Últimas indefectivações
terça-feira, 28 de outubro de 2025
A primeira segunda volta do Benfica
"Rui Costa saiu reforçado, Noronha Lopes continua com o direito ao sonho, Luís Filipe Vieira encontrou encerramento digno para a sua fase no Benfica, e João Diogo Manteigas revelou-se como quem tem condições para correr em pista própria. A grande vitória, pela votação histórica, foi do Benfica, e no próximo dia 8 a única certeza é a de que nada é absolutamente certo....
Nas eleições do Benfica aconteceu tudo o que estava previsto, mas de forma imprevista. Era expetável que Rui Costa e Noronha Lopes se defrontassem numa (inédita) segunda volta, e dia 8 de novembro próximo, lá estarão os dois a lutar pela presidência do Benfica. Porém, se um homem é ele e a sua circunstância, as circunstâncias destes dois alteraram-se bastante. Rui Costa deixou de ser o ‘undergog’ que as sondagens garantiam, e passou a ser claro favorito na contenda. A votação que obteve foi expressiva, 85.400 sócios do Benfica foram muito claros ao dizerem o que queriam para o clube, e quem não for capaz de fazer a leitura correta, continuará a pensar que está na ‘bolha’ das Assembleias Gerais do Benfica, onde menos de um milhar de associados decide aquilo que deve depender de uma vontade coletiva muito mais alargada.
VITÓRIA DE RUI COSTA
Rui Costa, mesmo sem ter chegado à maioria absoluta, foi o claro vencedor das maiores eleições jamais realizadas num clube desportivo, e está em ótimas condições para garantir a reeleição.
Porém, como só o peru morre de véspera, e só a pescada antes o ser já o era, é bom que ninguém tome a nuvem por Juno e todos se consciencializem de que a 8 de novembro há um novo jogo, que, em tese, começa empatado.
Devo dizer, desde já, que apesar da derrota clara sofrida no último sábado, Noronha Lopes faz muito bem em ir disputar o segundo turno a que ganhou direito, porque é para aí que os estatutos apontam, e até lá haverá, por certo, novos argumentos para esgrimir. Porém, se me perguntarem se é boa para o Benfica a bipolarização suscitada pelo novo modelo plasmado nos estatutos, devo dizer que, dada a diferença entre os candidatos, não. Por outro lado, não estou a ver com que cara Noronha Lopes se apresentaria perante os seus apoiantes se, aqui chegado, jogasse a toalha ao ringue e assumisse a derrota. Ou seja, qualquer um em seu perfeito juízo avançaria para a segunda volta. Portanto, daqui a duas semanas há mais, e durante esse período cada um dos candidatos queimará os derradeiros cartuchos, Rui Costa com mais conforto, e Noronha Lopes sem ter nada a perder.
SONDAGENS E CLUBES
Há umas semanas escrevi neste espaço que não acreditava minimamente nas sondagens que vinham a ser publicadas, não por má fé dos meios que as iam veiculando, ou, muito menos, por incompetência das empresas que as organizaram, mas, simplesmente, porque num universo eleitoral tão dispare como o Benfica, era impossível ser fiável. Os resultados, que foram no sentido contrário ao que todas as auscultações de opinião apontavam, explicam o porquê do meu ceticismo.
Não sei se no próximo ato eleitoral do Benfica votarão mais ou menos sócios que no passado sábado, menos sei ainda se quem votou noutras candidaturas estará disposto a seguir a disciplina de voto que o líder lhes indicar. As únicas coisas que sei é que, por um lado, as notícias que davam conta da falência de Rui Costa eram manifestamente exageradas; por outro que, ao entrar na história com o ato eleitoral num clube mais concorrido de sempre, o Benfica deu uma prova de vitalidade que vai muito para além deste ou daquele resultado ou título. E, se calhar, esse é o maior trunfo de Rui Costa, nele se encontrando a razão da votação expressiva que teve: há, entre os benfiquistas, a perceção de que o antigo ‘maestro’, com quem mantêm laços afetivos muito fortes, é capaz de gerir de forma equilibrada o clube; de que o futebol está numa via ascendente (a que não é alheia a chegada de José Mourinho); e que é melhor preferir o certo ao incerto.
NORONHA, VIEIRA, MANTEIGAS
E Noronha Lopes, que tanto investiu nesta campanha, onde fica no meio disto tudo? Em primeiro lugar, não estamos perante uma carta fora do baralho, e ainda terá trunfos, negociados nos bastidores, a atirar para cima da mesa, mesmo que não estejamos perante a fidelidade política que fez de Mário Soares Presidente da República, na segunda volta, com Freitas do Amaral; depois, por mais contrariado e desiludido que tenha ficado com o resultado obtido, mostrou ser alguém com uma visão alternativa do clube, que não se coibiu de defender. E ainda entram outras variáveis, imponderáveis, como a disposição dos benfiquistas para, novamente, acorrerem em massa à segunda volta; e ainda o lado emocional, que pode derivar dos próximos resultados da equipa de Mourinho.
Porém, claramente, até por lhe terem colocado a fasquia tão baixa, Rui Costa emergiu como o grande vencedor (parcial) deste ato eleitoral. Mas não foi o único: a votação em João Diogo Manteigas, que tem uma ideia sobre o Benfica e não deverá desejar ver o seu nome associado a coligações negativas, colocou-o no mapa para próximas eleições; por conhecê-lo há vários anos não direi que foi uma surpresa, direi antes que esteve ao seu melhor nível, daí que não me pareça curial que apoie, na segunda volta, qualquer projeto diferente daquele que corporizou, por tratar-se de alguém que corre em pista própria, e não deve querer ser lebre de ninguém. Veremos...
Finalmente, Luís Filipe Vieira. Deu a cara, foi a votos, e conseguiu, através de uma votação surpreendente para muitos, um encerramento para a sua fase no Benfica. Percebeu, finalmente, que o seu tempo já passou, e daqui em diante deverá agir no sentido de ver o legado que deixou (e quem disser o contrário, só pode estar a ser inteletualmente desonesto, porque até 2016 fez o Benfica renascer das cinzas) preservado.
SEGUNDA VOLTA
Dia 8 de novembro haverá nova ida às urnas, Rui Costa surge como favorito, mas em eleições deste tipo as variáveis são tantas que não me atravesso a dizer quem vai ganhar. Sei que no sábado ganhou o Benfica, ao mobilizar 85 mil pessoas para umas eleições de clube. E só este facto devia ser suficiente para quem propôs e votou a renovação estatutária, cair em si e admitir que cometeu um erro histórico: as decisões importantes da vida do clube não podem ser tomadas em Assembleias Gerais com menos de um milhar de participantes, que moram na zona de Lisboa e são mais militantes. O caminho, se o Benfica decidir que continuará a ser um clube dos sócios, valorizando a sua universalidade, só poderá ser percorrido com clareza através da constituição de uma Assembleia de Delegados, cada um a representar determinado número de sócios. Caso contrário, o Benfica, que possuiu uma Catedral, será dirigido em reuniões de capela."
25 de outubro sempre!
"Avassalador o ato eleitoral do Benfica e promessas de uma segunda volta absolutamente escaldante. Sócios têm reservas sobre a mudança e os mais antigos, como sempre, decidem
22 anos depois de ter sido inaugurado, o Estádio da Luz — e todas as outras 106 secções de voto espalhadas por Portugal e pelo estrangeiro — testemunhou um dia histórico e que dificilmente se repetirá durante muito tempo. O recorde do Barcelona (57.088) não foi ultrapassado, foi esmagado por 85.710 sócios que deram uma extraordinária prova de democracia e civismo, depois de semanas a fio pintadas por um nível baixo na campanha.
É fácil depreender que, uma vez mais, os sócios de maior antiguidade (50 votos) tiveram um peso importante para que Rui Costa parta para a segunda volta com 12 pontos de vantagem sobre Noronha Lopes. No universo de quase 86 mil sócios, foram apenas 5.789 os que preferiram o maestro a Noronha, mas a diferença votos foi bem mais substancial (209.837) e que permite levantar algumas questões e tirar outras tantas certezas.
Os sócios com 50 votos foram o grande bastião de Luís Filipe Vieira — juntamente com as Casas — nos 18 anos como presidente do clube e Rui Costa herdou o mesmo carinho dessa larga franja associativa, que ainda olha para o presidente como o menino que começou a carreira na Luz e para lá voltou no seu ocaso. E, por isso, quiseram, depois de um mandato desastroso, pautado por resultados desportivos muito aquém, dois treinadores despedidos um mês depois de começar a temporada e uma política errónea de contratações, dar-lhe um renovado voto de confiança.
Um pouco como a sociedade portuguesa, os sócios do Benfica são avessos à mudança e encontraram em João Noronha Lopes um desconhecido que, mesmo com uma campanha diferenciada das restantes, não conseguiu aglutinar a força que as sondagens iniciais indicavam. Se faz sentido um sócio de 50 votos valer quase tanto como 17 dos de 3? Talvez não, mas esse é assunto para outro espaço.
A diferença para encarar a segunda volta é ainda significativa, mas mais simpática do que a de 20% que chegou a existir durante a contagem, e há, depois do apoio público de João Diogo Manteigas, o outro candidato da mudança e do corte radical com o passado que também é presente, outro ponto fulcral para perceber o xadrez que o candidato da lista F terá de fazer para poder almejar a ultrapassagem: quantos votantes e votos conseguirá Noronha ir buscar a Luís Filipe Vieira, cuja falange de apoiantes o venera e poderá nem olhar para Rui Costa como o legítimo herdeiro, mas sim alguém que o atraiçoou em 2021?"
A única coisa que mudou (para já) foi a hora
"Uma coisa é o Twitter, outra são as urnas. Futebol não influenciou os resultados. Sócios com direito a 50 votos não decidiram as eleições. Voto eletrónico é necessário e imprescindível
Caíram por terra diversas teorias. Primeira: é hora de mudança. Não era. A única coisa que mudou (para já) foi a hora. Segunda: vê-se, pelas redes sociais, que Noronha Lopes ganha de goleada. Não ganhou. Uma coisa é o Twitter, outra são as urnas. Terceira: as eleições serão vencidas, de forma clara, por Noronha Lopes. Não foram. Os votos de Noronha Lopes, somados aos votos de Filipe Vieira, não ficam muito à frente dos de Rui Costa. Quarta: Noronha Lopes terá percentagem de votos mais elevada do que nas eleições de 2020. Não teve. Teve 34,71% e agora apenas 30,26%. Quinta: os resultados da equipa de futebol influenciam eleições. Não é verdade. Se Rui Costa ganhou como ganhou, imaginem o que seria se o Benfica estivesse na frente da Liga e com pontos na Champions. Sexta: os sócios com direito a 50 votos decidem eleições. Não decidem. Rui Costa ganhou de goleada no número de votos (42,13% contra 30,26%) e ganhou de forma clara no número de votantes (38,4 contra 31,5%). Sétima: os nomes ganham eleições. Não ganham. Noronha Lopes avançou com Nuno Gomes, Vítor Paneira, Óscar Cardozo, Fabrizio Miccoli e Panchito Velázquez. E perdeu — pelo menos, por agora.
Algumas conclusões. Primeira: como já se sabia, o Benfica é o clube português com mais adeptos e, por consequência, com mais sócios. 85 710 votantes é muito votante. Os recordes do FC Porto (26 876 em 2024) e do Sporting (22 510 em 2018), juntos, chegam a 49 386. Ou seja, juntos, ficam a 36 324 de distância. Segunda: o voto eletrónico é necessário e imprescindível. Fechar as mesas de voto às 22 horas e conhecer os resultados mais de 19 horas depois é quase inconcebível à entrada para o segundo quarto do século XXI. E a culpa não é das pessoas, é do método. Terceira: Filipe Vieira teve coragem para ir a votos depois de cinco anos muito complicados. Quarta: Noronha Lopes tem coragem para comparecer na segunda volta depois de resultados pouco animadores na primeira. Quinta: Cristóvão Carvalho foi o recordista da coragem ao ir a votos. Sexta: penalizado pela distribuição de votos consoante os anos de sócio foi apenas Diogo Manteigas (subiria de 11,48% para 14,30%, se cada sócio valesse um voto). Teve mais votantes do que Vieira. Sétima: ter 52 812 sócios que não votaram em si é um cartão amarelo a Rui Costa, mas ter 32 898 que votaram é um amarelo aos outros cinco candidatos.
Futorologia. Única: Rui Costa será presidente por mais quatro anos, a não ser que, daqui a duas semanas, haja enormíssimas surpresas. E que surpresas poderiam ser essa? Alta percentagem dos sócios que votaram em Rui Costa absterem-se da segunda volta por acharem que está no papo, apoiantes de Noronha Lopes irem todos a votos e parte significativa dos votos em Filipe Vieira e Diogo Manteigas irem, na segunda volta, para Noronha Lopes. É pouco crível que assim aconteça."
Recorde mundial
"Nesta edição da BNews, o destaque recai no ato eleitoral do Sport Lisboa e Benfica e na atividade desportiva do fim de semana, em particular o triunfo benfiquista, por 5-0, ante o Arouca em dia de aniversário do Estádio da Luz.
1. Afluência histórica
Participaram 86 297 sócios nas eleições do Sport Lisboa e Benfica realizadas anteontem, estabelecendo o novo máximo, a nível mundial, em eleições de associações desportivas.
Na eleição para a direção, a Lista G, encabeçada por Rui Costa, foi a mais votada com 42,13% dos votos, seguida pela Lista F, liderada por João Noronha Lopes, com 30,26% dos votos.
Ao não haver qualquer lista que tenha reunido mais de metade dos votos, os Estatutos preveem a realização de segunda volta, já agendada para o próximo 8 de novembro.
Confira os resultados no site oficial e leia o comunicado oficial da MAG.
2. Orgulho benfiquista
Em mensagem dirigida aos sócios, o Presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Costa, manifesta "profundo orgulho pela vitalidade democrática do nosso Clube" e expressa o "sincero agradecimento a todos os Sócios, a todas as candidaturas e a todas as pessoas envolvidas neste ato eleitoral".
3. Boa exibição e goleada
Na opinião de José Mourinho, esta foi "uma vitória que se sentiu desde o primeiro minuto" e refere que "a atitude foi boa". "Trabalhámos bem nos últimos dias, preparámos bem o jogo. Entrámos estrategicamente bem, fortes, pressionámos, roubámos a bola alto. Não demos hipótese de jogar ao adversário", disse.
4. Confiança
Prestianni afirma que "a equipa precisava desta vitória para recuperar a confiança" e, no plano individual, refere que está "muito feliz por poder voltar da seleção e ter tempo de jogo".
5. Homem do jogo
Pavlidis, considerado o Man of the Match, sublinha que "a atmosfera foi incrível". "É um dia especial para o Benfica e estamos contentes pelos 3 pontos", frisou.
6. Ângulo diferente
Veja, de outro ângulo, os cinco golos marcados pelo Benfica ao Arouca.
7. Estádio da Luz: 22 anos
A Catedral foi inaugurada há 22 anos.
8. Resultados no sábado
A equipa B ganhou, por 0-2, na deslocação ao Feirense. Os Sub-23 empataram a um golo na visita ao Estoril. Os Juniores empataram 2-2 no reduto do Torreense.
Em andebol, vitória por 38-19 frente ao Arsenal Clube da Devesa. Em futsal, triunfo por 2-7 no Fundão. E, em voleibol, jornada bem-sucedida no campo do Ala Nun'Álvares (0-3).
9. Resultados no domingo
Os Juvenis empataram 2-2 no Estoril e os iniciados venceram por 0-3 no campo do Barreirense. Em basquetebol, vitória, por 105-72, no desafio com o Vitória de Guimarães para a Taça Hugo dos Santos.
Quanto a equipas femininas, a de andebol triunfou ante o Gil Eanes por 35-23, a de basquetebol recebeu o CAB Madeira e ganhou por 72-28, a de futsal ganhou, por 3-0, ao Nun'Álvares e as de voleibol e râguebi sofreram desaires, respetivamente, com FC Porto (1-3) e Sporting (17-15).
10. Contributos internacionais
Várias futebolistas do Benfica estiveram em ação por seleções nacionais.
11. Protagonista
Sara Roces, hoquista do Benfica, é a entrevistada da semana.
12. Casa Benfica Idanha-a-Nova
A BTV dá a conhecer esta embaixada do benfiquismo."
Comunicado da MAG
"Finalizado o escrutínio e todas as operações de apuramento dos resultados finais das eleições de dia 25 de outubro de 2025, cabe informar que a segunda volta se realizará no dia 8 de novembro de 2025, de acordo com o Edital oportunamente publicado.
A campanha arranca, assim, amanhã, dia 28 de outubro, às 00h00, hora de Portugal Continental.
Os resultados finais, que podem ser consultados na página oficial do Sport Lisboa e Benfica, determinam que a eleição será disputada a todos os órgãos sociais e à comissão de remunerações pelas candidaturas da Lista F e da Lista G.
A Mesa não pode deixar, ainda, de agradecer a todos aqueles que trabalharam arduamente para a realização das eleições de dia 25 de outubro, nomeadamente aos inexcedíveis trabalhadores do Sport Lisboa e Benfica.
Uma última saudação às candidatas e aos candidatos que participaram no ato eleitoral de dia 25, assinalando a importância da sua presença para salvaguarda da vitalidade democrática do Clube."
Na última semana aprendi que
"Foram encontrados mosquitos na Islândia, na natureza, pela primeira vez. O aquecimento global está a tornar o país mais hospitaleiro para os insetos. Na década de 1980, foi descoberto um único mosquito, mas dentro de um avião que tinha chegado da Gronelândia. O inseto foi capturado por um biólogo e está preservado no Instituto Islandês de História Natural, de tão raro. Nem chegou a respirar o ar puro islandês. Agora, tudo mudou. Foram encontrados três exemplares de culiseta annulata em Kjós — duas fêmeas e um macho. O clima rigoroso era um entrave ao desenvolvimento de insetos, mas o país, cada vez mais aberto ao turismo, tem vindo a experienciar um aumento da temperatura e está a aquecer a uma taxa quatro vezes superior ao restante hemisfério Norte. Mas ainda há quem diga que não se passa nada.
O presidente dos Estados Unidos pode, unilateralmente, decidir demolir uma parte da residência oficial do país, para construir um salão de baile de mais de 8 mil metros quadrados. Donald Trump decidiu desfazer-se da ala Este da Casa Branca, ironicamente dedicada à Primeira Dama, e onde esta costuma ter os seus escritórios. Um grande salão para jantares de Estado vai ser construído na zona por onde entram os visitantes e que estava reservada aos trabalhos da mulher do presidente, o que mostra bem o quanto ele estima Melania. Não é a primeira vez que a Casa Branca sofre obras, mas historiadores costumam ser consultados. O financiamento é privado (resta saber com que contrapartidas), por isso o presidente nem deu tempo aos requerimentos e as escavadoras avançaram, derrubando edifícios e árvores com dezenas de anos.
Foram precisas mais de 16 horas (mais uma com a mudança para horário de inverno) para contar, apurar, confirmar e divulgar os resultados das eleições do Benfica. Mais de 85 mil pessoas não quiseram saber da chuva e foram votar, para escolher entre 6 candidatos, batendo o recorde mundial de afluência. Creio que isto, por enquanto, ainda não dá troféu e não contará na estatística como vitória sobre o Barcelona, que detinha o anterior máximo, com 57 mil. A minha solidariedade para com quem teve de estar a contar os papelinhos à mão toda a noite. Voto eletrónico, onde é que estás?"
“Só é vencido quem desiste de lutar”
"E nós, benfiquistas, não desistimos. Nunca desistimos.Não quando é difícil. Não quando parece impossível. Não quando nos querem convencer de que o destino já está traçado. Por isso, no dia 8 de novembro, vamos a jogo outra vez. Vamos para a segunda volta, não porque alguém nos ofereceu essa oportunidade, mas porque 85 mil sócios disseram que querem escolher o futuro do Benfica. É merecida, porque o Benfica é democracia, participação e paixão ativa. É legítima, porque esta campanha foi longa, extenuante, foi, acima de tudo, um gesto de dedicação e esclarecimento. E é necessária, porque ainda há muito a defender, muito a corrigir e muito a reconquistar no nosso clube.
Quem acha que isto termina aqui não percebe o que é o Benfica. O Benfica não é conformismo, não é silêncio, não é aceitar o que está feito só porque “é assim que tem sido”. O Benfica é um verbo, é contestação quando é preciso, é acreditar que pode ser melhor. E ter coragem para o provar.
João Noronha Lopes voltou a candidatar-se em 2025 e quase duplicou o número de votantes em relação ao último ato eleitoral que disputou. Isso é, claramente, um sinal positivo da vontade de mudança entre os sócios. Em paralelo, Rui Costa perdeu alguns votos relativamente a 2021, o que pode ser lido como uma ligeira crítica ao seu mandato. Será uma vontade clara de rutura? Não me parece. Mas é, sem dúvida, um sinal.
Tivemos ainda outras candidaturas que foram fundamentais para a vitória do associativismo que se celebrou ontem:
João Diogo Manteigas, exemplo do equilíbrio entre paixão e conhecimento;
João Ferreira Leite, mais uma demonstração da importância de Servir o Benfica na defesa da participação associativa.
São candidaturas que muitos classificaram como rutura — num sentido crítico —, mas eu chamar-lhes-ia antes de regresso ao passado, mas daquele passado e daquela história que nos fez grandes.
Houve ainda três candidaturas de natureza ou motivações bem distintas:
Martim Mayer, que quis honrar a sua tradição familiar;
Cristóvão Carvalho, que tentou cumprir o que lhe pediram, sem sucesso;
Filipe Vieira, que tentou adiar o encontro com a realidade e com a forma como a sua história será recordada.
Evitei grandes julgamentos de valor, mas todos temos as nossas opiniões. E é importante lembrar: a análise deve recair sobre as pessoas e os projetos, não sobre os sócios que votaram. Fiquei desiludido com a escolha da maioria? Sim. Estou habituado a não votar nos vencedores e, mesmo assim, nunca ousarei questionar a democracia? Claro. Estes são os resultados que refletem as ideias dos benfiquistas no dia 25 de outubro. Agora, a questão é: como mudar o estado a que chegámos?
Volto ao autor da frase inicial, Mário Soares. Há quem compare estas eleições do Benfica às presidenciais de 1986. Percebo porquê. Também agora existem dois blocos claros: rutura vs. continuidade, tal como existiram esquerda vs. direita. Tivemos figuras fortes dos dois lados: ontem Freitas do Amaral vs. Mário Soares; hoje Rui Costa vs. Noronha Lopes. E tivemos, na primeira volta, candidaturas que funcionaram como ponto de apoio — tal como Salgado Zenha e Lourdes Pintasilgo o foram para Mário Soares. Mas hoje, o desafio é outro: apenas os votantes de Manteigas são potencialmente transferíveis para Noronha Lopes e são insuficientes.
Mário Soares cresceu 100% entre a primeira e a segunda volta, quando o número total de votantes cresceu apenas 3,5%. Soube captar os eleitores das outras listas e beneficiou do chamado voto “cego”: “se for preciso, tapem a cara de Soares e votem com a outra mão”. Para João Noronha Lopes, o caminho é mais difícil, bem menos óbvio.
Não acredito que se bata o recorde de votantes. Muitos ficaram “batizados” — nem faltou a molha — com as longas filas fora do Estádio da Luz. A solução pode estar na outra metade dos sócios que não votou. Fácil? Não. Basta pedir que tapem os olhos e votem? Também não. É preciso, em apenas duas semanas, ouvir, compreender e responder ao desânimo, descrédito e desinteresse. Abolir esses prefixos.
Ao mesmo tempo, são urgentes mais banhos de benfiquismo fora de Lisboa. As visitas às Casas nestas semanas mostraram o que é viver o Benfica à distância. E é preciso mostrar mais respeito, mais compreensão e mais respostas para quem sente o clube longe. Ouvir, assimilar e apresentar soluções — ou procurá-las.
Lisboa vive no nome do Benfica, mas o Benfica é maior do que Lisboa. Fazemos um Estádio da Luz em qualquer canto do mundo, mas também precisamos de fazer sentir que há Minho, Luxemburgo ou Newark dentro de Lisboa. Isto é válido para a lista que apoio, deve ser reconhecido pela outra, e sobretudo cumprido por quem vencer.
O Sport Lisboa e Benfica é um clube incomparável. Estas eleições provam-no. E isso exige de nós um nível de responsabilidade imenso. Hoje, e no day after, temos de elevar o clube. Dar condições para que atletas e funcionários sejam os melhores, porque não basta sermos os maiores.
E volto ao início. Como disse originalmente Mário Soares e comentei com João Noronha Lopes: “Só é vencido quem desiste de lutar.” O João não vai desistir. E nós também não. Porque acreditamos no Benfica acima de tudo."
O grande dilema: entre a paixão dos sócios e a lógica dos investidores
"Este fim de semana, o Sport Lisboa e Benfica viveu mais um momento (digno de recorde mundial) de democracia interna com eleições para os seus órgãos sociais. É um ritual que honra a história e a identidade do clube, mas que, à luz da crescente profissionalização da indústria do desporto, levanta uma questão cada vez mais pertinente: faz sentido que clubes que movimentam centenas de milhões de euros e competem num mercado global continuem a ser geridos por modelos associativos, onde os sócios elegem os seus dirigentes?
O desporto moderno exige uma abordagem estratégica, multidisciplinar e profissional. Os clubes deixaram de ser apenas entidades desportivas e tornaram-se marcas globais, plataformas de entretenimento e agentes económicos com impacto social e cultural. Esta transformação exige competências de gestão, visão estratégica e capacidade de adaptação às dinâmicas de mercado, atributos que nem sempre estão presentes nos processos eleitorais tradicionais, marcados por lógicas emocionais e fidelidades históricas.
A nível internacional, o modelo associativo tem vindo a perder terreno. Na Premier League inglesa, por exemplo, 80% dos clubes são controlados por investidores estrangeiros. O Manchester City pertence ao fundo soberano de Abu Dhabi, o PSG ao Qatar Sports Investments, e o Chelsea foi recentemente adquirido por um consórcio liderado por Todd Boehly. Estes clubes operam com estruturas empresariais, conselhos de administração profissionais e estratégias de crescimento global.
Mesmo clubes com forte tradição associativa enfrentam este dilema. O Real Madrid, um dos últimos bastiões do modelo democrático, estuda a criação de uma estrutura empresarial que permita a entrada de capital externo, mantendo o controlo dos sócios através do modelo “50+1”. Na Alemanha, este modelo é obrigatório por lei, garantindo que os associados mantêm pelo menos 51% das ações, mas mesmo assim há pressão crescente para flexibilizar essa regra.
Por outro lado, há clubes que mantêm o modelo associativo e enfrentam dificuldades de gestão. A falta de agilidade nas decisões, a politização interna e a ausência de accountability são obstáculos à profissionalização. Estudos mostram que clubes associativos tendem a ter maior faturação, mas enfrentam desafios estruturais e financeiros que limitam a sua competitividade a médio prazo.
A entrada dos fundos de investimento e das redes multiclubes — como o City Football Group ou o Red Bull Group — está a redesenhar o mapa do futebol mundial. Mais de 120 clubes europeus foram incorporados a redes multiclubes nos últimos cinco anos. Este fenómeno levanta questões sobre a integridade competitiva, mas também sobre a sustentabilidade dos modelos tradicionais.
O dilema é claro: como conciliar a legitimidade democrática dos sócios com a necessidade de profissionalização da gestão? Como garantir que os clubes mantêm a sua identidade e ligação à comunidade, sem comprometer a sua competitividade e sustentabilidade?
Não se trata de excluir os sócios, mas de repensar os modelos de governação. Talvez seja tempo de evoluir para estruturas híbridas, onde a participação dos associados coexista com conselhos de administração profissionais, com critérios de mérito e accountability. Modelos que preservem a alma dos clubes, mas que garantam que as decisões estratégicas são tomadas com base em conhecimento, dados e visão de longo prazo.
As eleições no Benfica são um momento importante, mas também uma oportunidade para refletir sobre o futuro da governação desportiva em Portugal. Num tempo em que os clubes competem com multinacionais, gerem ativos milionários e enfrentam desafios globais, talvez seja hora de perguntar: será que o modelo de um sócio, um ou mais votos, continua a ser o mais adequado para liderar esta nova era do desporto?"
Portugal World Champion
"Todos nos lembramos das habituais contas de matemática para a nossa seleção chegar ao seu «destino».
Mas ao escutar um dos convocados a referir que esse tempo tinha passado, até como forma de «defesa» em relação a críticas recentes, fiz eu próprio um exercício virtual em relação a esta viagem para as Américas.
Não existem «ses» ou bolas que batem na base do poste ou na trave e não entram. Facto! Mas o futebol continua a ser um jogo por vezes imprevisível. Um golo aos 30 segundos ou aos 90+7 minutos não tem importância no tempo do jogo, mas é obviamente faturar nos últimos minutos, tem um contexto próprio.
Portugal venceu a Hungria em Budapeste e a Irlanda na capital nos momentos finais, quando o empate ja estaria na cabeça de muitos. Exercício de fantasia assumida mas, numa outra dimensão, o empate poderia ter de facto acontecido: menos quatro pontos e mais um para a Hungria… nesse mundo «cinematográfico», as contas seriam outras.
De facto, não interessa nada quando estamos prestes a chegar a um Aeroporto norte-americano, mas este exercício de fantasia futebolística serve para, e como se diz agora, baixar um pouco a temperatura.
Se, de facto, já não precisamos de computadores ou de exibições como a de CR 7 em Estocolmo para chegarmos às fases finais, este Mundial será a última chance que o próprio CR7 persegue - o título que lhe falta para fechar uma era gloriosa: Portugal World Champion!
Mas, para ja fazer o que ainda não foi feito: carimbar o passaporte com um visto norte americano…"
O modelo holandês: uma lição de pragmatismo para os esports europeus
"Nos últimos anos, os Países Baixos emergiram como um caso de estudo fascinante no desenvolvimento dos esports europeus. Não através de investimentos massivos ou de subsídios avultados ao estilo saudita, mas através de uma abordagem pragmática e estratégica que privilegia o reconhecimento regulamentar e as parcerias público-privadas, que permitiu que o sector de Desportos Electrónicos na Holanda tenha crescido uns impressionantes 10% desde 2023. Este modelo holandês merece a nossa atenção e pode (deve?!) servir de inspiração para Portugal.
Em 2020, o governo holandês tomou uma decisão aparentemente simples mas com implicações profundas: reconheceu oficialmente os jogadores de esports como atletas. Esta decisão, resultado de uma colaboração entre a Team Liquid e o Comité Olímpico holandês, teve consequências práticas imediatas, particularmente ao nível dos programas de vistos que permitem aos jogadores profissionais competir sem complicações legais. Este reconhecimento não custou milhões aos cofres públicos, mas desbloqueou oportunidades fundamentais para a competitividade internacional do setor.
Integração educacional: construindo alicerces sustentáveis
A abordagem holandesa estendeu-se também ao sistema educativo, onde o governo tem apoiado a integração dos esports nos curricula académicos. A Breda University of Applied Science, por exemplo, oferece no seu curso de Gestão de Lazer e Eventos uma componente focada em desportos e esports, enquanto o ROC van Amsterdam disponibiliza um curso vocacional de Gestão de Esports, Jogos e Eventos, sempre com apoios financeiros governamentais estratégicos.
Esta estratégia de integração educacional é particularmente inteligente porque cria pipelines de talento profissional a longo prazo. Não se trata apenas de formar jogadores, mas de desenvolver toda uma geração de gestores, organizadores de eventos, técnicos e outros profissionais especializados que o ecossistema dos esports necessita para crescer de forma sustentável. É um investimento na base da pirâmide que renderá dividendos durante décadas, até porque a maioria destas skills são transferíveis para qualquer outra área de negócio.
Em Portugal, temos um exemplo semelhante ao nível da iniciativa de integração educativa, em que a Escola Superior de Desporto de Rio Maior (com quem a FPDE assinou recentemente um protocolo de colaboração), que lançou um curso TeSP nesta área. Contudo, aqui não houve nem um apoio governamental significativo nem o Instituto Politécnico de Santarém tem capacidades financeiras para a criação de infraestruturas deste tipo, infelizmente… já muito admiro a coragem da ESDRM de inovar e abrir caminho!
A realidade dos números: subsídios modestos mas estratégicos
É importante, contudo, manter a honestidade intelectual sobre o modelo holandês. Entre 2021 e 2024, o Creative Industries Stimulation Fund providenciou entre duzentos e quatrocentos mil euros anuais em subsídios a projetos de gaming - valores consideravelmente inferiores aos que países vizinhos investem nas suas indústrias nacionais de videojogos. De facto, quase oitenta por cento dos estúdios de desenvolvimento de videojogos holandeses consideram que o governo não está a fazer o suficiente para apoiar a indústria.
Esta aparente contradição - um sector em crescimento apesar de subsídios limitados - revela algo importante sobre a natureza do apoio governamental eficaz. Os Países Baixos demonstram que não é necessário investir centenas de milhões para criar condições de crescimento. O que é necessário é investimento estratégico nos lugares certos: reconhecimento legal, facilitação regulamentar e apoio a infraestruturas através de parcerias.
H20 Esports Campus: o paradigma da infraestrutura europeia
O exemplo mais visível da abordagem holandesa é o H20 Esports Campus em Amesterdão, uma instalação de dez mil metros quadrados que inclui arenas de gaming, espaços de trabalho e escritórios para startups e empresas do setor dos esports e tecnologia criativa. O Rabo Esports Stadium é a primeira e maior localização permanente para eventos de esports no Benelux. Basta consultar o site oficial para ver o quão espectacular é o estádio!
O campus alberga uma rede de mais de cem organizações, desde startups a parceiros educacionais e grandes corporações, com eventos realizados quase diariamente e programas organizados para o desenvolvimento de talento em esports, gaming e tecnologia. A infraestrutura técnica é de última geração, com capacidade para ligação simultânea de até mil dispositivos e largura de banda agregada de um gigabit por segundo (!!!!!).
O aspeto mais relevante do H20 Campus não é, contudo, a sua impressionante infraestrutura técnica, mas sim o seu modelo de financiamento. O projeto foi viabilizado através de uma parceria público-privada entre entidades como o Rabobank e o governo, representando uma colaboração de três anos que permitiu completar o financiamento do primeiro estádio de esports dos Países Baixos. Este modelo híbrido permite ao sector público facilitar e catalisar investimentos privados sem assumir sozinho o fardo financeiro completo. Parece-me uma excelente ideia!
Parcerias público-privadas: o segredo holandês
A estratégia holandesa assenta fundamentalmente na facilitação de parcerias entre o setor público e privado. Programas como o Dutch Game Garden providenciam financiamento e formação, enquanto iniciativas como o Midgame Fund oferecem oportunidades de investimento, dando às startups os recursos necessários para prosperar. O governo actua como facilitador e catalisador, não como investidor principal.
Este modelo é particularmente adequado para países como Portugal, onde os recursos públicos são limitados mas existe talento e potencial empresarial. Não precisamos de replicar os investimentos sauditas de milhares de milhões; precisamos de criar as condições regulamentares e fiscais que permitam ao setor privado investir com confiança. E que tal criar programas dentro do Portugal 2030 para direccionar investimento comunitário especificamente para estas áreas? Fica a sugestão.
Mobilização da indústria: unidade em acção
Recentemente, a Dutch Games Association, juntamente com a Video Game Federation Netherlands e a Dutch Esports Federation (nossos parceiros na EEF e IESF), enviaram conjuntamente um documento de posição aos membros da Câmara dos Representantes holandesa, delineando os passos fundamentais necessários para fortalecer a indústria holandesa de gaming. Esta acção coordenada demonstra maturidade e capacidade de mobilização do setor, criando momentum para aumentar o apoio governamental.
Este tipo de coordenação entre diferentes entidades do ecossistema é crucial e representa uma lição importante: os governos respondem melhor quando a indústria fala a uma só voz com propostas concretas e bem fundamentadas. Isto é algo que a FPDE tem promovido activamente em Portugal, como revelam as recentes reuniões de aproximação com a AEPDV e APVP, e a criação de um cargo de director para as relações com publishers, especificamente criado para implementar esta visão unificada.
Lições para Portugal: o que podemos aprender
O modelo holandês oferece lições valiosas para Portugal. Demonstra que o crescimento do sector dos esports não depende necessariamente de investimentos massivos do Estado, mas sim de uma abordagem estratégica inteligente que combine reconhecimento regulamentar, integração educacional e facilitação de parcerias público-privadas.
Portugal tem vantagens comparativas significativas: talento reconhecido em programação e design, custos operacionais competitivos, uma localização geográfica estratégica e crescente reconhecimento internacional dos nossos atletas de esports. O que nos falta não são necessariamente milhões em subsídios, mas sim o reconhecimento formal dos esports como modalidade desportiva, a criação de programas educacionais especializados e a facilitação de infraestruturas através de parcerias.
O facto de os Países Baixos terem alcançado crescimento significativo com subsídios relativamente modestos sublinha o potencial ainda não explorado que existe quando o apoio governamental, mesmo que limitado, é aplicado de forma estratégica. Portugal não precisa de reinventar a roda - podemos aprender com o modelo holandês e adaptá-lo à nossa realidade nacional.
A experiência holandesa demonstra que é possível desenvolver um ecossistema de esports competitivo sem depender de petrodólares ou de investimentos estatais massivos. O segredo está na combinação inteligente de reconhecimento regulamentar, integração educacional, facilitação de infraestruturas e criação de condições para parcerias público-privadas.
Para Portugal, este modelo representa uma via realista e alcançável. Não precisamos de competir com a Arábia Saudita em termos de investimento bruto; precisamos de ser mais inteligentes, mais estratégicos e mais eficientes na forma como utilizamos os recursos limitados disponíveis. O modelo holandês prova que é possível - e Portugal tem todas as condições para seguir um caminho semelhante de sucesso."
Subscrever:
Comentários (Atom)









