. E essa mancha não se apaga, por mais que o tempo passe e os nomes mudem.
No dia 16 de Janeiro de 1965, a manchete do La Tercera de La Hora, atirava Pelé para o mundo dos deuses não terrenos: «Pelé és de otro mundo!!!». Era mesmo. As páginas que costumavam encher-se de mentiras desta vez falavam verdade.
E contavam: «Por tudo que fizeram em campo as equipes do Santos, de São Paulo, e da Seleção da Checoslováquia, 80 mil espetadores puseram-se de pé, acenderam fogueiras com jornais e revistas e tributaram a ambos os quadros uma estrondosa ovação que demorou longos minutos, enquanto todos os rapazes brasileiros e checos se emocionaram até as lágrimas. Todos os jornais e revistas dizem que foi uma ‘partida inesquecível’, porque fazia muito tempo que não se presenciava um prélio tão extraordinário e tão belo.
Sobre isso, não há opiniões contrárias e brasileiros e checos transformaram-se num regalo da torcida que acompanha este torneio Hexagonal, destacando-se o carinho arrebatador da mesma para com o Rei Pelé e para o astro checo Masopust».
Pelé e Masopust tinham estado frente a frente três anos anos antes, no Mundial do Chile, na primeira jornada que juntou Brasil e Checoslováquia. Edson Arantes do Nascimento lesionou-se com gravidade e não jogou mais nessa prova. Falhou a final, de novo contra a Checoslováquia. Mas, mesmo sem ele, o Brasil ganhou porque havia Garrincha.
A linha avançada do Santos soava como letra de um samba: Dorval, Lima, Coutinho, Pelé e Pepe. No lugar de Lima costumva jogar Mengálvio que entraria na segunda parte juntamente com Peixinho e Toninho. O meio-campo da Checoslováquia era quase impronunciável, tão explosivo como a música de Antonin Dvorák, o homem que compôs a Sinfonia do Novo Mundo: Populhar, Masopust, Pospihal, Kavnasck, Kadraba. Mas não foram os nomes que se defrontaram no Estádio Nacional de Santiago, foram filosofias.
O futebol da ginga, do drible, da tabelinha, rocócó, contra o futebol maciço, da força e da resistência, do físico e da obediência tática, muito mais românico do que romântico.
Pode ter sido uma partida amigável, mas tornou-se um hino. Jamais o público chileno tinha assistido a duas forças ofensivas tão assanhadas, tão decididas a levar de vencida o opositor. Ninguém, nem por um segundo, tirava os olhos do relvado para não perder fosse o que fosse daquele festival de tratar a bola com o respeito e a ternura que ela merece, mágica senhora das paixões.
Num rescaldo, o La Tercera de La Hora, voltaria ao assunto mais tarde: «Já se passaram dois dias e os torcedores ainda comentam, entusiasmados, o encontro de sábado último, no Estádio Nacional, perante cerca de 80 mil espetadores, entre o Santos e a Seleção da Checoslováquia. Foi uma partida de alto valor internacional a disputada entre o campeão e o vice-campeão mundiais de futebol, de clubes e seleções. Mas isso não é tudo: o que mais se destacou do cotejo, foi o cavalheirismo, o jogo limpo, junto à hierarquia do futebol que se exibiu, à elegância, a inteligência, enfim, demonstradas».
Terá sido o melhor jogo de todos os tempos? Ah! O futebol não dá espaço para que medrem as mentes objetivas com certezas inequívocas. É a subjetividade, senhores!, que tem nele o seu espaço sem fim. As duas equipas entraram em campo vestidas de branco e, durante onze minutos, ainda confundiram árbitro e público e até os próprios jogadores.
Depois a moeda do juiz Rafael Hormazabal foi ao ar e o Santos obrigado a mudar para o seu equipamento às riscas brancas e pretas. Coutinho e Pelé desenhavam tabelinhas. Masopust colocava a bola milimetricamente nos pés de Masny e Rath. 1-0, 1-1, 1-2. Pelé torna-se etéreo. Atravessa adversários como se fossem sombras. Finta quem quer, faz um golo e dá outro a Dorval.
Aquele que fechou o resultado em 6-4 saiu dos seus passes de mágica que estontearam seis adversários deixados pregados à relva. «Qué cabrón!». E as primeiras páginas gritavam: «Em nenhum lugar do mundo se viu um futebol assim!»"

100% concentrados no Benfica


"1. Façamos nossa a intenção do nosso jogador Rafa Silva: 100% concentrados no Benfica. Foi esta a explicação do seu empresário para a renúncia de Rafa à selecção de Fernando Santos e de Otávio, o intérprete impune de cantorias insultuosas dedicadas ao nosso clube.

2. Se a Otávio, de quinas ao peito, lhe der na gana voltar a insultar o Benfica, Rafa não vai estar lá para o ouvir. Que descanso.

3. Em novembro do ano passado foi Rafa insultado por 'fontes da Federação Portuguesa de Futebol'. Lembram-se de quando os jornais reproduziram nas suas páginas e nas suas versões online as notícias/recados que lhes chegaram via FPF? As 'fontes', sem vergonha na cara e sem caras, fizeram circular com a chancela da FPF que Rafa na selecção era um problema muito grande para 'o grupo'. Rafa 'gera desconforto na selecção', Rafa e a sua 'falta de compromisso', Rafa e o seu 'feitio complicado'... Que miséria, FPF.

4. Depois nem um desmentido, nem uma palavra em defesa do jogador chegou dos gabinetes federativos. Nada, zero. Veio agora o seleccionador nacional confessar-se 'surpreendido com o timing' do anúncio de Rafa. O timing de Rafa não tem na de surpreendente. É óbvio que muita gente teria preferido que Rafa renunciasse à selecção em novembro de 2021 na semana em que foi insultado no seu brio e no seu profissionalismo pelas 'fontes' anónimas da FPF. Logo teriam saltado dezenas de analistas a condenar o jogador por não saber ligar com a crítica, por se estar a antecipar ao destino que lhe fora traçado na selecção, por reconhecer que não tinha lugar na equipa nacional. Aquele teria sido paras as 'fontes' o timing perfeito para Rafa, humilhado e ofendido, fechar a porta à selecção.

5. Mas Rafa tem caráter. Soube esperar pacientemente por uma próxima convocatória para fazer valer a sua decisão. É a isto que se chama dar uma estalada de luva branca. E que estalada. O Benfica está com Rafa. E também está, obviamente, com João Mário e com Gonçalo Ramos, a quem todos desejamos que voltem da selecção na grande forma em que para lá partiram.

6. Chegou a pausa das selecções. O primeiro ciclo do novo Benfica foi cumprido com eficácia, qualidade e satisfação. Quatro jogos de qualificação para a Liga dos Campeões, 4 vitórias. Sete jornadas do campeonato, 7 vitórias. Duas jornadas da fase de grupos da Liga dos Campeões, 2 vitórias. Muito bem, Benfica!

7. 'Com estes adeptos começamos logo com um pé à frente', disse Gonçalo Ramos no fim do último jogo do Benfica. É esse o espírito. Todos 100% concentrados no maior de Portugal."

Leonor Pinhão, in O Benfica