"É hoje o primeiro dia de jogar a doer (curiosa expressão...) do Benfica. Contra uma equipa sempre difícil para pronunciar e complicada para bater, vinda da pequena cidade turca de Trabzon, na distante costa leste do Mar Negro.
No último jogo de preparação, contra o Toulouse, o Benfica teve de tudo: paella espanhola, tango argentino, rodízio gaúcho e um escasso cozido à portuguesa. No fim e apesar da sobremesa de um golo tardio por um descompensado Jardel, ficou-me a sensação de não estar ainda assegurada a dosagem certa dos condimentos.
Não obstante, de um aspecto gostei: o Benfica passou para uma nova fase na construção da defesa. Nos anteriores jogos, tal como disse um amigo meu «pior que uma má defesa, é não se ter defesa». Neste jogo, com um cheirinho de classe de Garay e uma promissora estreia do lateral Emerson, já houve lugar a uma certa ideia defensiva. Sei que falaram Luisão, Maxi Pereira e ainda o reforço (de fora) Capdevila e o reforço (de dentro) Ruben Amorim. Não coisa de somenos, entenda-se.
Um ponto tem-me custado a compreender: sabendo-se, há muito, que a probabilidade de Coentrão sair era quase de cem por cento, por que razão foi a sua posição a última a ser preenchida, não havendo por isso a necessária rotina para uma eliminatória em que podem estar em jogo milhões de euros?
Voltando ao jogo contra os franceses, registe-se, que ao fim de 143 dias e 24 jogos consecutivos (significativamente depois da inexplicável saída de David Luíz a meio de uma época), o Benfica não sofreu golos! Não é certamente um recorde do Guiness, mas creio que será na história do clube.
A não repetir, mas a contrariar. Espero que já hoje, neste primeiro jogo a sério em 2011/2012."
Bagão Félix, in A Bola