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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Vitória, apesar da avalanche de lesões...


Galitos 90 - 96 Benfica
23-24, 19-28, 22-21, 26-23

1.ª jornada da Taça Hugo dos Santos, com uma vitória apertada, com um Betinho inspirado (8/12 nos Triplos), compensando as muitas ausências: Carvacho, Drechsel, Makram, Edu e agora o Barbosa!

Sven

Mercado de Inverno


"Manu - Dahl - Belloti - Bruma

Isto à hora que escrevo!
Aparentemente ninguém entende as apostas, o normal uma vez que na sua maioria, a que habita nas redes sociais, o que interessa mesmo é que todos falhem…e quanto mais melhor, só tem na mente as eleições, o Benfica que se fod@!
É o pensamento vigente no antigo Twitter!
Pois bem…o que eu venho…jogadores para terem impacto imediato ou que pelos menos deem luta aos titulares desde o primeiro treino, nesta fase da temporada e com as competições que ainda faltam disputar não há muito espaço para experimentalismo…
Manu chegou, jogou e como ninguém comenta no X presumo que tenha sido adquirido pela minoria ruidosa com o aval do Dr.Manteigas e do Dr.João “Dom Sebastião” Noronha…ou outro do mesmo quilate…
Dahl…como os experts ainda não tiveram tempo de analisar os vídeos disponíveis no Youthbe das últimas temporadas nos países nórdicos e como vem para suplente do Carreras…nem há muito alarido (já agora é o único que destoa nas contratações de inverno, vem claramente para lutar pela posição mas partindo atrás de Carreras sem margem para dúvidas);
Belloti e Bruma…indescritível o que se passa no X…parece que assinamos com o Karadas e o Andres Diaz…um porque não tem marcado com regularidade nos últimos 3 anos o outro porque é…não…porque vem do Braga…só pode ser…onde até era um dos mais influentes, noto que é claramente um reforço para render já…não daqui a um ano…tanto o Belloti como o Bruma vêem para aumentar as opções com alguma qualidade…e do Belloti não vou como alguns falam comparar com Jonas…mas comparar com Miccoli…cujas experiências em equipas de outro quilate não correram tão bem e que depois brilharam com a nossa camisola!
Desde que venham para honrar a camisola são todos bem-vindos!
Vamos Benfica!"

Dahl + Bruma + Belotti


"MENTIRIA SE DISSESSE QUE ESPERAVA ESTE TIPO DE CONTRATAÇÕES...

... mas a partir do momento em que são nossos, como sempre faço, vou aguardar para tirar conclusões quanto ao acerto ou não das suas contratações.
DAHL chega por empréstimo, o risco é pequeno. Vai mostrar se poderá ser no futuro o sucessor de Carreras, que dificilmente passará do verão sem ser vendido.
A pergunta que vale a pena fazer é esta: não temos ninguém na formação, jovem também, com qualidade para aos poucos poder fazer a aproximação à primeira equipa? Era preciso ir buscar um jovem fora? Com Carreras o mesmo tipo de aposta correu bem.
BELOTTI chega também por empréstimo, tem poucos golos no curriculum nas últimas épocas, não conheço bem as suas características, não sei o que pode trazer à equipa.
É um jogador feito, uma aposta para o imediato, o risco também é pequeno - e não será o primeiro que, vindo de fora, sem grande curriculum de golos, chega à nossa Liga e começa a faturar. Não acredito que possa tirar o lugar ao Pavlidis.
BRUMA tem feito uma boa época, é um jogador maduro, com características boas, desequilibrador, pode acrescentar valor no imediato.
Também sou dos que preferia que o Benfica não voltasse a fazer negócios com António Salvador depois da novela Ricardo Horta.
O maior defeito que apontam a Bruma é ter 30 anos e vir tapar a progressão de jovens extremos como Prestianni, Rollheiser - ambos já jogaram, e bem, noutras posições - e Tiago Gouveia quando este regressar de lesão.
São os três bem vindos, que tenham toda a sorte do mundo com o Manto Sagrado vestido. No fim da época tiraremos conclusões."

Ouro!!!


"O FC Porto está:
❌️ A 8 pontos do primeiro lugar.
❌️ Eliminado da Taça de Portugal.
❌️ Eliminado na Taça da Liga.
❌️ Teve que vender os dois dos melhores jogadores.
❌️ Falhou pelo menos 4 alvos no mercado.
Grande medalha recebeu do Record .
Os campeões do mercado."

Só bons inícios não chegam


"Na volta do sucesso europeu, tão convincente como vital, o Benfica fez por vencer agora no nosso campeonato, regressando ao desejado trilho certo. Bons inícios como já vivemos recentemente não bastam, claro, para que as vitórias se consigam. Este começo do jogo também foi forte e, desta vez, duplamente certeiro, na execução e concretização de duas bolas paradas. A acalmia que a vantagem trouxe foi tremida, pouco tempo depois, pelo golo sofrido, com mérito do jovem Travassos, mas à meia hora já a diferença estava reposta com naturalidade. O início da segunda parte haveria de fazer voltar o alvoroço da incerteza. Um segundo golo muito consentido fez abanar a equipa decretando novo alerta. Na continuação, o controlo pretendido esteve sempre longe de ser mostrado. A gestão da posse de bola só a espaços foi conseguida, permitindo que as dúvidas se mantivessem. Este estado de emergência só seria atenuado com as entradas do bombeiro Leandro e do jovem empreendedor Schjelderup, que limitaram o sobressalto. O Benfica persegue ainda a maior consistência e regularidade que fazem os campeões.
De boa novidade tivemos Manu, que deixou no ar aquilo que a sua cirúrgica contratação previa: a capacidade técnica e de leitura de que um médio defensivo necessita para, em pouco espaço, decidir e quase sempre bem. Simples e discreto, com invulgar critério com bola e sentido posicional. Quanto a Pavlidis, parece entrar no caminho certo: acrescentar golos ao bom trabalho que vinha desenvolvendo. Finalmente, Di María e Aursnes mostraram uma dupla com dinâmicas e espaços diferentes. Lage explicaria, depois do jogo, que a ideia foi surpreender, variando os problemas para os quais os adversários se preparam. Acho bem.
As equipas definem os seus marcadores de penáltis antes do início dos jogos. Dando o nome ao protagonista, fará sentido ter mantido Galeno na segunda penalidade de que o FC Porto dispôs no final do recente jogo com o Santa Clara?
Alguém terá sugerido a eventual alteração do marcador ou terão deixado a melindrosa escolha ao critério do próprio? Muitos anos passados, lembro-me de o meu pai me ter contado que um dia lhe aconteceu o mesmo (duas penalidades falhadas num só jogo) e logo num clássico com o FC Porto. No final, a grande diferença foi que o Benfica, mesmo assim, ganhou e o mau efeito acabou por ser atenuado. Neste caso de Galeno, só entendo a insistência em quem falha por dois motivos: ou não existindo uma alternativa minimamente credível para a marcação da falta ou o facto da respetiva equipa já estar em vantagem (não era o caso...) permitir tal contra-senso. É demasiado para os ombros de qualquer um, mesmo que se seja habitualmente eficaz. O peso da responsabilidade fica sempre para quem assume ou é obrigado a assumir...Falhando a primeira tentativa, as probabilidades de repetir a falha crescem e muito. Foi um pesadelo dobrado o que Galeno viveu.
Alguns dos treinadores nacionais fazem dos espetadores parvos e dos árbitros também, ao abrigo do estatuto de que os guarda-redes beneficiam. Mais um exemplo de desrespeito pelo público o que vimos na Reboleira. Um guarda-redes que é instruído a cair para que o suposto génio do mister (ou a simples paragem da partida) inverta a tendência do jogo...
Até quando este absurdo a que se chegou por cá? Por que não treinar mais e melhor durante a semana para evitar estas figuras ridículas? Mesmo que não queiram, os guardiões lá se deitam, alguns contrariados, para dar início à reunião de emergência pretensiosamente milagrosa dos respetivos técnicos. Limitar o número de jogadores a poderem ir ao banco, nesse momento de teatro barato, talvez fosse boa ideia. Ampliar a compensação final poderia ser uma regra, quando a paragem provocada pelos guarda-redes não resulta de um choque?
De desrespeito, antijogo e incapacidade estratégica é do que se trata esta infeliz moda. Todos sabem que é encenação, mesmo que fraca, mas nada se faz para o contrariar. Um hino à nossa famosa esperteza saloia."

Félix, olha para Bernardo Silva


"Muitas dúvidas em nova escolha de carreira do internacional português. Mas haverá o dia em que terá de mudar. Ou será Sérgio Conceição o oitavo treinador errado?

Não haverá muitos jogadores que suscitem tanta discussão polarizada quanto João Félix. Culpa da forma dicotómica instalada de entender o jogo, mas também culpa do futebolista natural de Viseu, incapaz de ceder um milímetro nas suas convicções.
Mesmo quem não é seu fã terá de admitir que se trata de um jogador especial. A forma como toca na bola, como vê o jogo de frente ou como simplesmente transmite a nós, espectadores, o que está a pensar (mesmo que não execute bem) faz dele um futebolista de outra casta.
Mesmo as mais simples intervenções são acompanhadas de uma estética a fazer lembrar os clássicos. O que Jorge Valdano dizia sobre Vítor Baía («é elegante mesmo a sofrer golos») podia aplicar-se a Félix: até quando falha um passe há ali qualquer coisa de belo.
Mas à medida que os anos passam aumentam as contradições. Um futebolista com um grau tão elevado de inteligência espacial deveria tomar decisões de carreira condizentes com esse dom com que nasceu. Talvez seja pela autoconfiança que por vezes é confundida com arrogância: Félix acredita que o seu talento quebra todas as barreiras. Mas o tempo tem mostrado que os muros estão cada vez mais altos.
Admitindo que foi a pressão dos €120 milhões aliada à juventude que o levaram para um Atlético talhado para tocar bombo e não violino, menos se percebe ter optado mais tarde pelo Chelsea em duas ocasiões (a primeira num momento de grande instabilidade do clube, a segunda para ser concorrente direto do melhor jogador da equipa e um dos melhores da Premier League, Cole Palmer) e, agora, o Milan.
Das duas, uma: ou o internacional português está disposto a virar a página ou este arrisca-se a ser mais um tiro ao lado. Porque uma coisa é o Sérgio Conceição pai do amigo, outra é o treinador super exigente e com uma conceção de jogo não muito diferente de Diego Simeone e que não faz cedências nem ao próprio filho – como tem de ser.
Do ponto de vista teórico, via João Félix enquadrar-se melhor no Milan de Paulo Fonseca (antecessor do ex-técnico do FC Porto), que tentou, sem sucesso, pôr os rossoneri a jogar um futebol de mais posse e menos de transições. Além disso, o próprio Milan não parece, ainda, ser um clube estável, o que aumenta o risco para quem chega a uma realidade que não conhece - mais uma.
Mas nunca é tarde para mudar. Haverá o dia em que João Félix irá perceber que não é só ele que está certo e os errados são Diego Simeone, Graham Potter, Frank Lampard, Xavi, Enzo Maresca, Fernando Santos e Roberto Martínez. Talvez se olhar mais para o colega de Seleção, Bernardo Silva: um franzino, criativo e pensador que aprendeu a colocar a inteligência ao serviço do coletivo e conhecedor das suas próprias limitações. É por isso que nunca sai do onze de um Manchester City que continua a ser uma das melhores equipas do mundo e é titular numa das melhores seleções do mundo. 
Só mesmo ele poderá perceber o que fazer de diferente, como e qual o contexto que melhor o favorece. Aos 25 anos já terá a maturidade para gerir o erro de outra forma e encarar o futebol e a própria vida com outros olhos.
Torcemos para que haja esse click. E sermos testemunhas, por exemplo, da construção de conexões com Rafael Leão que possam ser transferidas para a Seleção Nacional e permitir a Portugal, de uma vez por todas, traduzir todo o seu talento numa estética vencedora. Será pedir muito?"

João Félix: e que tal falarmos um bocadinho de números?


"À luz das contas entre jogos, golos e assistências fica difícil falar em Félix como um jogador à procura do sucesso. Faltar-lhe-á, apenas, ser titular indiscutível como no Benfica de Lage em 2018/2019?

Entre os 18 e os 19 anos, João Félix tocou o céu. Surgiu de rompante na primeira equipa do Benfica, fez 43 jogos, marcou 20 golos e acrescentou-lhes oito assistências. No verão de 2019, à conta destes números de João Félix e de um título categoricamente conquistado por Bruno Lage (a vida é engraçada) o Benfica tocou o céu com a mais valiosa transferência de sempre de um clube português — e já passaram cinco anos e meio.
A primeira época no Atlético Madrid correu de feição (convém lembrar que o João tinha 19 anos quando lá chegou): 36 jogos, nove golos, três assistências. Nem a La Liga é a Liga portuguesa nem o Atlético Madrid é o Benfica na posição relativa quanto ao campeonato em que joga.
Sem quase se perceber porquê, foi-se formando um anátema sobre a cabeça do avançado viseense. Nas duas temporadas seguintes jogou, respetivamente, 40 e 35 jogos, somando em cada o mesmo número de golos (10) e de assistências (5). Continuava com números de jogador de elite, mas algo parecia não estar bem na relação entre ele, o treinador, os adeptos e sobretudo as expectativas. Resta perceber se as expectativas mais relevantes eram dos adeptos e da imprensa («um jogador que custou 127 milhões tem de jogar sempre») ou dele próprio («Valho o suficiente para ser muito mais vezes titular»).
Enquanto na Seleção Nacional o percurso foi sendo linear (45 jogos, nove golos, eu prometi que íamos ver números), o anátema foi crescendo e ensombrou toda a gente. A dada altura Simeone já não podia com as perguntas sobre Félix e Félix, claro, ia podendo cada vez menos com Simeone. Em 22/23 deixou o Atlético a meio da época, para experimentar a sorte no Chelsea, com 20 jogos e cinco golos marcados. No clube inglês fez outros 20 jogos e mais quatro golos.
Na época passsada esteve no Barcelona. Já não era Simeone, mas ele continuou a não ser sempre titular. Ainda assim, desculpem a chatice da matemática: 44 jogos, dez golos e seis assistências. De volta ao Chelsea para o arranque da presente temporada, continuou a não ter Simeone mas não se fixou como titular indiscutível. Ainda assim, vai para o AC Milan com 20 jogos, sete golos e duas assistências.
Em cinco épocas e meia, depois de ter dado ouro ao Benfica, marcou 55 golos e fez 24 assistências, isto só em jogos de clube. Sérgio Conceição, que ainda por cima o conhece bem a nível pessoal, deve saber bem o que está a fazer. A avaliar pelos números, é uma contratação inatacável."

Cá dentro e lá fora


"Depois de um jogo que confirmou que o Benfica consegue ser uma equipa concentrada, consistente e competitiva durante noventa minutos e que há qualidade para ganhar o que ainda pode ser ganho, que, como bem foi lembrado, é tudo, era com natural curiosidade que chegava o jogo com o Estrela para vermos com que “cara” se apresentaria o Benfica “pós europeu”. Num jogo que começou bem e parecia fácil, o tempo encarregou-se de confirmar que para além do Benfica impositivo, concentrado e competitivo, capaz de marcar oito golos a dois grandes de “La liga” e de ganhar de forma clara em Turim, continua a haver um outro Benfica, complicativo, desconcentrado e por vezes inseguro, como foi em largos momentos da segunda parte na Amadora. Resolver este antagonismo é a tarefa para o resto da época, agora que terá uns luxuosos cinco dias para preparar o próximo jogo antes de novo ciclo intenso até meados de março e para que atinja a tal consistência que Bruno Lage tem falado, pois só ele e os jogadores saberão o motivo de uma disparidade exibicional tão grande. Ainda assim, na Amadora houve boas notícias, como o regresso dos golos de bola parada, a confirmação de um Pavlidis confiante e em boa forma e de um Manu que mostrou que é uma bela contratação. Para a semana haverá jogo nacional, com o Moreirense, e europeu, com o “velho” conhecido Mónaco, e seria importante que o Benfica fosse capaz de também fazer cá dentro o que faz lá fora e iniciar este novo ciclo com confiança.

PS - O Benfica fez um mercado de janeiro discreto, contido e eficaz, sem novelas nem falhanços."

A reatividade dos Ruis


"No recém-fechado mercado de inverno, o Benfica fechou as contratações de Manu e Bruma, além de Dalh e Belotti que são reforços por empréstimo (este primeiro com opção de compra). Em causa não está a qualidade de qualquer um destes jogadores, sendo este artigo alheio a esta avaliação, no entanto, Rui Costa e Rui Pedro Braz produzem mais um mercado de transferências do Benfica em que parece que o clube assume uma postura reativa e não proativa face ao mesmo.
Numa breve análise à forma como o Benfica se mexe no mercado e de onde começa esta reatividade, é de fácil memória e perceção que o Benfica gosta de ir às compras na América do Sul. Este mercado, especialmente o brasileiro, acabou por ser inflacionado desde que o Santos vendeu o Neymar ao Barcelona em 2013; deste então, é cada vez mais complicado para um clube português concorrer com o poderio financeiro de clubes espanhóis e ingleses, que rapidamente reservam as maiores pérolas do futebol brasileiro (Estevão, Endrick, Vitor Roque). Contudo, o Benfica consegue ainda antecipar-se (e bem) aos restantes clubes e tubarões europeus em certos alvos, como foi o caso de Prestianni e Rollheiser. É no mandato de Rui Costa que o Benfica começa a explorar outros cantos do mundo, como o mercado neerlandês (Aursnes, Kokçu e até o próprio Roger Schmidt), o mercado checo (Jurassek, Bah), o mercado nórdico (Schjelderup, Tengstedt) e o mercado turco (Akturkoglu e interesse em Ismail Yuksek). Sou ávido defensor que um clube grande deve ter um scouting do mais abrangente possível, para que o seu leque de opções na hora de reforçar a equipa seja forte, competente e abrangente- contudo, esta expansão de horizontes peca por tardio. O mercado turco está em baixo no que toca a qualidade, longe do que era há 10 anos atrás, os mercados checos e nórdicos carecem de análise mais detalhada a fim de encontrar os melhores talentos e o mercado neerlandês começa a impor-se ao português, exportando os melhores talentos para ligas superiores (Kokçu enquanto exceção à regra) e já há clubes com o mesmo poderio financeiro que os clubes portugueses. Prende-se a questão: por que o Benfica demorou tanto a explorar o leste e o norte da Europa?
O maior caso, para mim, de falta de proatividade e defesa dos interesses do clube surge na venda de talentos, principalmente da formação. O caso Gonçalo Ramos e todo o seu contexto é ilustrativo disto mesmo. Puxando a fita atrás, Gonçalo Ramos sai do Benfica no verão de 2023, numa altura onde o jogador estava no seu pico de valorização ao serviço do Benfica- titular e goleador no campeonato, taças, competições europeias e internacionais pela sua seleção. Neste contexto, o Benfica tem a oportunidade de vender o jogador ao maior preço possível, por isso, o clube vê-se confrontado com duas opções: ou antecipa-se ao mercado e coloca o jogador, encaixando uma verba inflacionada pelo contexto e prontamente apresenta um sucessor à posição, ou entende que quer manter o ativo e assume a posição de “cláusula ou nada”, rejeitando prontamente qualquer outra proposta. No caso, o Benfica vende Gonçalo Ramos na mesma semana em que disputa um clássico que decide a Supertaça, num negócio em moldes pouco satisfatórios ao clube lisboeta (empréstimo com obrigatoriedade de compra de 60M, portanto, 40M abaixo do valor da cláusula de rescisão do atleta), o sucessor ao mesmo foi Arthur Cabral, um atleta com perfil distante de Gonçalo Ramos.
Exemplo mais cabal da falta de proatividade do Benfica e de defesa dos interesses do clube é o de João Neves. O clube vende, no verão passado, o seu melhor e mais valioso ativo por 60M, cerca de metade da cláusula de rescisão do atleta. Rui Costa justifica a venda com os valores praticados pelo restante do mercado, que estavam abaixo do habitual, e por isso, o Benfica adaptou-se ao mercado. É verdade, foi o único mercado de transferências num passado recente sem uma venda avaliada em >100M, mas, porque é que o Benfica tem necessidade de ceder, uma vez mais, face ao mercado? Por que não ser proativo e perceber que o jogador tem mercado mas que o desejo do atleta é ficar e que o preço que o mercado aponta é insatisfatório para o Benfica, forçando o mercado a adaptar-se? Uma vez mais, pedia-se a posição de “cláusula ou nada”, se o mercado ainda não fixou nenhum jogador por mais de 100M, então que fixasse naquele instante ou que guardasse o dinheiro.
Por fim, reitero que não está em causa a qualidade individual dos jogadores mencionados neste artigo. Dahl, Manu, Bruma e Belotti podem ser úteis ao Benfica, assim como Carreras e Aursnes o são, ou podem não ser úteis, assim como Renato Sanches e Kaboré não o são/foram- as questões não se prendem nos jogadores, mas sim como, quando, onde e em que moldes o Benfica contrata e vende.
Por vezes, o Benfica acerta no jogador, outras nem por isso — isto é normal no futebol. Ainda assim, acredito que é mais difícil errar no jogador quando as prioridades da equipa, os perfis de jogadores que se quer e a forma como se quer jogar futebol estão alinhadas entre todos os que fazem parte do dia-a-dia do Benfica."

O meu Sport Lisboa e Benfica


"Entre o benfiquismo do meu pai e o catolicismo da minha mãe, escolhi o Benfica. E isto não quer dizer que não recorra ao segundo para interceder pelo primeiro. Um pequeno empurrão divino (semelhante ao que enfeitiçou o braço de Vata na antiga Luz) é sempre um bom acréscimo de ânimo, até para aqueles que nos parecem infalíveis.
Crescemos a achar que os nossos heróis usam capa vermelha. No meu caso, não tardei muito a descobrir que os meus heróis vestiam vermelho por inteiro, não era apenas a capa.
A Odisseia tem Ulisses, a Ilíada tem Aquiles e eu decidi que a minha epopeia teria o Benfica. Escolhi assim um par de homens de meias até à canela e mangas arregaçadas com onze posições diferentes em campo para as múltiplas outras onze ânsias dos corações que se comprometem a salvar. E o Benfica entra em cena colossal, sob um rol de aplausos e bandeiras galopantes.
Um herói nunca chega cedo. Benfica, voracidade do olhar, o deleite de quem folheava o jornal bebericando uma bica e comendo uma nata quente na esplanada e se demorava com uma falsa atenção sobre as letras garrafais e enegrecidas que acusavam o Banco Central Europeu e a dívida pública ou informavam sobre a taxa de natalidade e o IRS.
O que todos queriam era ter o Benfica manchado nos dedos e saber que a vida permanecia resguardada por uma resolução breve de o ter bem agarrado nas palmas das mãos. Sabem o que tortura um português? Aquele silêncio inusitado e entristecido que só Amália cantava e nos surge entre as palavras. O Benfica fouça esse silêncio com um sempre galante "E então, como vai o nosso Benfica?". Até nos faz esquecer as artroses, as contas por pagar e o colesterol a 250 mg/dL.
Há coisas que são unicamente nossas e jamais se esquecem: o nascimento dos filhos, o funeral dos pais, o dia do casamento, o penalti falhado do Veloso em Estugarda, os calções azuis do Magnusson, as luvas pretas do João Alves, a bojarda do Carlos Manuel no estádio das Antas e a camisola ondulante do João Pinto. És uma saudade frenética, Benfica. Se o Alexandre O’Neill me permite, confesso-te meu Benfica, se fosses só três sílabas…"

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Transferências internacionais


"Fechou mais um período de janela de transferências. Este corresponde ao hiato de tempo determinado por cada federação desportiva (não é exclusiva do futebol), no qual os clubes podem registar jogadores que advêm de outros clubes, ou seja, que são transferidos. Esse período é definido por via regulamentar, todos os anos. Podem existir períodos diferentes consoante se trate de jogadores profissionais ou amadores, e consoante a transferência seja nacional ou internacional.
Na passada semana, como já vem sendo habitual, a FIFA publicou o Relatório Global de Transferências 2024 de onde resultam alguns dados interessantes: i) Foi atingido um recorde histórico de 78.742 transferências internacionais de jogadores em 2024 no futebol profissional e amador masculino e feminino; ii) Depois do recorde em 2023 relativos a gastos em transferências (US$ 9,66 biliões), o desembolso total foi menor em 2024 (US$ 8,59 biliões), mas ainda mais de 15% acima do recorde anterior estabelecido em 2019 (US$ 7,33 biliões); iii) Quase 40% de todos os gastos com transferências no futebol profissional masculino foram contabilizados pelos 2,5% das transferências mais bem pagas, o que incluiu taxas de pelo menos US$ 20 milhões por transferência; iv) Em 2024, os clubes continuaram a investir no futebol profissional feminino com o gasto total em taxas de transferência atingindo um nível recorde de US$ 15,6 milhões – mais de 2,5 vezes mais alto que no ano anterior – e cerca de 2.284 transferências internacionais de jogadoras profissionais – um aumento de 20,8% em comparação a 2023; v) Foi registado um total de 53.678 transferências de jogadores amadores, mais uma vez um novo recorde e 4,3% a mais que no ano anterior."