"Publica-se hoje um livro que não é apenas um livro. É uma vida contada por dentro. É uma forma de estar no futebol. É, acima de tudo, uma forma de estar na vida.
«Manuel Cajuda - o (des)Treinador» é lançado hoje e arrisco dizer: quem o abrir não vai encontrar apenas páginas. Vai encontrar um homem. Um modo de ser e estar no mundo. Uma forma rara de interpretar o jogo e as emoções. Vai encontrar também um tempo, ou vários, porque este é um livro que atravessa épocas, estádios, gerações, viagens, vitórias e desilusões, história e estórias sem nunca perder o essencial: a humanidade.
Logo no início, Cajuda apresenta-se de forma desarmante: «Para muitos, sou treinador. Para outros, mestre. Para alguns, contador de histórias. E há até quem veja no meu nome um sinal do destino: Cajuda. Aquele que ajuda.»
E é isso que esta obra é: uma mão estendida ao leitor. Um convite a entrar no mundo de alguém que passou mais de quarenta anos a escutar o jogo, a vida e as pessoas, muito mais do que simplesmente a treinar equipas.
Quem lê percebe rapidamente que Cajuda não conta histórias para entreter; conta para ligar. Para fazer pensar. Para lembrar que o futebol é, antes de mais, um lugar onde convivem fragilidades, sonhos, egos, medos, coragem e alguma magia que nem os melhores analistas conseguem explicar.
O (des)treinador, não é por acaso. Cajuda nunca encaixou no molde. Nunca fez do treino apenas esquemas táticos num quadro, gritos no banco ou fórmulas repetidas. O que ele procurou, e o que partilha abertamente no livro, é sentido. Propósito. Coerência. Humanidade.
Neste livro, desmonta ideias feitas, descomplica, descodifica, reflete, explica o essencial e vai direto ao coração do futebol: as pessoas. A simplicidade corajosa. O gesto leve. A humildade que não abdica da verdade. Não é comum, num mundo competitivo e muitas vezes brutal, alguém assumir que liderar é também duvidar. Que orientar é também escutar. Que ensinar é, muitas vezes, deixar aprender.
Ao longo das 233 páginas, o leitor percebe que Cajuda não é apenas um treinador com história; é uma personalidade que marcou gerações pelo modo como via cada jogador como um ser humano inteiro, com vida própria, família, dores, contextos, sonhos e feridas que o jogo nunca mostra na televisão e, agora, nas redes sociais.
É por isso que este livro transborda respeito. Respeito acumulado em milhares de treinos. Respeito conquistado sem gritar mais alto, mas ouvindo melhor. Respeito reconhecido por quem hoje lidera o futebol português e internacional.
Este livro é um projeto desenvolvido pela 21Books powered by Whynote brands & talents, com o apoio oficial da Associação Nacional de Treinadores, e reúne contributos de figuras muito importantes do futebol mundial.
Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, recorda, na Introdução que escreve e assina, a sensibilidade rara do treinador que levava os jogadores ao coreto do Bom Jesus em Braga para criar uma orquestra improvisada - metáfora perfeita para a sua visão de equipa: cada um com o seu instrumento, todos na mesma harmonia.
Para Abel, Cajuda «estava muito à frente do seu tempo» e este livro «é uma lição de vida». E, na verdade, não é preciso muito para perceber que Manuel Cajuda já fazia, há décadas, aquilo que hoje tantos chamam inovação: trabalhar estados emocionais, criar significado, promover vínculos, potenciar autonomia, valorizar contexto.
José Mourinho, treinador do Benfica, que o trata carinhosamente por Ti Manel, escreve e assina o Prefácio da obra com amizade e admiração. Para Mourinho, Cajuda era dos treinadores que sabiam incomodar, que preparavam cada detalhe com inteligência e alma. Um líder presente, capaz de ouvir o roupeiro, o cozinheiro e o apanha-bolas com o mesmo respeito. Numa frase que ficará na memória de muitos leitores, Mourinho deixa um conselho precioso: «Leiam devagar. Saboreiem cada página. Aqui dentro está a vida de um homem que dedicou tudo ao futebol e que, pelo caminho, nos ensinou a todos a sermos melhores.»
Reinaldo Teixeira, presidente da Liga Portugal, oferece no Posfácio um testemunho de rara dimensão emocional. Fala de dois algarvios que cresceram longe dos centros de decisão, mas nunca longe dos sonhos. Recorda Cajuda como um homem de caráter firme e escuta verdadeira. Para ele, esta é uma obra feita «a duas vozes e quatro mãos», nascida da sabedoria de Cajuda e da responsabilidade de dar forma ao seu legado.
A estas vozes juntam-se outras, igualmente marcantes. Artur Jorge, campeão em título do Brasileirão e da Libertadores pelo Botafogo, escreve: «Tive o privilégio de trabalhar com Manuel Cajuda, que mais do que um treinador foi uma referência na forma próxima e humana como liderava. Um homem humilde e apaixonado pelo jogo que muito me marcou no meu percurso, com valiosos valores que ainda hoje me representam.»
E Leonardo Jardim, num testemunho emotivo, recorda o impacto de Cajuda no início da sua carreira: «Mais do que um manual, este livro é uma viagem por dentro de um homem que fez da arte de treinar uma forma de ajudar e inspirar um jovem que, na Madeira em 2003, iniciava uma carreira e podia usufruir dos seus conhecimentos quando liderava o Marítimo a uma competição europeia. Um livro de leitura obrigatória para quem ama o jogo… e para quem acredita que a verdadeira liderança se faz com simplicidade, boa disposição e humanidade.»
Mas este livro vai ainda mais longe. Porque não se limita a reunir memórias; procura interpretar um tempo. Recolhe episódios que se tornaram símbolos de uma cultura de trabalho. Revela bastidores onde se percebe que a liderança, quando é verdadeira, não se exerce apenas no balneário: está nos silêncios, nos gestos, nos sorrisos cúmplices, nos momentos difíceis onde se escolhe proteger em vez de julgar.
É por isso que esta obra é tão valioso para qualquer profissional, de qualquer área.
Porque, no fundo, o que Cajuda fez, e continua a fazer, é aquilo que todos tentamos: liderar pessoas com humanidade, coragem, dúvida, propósito e verdade.
Hoje, caro leitor, deixo um convite simples: descubra o mundo de um (des)treinador. De alguém que nunca deixou de ser jogador. De um curioso incansável. De um treinador e presidente sem querer. De um homem de alma inteira.
Vale a pena lê-lo devagar. Saborear cada memória, cada reflexão, cada imperfeição humana. Porque dentro do livro está um legado e uma vida inteira dedicada às pessoas."