Últimas indefectivações

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Salvio

Sinceramente, depois de todas as notícias, não esperava a renovação do Toto. Mas não sendo vendido, com mais 1 ano de contrato, tinha que renovar... nem que seja somente por mais 2 anos. E provavelmente com um corte salarial (recordo que o Salvio veio do Atlético de Madrid com um ordenado bastante alto...)!

O regresso após lesão prolongada o ano passado foi doloroso. Fiquei sempre com a impressão que o Salvio regressou 1 mês 'tarde demais', já que em Janeiro tivemos os jogos da fase de grupos da Taça da Liga que tinham sido ideais para ganhar rodagem... A partir de Fevereiro, praticamente todos os jogos que tivemos foram autênticas Finais, com muita intensidade e muita responsabilidade!!! Para um jogador sem pré-época, seria sempre muito complicado entrar no ritmo...

Só no jogo com o Tondela na Luz (creio...) vimos um Salvio, a fazer algumas fintas típicas, em todos os outros minutos, jogou muito abaixo do normal...

O Toto ainda é jovem, mas duas lesões graves no mesmo joelho, não são fáceis de resolver! Creio que a pré-época em Julho vai ser muito importante para avaliar o actual valor do Salvio... e muito provavelmente, apesar da renovação, a venda na actual janela de transferências ainda é possível!!!

PS: O Benfica também oficializou hoje, a transferência do Nico para o Atlético. A despedidas já tinham sido feitas... O Nico será sempre um Imortal do Benfica...

A grande entrevista de Luís Filipe Vieira

"Frente à Áustria, mudança para 4-3-3 (Nani e Quaresma vincadamente extremos)? Ou 4-4-2 alterado para versão losango (Nani no vértice dianteiro)? Sai 1 médio e... abram gás!

Luís Filipe Vieira deu uma grande entrevista... à concorrência! Tão grande que se dividiu em duas grandes entrevistas, publicadas em dois dias, nas quais o Presidente reafirma a sua estratégia, para um Benfica ainda maior.
Não posso deixar de elogiar a sua capacidade de pensar o futuro do Benfica, de forma inteligente, coerente e ambiciosa, sem nunca esquecer o sentido de responsabilidade, enquanto Presidente. Não foi, por isso, surpreendente que, após o tricampeonato, tenha feito referência à sua aposta no treinador.
Rui Vitória foi - já aqui o escrevi - uma escolha ponderada, pois serve os interesses do Benfica, sendo, como agora reafirmou Luís Filipe Vieira, um excelente gestor de recursos humanos, característica fundamental para o projecto global do Benfica, que passa, obviamente, pela formação. Em oposição clara ao que tivemos durante alguns anos (mais do que suficientes, aliás, para perceber que o caminho não era aquele).
Luís Filipe Vieira antecipou isso, acumulando legitimidade para, agora, poder relembrar a protecção que, nalguns maus momentos, conferiu a um treinador que queria ir noutro sentido, quando o normal teria sido despedi-lo, face aos títulos perdidos em série, num determinado período.
Sublinhe-se, também, a lucidez de Luís Filipe Vieira, ao afirmar que, no Benfica - pese embora o acidente de percurso no passado recente - não existe o «eu ganhei». Aqui «quem ganha é sempre o clube», porque ninguém está acima do Benfica.
Por outro lado, a entrevista ajudou a esclarecer os mais distraídos - ou, apenas e só, os mal-intencionados - sobre a forma como se pôs fim à relação profissional com o antigo treinador, ou melhor, sobre quem efectivamente entendeu sair. Com isso, Luís Filipe Vieira conseguiu esclarecer sobre o que pensa de quem acha que, sozinho, consegue ser campeão, porque, no futebol como na vida, ninguém ganha sem o apoio de muitos.
Outro ponto abordado foi o da transferência de jogadores.
E Luís Filipe Vieira sabe o que o espera: uma cobiça permanente de grandes clubes e a consequente tentação de muitos jogadores do plantel.
Por isso, julgo não ser exagero do Presidente quando diz que poderá, a qualquer momento, durante este verão quente de transferências, ou no do ano seguinte, sem já falar no período de inverno, existir um recorde de venda de jogadores e, com isso, atingir-se o valor que chocou tanta gente - os tais 200 milhões.
Pelas ofertas dos clubes que têm existido, oriundas dos mais variados campeonatos, inclusivamente das novas paragens do futebol mundial, com três ou quatro jogadores do plantel actual, esse valor não é irreal, embora essa não seja a realidade dos restantes clubes... portugueses.
Luís Filipe Vieira saberá conduzir a situação de forma a defender os interesses do Benfica, não vendendo tudo e não se dando ao luxo - ainda - de nada vender.
O Benfica precisa de continuar a prosseguir o caminho das vitórias, embora se saiba que vender alguns jogadores é, essencialmente, uma questão de necessidade e não uma opção estratégica.
Para que um dos objectivos do seu próximo mandato seja a concretização da grande ambição de extinguir o passivo - algo impensável até há pouco tempo, mas cada vez mais possível com a celebração de grandes contratos.
Luís Filipe Vieira sabe melhor do que ninguém que terá de rentabilizar o plantel com algumas vendas, para que as possa conjugar com a mais-valia da formação.
Tudo isso, também, para que, daqui a uns anos, se possa não vender nada, mantendo o clube equilibrado financeiramente.
E pensando - seriamente - em ganhar, de novo, títulos na Europa.

Um obrigado especial com um sonho. Apesar do 1-1 com a Islândia
Independentemente de começarmos como quase sempre começamos, agora com a Islândia (e de já quase andarmos de calculadora na mão), ninguém ficou indiferente à recepção que Portugal teve em França.
À semelhança do que sempre defendi em relação ao Benfica, também o digo relativamente à Selecção: o apoio dos adeptos será fundamental ao longo de todo o Europeu.
Para que todos os jogadores sintam essa energia que vem das bancadas, que faz com que joguemos em casa.
A recepção da equipa na sua chegada a França foi bem a prova disso.
Sendo esse apoio fundamental para o desempenho das equipas, não se percebe porque se impede que os jogadores confraternizem com os adeptos, tanto ao nível dos clubes, como da própria Selecção.
De facto, não é por alguns minutos de convívio - e de demonstração de apoio e carinho - que os jogadores deixarão de estar concentrados.
Percebeu-se, também, nessa calorosa recepção, que cada jogador será responsável quer pela esperança que reside em cada português, quer pela afirmação de um País, de pertença a um Povo, a uma Nação, enquanto demonstração pública do reconhecimento de uma identidade.
Terá, por isso, de existir uma entrega total por parte dos jogadores.
Acreditando que a História terá de se reencontrar connosco, que chegará o dia em vamos ganhar até à própria França.
Está na hora de ganharmos um título, tendo essa (longa) caminhada começado - esperemos, apesar do 1-1 - na terça feira passada, frente à Islândia.
Ultrapassando todas as dificuldades com base na nossa superioridade em relação a grande parte das equipas em competição.
Porque temos excelentes jogadores, porque temos uma estrutura sólida e porque temos um grande seleccionador, exemplo ímpar de carácter.
Deixemo-nos de modéstias!
Assumamos, de uma vez por todas, algum favoritismo e, com isso, a natural candidatura ao título no Campeonato da Europa.
Para que finalmente possamos acabar com o facto de sermos uma das grandes selecções que nunca conquistou nada.
Está na altura de Portugal se assumir e declarar, aos quatro ventos: «Sim, queremos sair daqui como Campeões da Europa».
Será pedir muito ou exigir muito a quem tem Cristiano Ronaldo e que vai ter - vão por mim - Renato Sanches, apesar dos invejosos detractores, por ele ser do Benfica. Penso que não (apesar, não me esqueço, do 1-1 a começar).
Eu acredito e quero!
Como português!

A fechar: Três 'recados' a Fernando Santos
Fernando Santos, um grande seleccionador nacional, com um grande carácter como eu sei bem que ele tem: 
a) não pode levar as mãos à cabeça, depois de um golo do adversário;
b) tem de ter coragem de não contar mais com Ricardo Quaresma, depois deste o ter desmentido após o jogo com a Islândia;
c) não pode deixar de colocar Renato Sanches a jogar de início, apesar da feroz oposição do lobby anti Benfica.
Por si e por nós, por Portugal!"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

Futebol (o jogo) entre parêntesis

"Tal e qual os dias que precederam o jogo com a debutante Islândia (que não soubemos vencer, mas nada compromete), lá vem mais uma carga pesada de nadas ou quase nadas para preencher doentiamente todos os interstícios entre os jogos. Se esta apoplexia (não) noticiosa até se pode entender nos meios de comunicação social escritos ou televisivos focados no desporto, é de todo incompreensível nos restantes.
Um grande humorista brasileiro, Millôr Fernandes, chegou a caricaturar este exagero: «o futebol é o ópio do povo e o narcotráfico dos media». Bem sei que o que escrevo agora é, por demais, politicamente incorrecto, sobretudo para quem confunde patriotismo e amor por Portugal com patriotice idiota e alienante. Tenho falado com muita e diversificada gente que gosta de futebol como eu, mas que suspira por um canalzinho televisivo que não esteja horas sobre horas a falar dos treinos, dos penteados, dos autocarros, das brincadeiras, das coxas e joelhos, das horas de sono, das comidas e muito mais.
Dizem-me que é a guerra das audiências. Mas este tudo-à-volta-do-futebol-vertente-pimba será assim tão do agrado da generalidade das pessoas? Não creio. O que acontece é que não há alternativa para quem tem o televisor como companhia quase única e aditiva. Há mesmo canais que, aparentemente distorcendo a licença de emissão concedida, se transformaram em ofertantes de jogos e joguinhos estimulantes, como, por exemplo, um Venezuela-Jamaica ou um Equador-Haiti, não faltando a repetição para quem mão pôde trocar horas de sono pelo espectáculo em directo e de madrugada. Valha-nos Deus!"

Bagão Félix, in A Bola

Faltou improvisação

"Após a primeira rodada da Eurocopa, as sete principais selecções (França, Alemanha, Espanha, Portugal, Itália, Inglaterra e Bélgica) tiveram grandes dificuldades para vencer e meter 'gols', por causa do bom posicionamento defensivo dos adversários e da falta de mais excepcionais atacantes.
A Espanha possui o melhor trio de armadores do Mundo (Busquets, Iniesta e Fàbregas ou Thiago Alcântara), mas não tem um excecional atacante. A Alemanha improvisou Goetze na função de centroavante, por não ter melhor opção. A Bélgica tem três bons meias ofensivos, mas também carece de um excelente centroavante. A Inglaterra insiste em jogar com Rooney no meio-campo, em vez de mais próximo da área e próximo a Keane. Apesar do 'gol' de Portugal sobre a Islândia ter sido de Nani, falta outro atacante mais agressivo e mais artilheiro próximo a Ronaldo. A Itália, a que atacantes mais modestos tem, foi a que actuou melhor nos contra-ataques.
Com excepção da Itália, que actua com três zagueiros e prioriza os contra-ataques, as outras selecções jogam de uma maneira ofensiva. A diferença entre elas está na organização do meio-campo. Portugal e França jogam com apenas um volante e dois meias, que atacam e defendem. As outras principais selecções jogam com dois volantes em linha, três meias e um centroavante.
Payet foi o grande destaque. Ofuscou Pogba e Griezmann. Payet é excepcional nas finalizações de fora da área, nas cobranças de falta e de 'escanteios', além de habilidoso e criativo. Não é uma surpresa, pois fez parte da selecção do ano da liga inglesa, actuando pelo West Ham.
Portugal dominou a partida contra a Islândia, mas não venceu. Apesar da intensa movimentação dos jogadores do meio para frente, com troca de posições, houve pouca aproximação e troca de passes em direcção ao 'gol', dificultado pela retranca da Islândia, com quase todo o time recuado atrás da linha da bola.
A primeira rodada foi de bom nível técnico, com jogos emocionantes e muita organização e disciplina táctica. No entanto, faltou mais improvisação, mais surpresa. Ainda é cedo para se fazer previsões e definir o comportamento das equipes.

Positivo
Velocidade, intensidade, troca de passes, equilíbrio, emoção, disciplina táctica e excelente qualidade individual. É o futebol moderno.

Negativo
As arruaças dos hooligans russos e de outros países é um retrocesso, já que isso não acontece com tanta intensidade nos campeonatos nacionais. Faltaram mais excepcionais atacantes."

Mau negócio

" «Se o Sporting não tivesse os objectivos bem traçados em Janeiro podia ter vendido um jogador por 80 milhões de euros a pronto, mas não estamos obcecados com vendas.»
Bruno de Carvalho, Presidente do Sporting, ontem
O Sporting insiste que não está vendedor e que tem saúde financeira para manter os seus principais jogadores, mas há oportunidades que não devem, nunca!, ser rejeitadas. Bruno de Carvalho disse ontem aos jornalistas que recusou em Janeiro uma proposta de 80 milhões de euros a pronto por um jogador - por causa dos «objectivos bem traçados». Mas não se diz não a 80 milhões a pronto por quase ninguém, certamente por ninguém que jogue em Portugal. À entrada para esta janela de transferências de verão, apenas quatro jogadores foram alguma vez vendidos por verba mais elevada: Cristiano Ronaldo, Bale, Neymar e Luis Suárez.
Olhando para o plantel do Sporting, diria que os jogadores com maior valor de mercado serão João Mário, Slimani, William Carvalho e Adrien - Rui Patrício e Bryan Ruiz seriam as outras pedras fundamentais da equipa, mas o facto de o primeiro ser guarda-redes e de o segundo ter 30 anos levariam, seguramente, a que ninguém oferecesse tal verba.
Daqueles quatro, o mais difícil de substituir, condicionando eventual luta pelo título, seria Slimani - mas com 80 milhões seguramente que se encontraria outro avançado à altura. E é preciso lembrar que o argelino tem cláusula de rescisão de 30 milhões (válida apenas num curto espaço no verão), pelo que recusar uma proposta em Janeiro correndo o risco de meses depois perder 50 milhões faz pouco sentido. Já para qualquer um dos três médios, uma venda por 80 milhões a pronto seria recorde mundial.
Fosse quem fosse o jogador, Bruno de Carvalho tomou uma péssima decisão ao recusar tal proposta."

Hugo Vasconcelos, in A Bola

PS: Toda esta prosa, se as declarações do Babalu fossem verdadeiras... o que ninguém no seu perfeito juízo acredita...!!!

Fernando Santos em modo Marcelo

"Seleccionador cortou pela raiz a habitual paranóia da Selecção quando se sentou com os jornalistas
Por esta altura, o normal seria que já ouvíssemos o ranger de dentes em Marcoussis. Às derrapagens da Selecção seguem-se as críticas, sem falha e sem misericórdia, nos jornais, nas rádios e nas televisões. Às vezes também, admito, com mais sentimento do que objectividade. Crescem rancores, de um lado e do outro: seleccionador e seleccionados não aceitam a infidelidade dos jornalistas; e os jornalistas ficam com um muro de silêncio para descodificarem à vontade deles. A escalada é inevitável. Ou seria, desta vez, se os anos não tivessem dado a Fernando Santos uma certa sabedoria à professor Marcelo, que até antecedeu a do Presidente da República, porque já acontecia muito antes das eleições. Santos é um seleccionador em serviço permanente e em quaisquer circunstâncias. Dias depois de um bombardeamento do FC Porto por alegada sobreutilização dos internacionais portistas, ele esteve no Dragão a ver a bola, disponível para os esclarecimentos que fossem precisos. Ontem fez o mesmo. Antes que o azedume da leitura dos jornais assentasse na equipa, chamou os jornalistas e sentou-se à mesa com eles. No mesmo cenário, com Scolari, Queiroz e Bento, houve imediatas declarações de guerra, se não para todos, pelo menos para os críticos mais atiçados. Pode ser que a harmonia não dure se os resultados não a acompanharem, mas sem as paranoias e fantasmas do costume, também é capaz de ser mais fácil ganhar."

É assim que deve ser

"O "DAY AFTER"
É assim que deve ser
1 - No meio da vozearia em torno do empate de Portugal, retenho essa ideia recorrente que nos repreende a todos: voltamos a reagir de modo esquizofrénico - anteontem éramos bestiais, hoje somos bestas, no sábado seremos deuses do Olimpo. Percebo o afã de suplantar a assertividade comum, mas vou tentar suplantá-lo a ele também. Gosto dessa esquizofrenia, passe a metáfora. Gosto da alucinação e do delírio, da incoerência e da desagregação de personalidade. Também eu estou decepcionado e no sábado, depois da vitória sobre a Áustria, cantarei a "Portuguesa" como se as caravelas voltassem a largar. O futebol serve para nos despentear. A Selecção, mais ainda.
2 - Vale a pena ponderar os erros cometidos, porém. Os erros individuais, como a descoordenação entre Pepe e Vieirinha ou o falhanço inusitado daquela cabeçada de Ronaldo; e os erros colectivos, incluindo a convicção demasiado evidente de que a vitória acabaria por chegar e todas as más opções do selecionador. Fernando Santos apostou nos jogadores errados, demorou a corrigir e ainda corrigiu mal. As fragilidades do meio-campo ficaram claras cedo de mais, e o excesso de confiança veio do banco. Contra a Áustria, devia jogar o meio-campo do Sporting (mais talvez André Gomes, a melhor surpresa da estreia). Quase todas as grandes selecções assentaram em modelos rotinados nos clubes.
3 - O resto é menor. Começámos mal a qualificação e acabámos líderes incontestados. Em 2004, a nossa melhor participação de sempre, até abrimos a fase final a perder. Só temos de esquecer aquilo em que nunca devíamos ter acreditado: que os jogos de preparação diziam alguma coisa sobre nós. E não repetir a condescendência que, ontem, as palavras do CR7 denunciaram."

Benfiquismo (CXXXVI)

Catedral repleta...!!!

EuroCota !!!

"Atendismos"

"Carta Aberta ao Senhor Presidente do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, Juiz Conselheiro Manuel Santos Serra,
Senhor Presidente,
Escrevo na qualidade de Vogal do Conselho de Disciplina, Secção Não Profissional, da Federação Portuguesa de Futebol, qualidade que perderei hoje, ao final do dia, quando tomar posse o novo Conselho de Disciplina da FPF.

Faço questão de escrever na qualidade de dirigente desportivo, justamente para que, na eventualidade de alguém ligado ao movimento federativo se sentir atingido pelas minhas palavras, poder accionar-me, querendo, na Justiça Desportiva.

Esta minha carta, tem a ver com deliberação proferida e tornada pública, em 02/06/2016, pelo Conselho de Justiça da FPF, no âmbito do Processo n.º 14 - CJ - 2015/2016, em que é Recorrente Sport Lisboa e Benfica, Futebol SAD e Contra-Interessados a Sporting Clube de Portugal, Futebol, SAD e o seu jogador Islam Slimani.

Quanto ao teor da deliberação propriamente dita, proferida no Processo 14 - CJ- 2015/2016, nada direi, a não ser que me surpreende o facto de o Conselho de Justiça concluir, um lado, pela inexistência de agredir por parte de Islam Slimani, não obstante considerar 'O embate do braço direito do jogador arguido Islam Slimani na nuca do jogador Andrea Samaris, com violência, põe em risco a integridade física deste jogador, já que é facto notório que embates violentos nessa parte do corpo têm potencialidades para provocar lesões cervicais', e, por outro, pela existência de intenção de obstruir, por parte de Andrea Samaris, ao considerar ' (...) o jogador Andrea Samaris ter alargado os braços com o intuito de obstruir o acesso do jogador arguido Islam Slimani à bola que estava em poder do jogador Luís Fernandes (Pizzi)'.

Porém, a questão de fundo desta minha carta prende-se com o facto de constar daquela deliberação, que o Acórdão proferida pelo Conselho de Disciplina, em 08/04/2016, no âmbito do Processo Disciplinar n.º 53/2015/2016, que absolveu Islam Slimani, havia colhido unanimidade.

Ora, como é sabido, e resulta dos autos, dos sete membros que compõem o Conselho de Disciplina, um houve que votou vencido: EU !

Voto de vencido, aliás, que, em meu entender, viria a funcionar como causa próxima para a minha não inclusão na lista de 20/04/2016, encabeçada pelo Dr. Fernando Gomes e candidata aos órgãos sociais da FPF, 2016/2020.

Senhor Presidente,

Não fosse o caso de estar perante um processo com contornos nunca por mim antes vistos, - e a minha carreira de Dirigente já vai longa: 1994/2006, como Presidente de Direcção da Associação de Futebol de Évora e 20062016 como Vogal do Conselho de Disciplina da FPF, e esta carta nunca seria escrita.

Acontece que a deliberação do Conselho de Disciplina, de 08/04/2016 é, para mimm e penso que para a esmagadora maioria dos Portugueses - mesmo daqueles que de futebol nada percebem ou querem perceber - um verdadeiro escândalo, e neste medida, a referência à unanimidade, constante do acórdão do Justiça, é insuportável.

Calar este facto seria, uma autoflagelação, a juntar a vários desapontamentos sofridos longo do procedimento disciplinar de que me ocupo.

Procedimento disciplinar que me permite afirmar, para além do mais, o seguinte:
- Na reunião do Conselho de Disciplina, de 27/11/2015, o procedimento disciplinar iniciou-se por um Processo de Averiguações quando era manifesto que nada havia para averiguar, no respeitante à participação apresentada pelo Sport Lisboa e Benfica, Futebol, SAD, em 24/11/2015.
- Na reunião do Conselho de Disciplina de 27/11/2015, o procedimento disciplinar só não se iniciou por um Processo Sumário - o que, teria permitido ter uma decisão em 15 dias -, porque não foi essa a orientação defendida, quer pela Direcção Jurídica da FPF (impulsiona o procedimento disciplinar, conduz a instrução, Acusa e elabora Relatório Final), quer pela maioria do Conselho de Disciplina (decide sobre o expediente que lhe é trazido pela Direcção Jurídica) -, (composto por 4 elementos oriundos da lista Dr. Fernando Gomes e 3 oriundos da lista do Dr. Carlos Marta, entre os quais me encontro), tendo o meu argumento merecido o apoio de um Conselheiro, tal como eu, oriundo da lista do Dr. Carlos Marta.
- À luz das leis e regulamentos que regem a Justiça Desportiva na FPF, é por demais evidente que a solução proposta pelo Relator do Acórdão de 08/04/2016, (Magistrado Jubilado que transitou da Liga para a Federação, em 10/12/2011, pela não do Dr. Fernando Gomes), é tudo menos uma decisão baseada na Lei e nos Regulamentos. É, antes uma deliberação de política desportiva, determinada por 'atendismos'; É uma deliberação, com cuja proposta o Conselho de Disciplina foi confrontado, de supetão, em violação das normas constantes do Regimento do Conselho;
- A forma como o procedimento disciplinar evoluiu, desde 27/11/2016 até 02/06/2016 (data do seu términus) não salvaguardou, entre outros princípios, o da integridade da competição e da transparência de procedimentos.
- O Conselho de Disciplina e o Conselho de Justiça foram, e continuam a ser, achincalhados por alguns dirigentes - felizmente poucos -, com interesse no processo, sem que a mais alta figura do Futebol Português (Presidente da FPF) diga o que quer que seja, sendo caso para dizer, que falta liderança onde sobra gestão!
- A FPF é detentora do Estatuto de Utilidade Pública Desportiva estando, por via disso, sujeita a imperativos de natureza pública e à tutela inspectiva da Administração Pública Desportiva;
- O que se passou no processo disciplinar n.º 53 - 2015/2016 (mas não só neste) é demasiado grave para que, no espaço público, nos fiquemos pela ideia de que o que aconteceu neste processo disciplinar foi, apenas e tão só, aquilo que há dias ouvia a um comentador desportivo: 'temos que dar o desconto, porque são decisões de senhores que nada percebem de futebol, porque a maioria deles são juízes'.

Aceite os meus cumprimentos e votos de um bom mandato 2016/2020.

Évora, 07 de Junho de 2016"

Mensagem: Orçamento SL Benfica 2016/17

"Apesar dos 112 anos já celebrados, o Sport Lisboa e Benfica mantém-se um clube jovem, com uma vitalidade invulgar, pioneiro nos desafios que enfrenta e vanguardista nos projectos que abraça.
O Clube consolida-se nas referências, memórias, histórias de todos quantos nos ajudaram a chegar aqui, mas os principais alicerces são sem dúvida os seus sócios e as suas ambições. Sem eles e sem os seus sonhos, a nossa história seria diferente, para bem pior.
A força do SL Benfica, a sua vitalidade, vem directamente da capacidade que o Clube sempre teve em conquistar o maior número de sócios. Eles fazem parte da história e ajudam a fazer a história do Clube, desenhada e moldada pelo talento de Eusébio, Coluna e tantos outros jogadores que, com o seu futebol, honraram os valores e a memória dos nossos fundadores.
Juntos, soubemos superar os momentos mais difíceis e festejar alguns dos feitos mais notáveis do Clube. Os sócios são o principal activo do Sport Lisboa e Benfica, testemunhas e responsáveis pelo nosso destino. Sem eles, não teríamos conseguido afirmar-nos como um dos clubes mais modernos da actualidade.
O maior perigo que os tempos actuais nos fazem correr é o do conformismo, o de achar que o passado nos garante o futuro, o pensar que o sucesso está garantido pelo que já fizemos. Nada mais errado, o conformismo destrói a autoexigência que tivemos até aqui e que nos fez transformar um clube debilitado, sem credibilidade e amorfo, num dos maiores clubes do mundo, admirado pela sua inovação e pela sua permanente capacidade de se reinventar.
Este orçamento traduz essa vontade de continuar a fazer diferente, de continuar a fazer primeiro. Este orçamento traduz o nosso inconformismo e marca novos objectivos na vida do Clube.
Vamos continuar a apostar nas modalidades porque elas fazem parte do nosso ADN. Vamos seguir nas modalidades o exemplo do que fizemos no futebol: apostar na formação. Só desta forma podemos continuar a ser competitivos sem fazer disparar o valor do investimento.
Queremos ser competitivos do ponto de vista desportivo, mas realistas do ponto de vista financeiro. Queremos continuar a ganhar, mas com custos controlados e dando oportunidade a jovens que sentem a nossa camisola de uma forma totalmente diferente daqueles que chegam apenas para a vestir durante um ou dois anos. Todos são importantes, mas que os jovens formados no clube sejam cada vez “mais importantes”.
Contamos hoje com mais de 8 mil atletas em todas as modalidades e escalões etários, um número impressionante que nos orgulha enquanto clube e nos dá a real dimensão do trabalho produzido ao longo dos últimos anos.
Uma palavra devida ao nosso projecto olímpico num ano em que vamos ter atletas no Rio de Janeiro. Este projecto nasceu antes dos Jogos de Pequim, ultrapassou Londres e chega agora ao Rio de Janeiro. É um projecto que nos orgulha, porque, sem ele, muitos atletas não teriam condições de representar Portugal. O nosso projecto olímpico é um dos exemplos mais relevantes de serviço público que o Clube presta anualmente ao país. E, se reclamo este exemplo, não é para colher louros de um projeto que me orgulha ter no Clube, mas apenas para lamentar a falta de reconhecimento com que na maior parte das vezes o poder político trata os clubes nacionais.
Uma das apostas deste ano passa pela valorização da “marca”. Vamos abrir novas lojas, uma delas já este mês, na baixa de Lisboa. Uma loja moderna, no coração da cidade, em ligação com o estádio e a promover a marca Benfica junto dos milhares de turistas que diariamente visitam a capital portuguesa.
Mas a expansão da nossa distribuição não vai parar aí. Vamos investir no merchandising, na diversificação da oferta, na expansão da rede de vendas à disposição dos nossos adeptos, na valorização do SL Benfica enquanto marca global. E neste último capítulo as nossas Casas, quer a nível nacional quer internacional, vão ajudar-nos.
O processo de uniformização de imagem prossegue, a sua ligação em rede é um projeto que começa a ganhar corpo. Em breve as Casas do Benfica vão poder oferecer a todos os benfiquistas, independentemente da área geográfica que servem, os mesmos serviços que estes podem encontrar no Estádio da Luz. É uma nova revolução, dentro das várias revoluções que o Clube tem feito nos últimos anos.
Na próxima época, as Casas do Benfica terão implementado a ligação em rede, que, além de ser um projecto pioneiro no mundo do futebol, representará uma melhoria significativa na proximidade com todos os sócios e adeptos, estejam eles onde estiverem.
Com esta estratégia de crescimento, as Casas do Benfica assumem particular relevo, uma vez que terão as ferramentas necessárias para assegurar a bilhética, o serviço de apoio aos sócios, a venda de todos os produtos e distintos serviços oferecidos no estádio.
O sucesso nos testes já realizados dentro e fora de Portugal permitirá assim que na próxima época o Clube esteja ainda mais próximo dos seus sócios e adeptos através das nossas Casas do Benfica.
O próximo ano será igualmente um ano de novas definições em relação ao que serão as Casas do Benfica em 2020, com uma forte reestruturação de conceitos, serviços, apostando fortemente na formação dos colaboradores que temos nas Casas. Mais serviços de parceiros SLB, novas fontes de receitas e reforço da marca através de campanhas de marketing e fidelização vão ser apresentados nesta época.
Serão abertas mais 5 Casas do Benfica e reformuladas mais 20 dentro e fora de Portugal.
Uma palavra final para o nosso futebol de formação. Neste ano conseguimos mudar o paradigma no topo da pirâmide. Foi o reconhecimento de anos de trabalho a nível da formação, o reconhecimento da qualidade que temos no Caixa Futebol Campus (CFC), da competência humana e das condições materiais que todos os anos conseguimos melhorar.
Esta mudança de paradigma não foi imposta, foi feita por convicção. Ao contrário de outros, não fomos forçados a seguir esse caminho. Chegamos a esta fase de forma planeada e desejada. Foi para chegar aqui que investimos e desenvolvemos o CFC ao longo dos últimos 10 anos. O Seixal é hoje um centro de excelência na formação de jovens, e isso é reconhecido a nível internacional.
Os benfiquistas têm de ver o CFC como um projecto de geração de valor para o Clube. E quando falo em geração de valor, não significa apenas o que vier a resultar da venda de atletas. Quando somos o principal clube a fornecer jogadores às selecções nacionais jovens (este ano foram 32 atletas) ou quando se disputam de forma continuada títulos nacionais e internacionais, isso significa gerar valor e reputação para o SL Benfica. A aposta vai continuar.
Continuarei, como sempre, a procurar garantir o equilíbrio entre a razão que nos garante o presente, mas principalmente o futuro, e a emoção, sem a qual nada do que construímos faria sentido."