Últimas indefectivações
sexta-feira, 29 de agosto de 2025
Champions
Mais um Sorteio madrasto para o Benfica, como tem sido habitual nos últimos tempos, na Europa e a nível interno!
A grande 'fava' deste Sorteio, era por larga margem, o Newcastle no Pote 4, e foi mesmo esse que nos saiu!!! Nos restantes Potes, havia 'equilíbrio', com uma ou outra equipa mais acessível, ou uma deslocação mais longa, mas ninguém queria emparelhar com o Newcastle!
O ano passado, o Dínamo Zagreb, com 11 pontos ficou de fora, portanto o alvo terá que ser os 12 pontos. Normalmente com 4 jogos na Luz, seria 'fácil' chegar aos 12, mas com o Real Madrid, o Nápoles e o Bayer Leverkusen, além do Qarabag, dificilmente vamos fazer os 12 pontos na Luz!
E nos jogos fora, só o Ajax parece possível! Chelsea, Newcastle será muito complicado, resta a Juventus, que historicamente temos quase sempre bons resultados, mas a Juventus, este ano, está mais forte...
O Bayer está mais fraco, perdeu vários jogadores e o novo treinador é 'fraquinho', com o Nápoles vamos ter uma equipa matreira e com qualidade, só com o Qarabag somos claros favoritos! Ainda me recordo da Eusébio Cup, com o Newcastle, foi um jogo muito físico, com muita porrada, um aperitivo... O Ajax também está a tentar regressar ao nível mais alto, mas ainda está longe... Com o Chelsea teremos a oportunidade de vingar a recente derrota no Mundial, com um plantel do Benfica bastante diferente! A Juve está diferente, o treinador tem uma filosofia diferente, o jogo dificilmente será igual ao do ano passado...!!!
Nota para o 4.º jogo oficial na Champions, contra o Real Madrid!!! A Final de 62, a eliminatória de 65, e pronto, nunca mais jogámos com eles!!!
O calendário, só será conhecido no Sábado (provavelmente), e será fundamental. Por exemplo, o jogo com os Corruptos nesta 1.ª volta no Tugão, será jogado no meio destes jogos... Além disso, também os adversários, principalmente os mais fortes, poderão fazer gestão de plantel, tal como aconteceu na última época, com vários favoritos a perderem muitos pontos!
A margem de erro é muitíssima curta, o ano passado mesmo com a derrota com o Feyeenord e o empate com o Bolonha na Luz, além da derrota com o Barcelona, deu para a qualificação, este ano, não acredito que com tantos pontos perdidos na Luz, seja possível a qualificação...
Bruno Lage não serve
"BONS SÃO OS OUTROS
1. Lage teve que disputar o Mundial, jogadores tiveram férias com menos dias do que aconselha a FIFA, Benfica teve uma pré-época muito mais curta do que é habitual e do que é desejável.
2. Lage venceu a Supertaça contra o super Sporting do grande Rui Borges, treinador da "roubadinha" que vai esmagando os adversários sem apelo nem agravo. Acontece que 9 dos 12 golos marcados em jogos oficiais foram contra 10, fruto de duas expulsões injustas de jogadores adversários.
3. Lage apurou-nos para a fase de liga da Champions, algo absolutamente fundamental para o Benfica, eliminando o Nice, que era o mais difícil dos adversários que nos podia ter calhado, e depois o Fenerbahçe, dirigido pelo melhor treinador português de todos os tempos, um verdadeiro mestre da tática e especialista - dos maiores, se não o maior em todo o mundo - em confrontos a eliminar a duas mãos.
4. Agora é hora de desvalorizar os adversários, todos na pior fase da sua existência, porque engolir os méritos de Lage é indegesto pra cacete. Mas - e esta é a verdade indesmentível dos números - em 7 jogos oficiais, cinco deles com elevado grau de dificuldade, Lage ganhou 6 e empatou 1, e a equipa não concedeu um único golo.
5. Cumprimos só os dois primeiros objetivos da época, muitos mais temos pela frente. Não sei o que Lage nos vai conseguir trazer mais no futuro, mas sei que já não se aguenta tanta crítica às suas opções, tanta desconfiança quanto às suas capacidades, tanto bater cobarde num homem atacado por tudo o que é jornalista e comentador.
6. É hora de APOIAR, crl! É hora de UNIR à volta do homem, crl! Pra mandar abaixo já bastam os outros, crl! Olha, Bruno, comigo podes contar: quanto mais não seja, e várias outras razões há, porque és o treinador do meu, do nosso BENFICA!"
Lá vamos novamente…
"Quando vencer não chega, apesar de nos 7 jogos disputados na temporada, 5 terem sido de “mata mata” isso não interessa,
O discurso é alinhado, serve a uma facção, há que alimentar na mente dos benfiquistas a ideia de que além de vencer temos de convencer e ou cilindrar, não basta ganhar por 1 ou por 2, temos de jogar uma mescla de futebol total da laranja mecânica com o Brasil de Sócrates…isto é o baluarte mínimo da exigência!
Tudo isto começou em 2017, tudo isto tem responsáveis e cúmplices, muito deles ditos benfiquistas mas que não conseguem nem por um momento vestir a camisola do clube e apenas conseguem manter a camisola do interesse vestida!
Tenho nojo desta gente!
Jorge Jesus tinha um futebol fantástico, quando não ganhou foi cuspido, insultado e só não foi escorraçado por muitos dos que agora exigem a Lage o tal Futebol Total por mera sorte;
Fernando Santos também teve uma fase de futebol espectacular…mas o caminho foi o mesmo!
Calem-se de uma vez por todas, daqui a 10/20/30 alguém se lembra lá se dávamos chocolate todos os jogos ou não, mas se vencermos os troféus e competições em disputa isso sim…todos se vão lembrar!"
Recado...
"«As pessoas julgam muito aquilo que é um jogador por aquilo que vêem dentro de campo e não percebem às vezes aquilo que acontece fora de campo. Há muita coisa que influência um jogador de Futebol.» - António Silva
Pois é, quando se alerta e pede à família benfiquista para se cessar as críticas destrutivas constantes, somos “Vieiristas”, não somos exigentes, somos tudo e mais alguma, quando na realidade somos apenas conscientes do impacto que as palavras tem sobre os atletas.
Achamos que lá porque ganham milhões são imunes a isto ou aquilo que se diga deles, que são imunes aos assobios constantes, as intrigas e boatos que se criam em torno deles, já chega, é hora de aprendermos com os ingleses, que apoiam do primeiro ao último minuto, que fazem hinos para os seus atletas sem sequer ainda os terem visto dar um chuto na bola.
Eusébio hoje em dia seria destratado jogo sim, jogo sim!
Há que exigir mais aos jogadores, há, mas também há que apoiar muito mas muito mais, e como adepto é essa a minha função, aplaudir, gritar por eles, puxar do primeiro ao último minuto de jogo, nada mais!
O resto é folclore de frustrados da vida com agenda!"
Neemias é mesmo craque!
"A estreia de Portugal no Eurobasket 2025 confirmou que a Seleção tem um talento individual distinguível: Neemias Queta. Destacado, não apenas entre os seus colegas de equipa compatriotas, e os próximos certamente confirmarão, também num espectro internacional
Portugal cumpriu o objetivo para o jogo de estreia no Eurobasket 2025 e conquistou uma vitória tão importante como histórica, impondo-se pela primeira vez à República Checa (62-50). Este triunfo, considerado fundamental para o apuramento para a fase seguinte do torneio, permite à seleção nacional enfrentar com mais tranquilidade os três jogos que se seguem, em que defrontará adversários mais valorosos, Sérvia, Turquia e Letónia, por esta ordem, antes de fechar a compita no agrupamento contra a teoricamente mais acessível Estónia.
Muito bem. Aplausos para os cognominados linces, que mostraram qualidades técnicas e táticas, e o coletivismo, indispensáveis a competirem entre as melhores seleções europeias. Mas esta estreia com a congénere checa comprovou que Portugal tem um talento individual distinguível: Neemias Queta. Destacado, não apenas entre os seus colegas de equipa compatriotas, mas como o jogo inaugural deste Eurobasket demonstrou e os próximos certamente confirmarão, também em espectro internacional.
O jogador português da NBA é craque. Por certo, à imagem dos seus pares da liga profissional norte-americana de outros países a participarem neste Eurobasket, alguns estrelas da competição galática, estatuto que Neemias ainda não atingiu. Frente à Chéquia, o gigante de 2,13 metros marcou 23 pontos, ganhou 18 ressaltos e fez quatro desarmes de lançamento, sendo que, com ele em campo, Portugal somou mais 21 pontos àquele registo pessoal.
Segundo a FIBA, organismo que dirige o basquetebol europeu, Neemias Queta é o primeiro jogador no Eurobasket desde 1995, ano em que se começou a registar os ressaltos, a registar mais de 20 pontos e 15 ressaltos num jogo de estreia do campeonato.
Neemias contribuiu decisivamente para a estreia vitoriosa de Portugal e ficou provado que é elemento fundamental para o sucesso dos linces nesta campanha. Para quem só conhecia (ou conhece) Neemy pela bitola da NBA, este é o momento de perceber: Portugal não tem apenas um jogador acima da média nacional - tem um talento de nível mundial, capaz de elevar a seleção a patamares impensáveis há poucos anos.
Esta vitória sobre a Chéquia será sempre lembrada, mas ficará na memória sobretudo como o dia em que Neemias mostrou ao Eurobasket que os linces têm um tigre a liderá-los."
A vitória foi do Benfica, a noite foi de Rui Costa
"Depois da vitória na Supertaça e de dois triunfos na Liga, o Benfica vai jogar a Liga dos Campeões. Para o clube é a manutenção no seu ‘habitat natural’, entre os grandes da Europa, para o presidente, em momento pré-eleitoral, é um balão de oxigénio capaz de o fazer voar. Mas só um tonto, sabendo-se que o futebol é momento, dará como absoluto o que por agora é apenas relativo...
O Benfica, quase sem férias, com meia equipa nova, e carregado de responsabilidades na fase inicial da época, passou com distinção no exame de admissão à fase regular da Liga dos Campeões, e, com isso, além do prestígio, arrecadou uma verba importante, logo se verá qual, (na época passada foram 70 milhões). Até agora são sete jogos sem sofrer golos, uma Supertaça, apuramento para a Champions, e pleno de vitórias na Liga.
Se tudo isto não for suficiente para calar os arautos da desgraça, tão certos estavam do insucesso da equipa de Bruno Lage que se esticaram para além do racional e diminuíram o Benfica, misturando, como é apanágio dos incautos, conjuntura com estrutura, não sei o que será. Ao dia de hoje, a equipa de Bruno Lage, em condições adversas, alcançou todos os objetivos.
Como já cá ando há muito tempo, e sei que o futebol, na paixão dos adeptos, é momento, não sou capaz de dizer por quanto tempo este estado de graça será prolongado. E também sei que a maneira como foi conduzida esta mini-pré temporada, de forma acelerada para produzir efeitos tão cedo quanto possível, traz associado um preço, que inevitavelmente irá ser pago daqui a alguns meses, algo que poderá ser minimizado através de uma assinalável profundidade do plantel. Quer isto dizer que o Benfica, agora com o conforto dos milhões de Nyon, tem alguns dias para finalizar os negócios que tem pendentes, e que poderão dar mais soluções a Bruno Lage num futuro próximo.
Akturkoglu até podia ter jogado esta eliminatória contra o Benfica...
Pois é: casas cheias por onde o Benfica tem passado, entusiasmo em torno da equipa, e uma situação de maior conforto para Rui Costa, que sem jogar esteve, fora das quatro linhas, no olho do furacão do processo pré-eleitoral, eis para já algumas conclusões possíveis, embora seja sabido que até 25 de outubro muita água correrá por baixo das pontes do Tejo.
Falemos estão de eleições: com o acesso do Benfica à fase regular da Liga dos Campeões, o próximo presidente, ganhou um alento e um músculo financeiro substancial. O facto da equipa de Bruno Lage ter colocado a mão no pote de ouro, permite à gestão do clube um desafogo (e até uma certa ousadia), impensável se estivesse a disputar a Liga Europa. Mas, entre os candidatos anunciados, um ganhou mais do que os outros, Rui Costa, porque foi graças à política desportiva que implementou que o Benfica conseguiu este arranque-canhão em 2025/26. Esta é uma verdade incontornável, mas está (a quase dois meses) longe de ser definitiva. De qualquer forma, Rui Costa foi o grande vencedor da noite de quarta-feira, pela aposta em Bruno Lage, pela contratação de verdadeiros reforços, e pelo equilíbrio financeiro que terá agora selado.
Mas não nos desfoquemos de algumas verdades básicas do futebol, que vão subsistindo, a nível de grandes clubes, apenas em cinco emblemas ibéricos: os resultados desportivos são determinantes para os resultados eleitorais, e até ao último jogo antes da ida às urnas, todos influem na escolha de um candidato. Quer isto dizer, por exemplo, que se o Benfica não passar em Alverca, qual alcatruzes da nora, quem está por cima fica em baixo, e quem está em baixo sobe na hierarquia.
De qualquer forma, ao ver o Benfica qualificado para a fase regular da Liga dos Campeões, Rui Costa ganhou espaço no universo eleitoral encarnado. Entre esta conclusão e dizer que o atual presidente já ganhou as eleições, vai uma grande diferença. O fenómeno das eleições nos três grandes portugueses e nos dois grandes espanhóis, que são geridos segundo o modelo tradicional de «clube dos sócios», valeria, por certo, uma tese de doutoramento, tal a complexidade que apresenta e as variáveis que inclui."
Para o Benfica, o essencial está feito. Pode agora começar a jogar à bola?
"Bruno Lage disse que haveria tempo para convencer; esse tempo começa em setembro
O Benfica atingiu o grande objetivo do primeiro mês da temporada e garantiu a qualificação para fase de liga da UEFA Champions League.
Era essencial. Os muitos milhões de diferença para uma participação na UEFA Europa League (à volta de 45, presumindo duas campanhas normais, progredindo até aos oitavos de final) tornavam a presença na Champions quase obrigatória. Mas também o lado desportivo, do prestígio, da motivação, até da valorização de jogadores, que obviamente não é igual na segunda prova europeia, pediam nova presença do Benfica na prova milionária.
Com uma pré-época mais curta, devido à participação no Mundial de Clubes, Bruno Lage foi pragmático. Montou a equipa para ser eficaz e a verdade é que, em sete jogos oficiais, ainda não sofreu golos — e com isso, além da conquista de um lugar na Champions, venceu também a Supertaça Cândido de Oliveira contra o grande rival Sporting.
Claro que houve felicidade pelo meio, não se está 630 minutos sem sofrer golos sem alguma sorte. Ontem, na Luz, frente ao Fenerbahçe, Trubin viu a bola descrever um arco, a sobrevoá-lo, até esbarrar na trave, depois de cabeceamento de En-Nesyri. Há uma semana, em Istambul, o guarda-redes ucraniano falhou e foi um fora de jogo que o salvou, e à águia, do embaraço.
Mas tirando dez minutos de tremedeira, e de pressão do Fenerbahçe, que terminaram com a expulsão de Talisca aos 82', o Benfica foi mandão e seguro, esta quarta-feira, e mereceu vencer e passar.
Mas não encantou. Mais uma vez. Não era, lá está, o essencial. Mas cumprido o mês mais difícil, e provavelmente mais importante, da temporada (convém não perder pontos em Alverca no domingo, mas seria o jogo menos grave para ter uma escorregadela nesta fase inicial), será tempo de Bruno Lage começar a trabalhar outras coisas além da segurança e da eficácia.
O Benfica não pode esperar estar outros sete jogos sem sofrer golos, não é realista. Haverá vários, então, em que terá de marcar mais que um para vencer. Consegui-lo com um total de 15 remates, e apenas três dirigidos à baliza, como ontem, parece quase impossível. Por isso, começa a chegar a hora da equipa começar a jogar mais à bola.
«Neste momento, temos de vencer e com certeza depois teremos tempo de convencer», disse Bruno Lage há uma semana, antes de defrontar o Tondela. Em setembro, chegará esse tempo de convencer."
Os três grandes esqueceram-se de Portugal
"Quem tem pretensões a dar o salto vai ter de esperar, pelo menos até janeiro. Gustavo Sá, Roger ou Clayton são apenas três exemplos já com muitas provas dadas.
Estranha a decisão dos três grandes em ignorarem o mercado interno. Principalmente num momento em que parecem ter descoberto petróleo. Não há semana que não chegue um reforço e já todos ultrapassaram a barreira dos 50 milhões de euros em contratações, coisa pouca, já que os três, como todos já percebemos, ainda reservaram muitos milhões para gastar nas últimas cartadas. No estrangeiro, claro…
O Sporting, contrariamente ao que fez em épocas anteriores, só olha para fora. Mesmo depois de muitos e valiosos tiros na mouche. A começar por Pedro Gonçalves e Nuno Santos, passando por Ugarte, Morita ou Marcus Edwards e terminando em Diomande. Todas contratações valiosíssimas e adquiridas no mercado português. Jogadores já adaptados à nossa realidade e cuja margem de erro de não singrarem num clube grande era muito reduzida. Não digo que estivesse à vista de todos que iam ter sucesso ou o sucesso que tiveram, mas a relação preço/qualidade justificava, sem dúvida, a compra.
Como já se viu, aliás, com Ricardo Mangas. Os 300 mil euros mais bem gastos pelos leões neste defeso. Contudo, o lateral-esquerdo teve de emigrar para a Rússia para ter a oportunidade num grande. Mesmo depois de ter feito o que fez em Guimarães. O mesmo pode dizer-se de Rui Silva, que ninguém detetou em Portugal e que precisou de oito anos em Espanha para ver o valor reconhecido por cá, ou mesmo Jota Silva, que parece mesmo a caminho de Alvalade.
Considero o avançado do Nottingham Forest uma excelente contratação. É versátil, competitivo e tem muita… fome de bola, o que é cada vez mais importante neste futebol moderno — a conquista do Mundial de Clubes por parte da jovem e talentosa armada do Chelsea é o último bom exemplo.
Aqui neste espaço considerei Jota Silva um dos melhores jogadores da Liga 2023/2024 e foi com tristeza que o vi partir para Inglaterra depois de ter feito o que fez em Guimarães. O mesmo senti quando Alberto Costa, um dos jogadores que mais me impressionou na época transata, ter rumado à Juventus, depois de ter, curiosamente, também no V. Guimarães, explodido em apenas um par de meses. Em boa hora o FC Porto decidiu fazê-lo regressar. Mas, lá está…, já proveniente de Itália.
O Benfica, então, nem mercado interno… nem portugueses. Os encarnados têm, sem qualquer tipo de comparação, a melhor formação e até percebia este desinteresse se os jovens formados no Seixal tivessem algum espaço na equipa. Podem as águias argumentar que António Silva é titular e Tomás Araújo, Florentino ou até Samuel Soares são utilizados com regularidade, mas considero que é de menos.
Já aqui o referi e volto a sublinhar que tenho muita dificuldade em entender a política desportiva do Benfica. Quem tem médios como João Veloso, João Rego, Diogo Prioste ou Rafael Luís, que, entretanto, já foi emprestado ao Estrasburgo, não tinha necessidade de fazer tantas contratações. Isto para já não falar do desperdício que é não aproveitar Tiago Gouveia, um extremo muito agressivo, polivalente e com uma enorme… fome de bola.
Isto para já não questionar qual o projeto desportivo para os nove (!) jogadores que se sagraram recentemente campeões da Europa de sub-17…
Manu Silva e Bruma, de momento lesionados, foram as últimas contratações dos encarnados no mercado interno e já na época transata. Tal como a do Sporting, Alisson Santos, adquirido ao UD Leiria e que, já se percebeu, não terá muito espaço em Alvalade. Papel secundário está também destinado à única novidade doméstica, João Costa, que trocou neste verão o E. Amadora pelo FC Porto e que não passará de terceira opção de Farioli para a baliza.
De resto, quem tem pretensões a dar o salto vai ter de esperar, pelo menos até janeiro, mas continuo a ter dificuldades para perceber como jogadores como Gustavo Sá, Roger ou Clayton, para citar apenas três exemplos já com muitas provas dadas, não têm uma oportunidade num grande"
Excelente ideia!
Já alguém se deu ao trabalho de te testar o QR code do desenho. Não sei quem é o autor(a) disto mas é brilhante https://t.co/BQrfsKbWtW
— Benfica by GB (@benficabygb) August 28, 2025
Competência!!!
"Estoril Praia - Futebol, SAD vem, por este meio, manifestar o seu profundo desagrado relativamente à data definida para realização do jogo da 3.ª jornada da Liga Portugal Betclic, para o dia 6 de setembro (conforme Comunicado Oficial n.º 33 da Liga Portugal).
— Cabine Desportiva (@CabineSport) August 28, 2025
Este adiamento foi… pic.twitter.com/9LtKcPYi9g
Não confundam o miúdo com o toiro
"Não frequentei o esgoto dos comentários nas redes sociais mais do que noutras semanas, mas o olhar obrigatório do costume chegou-me para perceber mais um degrau (abaixo) da condição humana que dispensava conhecer: a capacidade de regozijo pela morte de uma pessoa em nome de uma posição política antitouradas.
Tenho a minha posição sobre o tema, também, e quem tiver trocado dez frases comigo na vida inteira saberá qual é. Só que isso nada interessa perante a vida de um jovem de 22 anos. Nada mesmo. É esta distinção que os radicais, seja do que for, têm dificuldade em entender. E é por isso que na maior parte das vezes perdem as causas pelas quais julgam lutar e o respeito das pessoas razoáveis.
A Alzira e o Pedro, pais do Manuel, são da minha aldeia. Para extrema infelicidade deles, experimentam por estes dias na pele a crueldade dos seus, como se não bastasse a um morrer e aos outros chorá-lo.
De chorar por mais
O golo de Sidny Cabral, do E. Amadora, frente ao Alverca, no empate de segunda-feira, reconcilia-nos com o futebol.
No ponto
Jéssica vai jogar na Arábia Saudita. Que seja mais bem tratada que a generalidade das mulheres e isso as possa ajudar.
Incomestível
Os pais de Jobe Bellingham foram protestar à zona técnica do Dortmund por o filho ter sido substituído. Isto é a sério?"
A lição de vida do avô do Bernard
"A minha admiração comovida por todos quantos estão a refazer a vida sem se queixarem… Porque esse é um luxo que nem todos podem pagar.
Todos os anos tiro duas semanas para estar longe de quase tudo. Numa pequena aldeia do Gerês, não tenho televisão e a internet chega tão a conta-gotas que o deslizar do dedo no telemóvel torna o exercício de acompanhar as notícias numa viagem de comboio a vapor, mas sem o glamour da carruagem e da própria viagem. Assim, agradeço quase não ter internet e deixo o telemóvel no quarto. Só não digo que tudo me passou ao lado porque, no desporto, isso é impossível. Há sempre um ponto de encontro com fóruns ao vivo de comentários sobre o mercado de transferências e o arranque do campeonato. Isto, enquanto Portugal ardia. E disso também fui recebendo feedback nos mesmos fóruns.
O tempo, aqui, passa mais devagar. Na margem de um pequeno rio, a água é tão fria que convida mais à conversa do que a banhos. E foi enquanto ganhava coragem para um mergulho – exercício que pode muito bem durar eternidades… – que conheci o Bernard, francês de 45 anos, tal como eu de férias. Trabalha para uma empresa de tecnologia sediada em Paris, mas vive na Costa da Caparica. Um chamado nómada digital, mas quede nómada já nada tem: escolheu Portugal para ficar em definitivo e beneficia de poder trabalhar à distância.
A escolha não é inocente. Um avô minhoto deixou plantada a semente de Portugal, deixou a língua — falada hoje pelo Bernard com muitos erres — e deixou o prazer de degustar a vida. «Apaixonei-me por Portugal por causa da paisagem, do clima, da comida, mas acima de tudo por causa do meu avô», contou, num tom de voz de quem está a ganhar balanço para contar, com emoção, o resto. Não me enganei:
«O meu avô emigrou, conheceu uma francesa, não correu bem... Tirando a minha mãe, claro [risos]. Regressou ao Minho sem grande coisa. Vivia numa aldeia onde eu gostava de passar as férias de verão. Vivia com pouco, trabalhava muito, como todos nessa aldeia. Havia anos em que o tempo lhe estragava as colheitas. Mas nunca o ouvi queixar-se da vida. Nunca se queixava de nada. Queixar-se era um luxo que não podia pagar, contava-me. E começava de novo. E sorria, contando-me histórias», desabafa Bernard.
Lembro-me do Bernard ao sentar-me em frente ao computador, esta quarta-feira, no regresso ao trabalho. Lembro-me dele ao ter agora uma ideia mais real do que têm sido as últimas quase três semanas em termos de incêndios. E lembro-me dele ao pensar nos muitos que perderam tanto e têm de recomeçar de novo.
Neste processo, já sabemos o que vai acontecer: a ajuda não vai chegar de igual modo a todos. Nem sequer vai chegar a todos. Há quem se mexa melhor, há quem conheça melhor quem terá a missão de distribuir a ajuda para minorar o impacto financeiro dos prejuízos. Há quem vá partir e repartir e não se considera nem burro nem desprovido de arte para não ficar com a maior parte. Há quem vá receber mais rápido, há quem tenha de esperar, há até quem nem saiba como concorrer a essas compensações e não tenha quem ajude. Porque há locais em Portugal tão recônditos e cristalizados que… só a internet e a tecnologia conseguem lá chegar!
Nesta hora que gostava que fosse de rescaldo – o calor e a mão humana não tardarão a desmentir-me, creio – manifesto a dor de ver o meu País queimado, o profundo pesar pelos que perderam a vida, a solidariedade com quem tanto perdeu e a admiração comovida pelos que estão a refazer a vida sem se queixarem.
PS1 – Enquanto me atualizo com o que aconteceu nas últimas semanas, dou com vários artigos sobre a falta de espaço de Rodrigo Mora no modelo e no onze de Farioli. E que pode até ir para a Arábia Saudita. O menino que carregou com o FC Porto de cacos às costas e que faz magia com a bola não tem espaço… Entrei em sobressalto, mas ainda é cedo para comentar o assunto: faltam-me dados e mais tempo para maturar a informação. Mas não para abrir a boca de espanto… Nem sei (ainda) o que vos diga…"
Que caminhos para o treinador português?
"Nos últimos anos, criou-se a narrativa de que Portugal tinha dos melhores treinadores de futebol do mundo. A verdade é que, durante largos anos, José Mourinho venceu tudo o que havia para vencer, conquistámos o Euro-2016 com Fernando Santos, vencemos a liga francesa, cipriota, sul coreana, equatoriana, grega e ucraniana, bem como vários campeonatos no continente africano. E o Brasileirão tem sido dominado, nas épocas mais recentes, por técnicos portugueses, bem como no Médio Oriente e por aí fora.
Nas ligas mais fortes, as denominadas top-5 (Inglaterra, Itália, Espanha, França e Alemanha), temos 6 treinadores portugueses em 96 possíveis em 2025/2026. Pode-se ver o copo meio cheio ou meio vazio, dado que Portugal será o quarto país mais representado (à frente de Inglaterra, que terá apenas quatro treinadores), mas, por outro lado, deixámos de ter treinadores na liga espanhola e italiana, sendo que na alemã nunca tivemos presença assídua, algo que pode levar-nos a questionar as razões destes fluxos ou a falta deles.
Curiosamente, a Premier League é das ligas de topo aquela que tem mais treinadores estrangeiros do que nacionais: apenas 3 em 20. Espanha e Itália, pelo contrário, onde cerca de 65% dos treinadores das suas ligas são dos respetivos países, sendo que em Portugal esse número sobe para os 78%. Dos 6 portugueses a treinar nas melhores ligas, 4 estão na Premier League e 2 em França. Outro dado curioso: somos o segundo país mais representado com treinadores fora do seu país nestas ligas de topo (8 espanhóis, 6 portugueses, 4 austríacos e 4 argentinos). E existe apenas um treinador africano nestes 96.
Voltando a Portugal, tem-se verificado uma fuga de muitos treinadores portugueses para outros campeonatos mais periféricos e secundários em termos competitivos. Quais serão as razões? A (des)sintonia com a cultura organizacional? O método de trabalho e de treino? Redes de influência e capacidade de penetração nesses mercados?
A nível europeu, e a seguir às Ligas top-5, não estamos representados nas duas ligas que disputam connosco o 6.º lugar no ranking (Bélgica e Países Baixos), sendo que nas ligas seguintes (Turquia e Grécia), José Mourinho e Rui Vitória são os nossos dois representantes. Depois temos o Brasileirão, o campeonato não europeu melhor posicionado, que tem contado com a presença de vários treinadores e campeões portugueses, bem como na Arábia Saudita, Catar ou Emirados, que vão subindo nos rankings mundiais, mas ainda longe dos registos competitivos das ligas de topo. Curiosamente, nos EUA temos já duas treinadoras portuguesas, ao contrário dos treinadores.
No Brasileirão, a explicação pode ser mais simples, ainda que redutora: a língua e a facilidade de adaptação a uma cultura social e organizacional muito semelhante. No Médio Oriente, a cultura de trabalho e o nível estrutural exigem treinadores pacientes, capazes de ajudar os clubes a melhorar a organização, estruturar departamentos e criar bases sólidas. Nestes contextos, o treinador português não surge apenas como treinador, mas, por vezes, um pouco como diretor desportivo e até geral. A capacidade de adaptação relacional e social, aliada à habilidade de fazer muito com pouco, encaixa-se muito bem nestes cenários.
Tal como em Portugal houve uma tendência para treinadores brasileiros, existem outras razões que podem explicar o fluxo para outros mercados. A Alemanha nunca foi um destino para portugueses (na minha opinião, muito devido à diferença na forma como observamos e gerimos alguns temas da cultura de trabalho e organizacional), sendo que em Espanha, curiosamente, temos uma taxa de penetração muito baixa.
Novos tempos exigem novas ferramentas e práticas: evolução na área da comunicação, uma visão mais holística do treino inserido no contexto da organização e do propósito, uma gestão de imagem mais eficiente. Não falo de vender o que não se tem, mas sim de potenciar o que existe e aqui temos muito a melhorar. Como disse Paulo Jorge Pereira, selecionador de andebol, «o treinador português é pouco corporativo». Não podia estar mais de acordo. Os espanhóis têm um verdadeiro doutoramento nessa área: antes de competirem entre si, competem com outras nacionalidades. Ganharam, com todo o mérito, esse espaço no estrangeiro (não apenas no futebol), sobretudo a partir dos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992. Isto é um elogio. No máximo, uma daquelas invejas boas.
Outro dado: 4 dos 5 selecionadores nacionais das ligas top-5 são da respetiva nacionalidade. Nas ligas europeias de segunda linha, há selecionadores estrangeiros em Portugal, Grécia, Turquia e Bélgica, sendo os Países Baixos a única exceção. Não entro na discussão sobre se não existem portugueses melhores para esse cargo, mas sei que as duas situações são perfeitamente compatíveis, sendo um ângulo e uma narrativa que precisam de ser trabalhados. Definir uma estratégia eficiente que valorize o treinador português exige que a maioria dos players esteja alinhada. Mas Portugal dá provas diariamente de que o trabalho coordenado e em equipa nas organizações desportivas (e não só) é algo muito complexo.
Por fim, dois pontos:
I — Há necessidade de um trabalho de qualidade na divulgação do que faz. É preciso que os treinadores (e também diretores, agentes, etc.) olhem uns para os outros como parceiros e não como inimigos. Não se trata de perdoar os erros ou de os esconder, mas de dar mais e melhor visibilidade ao tanto de bom que já se faz.
II — Existe em Portugal uma certa aversão a trabalhar e a procurar compreender áreas como a cultura organizacional e de trabalho dos clubes e países, as ligações e redes de liderança nas organizações, e a necessidade de melhorar (e muito) a comunicação para além da existente com os atletas. E se existe área onde a evolução técnica, tecnológica e cultural é constante, exigente e muito competitiva, é a do rendimento desportivo e organizacional. E observamos diversas práticas que, embora não descurando o conhecimento técnico e tático do treinador, continuam a desprezar demasiado estas ferramentas."
As notas do Benfica: eles sabem o que Kerem
"Akturkoglu foi o decisor do jogo e da eliminatória e lembrou a razão de ser tão desejado pelo Fenerbahçe
O melhor em campo: Akturkoglu (7)
A ironia reinou no Estádio da Luz quando, ao minuto 35, Kerem Akturkoglu disparou no coração da área do Fenerbahçe e transformou a bola de Leandro Barreiro no 1-0 e no golo que decidiu a eliminatória milionária. O turco arrasava os compatriotas e dava uma machadada na equipa que o pretendia, e ainda pretende. Festejou, inclusivamente, com alguma timidez, como que não querendo faltar ao respeito ao Fenerbahçe. Akturkoglu não estava, diga-se, a ser brilhante na partida, mas o melhor ângulo do seu jogo voltou a aparecer: que finalização! O remate, de primeira, não tinha defesa. E pouco depois cruzou para Barreiro, que estava bem perto da linha de golo, mas era difícil desviar para a baliza aquele míssil do turco. O decisor falou turco e confirmou, afinal, que os homens do Fenerbahçe sabem o que... Kerem.
Trubin (5) — Primeira parte descansada do guarda-redes do Benfica, nada, praticamente, para fazer, perante a falta de agressividade da equipa do Fenerbahçe, segunda parte um bocadinho menos monótona. Foi preciso, sobretudo, estar mais atento e jogar mais com os pés.
Dedic (6) — Virtuoso, sabe jogar e sair a jogar, o único perigo é o entusiasmo a mais, que por vezes pode retirar nível de discernimento. Apesar de estar sempre pronto para apoiar o ataque, manteve a cabeça no sítio e moderou-se, nunca descurando as tarefas defensivas e mantendo o flanco bem controlado.
António Silva (6) — Esteve envolvido num lance de golo anulado no seu ataque — até poderia ter marcado de cabeça, tal o espaço que lhe deram, mas o gesto técnico não foi perfeito — e manteve duelo interessante com Talisca, ganhando a maior parte das vezes, mas ficando ligado a falta em zona perigosa perfeitamente evitável na primeira parte. Aos 60', segunda hipótese de fazer golo, novamente esquecido pelos marcadores adversários, atirando novamente de cabeça e uma vez mais sem perfeição, mas dando ainda que fazer a Livakovic. Depois, foi sobretudo defender, e bem, sempre concentrado.
Otamendi (6) — A autoridade do costume, pouco deixando passar no seu raio de ação. Aos 65' atirou de cabeça, ao lado. Reta final mais trabalhosa, perante o último fôlego dos turcos, mas missão certamente menos delicada do que inicialmente pensaria.
Dahl (6) — Equilíbrio entre defesa e ataque na primeira parte, ponderando cada subida no terreno. Manteve as cautelas no segundo tempo, mas na fase de desespero do Fenerbahçe, quando os turcos se adiantavam sem olhar para trás, aproveitou para esgueirar-se até ao meio campo adversário e fez mesmo passe interessante que Ivanovic desaproveitaria.
Richard Ríos (7) — Dá a sensação de ter muito mais para dar, no drible, no remate e no futebol vertical, mas se lhe pedem que defenda, que ocupe espaços, ele defende e ocupa espaços e também isso faz bem. Passada larga, futebol adulto, seguramente ao nível dos melhores que pisaram o relvado da Luz nesta partida.
Barrenechea (6) — Pouco risco, mantendo-se sobretudo posicional, mas bastante capaz na missão de não deixar o Fenerbahçe trabalhar pela zona central. Quando Ríos se adiantou também foi inteligente o suficiente para ficar a guardar a zona do parceiro.
Aursnes (7) — Qualidade na recuperação de bola, qualidade no passe, visão de jogo. Passes curtos, mas importantes, nalguns dos melhores ataques do Benfica na primeira parte. No segundo tempo foi ofensivamente mais modesto, preocupando-se com a subida do Fenerbahçe.
Leandro Barreiro (7) — Esteve em quase todas na primeira parte: em dois golos anulados, no golo que contou, assistência perfeita para Akturkoglu, e em ocasiões falhadas: primeiro encontrou Livakovic, depois errou o desvio, que não era fácil, para a baliza. Tem facilidade em desequilibrar e aparecer em zona de finalização e também é generoso fisicamente e no passe, tendo feito alguns importantes, mas por vezes falta-lhe a qualidade técnica para definir e decidir. Incomodou muito a equipa turca com a sua pressão.
Pavlidis (5) — Ofereceu o golo a Barreiro ao minuto 3, disparou ele próprio à baliza um bocadinho mais tarde, fez um golo, anulado por ação de Barreiro, e nem sempre foi tão esclarecido, como certamente pretenderia, no seu jogo durante a primeira parte. Acabou por sair sem grande brilho.
Ivanovic (5) — Entrou aos 76' e renovou a agressividade da equipa com bola e na primeira linha defensiva, pressionando a fase de construção turca. Perto do fim, isolado, adiantou a bola e perdeu.
Schjelderup (6) — Entrou aos 76' e entrou bem. Boas arrancadas, bons passes, ajudou a esticar o jogo da equipa."
Há um Mundo inteiro entre as duas equipas
"Superioridade do Benfica foi imensa e a passagem à fase de liga do Champions não é só justa: é justíssima. Houve golos anulados e falhanços incríveis. Fenerbahçe fez apenas um remate perigoso e merece cair para a Liga Europa.
Não há outra palavra aplicável ao apuramento do Benfica para a fase de liga da Champions: justíssima. Não foi inferior ao Fenerbahçe, bem longe disso, no jogo de Istambul e esta quarta-feira, na Luz, foi claramente superior à equipa turca. A exibição do Benfica não foi brilhante, igualmente bem longe disso, mas foi sólida, segura e quase sem mácula. Embora, sejamos justos, a oposição (metam aspas na palavra, sff) do Fenerbahçe não fez quase arranhão algum, a não ser o desvio de cabeça de En-Nesyri que levou a bola à barra da baliza de Trubin. Mourinho recusou, há uma semana, dizer que o Benfica era favorito. Mas agora bem o pode dizer: o Benfica era favorito e confirmou esse favoritismo, embora tenha ultrapassado os dois jogos com um magrinho 1-0…
O jogo começou com três águias de pé bem forte no acelerador. A bola, recuperada por Aursnes, cedida a Pavlidis e cruzada pelo grego para a entrada da pequena área, apanhou Leandro Barreiro na cara de Livakovic. Era picá-la por cima do guarda-redes ou desviá-la para um dos lados de croata. A terceira opção era um tiraço. Barreiro optou por esta hipótese e teve o azar da mancha do número 40 do Fenerbahçe ter sido perfeita. Este lance, aos 170 segundos de jogo, poderia bem ser um resumo dos primeiros 45 minutos.
Benfica a atacar, Benfica a criar, Benfica a finalizar. Não, claro, através de exibição memorável, mas sempre por cima do jogo e sempre muito mais perto de marcar do que a equipa turca. Pouco depois, o golo andou de novo colado a Leandro Barreiro. Desta vez, por fora de jogo, milimétrico, presume-se, na jogada que permitiu a Pavlidis fazer o que poderia ter sido o primeiro golo. Mas não foi.
O Fenerbahçe, até aí, era um corpo ausente do jogo. Algumas tentativas de explorar a velocidade de En-Nesyri ou a capacidade de remate de meia distância de Talisca. Nada funcionou. A equipa turca não parecia suficientemente bem oleada para criar perigo junto de Trubin. Eram 11 jogadores contra uma equipa. O Benfica foi dominando o jogo de ponta a ponta, enquanto o Fenerbahçe se assemelhava, em muito, a uma equipa de meio da tabela da Liga Portuguesa: nem um remate enquadrado com a baliza de Trubin. Muito pouco para quem sonhava seguir em frente.
Até que, ao minuto 35, perante uma defesa esburacada, António Silva (lá atrás), Aursnes e Pavlidis (na construção) e Barreiro (no passe final), construíram o belíssimo golo de Akturkoglu a abrir (e a fechar, ver-se-ia mais tarde) o marcador. Era o golo que dava, por fim, vantagem aos encarnados, embora a vantagem mais justa fosse ter mais um ou dois golos.
O intervalo chegou com o Benfica, muito justamente, na frente, tal a superioridade que demonstrou ao longo dos 45 minutos iniciais. Esperava-se que, no segundo tempo, o Fenerbahçe crescesse um pouco mais e que equilibrasse as operações. Mourinho trocou médio por médio: Amrabat por Yuksek. A ideia era passar de dominado a dominador.
Porém, mesmo com superior pressão sobre o portador da bola e com o Benfica a optar por bolas mais longas, o Fenerbahçe demorou um pouco a ser mais forte. E só a partir dos 70 minutos, quando José Mourinho fez dupla alteração (Muldur e Brown por Aydin e Durán), os turcos começaram verdadeiramente a ser mais incisivos.
E aos 72 minutos surgiu, por fim, o primeiro sinal de perigo turco, num desvio de cabeça de En-Nesyri à barra da baliza de Trubin. Lage percebeu e refrescou o ataque, tentativa clara de colar o Fenerbahçe bem mais perto de Livakovic: Pavlidis por Ivanovic e Akturkoglu por Schjelderup.
Logo a seguir, no espaço de três minutos (79 e 82), Talisca viu dois cartões amarelos e deixou o Benfica com as portas escancaradas para a fase de liga da Champions. Até final, bastou ao Benfica controlar, controlar, controlar. Controlou e passou. De forma justa."
É aqui que merecemos estar sempre!
"Benfica 1 - 0 Fenerbache
Foi-nos retirado via campeonato essa hipótese, fizemos o nosso caminho contra as equipas mais fortes em cada eliminatória, contra uma arbitragem MISERÁVEL, e marcamos a nossa presença na Champions.
Brilhante a equipa, preparação de jogo sem espinhas de Bruno Lage, equipa a responder em campo na perfeição!
Achar que não há trabalho na equipa quando vamos no sétimo jogo da temporada, sendo que quatro deles foram pré-eliminatórias da Champions, uma final da Supertaça e dois jogos da liga sendo um fora de portas e mantendo o registo de ZERO golos sofridos!
Achar que é mera sorte é desprezar o trabalho de tudo e todos!
Hoje Ríos limpou tudo junto com Barraneachea e Barreiro que na frente foi um pulmão até rebentar!
Mas merecemos a vitória na eliminatória.
Viva o Benfica!"
TOMA LÁ, Ó VINĈIĈ!
"BENFICA 1 - 0 Fenerbahçe
Pré-jogo 1
Para sair rápido do Colombo sem ter que sair à pressa no final do jogo, vim com grande antecedência para deixar o carro estacionado em sítio bom. Impressionante como já está pintado de vermelho todo o centro comercial. À saída uma vendedora de cachecóis diz-me: "A dizer mal dos outro lá no canal onde você está, você ê uma máquina." Eu gosto disto!
Pré-jogo 2
Bem, que ambiente numa Catedral a abarrotar, não cabe um alfinete, canta-se o hino e depois EU AMO O BENFICA! Está de arrepiar!
BORA LÁ AO JOGO!
(do meu lugar de Fundador, sempre na hora e publicado imediatamente a seguir ao fim do jogo)
03 fdx, Berreiro, era só picar a bola por cima do redes, não se pode falhar uma oportunidade destas, e repito: não se pode perder uma oportunidade destas!
06 topo norte BENFICA topo sul BENFICA! Imparáveis!
09 aí está Dedic com uma arrancads das dele!
10 PA-VLI-DIIIIIIIIS!!! Já estamos em vantagem, já devíamos estar em vantagem, mas agora é mesmo: um-zero! Porra, o VAR chama o árbitro? Fora de jogo do Barreiro? Para que é que se fez à jogada?
19 o Akturkoglu parece nervoso, vamos lá definir bem, és craque e estás de Manto Sagrado vestido, vamos!
22 bem que avisaram que este árbitro é uma vergonha.- e está visto! Mais um golo anulado! O Barreiro toca no turco, mas não há empurrão nenhum. ROUBO!!! ISTO É UM ROUBO!!!
28 bem, Ríos, precisamos de remates desses, mas lá para dentro, continua a dar-lhe
31 mas que jogada, só faltou o Pavlidis chegar a tempo ao cruzamento, foi por pouco, muito pouco. Estamos a sair muito bem para o ataque, belas jogadas
35 AK-TUR-KO-GLU!!! Este não nos podem roubar, crl!!! Que bela conclusão a passe do Barreiro. Bancadas da Catedral ao rubro. Tudo a saltar! Tudo a saltar! SLB! SLB!
43 Otamendi está em todas, grande capitão, que corte agora, a idade não passa por ele
44 grande transição, ó Barreiro, que decisão foi esta?
45 e toma lá mais uma perdida. Estamos completamente por cima do jogo, mas espero bem que estas perdidas não façam falta na segunda parte...
45+6 excelente primeira parte! Só o esloveno mais o VAR ou o VAR mais o esloveno impediram que já estivéssemos na fase de liga da Champions a esta hora
46 toca de ir atrás do segundo, gerir o um-zero é um perigo
55 dez minutos sem futebol, com eles mais subidos, mas nada do nosso lado e do deles
61 que perdida do Pavlidis num canto, mesmo que com boa defesa do redes. Merecia golo pelo grande jogo que está a fazer
65 Aktur tem estado excelente como batedor de bolas paradas
68 dupla Dedic-Aursnes a entender-se cada vez melhor
69 nojo de árbitro!!! Esta falta e este amarelo ao Barreiro mostraram bem o nível do animal
71 um obrigado à trave da baliza norte, do nada iam marcando um golo. E agora um cabeceamento perigoso...
74 jogo está a ficar partido, isto é bom para eles. Por mim isto acabava já!
64.323 na Catedral! Vai ser preciso aumentar a lotação...
81 Talisca para a rua com segundo amarelo. Ufa, que fica mais complicado para eles!
85 o tempo não passa, porra!
90 passou por mim o amigo Ricardo Leitão: "Um gajo perde anos de vida com estes jogos!" Faltam só mais 5!
90+5 JÁ ESTÁ! VENHA A CHAMPIONS!!! OBRIGADO LAGE!"
O Benfica tinha o embrulho, faltava Aktürkoğlu pôr o laçarote dos milhões da Champions
"José Mourinho tinha a sua razão: o Benfica tem opções, se calhar não as mil que o treinador disse, que o Fenerbahçe não dispõe. Mas, sobretudo, os encarnados têm mais jogo do que os turcos e venceram (1-0) na Luz para o confirmarem - e garantirem a entrada da equipa na Liga dos Campeões. Em noite de festa, Richard Ríos fez a sua melhor exibição, coincidentemente também a mais simples. E, em sete jogos, o Benfica ainda não sofreu golos esta época
Antes deste jogo milionário, mais um, por estes dias já são tantos, o mister Mourinho encolheu os ombros, falou em tom enxuto, coçou a fronte e falou de Bruno, um “treinador feliz”. Gabou as “mil opções” e os “tantos jogadores de qualidade” que tem para, depois, queixar-se de fulanos e sicranos por eventualmente o culparem de mais um ato mourinhesco na sua saga de mind games que, cumpridas para lá de duas décadas suas na ribalta da atenção, fica turvo precisar se há premeditações ou sublimidades no que diz ou, simplesmente, se ele é mesmo assim.
Assim, também, como o seu Fenerbahçe o refletiu no tapete da Luz, vindo da gris exibição de Istambul onde o zelo por não perder pareceu suplantar a vontade de ganhar das equipas, a do mister Mourinho e a do Bruno, ambos homens de Setúbal, eles a tratarem-se nestes modos, um no tu cá, tu lá com o conterrâneo, o outro mais sério e reverente no trato, preferências que as equipas transladaram cedo para o campo. Ao terceiro minuto, o relaxo de Amrabat a atrasar um passe foi intercetado pelo maquinal Aursnes, rápido a lançar Pavlidis na área para o grego servir Leandro Barreiro.
Entre a falta de subtileza no pé do luxemburguês, à boca da baliza, e a destreza de Livaković, guardião croata cheio de proezas feitas em noites de seleções, o golo do Benfica não apareceu aí. Nem pouco depois, quando chegou a vez de Dedić fatiar a moleza no meio-campo do Fernerbahçe, por Pavlidis a correr e o remate do avançado ser desviado para canto. Ou no canto que escancarou o desnorte dos turcos, atabalhoados a manterem as marcações individuais e a deixarem António Silva cabecear a bola que Vangelis tocaria para golo. A Luz ensurdeceu de tanto barulho nos festejos.
O ruído mais agudo ficou na reação ao braço esticado do árbitro a anular o golo por fora de jogo de Barreiro, que não tocou na bola. Salvo pela decisão, os jogadores do Fenerbahçe despertaram, os berros de José Mourinho ter-lhes-ão entrado nos alarmes e mesmo que o seu jogo com bola não tenha melhorado além de quatro, cinco passes seguidos, vincaram o seu despertar nos duelos. O jogo ganhou faltas, paragens, rabos a pularem nos bancos de suplentes - não ajudou outro golo anulado, de novo com Barreiro como réu - e o futebol, como em Istambul, a tentar aguentar uma lágrima ou outra face ao desplante de o tratarem assim.
Mas era o Benfica a equipa que mais pretendia jogar. Mais cómodo em chamar a responsabilidade, a querer a bola e fazer conviver Barrenechea e Ríos com a forte pressão que os já acesos turcos punham nas suas receções, tentavam ligar as jogadas no meio do caos posto no relvado pelo Fenerbahçe. Faltavam os últimos 30 metros às jogadas, era falível o risco de Kerem Aktürkoğlu em sempre tentar encontrar Pavlidis, com um passe tenso e na diagonal para a entrada da área. Ao turco estimado por Lage para noites de Champions e supostamente querido por Mourinho cai melhor ser um destinatário do que um intermediário.
Provou-o, uma outra vez, aos 36’, no desfecho de uma bola batida longa por António Silva que o Fenerbahçe não resolveu à primeira, segunda ou terceira, sucessivamente a ter jogadores seus a atrapalharem-se nos cortes até Barreiro dar o passe a que Aktürkoğlu, a um só toque, respondeu com uma finalização imparável. Sem ter o corpo orientado para o remate que lhe saiu, forte e em arco na direção do poste mais próximo, mesmo assim o turco pôs a bola no teto das redes da baliza, um mágico de eficácia a concluir jogadas.
Será um extremo lá nos quadro táticos e grafismos de equipa, Aktürkoğlu tem essa posição, mas antónimo é do molde no qual se convencionou ter os extremos no futebol. O turco não é de fintas, corridas com a bola, truques vistosos e toques geniais que agitam a jogada e geram proveitos para outrem. Mais do que para as inventar, é um tipo para as fechar, por o laçarote no embrulho, finalizar o ataque como um certo luxemburguês com apelido de lugar na outra margem do Tejo não fez, pouco depois, crédulo que em vez de rematar, na área, tinha que dar um passe ao lado como um cacilheiro que existe só para ligar dois pontos.
Os €18,6 milhões galardoados a quem entra na fase liga da Champions estavam mais perto, restavam 45 minutos, havia vantagem magra e o Benfica ainda se comportou como se a diferença tivesse mais camadas de gordura. A equipa regressou do intervalo a defender com um bloco mais recuado, sem pruridos em conceder a iniciativa aos turcos, em especial aos seus três centrais. Entre Söyüncü, Škriniar e o canhoto Oosterwolde, nenhum era especialista a dar passes para lá do óbvio, então os encarnados deixaram-nos estar com a bola.
Seriam 15 minutos assim, com reverência a mais porque malandra nas intenções. Nunca o Fenerbahçe serviu o avançado de área que é Youssef En-Nesryi, redundado se o jogo não se adaptar às suas qualidades, tão pouco retirou proveito de ter Anderson Talisca a orbitar entre ser avançado ou médio. O brasileiro era um consórcio de toques falhados, passes errados e faltas pedidas. Nem a entrada de İsmail Yüksek, um médio bom de bola, com variedade de passe no cardápio, fez o jogo da equipa de Mourinho sair do rudimentar. Apenas aos 72’, um pouco do nada, houve um raro cruzamento colocado na área encontrou o marroquino En-Nesyri, que até de costas, usando o cocuruto, desviou para a esquina dos ferros da baliza.
Foi o único distúrbio à tranquilidade de Trubin e já o Benfica, decidido a praticar um jogo mais direto a sair de trás face à pressão alta adversária, torneara a existência a maneira de o Fenerbahçe existir na segunda parte. Menos interventivo, e inventivo, do que em jogos anteriores, Richard Ríos mostrava os benefícios de maior parcimónia nas ações: ia à frente apertar, corria para trás a ajudar, era um elástico humano a recolher segundas bolas ou a tapar caminhos. Com bola, experimentou as vantagens de jogar com simplicidade.
Como simples se viu o canto-fotocópia do Benfica, de novo com António Silva a ficar com um cerco de ninguém em seu redor no coração da área para cabecear, cheio de estilo. Livaković igualou-o na estética da defesa, o croata o melhor de um parco Fenerbahçe, pobre em dinâmicas ofensivas, sem o mínimo rasgo de alguém que concedesse algum descanso a Mourinho, frenético a cirandar diante do banco com a sua camisola de malha.
Quando, aos 82’, o destrambelhado Talisca, mais tatuado e bochechudo por comparação aos seus dias de Benfica, viu o segundo cartão amarelo, o português que treina os turcos vestiu um olhar impávido, descrente no que via acontecer. Com menos um jogador, faltava aos encarnados gerir o tempo, conspirar a posse de bola e atentar ao homem que sempre estaria livre. Colocar os adversários a correr, jogar com a superioridade de corpos e o desespero alheio. Faltou calma para o sustentar, só Richard Ríos, na sua renovada perceção de querer ser menos tcharã, jogava com a presença de espírito para tentar que a equipa o fizesse.
Calhou a melhor prestação do colombiano ser a sua mais prática, outra forma de dizer simples, desde que cruzou o Atlântico, pista para seguir na sua adaptação ao futebol deste lado do charco. Coincidiu também com o apuramento do Benfica para a Liga dos Campeões e Mourinho teria a sua razão: mais do que opções-mil, o Benfica joga mais do que o seu Fenerbahçe. E agora tem um trampolim de oxigénio para a equipa coesa e estável atrás, sem golos sofridos esta época, em sete jogos, trabalhar os momentos ofensivos com outro fulgor, de preferência com maior rasgo.
Darão jeito os milhões da Champions para trazer quem trate mais por tu, mais descontraidamente, o perfume que à equipa de Bruno Lage ainda falta aqui e ali na conceção dos ataques."
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