Últimas indefectivações

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Tradicional entrevista de Ano Novo do Presidente:

"«Benfica liderou processo dos direitos televisivos»
(...)
- Quanto tempo demorou a negociação com a NOS?
- O tempo necessário a alcançarmos um bom acordo para todas as partes.

- 400 milhões foi um excelente negócio, principalmente para quem recebia 7,5 milhões há 3 anos. Depois segui-se o FC Porto com 457 milhões e o Sporting com 515. Quem fez afinal o melhor acordo?
- Tenho ouvido e lido muitas coisas nestes dias e o único que posso dizer-lhe é não se pode comparar o incomparável, o que é preciso é analisar a diferença dos contratos e activos que cada um deles abrange. É evidente que são três excelentes acordos, mas os contratos do FC Porto e do Sporting só foram possíveis porque o Benfica voltou a liderar o processo e demonstrou que os valores que eram pagos em Portugal pelos direitos televisivos eram inacreditavelmente baixos. Portanto, o Benfica só pode ter orgulho em ter criado a oportunidade para que outros clubes possam beneficiar da revolução que foi iniciada por nós. Tinha dito no dia da apresentação do nosso acordo com a NOS que todos os clubes iriam beneficiar. O tempo - e não foi preciso esperar muito - deu-me razão.

- Mas qual é o melhor acordo?
- O que lhe posso dizer é que o nosso é o que compromete o clube durante menos tempo e com menos activos. O nosso contrato é por 10 anos e os demais por 12 ou 13, em média. E o nosso contrato não incluiu patrocínios nem nas camisolas nem no estádio. A partir daqui, as contas são fáceis de fazer e cada um que tire as suas conclusões.

- E o Benfica tem uma cláusula de salvaguarda como também já foi noticiado?
- O Benfica tenta sempre minimizar as suas receitas, em qualquer contrato, com qualquer parceiro. Na eventualidade de um parceiro nosso poder estabelecer acordos similares aos nossos com alguns dos nosso concorrentes, é natural que a dimensão ímpar do Benfica tem de estar salvaguardada. Curiosamente, isso é feito por nós, mas também pelos nossos concorrentes que reconhecem a nossa grandeza, sem paralelo em Portugal.

- Mas o acordo com a NOS contempla essa salvaguarda?
- Obviamente. E por isso, em Janeiro estaremos de novo sentados à mesa com a NOS, algo que já está contemplado no nosso acordo.

- O presidente do Sporting diz que o acordo do Benfica é pior que o acordo do Porto e, por consequente, pior que o acordo do Sporting. Quer comentar?
- Continuo a ver o presidente do Sporting muito interessado em comentar assuntos dos outros clubes. Felizmente, o conhecimento que possui sobre esta matéria é igual ao que tem sobre a necessidade de se cumprirem contratos.

- Mas falar de 515 milhões é um valor que impressiona...
- E até poderiam estar a falar de 1000 milhões, bastava terem vendido tudo por mais 20 ou 30 anos.
O que é relevante e perceber, em cada ano, quanto é que os clubes vão receber nessas 3 componentes, direitos televisivos, canal do clube e publicidade nas camisolas e no estádio. Como já disse, as conclusões são fáceis.

- Considera então que contratos a 13 anos são demasiados longos e que isso não justifica que se olhe só para o valor absoluto?
- Não sou eu que digo. No dia 28 de Dezembro, alguém comentava no seu famoso Facebook que Porto e Benfica faziam mal em comprometer-se por um período tão alargado (10 ou 12 anos) e no dia seguinte assina um contrato por 13 anos? Ora aqui está um enorme exemplo de coerência, igual ao que dá quando defende a centralização e passado 3 semanas assina um contrato com compromissos até 2028.

- Se os jogos da equipa principal do Benfica em casa forem transmitidos na SportTV não é um recuo em relação ao que já disse sobre a Olivedesportos e Joaquim Oliveira?
- O Benfica vendeu os seus direitos televisivos à NOS e não a um intermediário. Portanto, a Olivedesportos não tem qualquer relação com o Benfica. Será a NOS a decidir onde irão passar os jogos. Qualquer que seja a decisão da NOS, temos a garantia de que os nossos jogos serão tratados com a máxima isenção e respeito, aliás como nos orgulhamos de fazer nas transmissões da BTV. Se voltarem à SportTV, não consideramos isso um problema. Ninguém melhor que a NOS para assumir um maior protagonismo na gestão da SportTV. O rigor e o profissionalismo da NOS são para nós uma garantia de isenção e qualidade.

- Porquê a NOS, não foram alvo de propostas de outros 'players'?
- Foi a NOS que nos apresentou a proposta mais estruturada e que nos dava mais garantias. Não apenas financeiras, mas também de qualidade de serviço. Recebemos demonstrações de interesse que não podem ser assumidas como propostas de outras empresas, nomeadamente de um operador de telecomunicações, de dois canais internacionais e de um fundo.

- Este acordo vai esvaziar muito da propostas de valor da BTV. Qual o futuro do canal do clube?
- A BTV vai continuar a ser propriedade do Benfica e continuará a ser um elemento de comunicação fundamental do clube com os seus sócios e adeptos. Vamos continuar a transmitir os jogos da formação, quer nas modalidades quer no futebol, vamos continuar a transmitir os jogos das modalidades e da equipa B. Vamos continuar a ter bons conteúdos. E vamos beneficiar do acesso aos jogos da equipa A em diferido. Resta afirmar que o arquivo dos jogos da equipa A é nosso e esperamos em breve poder também ter acesso ao arquivo dos jogos fora.

- Ao desinvestir na BTV, espera-se uma reestruturação da mesma? Um redimensionamento que poderá passar pela redução de pessoal?
- Isso não está em cima da mesa nesta altura, vamos encontrar soluções. Tenho 12 anos como presidente do Benfica e nunca houve despedimentos dentro da organização.

- Ao assinar um acordo com um horizonte temporal de 10 anos, não 'amarra' o futuro do Benfica?
- Entendemos que o momento actual é aquele em que os conteúdos, nomeadamente os desportivos, estão mais valorizados. E por isso, exigimos um compromisso de longa duração. Acho que a perspectiva tem de ser completamente diferente, este contrato, com esta duração, garante a sustentabilidade e o futuro do Benfica.

«No Benfica trabalhamos em equipa mas o responsável sou sempre eu»
(...)
- Consumada a saída de Jorge Jesus, depois de seis anos, o que o fez optar por Rui Vitória para assumir uma tarefa que se sabia ser de grande exigência?
- Fi-lo pela razão mais simples, ficámos sem treinador. E, portanto, fomos à procura de um treinador com um perfil que nos garantisse empenho e qualidade no seu trabalho e que se identificou com o projecto. O Rui encaixa nesta casa, saiu, provou ter capacidade para assumir este desafio.

- Como avalia o trabalho de Rui Vitória no Benfica?
- Creio que independentemente dos reparos e das críticas de que tem sido alvo por parte de alguma imprensa, a avaliação tem de ser positiva. Apostou e ganhou jovens que hoje já não são promessas, mas certezas do Benfica, estamos nos oitavos de final da Champions, tem uma ligação a todos os escalões de formação que nenhum outro treinador anterior teve. Temos tido quatro a cinco jogadores portugueses em campo, algo que já não acontecia há muitos anos. É evidente que a nível exibicional temos sido irregulares, mas como tenho dito houve uma mudança muito grande de paradigma do futebol do Benfica e isso obriga-nos a ter de ser pacientes. Há sempre espaço para melhorias e o Rui é o primeiro a saber disso.

- Alguns resultados e exibições têm sido negativos. Como explica isso?
- E outros resultados e exibições são positivos, é o futebol. Há quem se agarre apenas ao que de negativo acontece. Nestes 15 anos sempre me agarrei ao que de positivo fomos fazendo dentro do clube e foi por isso que chegámos aqui. Há uma coisa de que tenho a certeza, temos de apoiar a equipa, principalmente nos momentos em que as coisas não estão a correr bem. Apoiar quando tudo sai bem é muito fácil, mas se assobiarmos quando as coisas estão a correr como os jogadores querem só estamos a contribuir para piorar a situação.

- Esperava estar a tenta distância de Sporting e FC Porto no final do ano?
- Acho que é uma distância recuperável, aliás lembro-me que ainda há pouco tempo perdemos dois campeonatos tendo chegado a ter oito e cinco pontos de avanço para o segundo classificado, portanto... Preferia estar mais perto e creio que poderíamos estar, mas além de culpas próprias também temos tido, em alguns momentos, a falta da estrelinha que tem acompanhado os nossos rivais. Mas é uma diferença recuperável.

- O discurso de Rui Vitória é quase sempre pouco incisivo. Têm essa noção?
- É um discurso de uma pessoa equilibrada. Os jornalistas querem sempre intervenções de combate que deem bons títulos e depois garantam a réplica do treinador B ou C. Acho que temos de defender o Benfica, mas isso não significa estar sempre em 'guerra' com tudo e todos.

- Todos os treinadores estão dependentes de resultados? Qual é a margem de manobra de Rui Vitória?
- Qual foi a margem de manobra do nosso último treinador? Como bem se lembra, foi muito grande. As pessoas é que às vezes tem tendência para esquecer. Creio que já tem a resposta.

- A confiança no trabalho dele é neste momento inabalável?
- Os resultados são sempre parte mais importante e mais visível do trabalho de qualquer treinador. Mas há uma parte que é invisível do público e dos jornalistas que é o trabalho diário no Seixal. Esse trabalho está a ser bem feito e é um trabalho que vai muito para lá da nossa equipa profissional. Ser paciente é uma virtude e se formos pacientes os resultados vão aparecer.

- Há mais de 60 anos que o Benfica não perdia três vezes com o Sporting na mesma época. O que tem a dizer sobre isso?
- As derrotas são sempre más, seja com quem for. Também tivemos durante alguns anos várias derrotas consecutivas com o FC Porto e isso não nos desviou das nossas ideias, nem nos fez retirar a confiança no nosso treinador. Gostava que não tivesse acontecido, mas se ganharmos o campeonato o que é que é mais relevante? As três derrotas ou o tri?

- Quando diz que esta é uma época de transição está a fazer um apelo à tolerância dos benfiquistas?
- Estou apenas a constatar uma realidade e o que disse há duas semanas continuar a valer. Temos de ser exigentes, mas ao mesmo tempo pacientes. Houve mudanças, há mais jovens na nossa equipa profissional, houve várias lesões... Portanto, temos de equilibrar a nossa exigência que tem de existir sempre, com alguma tolerância.

- Como avalia os últimos protestos de adeptos contra a equipa e o treinador?
- Temos de os encarar com normalidade. Quando os resultados não são aqueles que desejamos há sempre manifestações deste tipo, no Benfica ou em qualquer clube. Não podemos desvalorizar essas manifestações, mas quando estamos convictos do que estamos a fazer temos de dizer a todos os benfiquistas que os resultados vão aparecer. Também o disse há dois anos atrás quando houve mais manifestações e de uma escala bem maior contra o nosso antigo treinador...

- É inegável que o Seixal está a produzir futebolistas de muito boa qualidade. Mas não estão a faltar ao Benfica alguns jogadores mais experientes que enquadrem devidamente esse talento?
- Quando temos jogadores como Luisão, Jonas, Júlio César, Fejsa, Samaris, Jardel e outros, não podemos dizer que faltam jogadores experientes. Eles estão cá e vão continuar a ajudar os mais novos a crescer. Não creio que haja qualquer problema desse ponto de vista.

- Reconheceu em entrevista a A BOLA que gostaria de ter dado mais um ou dois jogadores a Vitória. Vai fazê-lo em Janeiro?
- E também disse que preferia uma equipa comprometida do que uma equipa sem compromisso. Vamos ter jogadores importantes de regresso à equipa, casos de Gaitán, Nélson Semedo, Luisão e Salvio e esses serão os nossos melhores reforços. É verdade que a estes regressos podemos juntar mais um ou dois jogadores, mantendo a mesma filosofia: jogadores jovens que nos tragam soluções que não temos no Seixal.

- O espanhol Grimaldo já foi apresentado e é reforço, entretanto fala-se do argentino Leonardo Jara. É uma hipótese?
- O Jara nunca foi hipótese. Como sabem há sempre muitos nomes plantados na comunicação social quando as janelas de transferência estão para abrir. Muitos não fazem sentido e o Jara nunca foi hipótese.

- Confirma que Cervi vem já?
- Estamos a trabalhar nesse sentido. Gostaríamos de poder contar com ele já em Janeiro, mas não depende apenas de nós.

- Já recebeu alguma oferta ou já lhe perguntaram sobre a possibilidade de vender o Nélson Semedo, o Renato Sanches ou o Gonçalo Guedes?
- Não vou relevar nada em relação a isso, apenas que são três jogadores em quem nós acreditamos muito e que fazendo o trabalho que têm de fazer não vão faltar clubes interessados. Para já, o que nós queremos é que cresçam dentro do Benfica e nos ajudem a atingir os nossos objectivos.

- Algumas aquisições de Verão e outras anteriores - Taarabt, Carcela, Jiménez, Djuricic, Cristante - não se afirmaram. O que correu mal nesse processo?
- São casos diferentes e em relação a alguns deles não estou de acordo com a afirmação feita. Há jogadores que estão a ajudar a equipa, há outros em que há duas ou três opções para o mesmo lugar e aí nada a fazer e, finalmente, sim há um caso que claramente ficou abaixo do esperado. Infelizmente o futebol é isto, e os casos de jogadores que ficam abaixo das expectativas não é um exclusivo nosso, em todos os clubes do mundo há situações iguais.

- Quem é o responsável?
- O responsável sou sempre eu. Dentro do Benfica funcionamos em equipa, de forma colegial, mas o responsável sou sempre eu.

- Não é demasiado investir €9 milhões por 50 por cento do passe de Raúl Jiménez?
- Depende do seu desempenho desportivo e do valor pelo qual for vendido no futuro. Já houve vários casos em que me fizeram a mesma pergunta e quando o jogador foi vendido rendeu o triplo ou mais ao clube. Há, evidentemente, casos em que isso não acontece. Portanto, a resposta à sua pergunta só será conhecida quando o jogador sair do Benfica. Em todo o caso, tenho muitas esperanças no rendimento desportivo do Jiménez, que para o caso é o que neste momento interessa.

- A opção de compra de Mitroglou é obrigatória ou o Benfica só a acciona se quiser?
- É opcional. Não sei se a vamos exercer ou não, mas é justo reconhecer que o jogador está comprometido com o Benfica e que honra a camisola que veste.

- Eliseu acaba contrato no final da época. Vai renovar?
- É mais um tema que não se trata na praça pública. Falaremos com o jogador e com o seu representante.

- Quais são as dispensas no horizonte?
- A seu tempo saberão. É um tema que não se trata pelos jornais.

«Fomos à procura de treinador depois de sabermos da opção de Jorge Jesus»
(...)
- Está arrependido da saída de Jorge Jesus? Por outras palavras, por sua vontade Jorge Jesus ainda seria treinador do Benfica?
- A pergunta não faz sentido, a decisão foi dele. Mas é um tema que não vou voltar a alimentar. Jorge Jesus seguiu o seu caminho e fez a opção que entendeu fazer. Ponto final.

- De uma vez por todas, foi decisão sua ou foi decisão de Jorge Jesus?
- Acho que é um capítulo que devemos fechar. O tempo vai ser o melhor juiz do que se passou. Fomos à procura de um treinador depois de sabermos pela comunicação social da opção de Jorge Jesus. Só tive a confirmação já de madrugada e por sms. Nada mais a dizer sobre isso.

- Esperava tanta turbulência com a saída dele?
- É normal que assim seja. Seis anos não são seis dias.

- Ou a turbulência resulta de ele ter ido para o Sporting? Se tivesse ido para o estrangeiro não teria tanto impacto... É verdade, como tem sido dito, que sugeriu a Jorge Jesus continuar a carreira no estrangeiro?
- Não vou alimentar mais essa mentira. Já se disseram muitas coisas, a maioria delas distorcidas e desfocadas de forma intencional. Chegará o momento em que a história será contada na sua versão correcta.

- Quando se encontra socialmente com Jorge Jesus falam-se?
- Independentemente das opções que ele assumiu e da decisão do Benfica em avançar para tribunal na defesa dos direitos do clube, há um relacionamento de muitos anos e sempre que me cruzo com ele falamos. A defesa do Benfica enquanto clube não significa que tenha de me afastar das pessoas com quem sempre falei ao longo da vida.

- Até que ponto é possível separar o lado afectivo do 'business' puro e duro?
- É possível separar e no Benfica sabemos separar bem o negócio do lado afectivo. Já foi assim há três anos com o Joaquim Oliveira e podia dar muitos outros exemplos. E no caso do Jorge Jesus é exactamente a mesma situação.

- As acções judiciais contra Jesus era inevitáveis ou houve um sentimento de frustração que acabou por torná-las efectivas?
- Os tribunais têm uma função, existem para decidir quando há dois lados com posições diferentes. O departamento jurídico do Benfica entendeu que havia razões para avançar para tribunal. Quando são os interesses do clube a estar em causa, sou o primeiro a assumir a sua defesa. O clube está acima de tudo.

- Marco Silva também foi considerado depois do divórcio com Jesus?
- Como já lhe disse anteriormente, e sem falar deste ou daquele treinador, este capítulo está fechado. Depois da saída de Jorge Jesus, houve várias opções que foram consideradas, Rui Vitória reuniu consenso.

- Com José Mourinho livre há muitos benfiquistas a sonhar. Passou-lhe pela cabeça tentar contratá-lo?
- Não, conheço bem o José e sei que não vai voltar a Portugal tão cedo. É o melhor treinador português e um dos melhores do Mundo, e não vai ser pelo que sucedeu no Chelsea que o vai deixar de ser.

- Acredita que um dia ele voltará ao Benfica?
- O José já ganhou um estatuto que lhe permite fazer o que ele entender no seu futuro. Vai ser ele a decidir o que quer fazer daqui a seis ou oito anos.

GRAVES ACUSAÇÕES DE BRUNO CARVALHO
- O Sporting acusou o Benfica de factos graves, a propósito dos kits oferecidos a vários agentes do futebol. Enquanto Bruno de Carvalho for presidente, o Benfica não vai querer relações entre os clubes?
- O Sporting enquanto clube, enquanto instituição centenária merece-me todo o respeito, gostava que não ficasse nenhuma dúvida em relação a isso. Mas é evidente que o Sporting vai ter de responder pelos actos do seu actual presidente, pelas acusações repetidas que puseram em causa o bom e a reputação do Benfica. Creio que o Sporting vai ter de pagar pela irresponsabilidade de muitas das afirmações do seu presidente. O futebol beneficia com um clima de serenidade, a opção do presidente do Sporting foi a de afirmar-se pelo confronto, pela difamação. O Benfica não vai dar a outra face. Foi longe de mais, vamos ver os custos que vai ter para a instituição a que ele preside.

- O que espera das acções que o Benfica intentou contra o Sporting?
- Ainda não deram entrada, estão a ser finalizadas. Mas aquilo que espero é apenas a justa compensação pelos danos reputacionais que foram causados.

A POSIÇÃO FRÁGIL DE PEDRO PROENÇA
- Como viu o ataque do Sporting, através de Bruno Carvalho, à Liga e a Pedro Proença?
- Não me vou pronunciar, é algo que não me diz respeito. Apenas registo que o Sporting foi dos grandes apoiantes da candidatura do actual presidente da Liga. Não me parece, contudo, que seja apenas uma birra de amigos.

- Se Luís Duque, a quem foi tirado o tapete, continuasse a ser presidente da Liga haveria mais probabilidades de um acordo pró-centralização?
- Luís Duque teve, num mandato extremamente curto, um grande mérito, conseguiu pacificar a Liga e a partir daí, num clima de grande unidade entre os clubes, tomou-se a decisão de estudar de forma objectiva a centralização. Depois seguiu-se o que todos conhecemos, com uma candidatura que fracturou a Liga e a partir daí deixou de haver condições (foi a actual Direcção da Liga a reconhecê-lo) para a centralização.

- E entretanto Porto e o Sporting anunciaram já acordos até 2028...
- Isso revela que nem o Porto nem o Sporting acreditavam seriamente na promessa de centralização anunciada pelo actual presidente da Liga durante a sua campanha eleitoral. Como é evidente, as negociações com os clubes começaram muito antes do nosso anúncio e isso é revelador do descrédito que mereceram as propostas de centralização por parte do então candidato Pedro Proença.

O 'FANTASMA' DE LUÍS DUQUE
- Pedro Proença foi um erro de 'casting'?
- Não serei eu a dizer tal coisa. Mas creio que com Luís Duque a Liga viveria hoje uma outra situação. Seguramente melhor. Creio que muitos dos compromissos que serviram de base à eleição de Pedro Proença já não são atingíveis, e quando isso acontece é natural que o presidente da Liga equacione a sua continuidade.

- Defende a saída de Pedro Proença?
- Defendo que essa é uma hipótese que Pedro Proença devia considerar em função do que tem sido a sua liderança na Liga, dos resultados que não conseguiu alcançar e das diversas manifestações dos clubes que ele tão bem conhece, nomeadamente, mas não só, os clubes da Liga de Honra.

- Mas o Benfica era a favor da centralização...
- O Benfica era a favor de uma negociação, mas para que esse processo pudesse avançar era necessário que os clubes se entendessem sobre essa matéria, era necessário que a Liga (esta Liga) tivesse assumido o dossier como prioritário. Não aconteceu nem uma coisa nem outra. Por outro lado, numa negociação centralizada, é necessário que os clubes disponham dos seus direitos. Só o Benfica tinha liberdade para avançar antes de 2018.

COMO DEFENDER OS 'OUTROS' CLUBES
- Concorda com um imposto 'revolucionário', de que se tem falado, sobre os direitos do Benfica e dois outros contratos dos 'grandes' para ajudar os mais pequenos?
- Os clubes da Segunda Liga precisam que quem lhes prometeu 500 mil euros de apoio (por clube= mostre os patrocínios que captou ou pensa captar para os ajudar. O Benfica está, como sempre esteve, disponível para ajudar o futebol português, nomeadamente os clubes de menor dimensão. Esperamos que os outros clubes, nomeadamente os chamados grandes também o façam. É que se falamos em compromissos com o futebol português, convém recordar que o Benfica foi o único clube a perder receitas para ajudar a Liga, foi o único clube a ajudar financeiramente a Liga para que o futebol não parasse em Portugal, e, em conjunto com o Rio Ave, é o único clube que é credor da Liga...

- Os clubes conseguem ver para além do benefício imediato e do pequeno favor?
- Os clubes devem ver em função dos projectos que lhes são apresentados. Gostava de voltar a ver todos os clubes a pensar e a agir em benefício do futebol português, isso perdeu-se nos últimos tempos e todos nós fomos prejudicados com isso, principalmente os clubes mais pequenos. Devemos focar-nos no essencial e infelizmente há muitos que só pensam em função de colocar pessoas no sítio A ou B. Isso tem de acabar. Nas últimas eleições isso foi notório.

- As equipas B são um sucesso mas a II Liga é um elefante branco económico. Por este caminho podemos concluir que tem os dias contados, neste formato?
- Só tem os dias contados se o presidente da Liga não encontrar a solução prometida.

«Há dois anos que o Benfica não vai buscar um tostão à banca»
(...)
- Muito se tem falado e versões divergentes todos os dias na opinião pública. Afinal qual é o activo e o passivo consolidado do Benfica, SAD?
- De acordo com as últimas contas apresentadas na CMVM referentes ao 1.º trimestre, o valor do activo é de 445,6 milhões de euros. O capital próprio ascende a 13,4 milhões de euros, continuando a sua tendência de recuperação sustentada iniciada nos últimos exercícios.

- Como se decompõe o passivo consolidado da Benfica, SAD?
- A dívida bancária ascende a 309,6 milhões de euros, sendo o passivo exigível de 80,3 milhões de euros e o passivo não exigível de 42,3 milhões de euros.

- Quais são os encargos bancários do passivo consolidado da Benfica, SAD?
- Considerando a estrutura e maturidade da nossa dívida bancária, os encargos financeiros líquidos ascendem a aproximadamente 17 milhões de euros, mas perspectivamos uma redução significativa deste valor nos próximos exercícios.

- Quanto vai ser gasto, da verba da NOS, na redução do passivo?
- Vou responder-lhe de outra forma: à medida que se forem vencendo as responsabilidades que o Benfica tem com o sistema financeiro, vamos liquidá-las.

- Essa é um decisão realmente irrevogável?
- Já o disse em diversas ocasiões, o grosso deste contrato será para libertar o Benfica do seu passivo. Há muitos anos que ouço muita gente a falar do passivo do Benfica, que era insustentável, que era ingerivel. Há dois anos que o Benfica não vai à banca buscar um tostão, há dois anos que vivemos das nossas receitas e ainda assim conseguimos amortizar passivo. Nunca atiramos responsabilidades para cinco ou dez anos à frente, nunca beneficiámos de uma taxa de juro de zero por cento, nunca incumprimos com nenhumas das nossas obrigações.

- Mas ao fazer essa referência, está a visar o Sporting?
- As notícias que foram publicadas recentemente e que dão conta de um novo acordo entre o Sporting e a banca deixam-nos apreensivos. Mas é um assunto que não deve ser tratado na comunicação social.

- Acha que o Sporting está a beneficiar de condições que o Benfica não tem?
- Percebo a pergunta, mas repito são assuntos que não devem ser tratados na comunicação social.

- Sugeriu que a expansão da marca Benfica. Pode esclarecer os benfiquistas o que está a ser feito nesse sentido?
- Noventa por cento das nossas propostas comerciais, quer seja a nível de marca quer a nível de patrocínios ou de abertura de academias são feitas para o estrangeiro. Mas não gosto de dizer que vai acontecer isso ou aquilo, gosto de anunciar quando há algo concreto para anunciar. Há uma garantia que tenho, estamos a trabalhar em várias frentes no sentido de manter o crescimento do Benfica enquanto bandeira de referência no estrangeiro e o melhor que podemos fazer para expandir a marca é fazer bem o nosso trabalho. Receber, no Dubai, o prémio de melhor academia do mundo é expandir a marca, ser referenciado a nível internacional por ter o simulador mais avançado do mundo é expandir a marca. É por aí que temos de ir.

- Falou do prémio dos Globe Soccer Awards que distinguiu o Caixa Futebol Campus como a melhor academia do mundo. É um prémio que reconhece a aposta no Seixal?
- Sem duvida, mas acima de tudo é um prémio que distingue tudo aquilo que tenho ouvido fora de Portugal em relação à formação do Benfica, não apenas em relação ao talento dos nossos jovens, mas em relação às condições de trabalho, à qualidade dos nossos treinadores, aos métodos inovadores que temos implementado. O prémio é evidente que é algo que me enche de orgulho, mas os testemunhos de responsáveis internacionais, com peso no futebol mundial, que tenho ouvido durante o último ano, representam igualmente um prémio em relação à aposta que temos feito.

- Merece-lhe algum comentário a ironia do presidente do Sporting que disse em relação a este prémio, que os benfiquistas eram bons a teclar e a telefonar?
- Nenhum comentário. Quando entramos em estado de negação é algo preocupante, mas não é um problema nosso. O que eu posso dizer é que o Benfica é bom a cumprir rigorosamente os seus compromissos. Há quem não possa dizer o mesmo!

- Qual será o próximo grande negócio?
- Não gosto de por as coisas dessa forma. Para nós, todas as parcerias são 'grandes' se elas resultarem em proveito para todas as partes. Não apenas o volume de negócio que interessa, interessa sim é que todos os parceiros que trabalham connosco tirem dividendos dessa parceira, porque só dessa forma vamos poder atrair novos parceiros. O último contrato assinado, como foi público, foi com a Repsol.

- 'Naming' do estádio?
- Ao contrário do que se chegou a noticiar não há nada fechado. Talvez seja o projecto ou o patrocínio mais difícil do ponto de vista da venda, porque é um valor elevado e não tem a facilidade de retorno que tem por exemplo quem investe nas camisolas. Continuamos com propostas que a médio prazo podemos fechar este processo.

- Quando vale o nome do Estádio da Luz por ano?
- Pode valer o mesmo que o patrocínio das nossas camisolas.

UM JANTAR QUE JUNTOU DIRIGENTES DE SEMPRE
- Juntou dirigentes que serviram o Benfica ao longo dos últimos 30 anos. Que mensagem pretendeu fazer passar?
- Uma mensagem de unidade. Acho que todos os dirigentes que por aqui passaram deram o seu melhor, independentemente das decisões que assumiram e das consequências que algumas delas tiveram para o clube. A história do Benfica não se faz na censura ou na denúncia daqueles que serviram o Benfica fez-se de união e essa foi a mensagem que quis deixar. Todos fomos importantes, todos somos necessários. O resultado está hoje à vista, um clube forte, reconhecido internacionalmente, inovador e unido em torno dos seus principais objectivos.

- No Sporting, a actual direcção pôs processos judiciais contra ex-presidentes. Esse jantar foi um recado para a Alvalade?
- Nada disso, cada um assume as suas responsabilidades e a forma como entende que deve liderar. Aqui agimos em função das nossas convicções, não para mandar recados à direita ou à esquerda, e foi isso que fiz. Todos erramos, porque como já tive oportunidade de dizer só não erra quem não decide.

«Só quero que os árbitros façam bem o seu trabalho»
(...)
- Foi muito crítico em relação a arbitragem depois do jogo com o Rio Ave...
- Era difícil não ser depois de ficarem três penalties por marcar. Distancei-me de muitas afirmações que foram feitas durante estes meses, evitei sempre via a público falar de arbitragem, mas é evidente que depois de assistir ao que assisti nesse jogo era difícil manter a serenidade. Não digo que os erros sejam propositados, não digo que haja intenção, mas há limites. E é evidente que os erros tem uma relação directa com a campanha de coação a que os árbitros têm sido sujeitos. Espero que esse clima desapareça e que os árbitros possam ter a tranquilidade que lhes tem faltado.

- O Benfica tem sido o mais prejudicado?
- Não tenho dúvidas e vocês podem fazer essa contabilidade com alguma facilidade. entre golos mal anulados e penalties por assinalar, erros com influência directa nos resultados, temos sido os mais prejudicados. Mas, repito, não quero entrar por aí, temos de preocupar-nos em melhorar o que é da nossa responsabilidade. Quanto aos árbitros apenas queremos que façam bem o seu trabalho.

«Continuo a ter condições e projectos para manter o crescimento do Benfica»
(...)
- Já decidiu se vai recandidatar-se às eleições de Outubro de 2016?
- A seu tempo tomarei a decisão. Há, nesta altura, muitas outras preocupações. Falta praticamente uma no, chegará o momento de falarmos sobre isso, para já é muito cedo.

- Partindo do principio que o passivo fica saneado com dinheiro da NOS, o que fica por fazer?
- Há sempre novas coisas para fazer. No Benfica o trabalho nunca se completa. Se fizerem uma viagem no tempo e conseguirem visualizar o que era o clube em 2000 e tudo o que foi feito durante estes 15 anos, vão perceber não apenas a mudança gigantesca que o Benfica sofreu, mas vão perceber que por cada objectivo alcançado, lançávamos imediatamente novos objectivos para o futuro. Isso vai continuar a acontecer. Mas há uma coisa que posso garantir: o trabalho que já fizemos é uma certeza e uma evidência de consolidação a todos os níveis.

- O Benfica precisa de se focar num futuro próximo, essencialmente na política desportiva?
- E vai fazê-lo, mas vai fazê-lo dentro da lógica proposta este ano, apostar no Seixal como centro gerador de valor para o Benfica. E apostar no Seixal não significa ser menos ambicioso, significa apenas que podemos chegar aos mesmos objectivos por meios diferentes.

- Em 15 anos de Benfica o que mudou na sua vida?
- Mudou muita coisa, isso é uma evidência, mas não me queixo. Foi isto que decidi fazer e faço-o com gosto e com paixão. Nos primeiros anos havia muita ansiedade, muita incerteza e poucos ou nenhuns recursos. Felizmente, o cenário mudou, mas mudou porque fizemos o nosso trabalho e fizemo-lo bem!

- Ao fim destes anos todos, vê-se fora da pele de presidente do Benfica ou esse cenário parece-lhe estranho?
- Vejo esse cenário com naturalidade. Vejo-me a brincar com os meus netos. Sinto que continuo a ter condições e projectos para fazer continuar a crescer o clube, quando isso não acontecer serei o primeiro a dizer que é tempo de parar.

- Que balanço faz do ano de 2015 para o Benfica?
- Só posso fazer um balanço muito positivo, não apenas pelo bicampeonato, mas por todas as outras conquistas no futebol, nas modalidades, na formação, pelo reconhecimento internacional de que cada vez mais o Benfica é alvo, pelo crescimento visível dos jovens do Caixa Futebol Campus, sem esquecer a valorização recorde dos nossos direitos televisivos.

- Quem mensagem deixaria aos benfiquistas para 2016?
- Uma mensagem de optimismo. Basta pensar qual foi o nosso ponto de partida e onde nos encontramos hoje. Ninguém constrói nada sozinho, muito menos num clube com a dimensão do Benfica. Se conseguirmos chegar aqui foi porque houve união entre os benfiquistas, foi porque todos nos ajudaram a chegar aqui. Continuem a ser como são. Exigentes, evidentemente, mas também pacientes e sempre presentes quando em algum momento as coisas não estiveram a sair bem. Todos têm de perceber que os primeiros que desejam que as coisas corram bem são os jogadores em campo. É essa mensagem que quero deixar, uma mensagem de optimismo, exigência e de união entre todos."

Entrevista de Luís Filipe Vieira, por José Manuel Delgado, in A Bola

NOS fizemos o melhor negócio

"Mal foi anunciado o acordo FCP/Altice, perguntei a uns amigos se estariam na disposição de apostarem comigo em como logo haveria quem criticasse o negócio Benfica/NOS. Nenhum deles aceitou o desafio que lhes lancei. Todos sabemos que há quem sempre tente encontrar fantasmas e pretenda, mesmo que inadvertidamente, mas por vezes com recurso à deturpação de factos, ser arauto da desgraça para, mesmo enganando-se recorrentemente, poder dizer que bem avisou nas raras ocasiões em que os seus prognósticos se revelaram acertados. Contudo, contrariamente ao que é norma, desta vez a generalidade da comunicação social foi um pouco mais além da transcrição do conteúdo dos comunicados dos clubes. É por demasiado evidente que o "maior negócio da história do futebol português" (FCP/Altice) está longe de ser o melhor (SLB/NOS). Esta novidade (infelizmente trata-se, realmente, de uma novidade), apaziguou os ânimos dos Benfiquistas menos informados e, por isso, menos imunes a "soundbytes", deixando os tais arautos da desgraça (e detractores militantes) abandonados à sua insignificância, no que à evangelização das suas angústias e motivações diz respeito.
Tal não significa que nos devamos tornar acríticos, meros seguidores do que nos é apresentado e apoiantes incondicionais de todas as medidas. Pelo contrário, é dever dos Benfiquistas informarem-se, questionarem e apresentarem soluções alternativas aos problemas e desafios com que o Benfica se depara diariamente. Seremos, estou convicto, um clube mais forte, quantos mais e melhores forem os contributos para o desenvolvimento do nosso Benfica. Nestes não constarão certamente os que não passam de ruído."

João Tomaz, in O Benfica

Um ano vermelho

"Gosto de me considerar um optimista e, a cada novo ano que começa, faço questão de renovar essa faceta. Quando chega o momento de pedir desejos ou criar resoluções para os novos 365 dias (366 neste caso), há sempre uma fatia considerável do pedido que vai para o SL Benfica.
Basta-me pedir que se mantenha igual à sua história: campeão, digno, melhor em campo e fora dele, maior do que os críticos, superior aos adversários, vasto, universal, honesto e único. É assim que desejo ver o meu clube a cada passagem de ano, recordando sempre as idas ao Marquês e as festas que se fazem em todos os continentes, em cada terra onde haja um homem ou uma mulher com o coração vermelho. É desta forma que estou a entrar em 2016 - com garra.
Olho à minha volta e espanto-me com a utopia recreativa no Lumiar ou com a caducidade que cada vez mais se sente na torre de marfim do Norte. E depois olho para o meu umbigo e percebo que estamos tantos degraus acima que até faz confusão. Nem vale a pena falar de estádio, pavilhões, centro de formação, estação de televisão, marketing, parcerias ou patrocínios, é tudo demasiado óbvio - somos melhores. E se isso ainda não se traduz na liderança da tabela classificativa, é só uma questão de tempo. Aquilo que temos alcançado, enquanto clube, no Basquetebol, Voleibol, Hóquei em Patins, Atletismo ou Futsal vai acontecer no Futebol. Temos tudo para que tal suceda. É certo que não temos tido os favores, os fechares de olhos ou todos os castigos máximos que devíamos, mas é isso que me dá ainda mais força para acreditar. 2016 vai ser novamente o nosso ano. E vai saber ainda melhor."

Ricardo Santos, in O Benfica

2015, um ano de glórias

"O ano que termina ficou repleto de sucessos para o nosso Glorioso Clube.
Em 2015, fomos Bicampeões Nacionais de Futebol, algo que não sucedia desde 1984. Vencemos também, e uma vez mais, a Taça da Liga (a sexta, nas últimas oito edições). Já nesta nova temporada, conseguimos um brilhante apuramento para os oitavos-de-final da Champions League, e mantemo-nos vivos na corrida ao Tricampeonato. Assistimos ainda ao nascimento de novos futebolistas ao mais alto nível, provenientes da escola do Seixal.
Na componente extradesportiva, há que salientar os negócios de milhões celebrados, quer com a Fly Emirates, quer com a NOS, que tanta inveja causaram junto dos nossos principais rivais, e que tão grande importância têm no reforço dos alicerces económico-financeiros do Clube, a curto, médio e longo prazo. Nas modalidades, o ano Benfiquista foi espantoso. Porventura, o melhor de sempre.
Estou em crer que nunca, em 111 anos de história, o Benfica se havia sagrado Campeão Nacional de tantas modalidades, nem erguido tão elevado número de troféus, numa mesma temporada. Se evidências faltassem, ficou cabalmente demonstrado quem é, de facto, e de longe, a maior potência desportiva do país. Para além do Futebol, fomos Campeões de Hóquei em Patins, Basquetebol, Voleibol, Futsal e Atletismo, títulos aos quais há que juntar diversas Taças de Portugal, Supertaças e outras competições oficiais. Como se tal não bastasse, o sector feminino, através do Hóquei, deu-nos ainda, entre outros, um inédito título europeu. Em suma, ganhámos praticamente tudo.
Que venha 2016. E possa ser, pelo menos parecido."

Luís Fialho, in O Benfica