Últimas indefectivações

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Renato Sanches, Golden Boy


Renato, pelo que fez em 6 meses no Benfica, e pelo que conquistou na Selecção, contra tudo e contra todos... vence troféu que nenhum outro português tinha vencido... e que só outro jogador o conquistou com 18 anos...!!!

PS: O Rascord a espalhar classe... Só os mais distraídos poderão ficar surpreendidos! O comunicado da direcção do Rascord a desculpar o 'esquecimento' é de uma probreza franciscana...!!!

Como é que o Paim, o Kikin Fonseca, a OMS, o Mel Gibson e uma gazela vieram parar a esta análise de Um Azar do Kralj? É ler

"O duo de Um Azar do Kralj fez a análise dos jogadores do Benfica após o encontro com o Belenenses e deixou um nota final para Rui Vitória

Ederson Moraes
Meia dúzia de defesas muito atentas, mas uma em especial evitou o pior. Sim, o empate também, mas não é disso que falamos. Aos 25 minutos Ederson evitou o golo certo de Yebda, numa defesa que não só conservou a vantagem do Benfica como evitou uma entrevista bombástica do argelino já esta 3.ª feira para explicar que não gostou da forma como foi tratado pelo clube ou algo do género. Ufa. 

Nélson Semedo
Todas as manhãs em África, uma gazela acorda. O sol nascente traz-lhe uma e só uma certeza: a gazela terá de correr mais depressa que o mais veloz dos leões se quiser sobreviver. Todas as manhãs em África, um leão acorda. Este sabe que terá de ser mais veloz que a gazela, caso contrário arrisca-se a morrer de fome. Não interessa se és um leão ou uma gazela. Quando o sol nasce o melhor é começares a correr. Palavra de Nélson.

Victor Lindelof
Um sueco à chuva é como Fábio Paim numa discoteca: sente-se em casa. Talvez por isso esta tenha sido das exibições mais certinhas da temporada. Ajeitou o cabelo 3 vezes durante a primeira parte, num claro sinal de que tem lido as opiniões dos benfiquistas um pouco por toda a internet.

Luisão
"As pessoas com mais idade, pela sua experiência, saber e contributos, são indispensáveis à sociedade e às famílias e não podemos desperdiçar este enorme ganho em anos de vida com saúde conquistados no último século. O aumento da esperança média de vida, com saúde e independência, deve ser encarado como um objectivo e uma oportunidade em qualquer idade e constitui um dos maiores desafios do nosso tempo, para que o envelhecimento seja uma experiência positiva e para que as pessoas e os poderes decisores invistam no potencial humano, para o bem-estar físico, social e mental ao longo do curso da vida.” Palavras sábias da Organização Mundial da Saúde, que podiam ser do Presidente Luís Filipe Vieira ou do mister Rui Vitória. #VAICAPITÃO #ÉNÓIS

Grimaldo
Poucas pessoas sabem isto, mas o nome Grimaldo em catalão significa "sessenta milhões ou podem ir pastar". Lesionou-se já perto do final, 1461 minutos depois de nos termos apaixonado por ele, mas não digam nada a esses observadores de colossos europeus. Imaginem lá os manos acabadinhos de sentar na Luz e entra o Eliseu no relvado. Vai ser um pagode.

Ljubomir Fejsa
alguma vez pegaram num recém-nascido ao colo? É uma sensação incrível quando aquela pequena criatura tão frágil, leve e ternurenta, nos olha nos olhos, inocente perante tudo o que aí vem, curiosa por descobrir o mundo. E em dois? Já pegaram em dois recém-nascidos? Nós nunca, mas perguntem ao Fejsa, que ele explica-vos como foi jogar contra os alcochetenses Rosell e Palhinha.

Salvio
uns anos, na era do saudoso José Nicolau de Melo, um de nós desligou o som da televisão e pôs música clássica a tocar para acompanhar o jogo. Já não me recordo exactamente se era Thchaikovsky ou Megadeth, mas a verdade é que até uma incursão do Nelo (lembram-se?) pelo flanco esquerdo se tornava poética. Isto para vos dizer que Salvio é hoje um jogador que merece ser visto a quatrocentos e cinquenta mil frames por segundo, e mesmo assim é possível que nos escape algo. O seu entendimento com Nélson Semedo é uma das poucas expressões artísticas contemporâneas capazes de juntar bailado e bailinho.

Pizzi
Ele não lhe tocou c$%&#@!

Kostas Mitroglou
Ameaçou aos 4 e fuzilou aos 10, colocando o Benfica na frente. A partir daí falhou golos atrás de golos, numa sucessão de acontecimentos muito pouco consistente com aquela cara e barba. Nós explicamos. Se alguém amanhã vir Zé Gomes falhar 3 golos consecutivos, pensa: ok, é um puto, está a aprender. Quando alguém vê Mitroglou falhar 3 ou 4 bolas na cara do guarda-redes, é como ver o Paulie dos Sopranos oferecer clemência a um moldavo. Com a diferença de que, no caso do plantel do Benfica, não dá para matar o Paulie porque não há mais nenhum em condições de jogar. Mas vocês perceberam a ideia.

Gonçalo Guedes
Se Gonçalo Guedes entrasse no Braveheart, ainda o Mel Gibson não tinha terminado a primeira fala inspiradora e já ele estava a aviar em alguém. Porque é esse o tipo de ser humano que Gonçalo Guedes é, e hoje, mais do que nunca, estamos preparados para aceitar isso. O seu melhor lance num jogo absolutamente épico em que batalhou contra o Belenenses, a pobreza extrema, o imposto sucessório, a bola, os atacadores, e até os seus próprios pés, acontece aos 65 minutos. Gonçalo simula mais um daqueles remates que ninguém, nem ele, acreditaria que entrasse, e coloca a bola redondinha em Grimaldo para este fazer o segundo golo. Selou a vitória, não só do Benfica como de todos os que abraçam as suas limitações no dia-a-dia e fazem o que podem com aquilo que têm. Aceita Gonçalo, porque nós também já te aceitámos.

Franco Cervi
Chegámos a pensar que ia precisar de umas braçadeiras, mas o nosso Tyrion Lannister lá se safou e fez mais um belíssimo jogo, recheado de boas ações ofensivas e defensivas, sempre solidário, às vezes até demais, como num lance em que, junto à linha de cabeceira do Benfica, Grimaldo pareceu olhar para ele como quem diz “o que é que estás aqui a fazer?”. Merecia ser melhor marcador no campeonato do que Mitroglou, mas a bola foi à trave.

Jiménez
Ia marcando na primeira vez que tocou na bola, um lance que lhe daria a eficácia de 4 Mitroglous. É a partir de hoje o mexicano com mais jogos ao serviço do Benfica, ultrapassando Kikin Fonseca. Que saudades.

André Almeida
Ainda não foi desta que jogou à baliza, mas é só o mister dizer e ele vai! Ansiamos pelo dia em que @almeidinhos, qual judas Paulo Sousa no Bessa, safa a 2ª mão de uma meia-final da Champions com as luvas postas. Quem diz da Champions diz da Taça da Liga.

Danilo
Sinceramente nem vimos se chegou a tocar na bola. Conseguiu ainda assim demonstrar mais entrosamento do que Carrillo.

Rui Vitória
O treinador que não tinha mãos para o Ferrari conta hoje 16 vitórias consecutivas fora de casa. É um recorde na história do clube. É campeão nacional e, até ver, lidera destacado. Como é que dizia o melhor jogador de todos os tempos? Exacto. Que la siguen chup...."

Nunca mudes, Jesus

"Jorge Jesus tem o poder de decisão sobre todo o futebol no Sporting e esse pode ser um erro dos de Alvalade que o Benfica também cometeu no passado. A solução está em encontrar um director desportivo que tenha ascendente sobre o treinador de Alvalade que enquadre o talento e a criatividade e o proteja de si próprio.

A 14 de maio de 2010, o Benfica anunciou a renovação de contrato com Jorge Jesus, a quem deu mais dinheiro e mais poder. A partir desse dia, J.J. passou a decidir quem vinha e quem saía, e a estratégia do futebol – de todo o futebol profissional – teria o seu dedo. Jesus sempre quisera ser um treinador à portuguesa mas um manager à inglesa e deu ali os primeiros passos no caminho que começava na emancipação e acabaria, na cabeça dele, na plenipotência.
Havia um contexto que explicava isto.
Primeiro, os encarnados não eram campeões desde 2005 e tinham-no sido em 2009-10, com Jorge Jesus.
Segundo, Jesus cumprira a promessa e o Benfica passou a jogar o dobro, com um futebol de vertigem que encheu o estádio de gente e os adversários de golos. Basta recordar o que fizeram o Vitória de Setúbal (8-1), o Nacional (6-1), a Académica (4-0) ou a Olhanense (5-0) na Luz – pouco ou nada. 
Terceiro, e este acabará por ser um tema recorrente na vida de Jesus, Pinto da Costa abriu-lhe a porta do Dragão antes de se decidir por André Villas-Boas. Com uma oferta milionária numa mão, Jesus estendeu a outra para renegociar o salário e as suas condições; Vieira deu-lhe um passou-bem e aquilo ficou ali acordado entre eles, como ficaria mais tarde, quando J.J. e PC voltaram a jogar o jogo da sedução e o presidente do Benfica seguraria o treinador quando já ninguém o queria na Luz.
O que aconteceu depois? Jesus foi à SIC garantir que sempre dissera aos seus colaboradores que iria “dar de calcanhar” quando um dia chegasse a um dos grandes, tal a superioridade táctica que tinha sobre os outros; e Jesus foi à RTP despedir o guarda-redes Quim em directo, trocando-o por Roberto, o frangueiro dos ovos de ouro.
O resto do filme é sabido por todos: um arranque desastroso. Derrota na Supertaça frente ao FCP, três pontos somados nos quatro primeiros jogos (perdeu contra Académica, Nacional e Vitória de Guimarães), uma desvantagem irrecuperável.
Acabou a temporada e o Benfica contratou António Carraça para supervisionar o supervisor do futebol, mas também ele acabaria despachado por Jesus dois anos depois, ganhando o ou-eu-ou-ele gerido por Luís Filipe Vieira. Só Rui Costa teve um ascendente profissional sobre J.J.
 “É o único que percebe de futebol”, diria mais tarde o treinador, já no Sporting, e isto resume o eterno equilíbrio de forças na SAD encarnada durante seis épocas: o Benfica entendeu que Jesus fazia parte da estrutura e Jesus que era ele a estrutura.
Não só por isso, mas também por isso, o treinador tricampeão saiu para Alvalade, deixando no ar a ideia de que o melhor Jesus era o Jesus controlado.
Sem ninguém por perto para lhe fazer frente. J.J. tem tendência a perder-se nas suas viagens egomaníacas; com alguém a zurzir-lhe aos ouvidos e dizer-lhe não, J.J. joga com o que tem, e isso fá-lo bem, provavelmente melhor do que ninguém.
Jorge Jesus chegou a este ponto no Sporting e fê-lo da mesma forma que o fizera na Luz: negociando. Bruno de Carvalho convenceu-se que aquilo que J.J. conseguiu em 2015-16 foi o suficiente para lhe estender o contrato no tempo, com mais um milhão de euros em cima da mesa e uma carta branca para contratações; e, uma vez mais, a aproximação de Pinto da Costa na pré-época engordou a lista de argumentos do treinador.
O modus operandi é o mesmo, só mudam os intervenientes.
A 19 de maio de 2016, BdC e J.J. puseram preto no branco e lançaram-se para a nova época. O treinador já tem a última palavra sobre tudo o que mexe no futebol do Sporting: os treinos e o secretismo dos mesmos, quem sai, quem fica e quem tem de ser contratado; e até pode definir o futebolista que dá entrevistas aos jornais. A reformulação do departamento de comunicação do Sporting, aliás, também passou por ele.
Está como gosta, acima dele só o presidente, e isso pode ser uma das causas para este arranque engasgado dos de Alvalade, tal como na segunda época na Luz.
Poder a mais.
Os sintomas estão lá: a derrota em Vila do Conde, os dois empates com o Vitória de Guimarães e o Tondela, as exibições frouxas e os problemas defensivos que o cansaço da Champions ou a ausência de Adrien não podem explicar.
Porque defender bem sempre fora a imagem de marca de Jesus. Porque os rivais, FC Porto e Benfica, também estão na Champions e também têm ou tiveram futebolistas titulares lesionados. E porque o Sporting se reforçou no mercado de transferências.
Os jogadores que Jesus foi buscar são os mesmos que queria ou que já tivera na Luz, e isto não é novidade para ninguém – o técnico é de ideias fixas. Bryan Ruiz, Bruno César, Joel Campbell, Markovic, Elias e André, são desejos antigos como o tempo, que Jesus perseguiu até os ter. E, digo eu, quando uma das partes quer tanto a outra que tudo faz para a ter, esta última toma o amor por garantido, por mais asneiras que faça.
Não está em causa a qualidade dos atletas, mas o compromisso dos mesmos com o trabalho e o passado recente pelos clubes por onde passaram. Markovic não é titular desde que saiu do Benfica, André é um “baladeiro” no Brasil, e Elias ninguém o entende.
Estes três correm contra o tempo quando o tempo deles devia ser agora, mas Jesus não hesita em lançá-los no onze titular, porque se há alguém capaz de potenciar jogadores, inventar o quarto momento do futebol, de se bater de igual para com Guardiola enquanto anda sobre a água e ressuscita mortos, é ele.
A criatividade e a capacidade de ler o jogo fazem tanto parte dele como a vaidade, o egocentrismo e a arrogância. Estes traços definem a sua personalidade e ele nunca mudará, porque não é suposto que o faça. Aliás, nem precisa de o fazer, porque já demonstrou ser capaz de triunfar, com estilo e sem perder aquele jeito pintas suburbano.
O que ele precisa – e, por extensão, precisa o Sporting – é de um director desportivo que não seja o ‘inimigo’ Augusto Inácio ou o amigo da velha guarda que é Otávio Machado, sempre pronto a lançar-se para levar uma bala por ele."

Rui Vitória: sublinhe-se o trabalho de excelência (apesar dos parêntesis)

"Recorde, enquanto o FC Porto consolida-se, Renato Sanches mantém expectativas e Inglaterra apaixona.

muito se escreveu sobre Rui Vitória, eu próprio em algumas ocasiões. No entanto, depois de bater um recorde do campeonato com 44 anos, é justo que sublinhe novamente o trabalho de excelência que está a realizar no Benfica.
Vale também colocar por aqui todos os parêntesis:
(É muito cedo!)
(As diferenças são muito curtas...)
(O futebol é feito de muitos momentos e obstáculos.)
É tudo verdade.
Acabe como acabar – e é realmente o que interessa! – a verdade é que o contexto da última temporada era extraordinariamente difícil e, com ou sem tiros nos pés dados do outro lado da Segunda Circular, o treinador soube levar a equipa a um título que chegou a parecer uma ténue miragem. Esta época, basta que se contem as lesões que já teve de ultrapassar dentro do grupo – e sobretudo em algumas das suas principais figuras – e olhar para a posição que ocupa na tabela, para praticamente deixar de ser necessário dizer muito mais.
Se olharmos para o seu percurso na Luz, encontramos momentos em que o discurso tornou-se demasiado pobre e repetitivo e algumas decisões parecem desprovidas de lógica ou contexto, mas teremos, agora que passou algum tempo, de encará-las como dores de crescimento próprias. Rui Vitória também precisou ele mesmo de estabilizar.
O técnico do Benfica é, já se sabia, um homem de consensos e tem sabido gerir com mestria as dificuldades que se lhe depararam à frente. Parece-me também que tem sabido gerir os vários momentos, cada jogo isolado do anterior e do seguinte. Não fossem os empates com Vitória de Setúbal e Besiktas, que tiveram características próprias, e o arranque seria nesta altura ainda mais impressionante.
Muitas vezes sem grande expressão artística, outras bem perto no limite, o Benfica é o actual líder da Liga, tendo também na Liga dos Campeões voltado a colocar-se em boa posição de apuramento num grupo que tem obrigação de ultrapassar.
A nível individual, a destacar Grimaldo, Fejsa e Pizzi, mas também o crescimento de Gonçalo Guedes, Nélson Semedo e Cervi nos últimos encontros. Ederson parece também ter ajudado na estabilidade defensiva, tal como a voz de comando de Luisão.
A faltar ainda Jardel, Rafa e Jonas às opções não parece fora de tom sugerir que os encarnados ainda têm margem de crescimento.

A norte, o FC Porto também se isolou no segundo lugar. Apesar da péssima primeira parte do jogo de Brugges, compensada com a recuperação depois, os dragões têm conseguido somar resultados que vão alimentando a expectativa de uma época melhor do que as anteriores.
Nuno Espírito Santo terá estabilizado já nos vários sectores, tirando uma ou outra alteração pontual, e sobretudo encontrado a dupla que mais serve a um novo estilo de transição mais rápida, um maior preenchimento de zonas centrais do terreno e um jogo por vezes mais directo. Jota é muito mais compatível com um André Silva em estado de graça – valeu a pena a aposta, certo? – do que Adrián López ou Depoitre.
Depois de mais uma jornada – Paços de Ferreira, na Luz, para os encarnados; Vitória Setúbal, no Bonfim, para os dragões –, e de poderem carimbar a continuidade nas provas europeias frente a Dínamo Kiev e Club Brugge, os dois rivais defrontar-se-ão no Dragão num clássico de importância considerável para o futuro do campeonato.
Volto aqui a Nuno Espírito Santo. Se acredito que a mensagem que tentou passar na sala de imprensa não tenha sido a apropriada para parte dos destinatários, neste caso os presentes no Dragão e mesmo para a maioria dos adeptos em casa, e até o conteúdo faça lembrar muito a psicologia de auto-ajuda que circula hoje em dia um pouco por todo o lado, é de enaltecer que tenha manifestado abertura para explicar as suas ideias, coisa rara nos tempos que correm. Temo que a reação viral de escárnio, por culpa de uma má escolha do tema, iniba ainda mais os técnicos de falarem tanto do que gostamos: de bola, pura e simplesmente.

Por sua vez, Renato Sanches somou um prémio de prestígio à ainda curta carreira. O Tuttosport nomeou-o Golden Boy, ou seja melhor sub-21 do ano, o que corresponde às expectativas de muitos analistas do futebol europeu e também do clube que o contratou, o Bayern. É verdade que o jovem médio não pegou de estaca num meio-campo tão recheado de talento e num futebol tão diferente do português, mas é compreensível. Na Luz havia a necessidade, em Munique pode esperar-se. Não será mau para o jovem internacional, que já tão importante tinha sido no Euro-2016 para o título português, ganhando tempo para corrigir algumas lacunas no seu jogo. Para já, as expectativas não baixaram.

Fantástica esta Premier League! Manchester City, Arsenal e Liverpool com vinte pontos, Chelsea e Tottenham com 19. As equipas de Guardiola e Pochettino a fraquejar. As de Wenger, Klopp e Conte a mostrarem argumentos. O United de Mourinho, a grande desilusão, já a seis pontos do topo. A competição está ao rubro, e a cada semana surgem vários jogos espectaculares. A tudo isto, somam-se as ideias que Guardiola, Klopp e Conte acrescentaram ao cada vez mais melhor campeonato do mundo. A grande distância."

Se é adepto incondicional de Mourinho e Jorge Jesus não leia este texto

"A queda do Special One e a procura de um novo Adrien em Alvalade.
José Mourinho é e será sempre um dos melhores treinadores de sempre. Fez evoluir o treino primeiro em Portugal e depois por onde passou, espremeu os jogadores até ao limite da sua qualidade, motivou-os até ao ponto em que cada um deles passou a acreditar que era o melhor do mundo, dominou por completo os mind games, influenciou antes e durante todos os jogos.
Levou o FC Porto a dominar a Europa, o Chelsea a um primeiro título ao fim de 50 anos, o Inter a uma Champions que lhe fugia há 45, conseguindo o primeiro treble de sempre em Itália, e o Real Madrid ao triunfo na liga espanhola perante o melhor Barça de sempre. O Special One foi um revolucionário e terá um capítulo com muitas páginas na história do jogo. Aconteça o que acontecer. 
Só que nem todas elas serão assim tão positivas. Os últimos anos, intervalados com um novo título pelo Chelsea, não têm sido brilhantes e são muitas as insinuações de que terá perdido o toque de Midas.
O que Mourinho tinha de inovador ainda há cinco ou seis anos hoje parece obsoleto. Será?
O futebol europeu evoluiu com novas ideias.
Pep Guardiola, apesar de ter o seu Barcelona como sua Némesis, e a goleada sofrida perante o Real Madrid ainda entalada na garganta, procura reinventar-se a cada encontro, acrescentando novas formas de sair da pressão e de criá-la após a perda, bem como de controlo das partidas em posse. 
Jurgen Klopp encheu o coração de um Liverpool já de si muito emotivo com ondas de pressão e contra-pressão a um ritmo metaleiro. Antonio Conte reinventou a arte de contra-atacar na squadra azzurra, e conseguiu fazer subir de patamar um Chelsea em crise de identidade, já com alguns triunfos importantes, embora intercalados com uma ou outra escorregadela. Arsène Wenger joga sim um campeonato à parte, sempre à espera de que todos ao mesmo tempo se distraiam e não apareça nenhum Leicester pelo caminho para poder festejar um troféu que lhe foge há demasiados anos. 
Olha-se para o rico Manchester United – quantos milhões foram gastos nestes últimos anos (muitos por outros que não Mourinho, claro, mas também pelo português)? – e é talvez o candidato menos entusiasmante e o que terá mais depressa perdido a sua quota parte de favoritismo neste arranque de temporada. É verdade que City, Chelsea e Liverpool já tiveram igualmente momentos menos bons, mas parecem mais perto da consolidação, se é que isso é possível num campeonato com tantos candidatos a chefe.
Se na segunda saída do Chelsea, José Mourinho ainda pôde queixar-se da forma de alguns jogadores, como Ivanovic e sobretudo Hazard, a verdade é que desta vez apanhou a renovação já a meio depois de ter sido quase toda implementada por Van Gaal e coube-lhe a si pensar mais nas peças de puzzle que faltavam para fazer a equipa retomar o sucesso.
Mou já o admitiu: não ganhando nada pelo Manchester United dificilmente irá manter o estatuto de Special One
Do melhor treinador do mundo espera-se que torne um grupo com uma boa matéria-prima na equipa mais forte em competição.
Se o arranque foi razoável, as derrotas no dérbi, depois em Feyenoord e em Watford fizeram disparar os alarmes.
A humilhação em Stamford Bridge, com erros infantis e muito pouco usuais em equipas trabalhadas pelo português, tornaram esses alarmes bem sonoros, e com luzes de emergência intermitentes.
Claro que seis ou cinco pontos podem ser recuperados em dois jogos, mas já são cinco e seis pontos para vários candidatos. É muito cedo, mas o português não tem muito tempo a perder e há muito ainda a acrescentar aos red devils.
Em Portugal, o Sporting salvou-se na última jogada de uma derrota frente a um dos últimos, o Tondela. A equipa de Petit, que continua a colocar problemas aos leões, foi atrevida em vários momentos do jogo e soube depois ser solidária levando um ponto para casa. Elias, o sucessor de Adrien, foi substituído ao intervalo. A equipa de Jesus tem apenas um triunfo nos últimos quatro encontros nas várias competições (por 1-0, em Famalicão) e confirmou a tendência: sempre que jogou depois de um encontro da Liga dos Campeões (Real Madrid, Legia e Dortmund) não venceu. 
Percebe-se a influência que Adrien tem nos leões, e sobretudo que aquele esquema ainda mais despovoado no miolo face à saída de João Mário precisa de um jogador que esteja sempre perto da bola a todo o instante. O médio agora lesionado consegue fazê-lo, Elias é outro tipo de jogador. Também há que sublinhar que Dost não é Slimani, é menos agressivo na abordagem defensiva do jogo, além de ser menos móvel nas movimentações ofensivas. Ou seja, é normal que uma equipa sem Adrien, João Mário e Slimani tenha bem menos controlo das partidas.
É aqui que encontro aquela que para mim é uma abordagem muito própria de Jorge Jesus, mas que por enquanto não tem funcionado. Em vez de o treinador ter de encontrar um novo Adrien, como disse após a partida com o Tondela, não faria mais sentido ser a equipa a ir à procura de Elias? Ou de outro qualquer. Não faz mais sentido mudar um pouco a maneira de jogar precisamente porque há um jogador tão influente de fora (e que somada a sua influência à dos que saíram poderá já ser influência a mais a colmatar) e tentar enquadrar melhor quem chega de novo, para benefício de toda a equipa? 
No que diz respeito ao pós-Europa, a verdade é que se olha para o Benfica, que até teve uma viagem longa, e as coisas têm funcionado. E mesmo o FC Porto, que falhou após Roma e Copenhaga, já resolve melhor essa mudança de chip. Jesus ainda não encontrou a solução.
A esta altura, não há nada que não a tenha, obviamente. É apenas o assinalar do momento. O leão está a expor algumas das suas fragilidades.
Uma palavra ainda para a agonia do europeu Arouca, novo lanterna-vermelha, que estará a pagar precisamente por um início de temporada precoce e o acumular de maus resultados, o último com a atenuante de ter sido no Dragão. No entanto, com um treinador competente como é Lito Vidigal e com um grupo que já mostrou qualidade, acredita-se que o caminho poderá estar perto de ser encontrado.
Uma última para a calendarização da época em Portugal. Já está tudo marcado há algum tempo, mas choca este calendário com duas paragens de duas semanas (Selecção e Taça de Portugal), separadas por duas jornadas. Ainda agora chegámos de uma e já iremos para outra depois do clássico de 6 de Novembro, no Dragão. Chama-se a isto anticlímax."

Bullying

"Cada triunfo do Benfica de Rui Vitória parece ser uma alfinetada no Sporting de Jorge Jesus
1 - Claro que o treinador do Benfica tem mais em que pensar, mas cada triunfo de Rui Vitória parece ser uma provocação a Jorge Jesus. Ou várias. O Sporting não ganha um jogo depois da Champions? O Benfica ganha todos. Os leões acusam fadiga no rescaldo das provas europeias? As águias assinam a melhor exibição depois de uma deslocação a Kiev. Jesus não arranja soluções para a ausência de Adrien? Rui Vitória ganha jogos há semanas sem Jonas e uma mão-cheia de outros lesionados. Já houve casos de bullying condenados em tribunal por muito menos.
(...)"

Benfiquismo (CCLX)

O adeus...

Vermelhão: perdulários... mas líderes !!!

Belenenses 0 - 2 Benfica
Mitroglou, Grimaldo


Provavelmente o jogo de maior domínio ofensivo da época, ao nível do massacre em Arouca... Com tantos golos falhados, arriscámos a 'desilusão', mas os golos acabaram por aparecer... Agora, se tivesse havido justiça, este jogo tinha acabado, no mínimo, com um 0-4 !!!
Apesar do cansaço da viagem a Kiev, a equipa não se ressentiu... Tantas vezes se levantam fantasmas, com o aproveitar, ou não, dos desaires dos rivais, mas o Benfica nesse aspecto, ultimamente, tem demonstrado enorme eficácia... Os jogadores estão com a cabeça no sítio certo, e estão conscientes daquilo que é preciso fazer, para fazer História...
Por falar em História: 16 vitórias consecutivas fora de casa!!! Recorde absoluto em Portugal!!! Este era um daqueles recordes do futebol a preto-e-branco que eu pensava não ser possível ser batido!!! O Futebol no pré-anos 80 era diferente, menos profissional... Estas 16 vitórias consecutivas são uma estatística impressionante... E já agora, a 17.ª poderá ser no Dragay!!!
Não é fácil destacar jogadores individualmente, fizemos um jogo muito colectivo, com todos os jogadores a cumprirem bem o seu papel... só o Salvio e o Cervi se ressentiram do esforço de Kiev (foram dos jogadores que mais correram na Ucrânia...), o Rui Vitória devia ter feito as substituições mais cedo... Após o 0-2, o Danilo devia ter entrado logo....!!!
Realço o crescimento do Guedes do Nelsinho e do Cervi: o Guedes sempre foi lutador mas está a melhorar na decisão...; o Nelsinho voltou ao Nelsinho da última época...; o Cervi inicialmente levava demasiado tempo a decidir, hoje, está mais rápido e já sabe os terrenos onde tem que andar...!!!
Uma nota sobre o Luisão: no início da época critiquei bastante o nosso Capitão, e defendi que dificilmente tinha capacidade para ser titular no Benfica...!!! A verdade, é que o Luisão começou perro, mas com o ritmo de jogo entretanto ganho, está de pedra e cal... voltou a ganhar mobilidade e alguma velocidade, e desde que voltou a titular o Benfica praticamente não tem sofrido golos, principalmente nas 'bolas paradas' onde estávamos a ser muito permissivos...
O momento mais 'negativo' da noite, foram mesmo as queixas no final da partida, primeiro do Lindelof e depois do Grimaldo!!! Quando o Boletim Clínico estava a ficar mais curto (Rafa e Jonas), a última coisa que desejamos, e ter novos casos clínicos...!!! Mas com tantas más notícias esta época, toda e qualquer queixa, é suficiente para ficarmos com o coração nas mãos...!!!