"Este ano foi rápido. À 4.ª jornada o campeonato parece decidido. O FC Porto vence em diversos planos. Prognostica-se que festejará o título na próxima Primavera.
O ano desportivo será, portanto, calmo. Sem casos de maior, tirando algum desvario imprevisível. Salvo um ou outro comunicado, uma outra reunião “plenária” ou do “conselho”, e ruídos subsequentes, não haverá necessidade de investimentos significativos em “campanhas de rua”. A calma anunciada daria um bom tempo para rever as estruturas e perceber que as soluções não reclamam o distúrbio. Seria um bom tempo para delinear em definitivo e “à espanhola” uma estratégia para o futebol (e, quiçá, para todo o desporto) nacional. Onde queremos e como queremos estar daqui a 10 anos? Quais os modelos de organização e quais as características imprescindíveis dos respetivos “atores”? Quais as relações e os canais de colaboração exigidos a todos os intervenientes das organizações do “plano estratégico”?
Seria este um bom tempo para responder e executar as respostas. Sem desistências e com consequências substanciais para quem falhasse.
Não obstante as boas e sãs medidas (ou tentativas) de credibilização da Liga do “herminismo”, o tempo que vivemos é só um tempo de transição. Com a irresistível tendência para a recuperação do “passado”. Mas já muitos sabem que o “futuro” só chegará com o reformismo organizado e concertado e pessoas novas e descomprometidas. E a coragem. Todavia, sabemos que este tempo não é de “estadistas”.
Mais relevantes serão, por isso e por ora, os jogos de poder. Com a aproximação das eleições na FPF, e a translação da arbitragem e da disciplina da Liga, o tempo é de colisão dos vários “ismos” da bola. É o regresso ao velho futebol das “grelhas” e dos “vetos”, em formato moderno. O “gomismo” (que se ramificou para a Federação e para os gabinetes governamentais: chapeau!), o “caldeirismo-anterismo”, o “vieirismo”, o “bettencourtismo”, o “gilbertomadailismo”, o “pré-searismo”, o “ribeirismo” (de Carlos), até o “lourençopintismo”. Sem esquecer o “laurentinismo”, vigilante como sempre.
Disso se tratará durante a época – de “pequenos” poderes –, uma época marcada pelas eleições da FPF. Ao que tudo indica, eleições com os atuais estatutos “fora da lei”. Num procedimento que desrespeita também ele a lei, que pressupõe que primeiro se revejam os estatutos e depois se façam eleições. Ainda e sempre o poder: nos atuais estatutos, as associações têm a maioria dos votos; nos estatutos a fazer de acordo com a lei, as associações perdem a maioria dos votos. Acontece que, depois da revisão estatutária, outras eleições haverá(!), pelo menos para o conselho de disciplina e para o conselho de arbitragem (necessariamente com 2 secções distintas, profissional e não profissional). E, aí, o confronto agendado dos poderes “reorganizados”.
Será mais um ano “disto”. Poder e vistas curtas. E, vendo o comportamento de quem estiver no palco, assim ficaremos a saber com quem lidamos. Assim Sartre sentenciou, assim se verá na bola cá da terra."
O ano desportivo será, portanto, calmo. Sem casos de maior, tirando algum desvario imprevisível. Salvo um ou outro comunicado, uma outra reunião “plenária” ou do “conselho”, e ruídos subsequentes, não haverá necessidade de investimentos significativos em “campanhas de rua”. A calma anunciada daria um bom tempo para rever as estruturas e perceber que as soluções não reclamam o distúrbio. Seria um bom tempo para delinear em definitivo e “à espanhola” uma estratégia para o futebol (e, quiçá, para todo o desporto) nacional. Onde queremos e como queremos estar daqui a 10 anos? Quais os modelos de organização e quais as características imprescindíveis dos respetivos “atores”? Quais as relações e os canais de colaboração exigidos a todos os intervenientes das organizações do “plano estratégico”?
Seria este um bom tempo para responder e executar as respostas. Sem desistências e com consequências substanciais para quem falhasse.
Não obstante as boas e sãs medidas (ou tentativas) de credibilização da Liga do “herminismo”, o tempo que vivemos é só um tempo de transição. Com a irresistível tendência para a recuperação do “passado”. Mas já muitos sabem que o “futuro” só chegará com o reformismo organizado e concertado e pessoas novas e descomprometidas. E a coragem. Todavia, sabemos que este tempo não é de “estadistas”.
Mais relevantes serão, por isso e por ora, os jogos de poder. Com a aproximação das eleições na FPF, e a translação da arbitragem e da disciplina da Liga, o tempo é de colisão dos vários “ismos” da bola. É o regresso ao velho futebol das “grelhas” e dos “vetos”, em formato moderno. O “gomismo” (que se ramificou para a Federação e para os gabinetes governamentais: chapeau!), o “caldeirismo-anterismo”, o “vieirismo”, o “bettencourtismo”, o “gilbertomadailismo”, o “pré-searismo”, o “ribeirismo” (de Carlos), até o “lourençopintismo”. Sem esquecer o “laurentinismo”, vigilante como sempre.
Disso se tratará durante a época – de “pequenos” poderes –, uma época marcada pelas eleições da FPF. Ao que tudo indica, eleições com os atuais estatutos “fora da lei”. Num procedimento que desrespeita também ele a lei, que pressupõe que primeiro se revejam os estatutos e depois se façam eleições. Ainda e sempre o poder: nos atuais estatutos, as associações têm a maioria dos votos; nos estatutos a fazer de acordo com a lei, as associações perdem a maioria dos votos. Acontece que, depois da revisão estatutária, outras eleições haverá(!), pelo menos para o conselho de disciplina e para o conselho de arbitragem (necessariamente com 2 secções distintas, profissional e não profissional). E, aí, o confronto agendado dos poderes “reorganizados”.
Será mais um ano “disto”. Poder e vistas curtas. E, vendo o comportamento de quem estiver no palco, assim ficaremos a saber com quem lidamos. Assim Sartre sentenciou, assim se verá na bola cá da terra."
Ricardo Costa, in Record