Últimas indefectivações

domingo, 19 de outubro de 2025

Liderança...

Valongo 0 - 3 Benfica

Não foi fácil, mas dominámos a maioria da partida... o início do 2.º tempo foi complicado, mas acabámos por ser justos vencedores!
Isto num campeonato que começou com várias surpresas, com os nossos principais adversários a perderem pontos surpreendentemente... Chegados à 2.ª jornada, além do Benfica, só temos o Braga com duas vitórias!!!

Já agora, ainda não sofremos golos!!!

Na próxima jornada, recebemos os Corruptos na Luz.

Esclarecedor...

Benfica 98 - 57 Imortal
25-18, 31-10, 13-19, 29-10

Vantagem clara, apesar do 3.º período!!!
Muita rotação, sem o Justice e o Betinho...
Na Europa as coisas estão complicadas, mas internamente este será o cenário habitual, mesmo sem acertar nos Triplos (excepto o Zé)!

Regresso às vitórias

Benfica 2 - 0 Santa Clara
Coletta, Stevan


Contra um dos adversários mais fortes deste escalão, vitória escassa, contra um adversário que acabou por dar muita porrada, consentida pelo apitadeiro (a expulsão chegou tarde...), com o regresso de muitos jogadores que estiveram nas Seleções, com algumas opções 'estranhas' no onze, na véspera da Youth League em Newcastle...

Nota para a estreia do Coletta a marcar... nos seus primeiros minutos após uma lesão.

Será?!


"São estes muitos dos rostos dos que mais contribuíram para tudo aquilo a que vimos a assistir desde 2017.
A todos os que me acompanham desde o início da página, sabem muito bem que a página foi criada para defender unicamente o Benfica quando em 2017 comecei a assistir aos ataques miseráveis levados a cabo pelo então presidente do Sporting, a que se juntaram outras peças que foram encaixando no puzzle!

Se estão recordados tudo começou com o circo dos vouchers, passado pouco tempo tínhamos os emails, depois a perseguição a Vieira e a todas as suas empresas e por fim o capitular da presidência.
Tudo feito com a complacência e cumplicidade de alguns adeptos que serviram de peões de brega…ou talvez não…talvez fossem os mentores por detrás de uma grande vingança, confesso que não fazia ideia de que João Noronha Lopes era advogado, mas foi tão somente mais uma descoberta a encaixar no puzzle.
Se fosse muito dado a teorias de conspiração diria que estávamos perante a vingança do advogados no Benfica…(João Vale e Azevedo ring a bell).

A forma como o Ministério Público sempre actuou em relação a tudo o que estava ligado ao Benfica, todo o circo orquestrado em cada uma das suas ações, todos os nomes que agora se encaixaram na perfeição, a forma como entraram em cena, as suas ações…
Aos Benfiquistas só peço que analisem, puxem a fita atrás, olhem para lá do folclore dos verdadeiros avençados de serviço e apenas juntem os pontos.
Vão ficar revoltados como eu estou!"

Lama atrai lama. E o resto?


"Últimas semanas da campanha eleitoral no Benfica têm descido ao nível da conversa de café. Entre demagogia, má propaganda e realidades distorcidas, tudo espremido parece muito pouco

E num sopro estamos a uma exata semana das eleições mais concorridas, disputadas e, muito provavelmente, participadas das últimas largas décadas no Benfica e que, por isso, justificavam outro ambiente entre candidatos. Nas últimas semanas, o tom de verdadeira conversa de café e de baixa qualidade tem pautado o dia a dia eleitoral, com o ponto mais baixo a culminar na exposição de rendimentos por parte de João Noronha Lopes para defesa da sua «honra e dignidade» depois de as ver, na sua ótica, atacadas por mais uma das campanhas de desinformação da luta comunicacional entre candidaturas.
O candidato da lista F e Rui Costa, à partida e confiando em sondagens, os dois que deverão disputar a eleição a 25 de outubro — ou a 8 de novembro, numa hipotética segunda volta —, têm trocado mimos e apontado o dedo um ao outro sobre quem começou com os ataques pessoais. Faz lembrar aquela frase 'quem diz é quem é' que todos usámos enquanto crianças, mas de adultos e candidatos à presidência de um dos grandes do futebol português espera-se mais.
Na verdade, a ordem cronológica da troca de galhardetes mostra que o nível começou a descer quando o Benfica, em comunicado, respondeu a Noronha Lopes depois de este ter levantado dúvidas sobre o Benfica District. Estávamos no final de julho, entretanto o ambiente serenou porque imperava a necessidade de a equipa entrar na época com o pé direito, nomeadamente no acesso à Champions, mas o copo voltou a transbordar e de forma diária. Não se prevê, sequer, que seja diferente até ao próximo sábado, o que é pena porque havia assuntos de sobra para o fazer, sobretudo olhando para o falhanço total que foi o mandato de Rui Costa.
Entre entrevistas, podcasts e atos de campanha na rua, o discurso do presidente das águias tem revelado pouca capacidade de reconhecimento dos muitos erros cometidos nos últimos quatro anos. Fazer de conta que, ao ter sido eleito presidente em 2021, foi vítima do trabalho que estava para trás, é querer esquecer que, entre 2008 e 2021, o mesmo Rui Costa foi diretor desportivo e administrador da SAD com responsabilidade direta no futebol. Se tudo estava assim tão mal e foi necessário virar o clube de pernas para o ar, de quem era a culpa desse estado de coisas? Quem é que construiu o tal plantel com 13 jogadores - que, na verdade, eram 9 - acima dos 30 anos e que pouco ou nenhum retorno financeiro deram? Pois.
Rui Costa foi eleito de forma esmagadora nas eleições de 2021 e mandou toda essa unanimidade pela janela, vendo-se agora em sério risco de sair pela porta pequena."

Benfica: vamos todos, mas todos, acabar com a 'maldição'!


"Benfiquistas, todos nós crescemos a ouvir falar da tal maldição de Béla Guttmann. Das cinco finais europeias perdidas. Daquela frase que ficou para a história, de que o Benfica não voltaria a ganhar na Europa durante cem anos. Mas, para quem viveu balneários como eu, sabe bem que o futebol não se ganha com maldições, ganha-se com trabalho, união e espírito de equipa. Foi isso que Guttmann quis dizer. Que o Benfica só voltaria a ser grande quando voltasse a ser uma verdadeira equipa, sem depender de uma estrela ou de um jogador salvador. O que muita gente esquece é que com Guttmann o Benfica foi campeão europeu mesmo sem Eusébio. E essa é uma lição importante. O Eusébio foi, é e será sempre o nosso Rei. Mas antes de Eusébio, o Benfica já era gigante. Ganhou a primeira Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1961 com José Águas, Santana, José Augusto, Mário Coluna, Germano, Mário João… todos a jogar com o coração. E foi essa mentalidade, esse espírito de grupo, essa união que fez do Benfica um clube temido em toda a Europa.
É isso que o Cristóvão Carvalho quer trazer de volta. Hoje vemos um Benfica com muita instabilidade. Mudam-se jogadores como quem muda de chuteiras. Todos os anos entram e saem meia dúzia de caras novas e o resultado é o mesmo. Vemos falta de rotinas, falta de balneário, falta de alma. E quem já esteve lá dentro sabe que uma equipa não se faz num dia. É preciso tempo, trabalho e confiança.
Quando o Cristóvão fala, percebe-se que ele entende isso. Ele fala de liderança, de estabilidade, de construir uma equipa que não dependa do vento das transferências. Uma equipa que jogue com alma, que entre em campo para ganhar e que sinta o peso do símbolo no peito.
O problema do Benfica não tem estado nos jogadores. Está na falta de rumo. Está na falta de um projeto pensado a longo prazo. Está em decisões tomadas ao sabor do momento, sem estratégia, sem plano. O futebol moderno é exigente. As grandes equipas da Europa ganham porque têm uma estrutura sólida, um modelo de jogo, uma cultura. É isso que o Benfica precisa de recuperar.
O Cristóvão Carvalho não vem com promessas fáceis nem com frases feitas para enganar os adeptos. Vem com uma ideia clara, a de devolver o Benfica aos benfiquistas. Fazer do clube uma casa de verdade, onde se pensa primeiro no relvado e depois nos negócios. Voltar a pôr o futebol no centro das decisões.
Eu, que vesti esta camisola e senti o que é jogar com o apoio da Luz cheia, sei que não há nada maior. Mas também sei que nada disso se conquista sem um grupo unido. Podemos ter uma equipa cheia de craques, pode haver talento, mas sem balneário, sem entreajuda, sem espírito de equipa, não há vitórias. O Cristóvão sabe disso e é por isso que acredito nele.
Ele quer devolver ao Benfica a mentalidade de campeão. A cultura de vitória. A exigência que sempre fez parte da nossa história. Fala de compromisso, de profissionalismo e de paixão. E é isso que faz falta.
Quando ouço o Cristóvão falar, vejo um benfiquista que sente o clube. Que quer ver o Benfica respeitado, forte, competitivo. Que quer ver a equipa a jogar com alegria, com garra, com chama. Que quer ver os adeptos outra vez de cabeça erguida.
Está na hora de deixarmos de lado a conversa da maldição. Isso não existe. O que existe é trabalho, dedicação e competência. É assim que se ganham campeonatos. É assim que se fazem equipas campeãs da Europa. O Benfica é demasiado grande para viver de saudades.
O Benfica nasceu para ganhar. E só voltará a ganhar se tiver estabilidade, um projeto e uma liderança forte. O Cristóvão tem isso. Tem visão, tem equipa, tem coragem.
Agora, falta o mais importante: estarmos todos juntos. Jogadores, adeptos, dirigentes, todos do mesmo lado. Porque o Benfica é isto. É união, é alma, é acreditar até ao fim.
Quando jogava, aprendi uma coisa muito simples, o Benfica nunca está derrotado enquanto houver um segundo para jogar. É essa mentalidade que temos de recuperar. Essa chama que faz de nós diferentes.
Por isso, deixo um apelo, que no dia 25 de outubro votem com o coração, mas também com a cabeça. Pensem no futuro do clube, naquilo que queremos ser. Pensem na história que temos e na responsabilidade de a honrar.
O Benfica precisa de voltar a ser o Benfica. Precisa de um rumo. Precisa de estabilidade. Precisa de alma. E eu acredito que o Cristóvão Carvalho é o homem certo para liderar esse caminho.
Porque o Benfica é o nosso amor, a nossa casa, a nossa vida.
Vale a pena acreditar.
E vale sempre a pena quando a alma é vermelha.
Pelo Benfica. Pelos benfiquistas."

Rola a Bola #44 - Nhoco Nhoco, e Barulho

BF: Ivan Lima poderá ser útil para Mourinho?

5 Minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Observador: E o Campeão é... - FC Porto vai dominar, mas Celoricense tem sonhos por cumprir

Gyokeres, o Arsenal e o banho de realidade


"«Disse-lhe, na nossa primeira reunião, que quero um 9 que consiga lidar com não marcar por seis ou oito jogos. Senão, teria de ir para outro lado. A pressão e a expectativa vão estar sempre lá.»
Mikel Arteta, treinador do Arsenal, sobre Viktor Gyokeres, em conferência de imprensa na última sexta-feira

Começa a parecer sina: os últimos leões que saíram de Alvalade para a Premier League têm sofrido, e muito, com a adaptação.
O rendimento, primeiro de Ruben Amorim, que já vai num ano de insucessos no Manchester United, e agora de Gyokeres, no Arsenal, tem estado muito aquém das expectativas — de quem os contratou, mas também dos portugueses, depois de os verem tomar de assalto a Liga cá do burgo.
Mas talvez não seja sina, em que não acredito, e também não me parece que seja adaptação, pelo menos no caso de Gyokeres, que já tinha jogado vários anos em Inglaterra. Acho, sobretudo, que é um tremendo banho de realidade.
Gyokeres, na época passada, fez 63 golos em 58 jogos, por clube e seleção. Na atual, leva três golos em 14 jogos e está há oito sem marcar. Mikel Arteta defendeu o sueco na conferência de ontem, dizendo que dá muito à equipa, mesmo quando não marca. Pode ser. Mas um ponta de lança não consegue viver sem golos...
Qual será o problema de Gyokeres no Arsenal? Algo parecido com o de Amorim em Manchester: a tremenda competitividade da liga inglesa, que não perdoa deslizes.
Em Portugal, o Sporting podia falhar duas oportunidades e três passes no último terço, tal o volume ofensivo que tinha; na Premier League, todos os jogos são no mínimo de Liga Europa, e tudo o que seja abaixo da perfeição é castigado. Têm, simplesmente, de aprender a viver com isso."

SportTV: Primeira Mão - 🏆 Está de volta a magia da Taça de Portugal!

Em frente na Taça de Portugal


"O Benfica apurou-se para a ronda seguinte da Taça de Portugal ao ter ganho, por 0-2, na deslocação a Chaves. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Merecido
Na opinião de José Mourinho, é "uma vitória merecida, justa e tranquila". O treinador do Benfica revela que "disse aos jogadores que as Taças são feitas de tomba-gigantes e do vencedor da Taça, tudo o resto ninguém se lembra. Este primeiro passo foi dado e diria que foi dado, até, com alguma tranquilidade".

2. Bis de Pavlidis
O avançado do Benfica considera que "os golos foram importantes e temos de continuar. Foi um bom desempenho. Queremos ganhar todos os jogos e, claro, continuar como hoje"

3. Estreia
Ivan Lima estreou-se oficialmente pela equipa A do Benfica.

4. Ângulo diferente
Veja, de outro ângulo, os dois golos marcados pelo Benfica ante o Chaves.

5. Últimos resultados
Além do triunfo, por 0-2, na visita ao Chaves, o Benfica ganhou, por 30-38, em andebol masculino, no reduto do Marítimo e, por 0-63, em râguebi feminino, na visita ao CR São Miguel.

6. Jogos do dia
Os Sub-23 recebem o Santa Clara às 13h00. Passadas duas horas, também no Benfica Campus, há desafio com o Sporting nos Sub-15.
Na Luz, o Benfica recebe o Imortal em basquetebol, às 17h00. Em hóquei em patins há deslocação a Valongo (18h30). No râguebi, embate com o Direito no Estádio Universitário de Lisboa (15h00).
Quanto a equipas femininas, receção ao PV Colégio Efanor na Luz, às 15h00, em voleibol, meias-finais da Taça Professor João Campelo de hóquei em patins com o Parede, na Parede (18h30) e visita ao Águias de Santa Marta em futsal (19h00).

7. Contrato renovado
Isaac Nader, campeão do mundo nos 1500 metros, continua de águia ao peito até 2028.

8. O sonho da Maria
Uma iniciativa conjunta do Futebol Feminino e da Fundação Benfica.

9. Chamadas internacionais
São cinco as atletas do Benfica integrantes na mais recente convocatória da seleção nacional feminina de futebol. A seleção nacional feminina Sub-17 convocou oito jogadoras do Benfica.

10. Em destaque
Os principais conteúdos e temas que marcam a agenda do Sport Lisboa e Benfica nas diferentes plataformas do Clube."

Tão diferentes, tão exemplares


"Ao longo dos anos, o futebol africano tem tentado, embora nem sempre com os melhores resultados, melhorar a sua competitividade, sobretudo quando em sede de fases finais de Mundiais, e em cotejo com seleções de outros recantos do globo.
Todos nos lembramos da excecional fornada dos Camarões, em 1990, deixando Itália e o planeta futebol em êxtase com a magia única de um conjunto de jogadores de eleição e de exportação, ou da Nigéria de 1998, entrando de rompante no Mundial de França, com uma vitória por 3-2 sobre a Espanha, em Nantes.
E, claro, mais recentemente, da prestação notável do país africano com melhor estrutura e organização no Mundial do Qatar, há três anos. Marrocos foi o exemplo de que a qualidade, quando bem orientada e aliada a uma crença inabalável, pode produzir resultados de excelência.
Aqui chegados, ressalto hoje a prestação de duas seleções nacionais na qualificação africana para o Mundial das Américas, com as diferenças entre ambas a colidirem numa festa e num reconhecimento global de quem gosta verdadeiramente de futebol.
Cabo Verde é o exemplo acabado de como uma estratégia de médio e longo prazo, em condições muito particulares e desafiantes, pode redundar em sucesso. Os tubarões azuis prometiam muito, de há anos a esta parte. Em rigor, desde a sua presença na fase final da Taça de África das Nações de 2013, na África do Sul, onde foram eliminados pelo Gana, em Durban, nos quartos de final, por 1-0.
O princípio de tudo radicou no estabelecimento de prioridades no desenvolvimento do futebol cabo-verdiano. Um arquipélago de dez ilhas (nove delas habitadas), o extremo sul da Macaronésia, com as inerentes dificuldades resultantes da dupla insularidade africana.
O trabalho de competência inegável de Mário Semedo, o presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol, teve na visão ampla e no arrojo dois argumentos de peso, e encontrou em Bubista (mas também em anteriores selecionadores do país, como Lúcio Antunes e Rui Águas), o respaldo técnico e a capacidade de entendimento necessários para seguir um trilho de despistagem de talentos e de acompanhamento de carreiras internacionais das principais figuras da seleção A do arquipélago.
Nem sempre a emergência de resultados é o caminho mais curto para o sucesso. Veja-se o caso da seleção de Angola (curiosamente acasalada no mesmo grupo de qualificação de Cabo Verde, Camarões, Líbia, Maurícias e Eswatini), e cuja pressão pública após uma bela prestação na CAN da Costa do Marfim (em janeiro e fevereiro de 2024), reforçada com uma grande campanha na qualificação para a CAN de Marrocos, em 2025, levou a que resultados menos bons no caminho para o Mundial-2026 suscitassem quase uma obrigação de substituição do selecionador Pedro Gonçalves.
Algo que, em boa verdade, foi sempre previsível após a assunção de Alves Simões como presidente da Federação Angolana de Futebol.
Ora, Cabo Verde deu o exemplo contrário: segurança à equipa técnica, condições muito próximas das ideais na preparação da qualificação para a Taça do Mundo da FIFA, espírito de grupo, absoluto envolvimento e apoio da massa de adeptos que sempre seguiu os tubarões azuis, e uma gradual melhoria da qualidade do jogo e, acima de tudo, um foco absoluto no grande objetivo.
Se me dissessem, há dez anos, que Cabo Verde estaria, em 2026, na fase final de um Mundial de futebol, não conseguiria evitar um sorriso complacente.
Pois aí estão eles, com o seu treinador Bubista em primeiro plano e com uma equipa — dos competentíssimos dirigentes a cada empenhado jogador — preparados para a estreia no principal rendez vous do planeta.
Planeamento, organização, método, qualidade na ação, criação de condições, inabalável e indestrutível espírito de grupo e de missão. Parece simples? Pois, mas não é, o que só valoriza ainda mais o extraordinário feito dos tubarões.
Noutro plano competitivo, mas com idênticos méritos estruturais, o apuramento (e regresso, 16 anos depois), da África do Sul ao Mundial é um case study. A PSL (Premier Soccer League) é, seguramente, a mais bem organizada liga profissional de futebol no continente africano, e dela emergem os principais valores dos bafana bafana. Foi assim na CAN marfinense, foi assim, também, na transpirada qualificação direta para o Mundial-2026.
Uma seleção em completo contraponto com a generalidade dos combinados africanos. A grande maioria dos jogadores atua na sua liga, no seu país, e são muitos poucos os casos de internacionais sul-africanos a jogarem no estrangeiro.
Trabalho de fundo, pensado e com o cunho de uma velha raposa, o belga Hugo Broos, que, aos 71 anos, consegue a proeza de apurar a seleção sul-africana para a competição das Américas do Norte e Central, sem invenções, mas com critério, com suporte da direção federativa, e com tempo — esse tão incompreendido quanto indispensável fator — para atingir o magno objetivo.
Poderão, Cabo Verde e África do Sul, disputar apenas três jogos na fase final do Mundial. Mas o principal objetivo, o grande feito e as incontornáveis lições aí estão, talvez para serem aproveitadas (se houver vontade, discernimento e capacidade) por dirigentes de outros países africanos — até de língua oficial portuguesa — habitualmente mais distraídos com viagens sucessivas ou agendas pessoais de difícil interpretação.

Cartão branco
A intenção da Federação Portuguesa de Futebol de fazer regressar o modelo de disputa dos encontros das meias-finais da Taça de Portugal a uma só mão é notícia apenas porque jamais essa fase da prova deveria ter passado a duas partidas. Num calendário cada vez mais compacto (e tendo aqui também em consideração compromissos de seleções nacionais) e considerando que, para equipas de menor dimensão que atinjam a antecâmara da final do Jamor, se torna muito mais apelativo jogar a meia-final em apenas 90 minutos, é do interesse de todos (e sobretudo da competição) que as meias-finais se realizem em jogo único. Ganha o futebol, ganhará, seguramente, a emoção, até porque se tornou ridículo termos os jogos das duas mãos , em alguns casos, separados por meses…

Cartão vermelho
Confesso que não gostei das reações do pai de Lamine Yamal após a atribuição (justíssima) da Bola de Ouro a Ousmane Dembélé. Dizer publicamente que Yamal era, de longe, o melhor jogador do planeta, não apenas é uma mentira, como foi profundamente deselegante e um péssimo exemplo dado pelo pai a um filho. Juntemos estes dados aos que nos surgem em relação ao comportamento social e pessoal do jovem jogador do Barcelona. Momentos criticáveis, presunção, vedetismo quanto-baste para percebermos que o rapaz não vai pelo melhor caminho. O Barcelona já percebeu, o mundo do futebol também."

Brasil: a hora do funil


"Quando, como o Brasil nesta Operação Ásia, se ganha um jogo por 5-0, à Coreia do Sul, e se perde outro, por 2-3, de virada, com o Japão, a conclusão que se pode tirar é que... não há conclusões a tirar.
Ou talvez haja: com apenas mais duas datas FIFA antes da escolha dos 26, chegou a hora de Carlo Ancelotti começar a estreitar, a afinar, a apontar, a limitar, a restringir e outros sinónimos de afunilar. Chegou, portanto, a hora do funil para o treinador — no italiano de Carletto, l’ora dell’imbuto.
Até agora, os canarinhos sob as ordens do italiano ganharam três vezes, empataram uma e perderam nas duas — Bolívia e Tóquio — em que o treinador decidiu mudar mais de meia equipa e testar as muitas soluções que tem ao dispor.
Aliás, entre quatro jogos a doer e dois particulares, Ancelotti já chamou 45 jogadores. É muita gente, até porque 19 deles, provavelmente mais, se ainda houver novas chamadas, como a do sempre enfermo Neymar, vão ficar necessariamente de fora.
Neste momento, a espinha dorsal do Brasil de Ancelotti tem só oito vértebras garantidas: Alisson na baliza, Marquinhos e Gabriel Magalhães na defesa, Casemiro e Bruno Guimarães, talvez Paquetá, no meio, Raphinha e Vinícius no ataque. Faltam os laterais e um atacante, provavelmente de referência, para formar um onze titular.
Se cavarmos mais nas convocatórias, Ederson deve ser o segundo guarda-redes, Militão opção para lateral conservador ou central e Martinelli, Estêvão e Rodrygo outros avançados móveis na calha. Eis metade, 13.
O terceiro guarda-redes está em aberto mas Bento aparece à frente — 14. Wesley, lateral-direito ofensivo da Roma, Alexsandro, sólido central do Lille, Carlos Augusto, seguro lateral-esquerdo do Inter, vêm sendo (quase) sempre chamados pelo selecionador. Dezassete. Faltam nove.
Beraldo e Léo Ortiz disputam a última vaga no eixo da defesa, 18, o veterano Danilo deve ser lembrado pela experiência, assim como o também flamenguista Alex Sandro, pelos mesmos motivos, 20. Ederson, Gomes, André, Joelinton, Andrey Santos, Jean Lucas ou Gerson dependem da forma nos clubes para sonhar com a reserva do trio Casemiro-Guimarães-Paquetá, 22.
Na posição 9, ou parecido, há Richarlison. E Matheus Cunha. Além de João Pedro. E de Igor Jesus. Todos de Premier League mas só uns dois, no máximo três, terão visto para a América do Norte, 25. Kaio Jorge goleador, até ver, do Brasileirão não cabe. Nem o craque Pedro… Já Luiz Henrique, explosivo, deve ser o último nome para as pontas e o 26.º e último da lista.
Se é suficiente para lutar pelo hexa, depende de Ancelotti conseguir ou não formar uma equipa. Para isso, precisa de afunilar. E já."

Como ser Kylian Mbappé

Vamos todos surfar a onda?


"Há uma miúda algarvia que concretizou o sonho de menina. Como gosta de dizer, para que outras meninas sigam os seus passos. No futuro, nesse mesmo futuro onde muitos dos que agora vão aparecer nas fotografias têm obrigação de continuar a estar, mesmo que o mar esteja 'flat'

Yolanda Hopkins não chegou sozinha ao circuito mundial de surf, não se tornou sozinha a primeira mulher portuguesa a entrar na elite. A algarvia, 27 anos, voou para o Brasil atrás de um sonho que há muito começou a construir.
Quando conseguiu um lugar nas meias-finais do Saquarema Pro, no Rio de Janeiro, prova das Challenger Series (CS) de acesso à Liga Mundial de Surf (WSL) garantiu os pontos necessários para assegurar uma das sete vagas que abrem as portas do Championship Tour (CT) mas também que, finalmente, o seu sonho se irá concretizar, provando que não foi construído em cima de castelos de areia.
Agora, parte da sua vida vai mudar.
Para melhor, seguramente, porque mesmo que vá sofrer, que muitas vezes não vença, lá diz o ditado quando não se ganha, aprende-se. Nunca se perde. E Yoyo sabem bem o que isso é.
Há uma semana na Ericeira, quando falámos, disse que tinha a certeza que era o seu ano e que o seu lugar era no CT. Mais do que palavras, mostrou-o em cima da prancha, onde tinha de ser. Agora, vai viver uma nova realidade, um mundo que, até hoje, somente Tiago Pires e Frederico Morais tinham experimentado com a bandeira de Portugal às costas, de continente em continente.
Durante os dias, vamos todos surfar esta onda, agarrados à Yolanda Hopkins. Mas, depois, será ela sozinha, com a sua bandeira e o encantador sotaque algarvio a desbravar mares, já antes navegados, mas onde, neste caso, há muito mais marinheiras do que marés.
Nessa altura, quando estiver sozinha num distante e longínquo canto do Mundo, continuemos todos a surfar a onda da Yolanda, cada um como puder e, já agora, quem puder com muito pois todo o apoio que conseguir será pouco.
A solidão do mar não é uma miragem com cheiro a maresia, é uma realidade exigente. Apesar do lado romântico que o surf encerra no imaginário da maioria, o alto rendimento para esta atleta olímpica é solitário, com pranchas às costas, longas viagens e a melhor concorrência do Mundo à sua espera.
O surf português está de parabéns; os dirigentes políticos, locais, governamentais que acreditaram numa modalidade que, há não muitos anos, era olhada de soslaio também; Frederico Teixeira, chefe de operações da Liga Mundial de Surf (WSL) para a Europa, África e Médio Oriente também porque seguramente não se esquece dos primeiros anos em que montava estacas no MEO Rip Curl.
Mas, sobretudo, a Yolanda está onde merece."

Raio-x ao segundo golo


"Antes de Sudakov, aquele espaço não existia para o Benfica. A equipa rodava a bola em jogo de andebol por fora do bloco dos adversários e nunca gerava movimentos que criassem desequilíbrios ali, em frente à área. Sudakov dá qualidade com e sem bola.
Não perceber isto e dizer, como já li por aí, que "depois dizem que o Sudakov fez uma assistência quando o golo é todo do Pavlidis" é ver futebol com dois gelados de morango e chocolate no meio dos olhos. Aquele golo nunca teria acontecido sem a qualidade e superior percepção do que é este jogo por parte do Sudakov. O ucraniano percebe rapidamente, e em todos os contextos, o que deve fazer para criar instabilidade nas chamadas entre-linhas.
Bastou um passe vertical de Barrenechea (muito bom nestes passes de ruptura; será interessante vê-lo à frente de Manu) para o Chaves abanar. E abanou porque o ucraniano gosta de percorrer a relva no espaço entre os médios e os defesas adversários, criando um desconforto que desposiciona o esqueleto inicial e o força a mexer-se e a criar caos. O resto é simples: receber bem e dar de imediato em Pavlidis, que adora este jogo mais de envolvimentos curtos - lindo como, mal passa, percebe que deve dar opção ao grego e apressa-se a correr para o meio.
Tal como todos os grandes jogadores, é pelo relvado e em rendilhado que se chega à baliza. Os meninos Schjelderup, Prestianni e Rego também são assim, também pensam assim. Por isso será tão importante saber utilizá-los bem e no contexto certo. Tal como um génio chamado Gonçalo Moreira que não sei o que está ainda a fazer na equipa B (mas sobre este craque falarei num texto só seu).
Pavlidis recebe já a saber o espaço que tem. E, ao contrário do que é seu hábito, porque adora envolver os colegas em mais um passe, em vez de criar a triangulação com o Sudakov, rematou. Inesperadamente, rematou. Como tinha feito na primeira parte no primeiro golo. E aqui parece-me que temos mão do Mourinho: muito provavelmente, o Mister já percebeu que o Pavlidis, ao contrário do que faz mais dentro da área em que é muito perdulário, tem um óptimo remate de meia-distâncIa.
Com a confiança do treinador, o grego soltou a perna e fez dois óptimos golos de fora da ára. Mas o Heorhyi da jogada foi outro."

PAVLIDIS RUMO AO JAMOR


"Chaves 0 - 2 BENFICA

Pré-jogo 1 - uma equipa da liga 2 fora de casa não é garantia de facilidades. Acresce que o Chaves, invicto esta época, é claro candidato à subida e tem um treinador - Filipe Martins - que sabe o que faz, sabe montar equipas. Hoje poupou alguns habituais titulares - o objetivo é claramente a subida...
Pré-jogo 2 - Benfica com poucas alterações, a menos esperada é a entrada de João Rego como titular. Veremos se joga numa ala - penso que Mourinho não o vê como ala - ou no apoio ao ponta-de-lança, posição em que gosta mais de jogar.
Pré-jogo 3 - estive em Chaves na última visita do Benfica, para a liga 22/23, e esse jogo não deixou saudades: perdemos um-zero e a crença na conquista da liga estremeceu um tanto. Hoje sem possibilidades de me deslocar a Trás-os-Montes.

BORA LÁ AO JOGO!
08' isto está para o morno, com o Chaves fechado lá trás, e eis se não quando o Pavlidis não vai de modas e manda de fora da área uma daquelas bombas sem hipóteses ao guarda-redes - que golo!!!
18' Pavlidis a mandar mais uma bomba... mas desta vez para as estrelas. E logo de seguida Lukebakio, beneficiando de uma abébia de um central deles, a obrigar o redes do Chaves a enorme defesa para canto. Sentenciar a eliminatória o mais cedo possível tem que ser o objetivo, terça há jogo muito duro e decisivo em Newcastle.
22' o Chaves a soltar-se e o jogo a ganhar mais interesse - com jogadas nos dois lados do campo, mais espaço, mais ritmo, mais perigo.
26' do marasmo saiu agora um bom remate que obrigou Samuel a defesa pelo seguro para canto, e depois, na sequência do canto, um erro que provocou calafrios na nossa baliza. Estranho porque o tenho visto tranquilíssimo sempre que é chamado a jogar. Vamos Samu!
38' Chaves é equipa claramente bem trabalhada por Filipe Martins. Mourinho não disse o que disse em conversa da treta. Tomem lá mais uma jogada de perigo deles...
40' se o árbitro não dá amarelo a faltas que, sem disputa de bola, têm como objetivo único travar jogadas de transição perigosas, está ali a fazer o quê? Lukebakio, com as suas explosões, tem sido a principal vítima desta cegueira do senhor do apito. E agora, sim, um amarelo por falta sobre o internacional belga - até que enfim!
46' Schjelderup no lugar de João Rego. Lesionou-se naquele lance dividido em que caiu de costas no final da primeira parte?
49' que bem que o Lukebakio aparece nas costas das defesas adversárias vindo da ala para o meio, desta vez se tivesse rececionado bem a bola tinha-se isolado, que desperdício!
55' convém que o Benfica acelere o jogo e marque mais um golo. Isto está longe de estar decidido, um-zero não dá segurança a ninguém e não dá jeito nenhum um prolongamento tendo em vista o jogo de terça-feira
57' mas que falta é esta sobre o António Silva que passa em claro ao árbitro? Penálti claríssimo, é dentro da área. Não há VAR, mas a falta é tão evidente que a não existência de VAR não legitima erro deste tamanho
60' Pavlidis quer acabar com isto, mas o redes deles está em dia sim - bela exibição, sim senhor!
62' vejo jogadores do Benfica a não entrarem com tudo em lances divididos. Já com a cabeça em Newcastle? Isto não costuma dar bom resultado
66' António a mostrar que continua em excelente momento de forma. Como foi na Seleção preterido ao tal Renato Veiga, que se farta de dar casas? Por mim, tudo bem, não corre o risco de se lesionar, mas a injustiça para com o jogador não desaparece
75' o Benfica esta época tem feito questão de equilibrar os jogos todos, tanto o faz em Stamford Bridge ou no Dragão, como o faz em Chaves. Lukebakio dá o lugar a Barreiro, poupança para Newcastle, maior segurança e pressão no meio campo. E o redes deles continua a brilhar a cada vez que a bola vai enquadrada
79' PA-VLI-DIS joga muito! Tratou, sozinho, de arrumar com o jogo, bisou agora mesmo numa jogada em que o tipo que lhe passou a bola vai aparecer com mais uma assistência nas estatísticas, mas ele é que fez tudo numa pura jogada de autor. És craque, mesmo!
89' Ivan Lima, em estreia absoluta, e João Veloso, de regresso à primeira equipa, o Benfica Campus em Chaves. Bem Mourinho a dar motivação aos jovens jogadores.
90+2' dever cumprido, pouco brilho, justiça feita rumo ao Jamor. Terça-feira há mais, outra vez fora de casa - já vamos em quatro seguidos -, fundamental ganhar em Newcastle.
E agora vou para o habitual programa das sextas-feiras no canal V+ - posição 12 ou 18 conforme o operador."

Quando não há quem pense fora da caixa, Pavlidis pensa fora da área e assim o Benfica segue na Taça de Portugal


"Foi a guerra de um grego contra os transmontanos. O bis de Pavlidis colocou o Benfica na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal. A vitória frente ao GD Chaves (0-2) não ficou isenta de uma complexidade pouco esperada frente a um adversário de escalão inferior que não se comportou como tal

O Benfica parece estar numa permanente luta contra a lógica, tendo as vitórias que lhe serem imposta perante a tamanha vontade demonstrada pelos encarnados em combaterem a ordem natural das coisas.
Os primeiros minutos da estreia dos encarnados na Taça de Portugal mostraram o filme que conhecemos: um conjunto da Primeira Liga a dominar um da Segunda, encostando-a às cordas. Sem revoluções num onze inicial a precisar de rotinas, o previsível era que a insistência se mantivesse. Porém, a matriz pouco competitiva da equipa de José Mourinho permitiu que esta competição que esbate hierarquias fizesse das suas. Um GD Chaves vigoroso fez peito ao Benfica mesmo que, no final, o espetáculo de um só homem tenha impedido os transmontanos de serem premiados.
Podia parecer cedo demais para se pensar na terceira parte do encontro. Entenda-se que, em região onde o fumeiro faz um conhecido trabalho, Pavlidis encheu-se de coragem, mas o gesto que executou foi um anti-chouriço. O grego fez uma rotunda por fora dos centrais e o remate ao canto da baliza do GD Chaves gerou um rasto de purpurinas. Um avançado que não deixa notas de elegância, deixa blocos inteiros. Perdoem-lhe a ameaça que causou à fauna voadora de Trás-os-Montes ao finalizar por cima um lance em que apareceu numa posição lateral que, em condições normais, não o impediria de visar a baliza.
Samuel Soares terá sido um dos maiores lesados pela saída de Bruno Lage. O ex-treinador do Benfica fez do internacional jovem português um segundo guarda-redes mais ativo do que o habitual. Com José Mourinho, o vencedor da Youth League em 2021/22 ainda não se tinha estreado. A desabituação ao jogo fê-lo não ter carapaça para a intranquilidade.
As luvas untadas deixaram escapar a bola para o molho de jogadores que, num canto, o GD Chaves colocou na pequena área a tentarem tramar o pioneiro guardião. Aquilo que se lhe pedia, aliviar a bola, não foi totalmente conseguido. Pelo menos, esta também não ficou totalmente ao alcance de Paulo Victor que foi vencido pela inércia do corpo e errou a deserta baliza.
O imperdoável desperdício de Lukebakio, isolado face a Marko Gudzulic, fez ricochete e atingiu o Benfica com uma substância anestesiante. O GD Chaves passou os primeiros minutos a ser dominado, mas começou a explorar as brechas. Kiko Pereira foi criterioso no cruzamento e o equivocado corte da defesa das águias aterrou em Paulo Victor que desperdiçou de novo.
A determinado momento José Mourinho pareceu querer proteger o Benfica de um novo arraso reputacional e defendeu-se ao retirar do campo aquele que seria o alvo mais fácil numa eventual emboscada de críticos. João Rego foi titular nos encarnados, condição que tinha tido unicamente na passada edição da Taça de Portugal.
Não foi por encurtar uma rara oportunidade dada ao médio de 20 anos que o Benfica cresceu. A equipa da Luz continuava a ter pouca noção de ritmo e era incapaz de ser egoísta, partilhando com os jogadores de Filipe Martins as interações com a bola.
Samuel Soares, em nova ação atabalhoada, evitou que o chapéu de Carraça o sobrevoasse por completo em novo sinal de vivacidade do GD Chaves. O Benfica estava a precisar de alguém que pensasse fora da caixa. Fora da caixa ou fora da área. De posições remotas, Pavlidis aumentou a vantagem num golo em que voltou a valer por si. A margem mais dilatada serviu para o Benfica dar ilusórias oportunidades a João Veloso e Ivan Lima.
José Mourinho bem queria que nesta 3.ª eliminatória da Taça de Portugal lhe tivesse calhado o Águias da Musgueira, o Oriental ou o Cultural da Pontinha, mas saiu-lhe o GD Chaves. Uma viagem ao topo do mapa pode causar questões logísticas, mas há problemas, nomeadamente os futebolísticos, que o Benfica leva para onde quer que vá."

Música de Vangelis no pé direito de Pavlidis


"Avançado grego do Benfica marcou os dois golos com remates de fora da área, fortes e colocados. Foi o maior destaque dos jogadores encarnados e, sejamos justos, talvez o único a merecê-lo...

Pavlidis (8)
A bola, cortada de forma deficiente por Muscat, foi parar ao pé direito do número 14 da Luz, que deu dois passos à frente e enviou-a para o fundo da baliza à guarda de Gudzulic. Excelente primeiro golo do grego. Tentou ainda algumas incursões durante o resto do primeiro tempo, mas sem êxito. Esteve pouco em jogo durante quase toda a segunda parte, mas, à entrada do minuto 80, recebeu um passe ligeiro de Sudakov e, tal como no golo inicial, rematou de fora da área e fez o 2-0. Não tocou muitas vezes na bola, mas foi, de forma clara, o homem do jogo. Sem o grego em campo, o Benfica ainda estaria em Chaves à procura de abrir o marcador. Pavlidis vale o seu peso em ouro. 

(4) Samuel Soares - Múltiplos pequenos erros que colocaram em perigo a sua baliza em bolas aéreas, falhando o soco ou deixando cair a bola. Bem melhor num remate de longe de Pedro Pinho, embora sem elevado grau de dificuldade. Segundo tempo mais sossegado.

(5) Dedic Seguro a defender e razoável a atacar. Não foi em Chaves o lateral que encantou os adeptos no arranque da temporada, rondando sempre a mediania.

(6) Tomás Araújo - Bem a desfazer uma bola mal socada por Samuel Soares e, pelo tempo fora, alguns bons cortes, mostrando que pode fazer boa dupla com António Silva no eixo da defesa.

(6) António SilvaExibição quase gémea da de Tomás Araújo. Bons cortes, alguns deles a evitar perigo maior junto de Samuel Soares, sendo que ainda sofreu falta para grande penalidade ao minuto 58.

(5) Dahl Não aqueceu nem arrefeceu. Continua sem encantar na lateral esquerda e desta vez, mesmo frente a adversário de escalão inferior, não deu nas vistas. Não foi à Seleção da Suécia, ficou no Seixal, mas apresentou-se sem grande ritmo em Chaves.

(5) Aursnes Não está ao nível que encantou os benfiquistas, agora jogando sobre a direita. Defendeu bem, mas foi menos influente a atacar a baliza do Chaves. Segue em busca de regressar ao melhor momento.

(6) BarrenecheaMais um cartão amarelo para a lista do médio argentino, mais uma exibição relativamente mediana a defender e bem mais espetacular a atacar, com um bom remate de longe defendido por Gudzulic a abrir a segunda parte e, sobretudo, grande desvio de cabeça, no último quarto de hora, para defesa muito apertada do guarda-redes do Chaves.

(6) Sudakov - Só se deu por ele quando teve a bola nos pés. Quando ela estava longe, parecia desfocado do jogo, não defendendo (ou defendendo mal) e não criando qualquer pressão sobre o portador da bola. Esteve, porém, diretamente envolvido nos dois golos do Benfica, sobretudo no segundo em que fez o passe (curtinho, é certo) para o remate fulgurante de Pavlidis.

(6) Lukebakio - Começou por tentar ir para cima dos adversários diretos, mas o primeiro momento de destaque foi num mau atraso na direção de António Silva, bem resolvido pelo capitão dos encarnados. Quase de seguida, aproveitou uma falha de um adversário, fugiu pela esquerda e, na área flaviense, rematou forte, mas contra o corpo de Gudzulic. Voltou a pôr à prova, pouco depois, o guarda-redes do Chaves, num remate de longe. Segundo tempo menos conseguido e acabaria substituído.

(3) João Rego Sem bola, ninguém brilha. E Rego, acima de muitos, precisa de bola para ser útil. Não a teve e sentiu dificuldades para entrar no jogo. Viu o cartão amarelo pouco antes da meia hora e, após intervalo, não reentrou.

(5) Schjelderup Entrou ao intervalo e esteve bem melhor do que João Rego. Tentou ir para cima dos adversários em velocidade, uma ou duas vezes as jogadas até lhe saíram bem, mas nada criou de muito perigo.

(5) Leandro Barreiro Substituiu Lukebakio quando o Benfica vencia apenas por 1-0 e ainda havia 15 minutos para jogar. Procurou equilibrar ainda mais o meio-campo e, embora cumprindo, não esteve em nenhum lance a merecer destaque.

(-) IvanovicSaltou para o onze a dez minutos do final e teve apenas um remate bloqueado pela defesa do Chaves.

(-) João Veloso Entrou aos 88’ e teve oportunidade para se mostrar mais um pouco a José Mourinho, depois de ter entrado, igualmente perto do fim, frente ao Gil Vicente. Sem tempo.

(-) Ivan Lima Estreia na equipa principal para o jovem (20 anos) da formação do Benfica. Entrou aos 88’, sem possibilidades de brilhar ou de falhar."

O jeito que dá um filósofo grego num Benfica de poucas ideias


"Pavlidis bisou em Chaves e conduziu os encarnados à próxima eliminatória da Taça de Portugal

Quatro jogadores da formação do Benfica no onze inicial é novidade da era José Mourinho, mas o jogo convidava. Uns chegaram tarde das seleções, outros estavam guardadinhos para Newcastle, onde terça-feira há jogo de capital importância para os encarnados, pois derrota significa condenar seriamente o apuramento para a fase seguinte da competição e, ao mesmo tempo, tramar Rui Costa na corrida pela reeleição no Benfica. 
Mas perder em Chaves e ser eliminado da Taça de Portugal também seria um presunto difícil de digerir para os encarnados, pelo que José Mourinho, como prometera na confererência de Imprensa, apresentou uma equipa que não estava para brincadeiras. Filipe Martins, treinador deste Barcelona de Trás-os-Montes, não desiludiu e mostrou também que estava em campo para assinalar o quilómetro 0 para o Jamor.
O Benfica ainda lutava, todavia, para impor-se quando, sem que algo de especial o justificasse, chegou ao golo. Minuto 8, intercepção deficiente de Muscat, bola sobrava para Pavlidis e golaço. Pé direito, bola cruzada, a aninhar-se na rede lateral esquerda da baliza flaviense.
O golo mais madrugador deste Benfica de Mourinho sugeria tranquilidade. Sugeria... Aos 12', Samuel Soares começou, pois, a mostrar nervoso miudinho, deixando escapar bola fácil, que deveria ter morrido entre as mãos. No instante seguinte segurou bola que nascia na cabeça de Pedro Pinho, mas era o Benfica que prosperava e aos minutos 18 e 19 ameaçava inclusivamente agravar as expectativas flavienses. Pavlidis, porém, errava o alvo e Lukebakio, isolado, permitia a defesa de Gudzulic, sérvio do Chaves.
Os equipamentos 'blaugrana' começavam então a justificar a alcunha e em dois minutos quase chegavam à igualdade: Samuel Soares, sempre ele, no melhor e no pior, primeiro desviando bola de Pedro Pinho, depois deixando escapar mais uma bola das mãos, que só por muita sorte não acabou nas redes da sua baliza. Até ao intervalo, Lukebakio (32') ainda aqueceu as mãos ao guardião do Chaves e Pau Victor errou a baliza encarnada por pouco.
José Mourinho estava avisado em relação às intenções do Chaves de Filipe Martins, que era visto com linha de cinco mas jogava como um 3x4x3, e decidiu mudar. João Rego, a surpresa do onze inicial, dava o lugar ao mais óbvio Schjelderup.
O jogo não estava bonito e ao minuto 56, o que parecia ser um ataque prometedor do Chaves, transformou-se, por falta de qualidade na saída, em ocasião para o Benfica, disparo de Enzo Barrenechea, nova defesa do guarda-redes. O Benfica não enchia as medidas, mas jogava perto da baliza do Chaves e aos 58' Kiko Pereira fez mesmo falta sobre António Silva para penálti, não considerada por David Silva. Não havendo VAR, no contra-ataque Samuel Soares impediu que o Chaves chegasse à igualdade.
As coisas aqueciam, Pavlidis tentava uma vez mais, mas dentro da área não ultrapassava Gudzulic. Era o minuto 61 e Schjelderup já fazia a diferença na esquerda. O extremo norueguês era a seta que incomodava os flavienses e quando estes arriscavam mais no meio-campo ofensivo do Benfica quase pagavam caro. Lukebakio não conseguiu transformar belo cruzamento de Schjelderup em golo, logo a seguir era Barrenechea a oferecer a Gudzulic a defesa da noite.
Adivinhava-se e chegaria. Mais um bom golo de fora da área do filósofo grego, que terminou aos 79' com o jejum da equipa, que vinha dos jogos com Chelsea e FC Porto, e confirmou que tem presença com fartura... fora da área. Benfica dá passo na direção do Jamor."

Análise: as virtudes e os defeitos da vitória do Benfica em Chaves


"Como jogou o Chaves
Expectativas elevadas para ver como Filipe Martins e José Mourinho iriam abordar o jogo, tendo em conta o momento e o contexto de ambas as equipas.
O treinador flaviense operou oito alterações no onze inicial, mantendo o habitual 1x3x4x3 como ponto de partida táctico.
Sem bola, montou a sua equipa para defender em bloco médio-baixo numa estrutura em 1x5x4x1.
A ideia seria não só controlar melhor a largura, procurando contrariar o jogo exterior encarnado, como também garantir coberturas defensivas compactas que não permitissem qualquer acesso a eventuais segundas bolas na defesa de cruzamentos.
Contudo, o plano inicial de Filipe Martins acabou por sofrer um duro revés quando, aos sete minutos, Pavlidis aproveitou a distração de Bruno Rodrigues (concedeu demasiado espaço ao avançado grego, que baixou entrelinhas para receber e rodar) para inaugurar o marcador com um remate forte e colocado.
A postura defensiva do Chaves não se alterou até ao minuto 20. A partir daí Filipe Martins alterou posicionamentos e comportamentos. A sua equipa passou a pressionar alto em 1x5x2x3, condicionando a Fase de Construção encarnada.
Graças a essa alteração estrutural e comportamental, o Chaves passou a recuperar mais bolas em meio-campo ofensivo, acabando por se aproximar com mais frequência junto da baliza de Samuel Soares.
Os alas passaram a estar mais projetados, os extremos passaram a estar mais por dentro e entrelinhas (algo bastante visto no Sporting de Rúben Amorim) e a equipa passou a ter mais soluções de ligação ofensiva (tanto por dentro como por fora).
Nesta fase do jogo e até ao final da primeira parte, faltou ao Chaves uma melhor definição nos últimos 30 metros para tirar partido de situações de vantagem posicional.

Como jogou o Benfica
O Benfica apresentou apenas três novidades no onze inicial: Samuel Soares na baliza, Tomás Araújo como defesa central e João Rego como extremo esquerdo no 1x4x3x3 idealizado por José Mourinho.
Em organização ofensiva, alguma variabilidade estrutural aquando da Fase de Construção por parte do Benfica: ora em 1x4x3x3 bem definido, ora em 1x2x3x2x3, ora ainda em 1x3x2x5.
Novidade maior no momento ofensivo do Benfica foram os posicionamentos de Lukebakio e João Rego ao longo de toda a etapa inicial aquando da Fase de Construção: ambos em largura máxima, sobre a linha lateral, procurando alargar ao máximo a linha defensiva de cinco do Chaves.
No entanto, os posicionamentos dos extremos encarnados nunca foram bem aproveitados, seja por ausência de apoios próximos para situações de 2vs2 ou 2vs1 ofensivo, seja pela inexistência (uma vez mais) de jogo interior.
Aliás, o Benfica sentiu sempre dificuldades para criar desequilíbrios sobre os corredores laterais. Sobre a esquerda por não haver vantagens sócio-afectiva (rotinas) entre Dahl e Rego; sobre a direita por falta de propensão ofensiva de Dedic e de maior mobilidade por parte de Lukebakio.
Ainda assim, os encarnados poderiam ter dilatado a vantagem no marcador até ao final da etapa inicial, quer através de Pavlidis, quer de Lukebakio.
A vantagem encarnada ao intervalo justificava-se, pese embora a baixa intensidade mental e física apresentada pelo Benfica no seu momento ofensivo.
A etapa complementar trouxe Schjelderup para o lugar de João Rego.
O norueguês, mais maduro e habituado às lides da equipa principal, acabou por ser o destaque maior dos encarnados na segunda metade do encontro.
Não tendo deslumbrado com acções individuais acima da média, Schjelderup potenciou as subidas em apoio e desequilíbrio por parte de Dahl.
O lateral sueco sentiu-se mais confortável com o norueguês em campo, o Benfica passou a utilizar o flanco esquerdo com maior regularidade e o momento ofensivo das águias passou a ser uma realidade nos três corredores (ainda que o corredor central continue a ser mais uma via basculatória do que um caminho a ser explorado com frequência).
Como consequência natural da nova dinâmica resultante da entrada de Schjelderup, e aproveitando o facto de o Chaves expor-se mais na procura do golo do empate, o Benfica construiu mais situações de aproximação às zonas de finalização na etapa complementar.
Não fosse algum desacerto no momento da definição e as boas intervenções do guardião flaviense, e o Benfica teria sentenciado a partida mais cedo.
Uma sentença que acabou por ser confirmada por Pavlidis, num lance criado pelo próprio e que demonstra a importância que tem na manobra ofensiva encarnada.
Até ao final, destaque apenas para a estreia do extremo Ivan Lima (20 anos) na equipa principal do Benfica.

Conclusão
Vitória justa do Benfica numa exibição q.b., com direito à gestão física e mental de Trubin, Richard Ríos e Otamendi.

MVP
Pavlidis"

Vinte e Um - Como eu vi - Chaves...

A Força da Técnica e a Técnica da Força: Chaves...

Terceiro Anel: Chaves...

BF: Chaves...

5 Minutos: Chaves...