Últimas indefectivações

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Submissão

" 'Nuno Gomes, no Sporting de Braga, vai dar uma bofetada de luva branca a Jorge Jesus, à Direcção do Benfica e aos adeptos desse clube'. A frase foi proferida por Mário Reis, treinador de futebol, actualmente no desemprego. Fica-lhe mal defender Nuno Gomes, de quem foi treinador, há mais de uma década, no Boavista? Claro que não. Já é deontologicamente reprovável que se refira ao colega Jorge Jesus e que envie uma mensagem roçando a provocação aos dirigentes nem benfiquistas e à massa adepta do nosso Clube.

Quando Fernando Gomes, bi-bota de Ouro do FC Porto, foi afastado do plantel azul, então com menos três anos que Nuno Gomes na actualidade, o que disse Mário Reis? Nada, rigorosamente nada. De resto, a Fernando Gomes, que veio a ingressar no Sporting, não foi proposto nenhum cargo na estrutura do seu antigo clube, ao invés do que o Benfica fez com o seu último capitão de equipa.

O episódio vale o que vale, mas diz muito da escandalosa subserviência, atá mesmo vassalagem, de muitos profissionais ao clube nortenho e a falta de respeito pela instituição Sport Lisboa e Benfica. Não há, decerto, quem não se recorde que tempos houve em que os treinadores, nas Antas, se escusavam a comemorar os golos das suas equipas frente ao FC Porto. Esse tempo terminou? Não, ainda não terminou. Subsistem vestígios, mesmo gritantes, daquele que foi o maior período de trevas do futebol nacional...

Só que pela boca morre... o lacaio. A tal cadeira de sonho, essa mesmo que André Villas-Boas dizia ocupar no Dragão e que o presidente da colectividade nortenha tanto enalteceu, não merece nenhuma referência a Mário Reis? Pouco importa. Pela mesma parte, até passarei a ser adepto do Chelsea, continuarei a querer que o FC Porto perca e não me cansarei de dizer que a grandeza do Benfica dá para tudo, até para ouvir recados que soam a encomenda ou faltas de consideração de alguns profissionais da bola submissos a conhecidos e velhos ditames."


João Malheiro, in O Benfica

Objectivamente (avaliações)

"Antes do início da competição, os clubes, através da Liga Profissional, vão tentar regulamentar alguns aspectos considerados primordiais para o bom ambiente competitivo que se pede há muitos anos em Portugal.

Primeiro, a avaliação dos árbitros com ajuda das câmaras de televisão, passando o papel dos observadores para segundo plano, o que, decerto, irá gerar grandes convulsões por causa dos que há muitos anos dominam o «pelouro». Depois, os castigos aos clubes cujos adeptos tenham a hábito de mandar garrafas, bolas de golfe, telemóveis, fruta, etc para os jogadores adversários e para o relvado. Os castigos propostos são interdições duras que poderiam, de certa forma, copiar o que a UEFA e a FIFA fazem sempre que há situações semelhantes.

Vamos ver se há coragem para tomar medidas.

Para já há algumas reacções que não são de estranhar, caso de actuais e antigos dirigentes de árbitros que acham a avaliação rigorosa demais, uma vez que acaba a «Subjectividade» da avaliação. Também acho que sim. Mas é precisamente para acabarmos com os líricos do futebol que é necessário haver cada vez mais rigor! Que interessa a subjectividade e o erro desculpável se os beneficiados pelos erros e subjectividade são sempre os mesmos? Basta ver quem beneficiou mais com estes factores nos últimos 30 anos...

Depois, vêm as alegações sobre a falta de meios. Que deveriam ser filmados todos os jogos da 1.ª e 2.ª Ligas o que tornaria insuportável o custo! Claro que todas as desculpas servem para manter tudo na mesma. O importante é manter tudo igual. É retardar a alteração de estatutos da FPF como o fizeram as Associações durante anos e agora é deixar tudo como está na Liga...

Mesmo que se faça qualquer coisa, como provavelmente acontecerá, uma coisa já está garantida: Para esta época não é! Só para o ano! Fica tudo na mesma como a lesma!"


João Diogo, in O Benfica


PS: Não é habitual, mas desta vez parece-me que o João Diogo está a ser ingénuo!!! Avaliar árbitros através da televisão não garante, notas justas. Basta recordar a expulsão do Javi em Braga. O observador considerou um erro da equipa de arbitragem (bem), e após o visionamento a CA mudou de opinião, e o observador foi 'castigado'(mal)... E em relação às interdições dos Estádios, com o actual CD da Liga, e o actual CJ da FPF, o único Clube em 'risco' de ser castigado é o Benfica...!!!

Não existe regulamento que resista à canalhice das pessoas!!!

Já assisti a um curioso documentário, onde colocaram um número determinado de pessoas a assistir a um pequeno filme, mudo, por 2 vezes!!! No primeiro visionamento colocaram uma banda sonora romântica, e no final perguntaram ao grupo de controle para fazer a critica do filme. No segundo visionamento, com exactamente as mesmas imagens, mas com uma banda sonora diferente, desta vez um tema mais próximo do suspense, voltaram a questionar os espectadores, e as respostas foram completamente diferentes...!!!

É um perfeito exemplo daquilo que passa em Portugal, basta pôr um avençado qualquer a debitar disparates, durante um jogo, chamar outro idiota para comentar o jogo, e facilmente cria-se uma realidade alternativa...

O que vale uma águia

"Suponho que ainda se encontra em cartaz um filme intitulado 'A Águia da Nona Legião'. A acção decorre no século III depois de Cristo, quando Adriano era imperador. Um oficial de alta patente o exército de Roma, de apelido Aquila, decide partir para as inóspitas terras da Bretanha para recuperar a águia que servia de símbolo à Nona Legião e que caíra nas mãos do inimigo quando a legião comandada por seu pai foi derrotada duas décadas antes.

Trata-se, pois, de um filme de acção que, em vez de se passar nas ruas de Nova York ou de los Angeles, tem como cenário o ambiente agreste de um território que os romanos nunca conseguiram dominar totalmente, devido à combatividade e forte sentido de resistência dos povos autóctones.

Acompanhado por um escravo, Aquila, herói do filme, tudo faz para recuperar a águia e limpar a honra do seu pai, derrotado com mais cinco mil homens durante uma campanha de rara violência.

Adiante-se, sem pormenores que podem retirar ao leitor o interesse em ver o filme, que o desígnio do bravo oficial romano é atingido e a águia de ouro regressa às mãos de Roma, ficando assim restaurada a honra de uma família digna e sempre devotada ao serviço do império.

Perguntará o leitor: o que tem o enredo desta longa-metragem a ver com os temas realmente escolhidos para estas crónicas. Na realidade, tem tudo e não tem nada. Tem, acima de tudo, o inquestionável valor simbólico. Um homem faz tudo para recuperar uma águia de ouro, símbolo de uma legião, e essa águia é, no fundo, o prémio, o título e o consolo para quem se bate por valores e por princípios, começando pela própria honra pessoal e familiar.

É com esse espírito que é preciso começar a nova época, seja a águia a da Nona Legião ou da temporada 2011/12. Quem não persegue objectivos dignos e exaltantes, limita-se a viver para cumprir calendário. O exemplo de Aquila deve estar bem presente na Luz nos tempos que se aproximam. Porque é assim que se deve estar na vida."


José Jorge Letria, in O Benfica

O tempo certo

"Façamos um pouco de história. Em 2003-2004 Luisão chegou ao plantel benfiquista com três rondas já decorridas, demorando algum tempo (e alguns pontos) a adaptar-se. Em 2005-2006 chegaram Miccoli e Karagounis sobre o fecho do mercado, já o Benfica tinha perdido cinco pontos. No ano seguinte foi o “fica-não fica” de Simão Sabrosa até ao último dia de inscrições, com consequências no modelo de jogo adoptado por Fernando Santos, e com cinco pontos perdidos nos primeiros quatro jogos. Em 2007-2008 saíram Simão e Manuel Fernandes às portas da primeira jornada, entrando Cristian Rodriguez e Maxi Pereira, com o Campeonato em andamento, e já com quatro pontos desperdiçados. Em 2008-2009 saiu Petit e entrou Reyes em pleno Agosto, e mais tarde ainda chegaria David Suazo, quando já tinham voado quatro pontos. Em 2010-2011, chegou tardiamente Sálvio para colmatar a também tardia saída de Ramires, e no dia em que o argentino se estreou estávamos já a seis pontos de distância do primeiro lugar.
Se repararmos bem, nestes últimos tempos, apenas em duas temporadas o plantel benfiquista ficou definido atempadamente: 2004-2005 e 2009-2010. Em ambas entramos muito bem no Campeonato (treze pontos nos primeiros cinco jogos), em ambas nos viríamos a sagrar campeões.
Devido a uma anacrónica calendarização, a Liga Portuguesa começa a jogar-se algumas semanas antes do fecho do mercado de transferências – cuja data está em sintonia com os ricos campeonatos espanhóis e italiano, que só têm início em Setembro. Esse é um problema que tem afectado de forma significativa o Benfica, que raramente tem conseguido evitar uma indefinição bem para lá dos limites do desejável.
Dizem todas as estatísticas que o campeonato português se decide, por norma, nas primeiras jornadas. Nessas, o Benfica entra muitas vezes desfalcado, indefinido e à procura de uma equipa tipo. Quando a encontra, lá para Novembro ou Dezembro, quase sempre já vai tarde. Quantas vezes não vimos nós este filme? Quantas desilusões não sofremos já com ele?
No âmbito da identificação de factores a melhorar no futebol do nosso clube, creio que um redobrado cuidado com este tipo de situação é aspecto a ter em conta. Os timings de construção de uma equipa ganhadora não são, de todo, coisa de somenos. Planear uma temporada com o plantel fechado, com todas as unidades devidamente distribuídas, é o primeiro passo para o sucesso dos meses seguintes.
Como a história recente nos tem ensinado, não basta colocar um novo jogador (por maior que seja a sua qualidade) no lugar de quem sai (e, como é óbvio, só se vendem os bons) para que a máquina colectiva continue a carburar sem falhas – é preciso tempo de adaptação, mecanização, e automatismos, coisas que não se conseguem de um dia para outro, nem de uma semana para outra, nem de um mês para outro, nem, por vezes, de um ano para outro.
É verdade que um clube de um país periférico, como o nosso, está limitado nas suas acções de mercado, dependendo muitas vezes dos ritmos e vontades de terceiros. A forma de contrariar essa dependência passa por um planeamento rigoroso de todas essas acções, de modo a diminuir, ao mínimo, o grau de incerteza com que se iniciam os trabalhos. Seria desejável que, a cada época, no máximo em finais de Julho, tudo estivesse absolutamente definido. Sei que isto é muito mais fácil de dizer, ou de escrever, do que de levar à prática, particularmente num mundo onde as pressões (para vender, para comprar, para manter) surgem de todos os lados, e com crescente vigor à medida que as janelas de mercado se aproximam do fecho. Mas é precisamente nesses tabuleiros que se joga o êxito das operações, das temporadas, e, consequentemente, dos próprios clubes. É esse um dos nossos desafios.
Sendo os mercados de destino condicionados externamente, a lógica a privilegiar deve ser a de, tanto quanto possível, decidir previamente quem vender, e encontrar antecipadamente alternativas que tornem essas saídas indolores, e inconsequentes na harmonia colectiva da equipa. É essa ideia - a de um fio condutor, a da máquina continuamente ligada a que nunca podem faltar peças - que deve presidir à nossa gestão desportiva.
Uma equipa de futebol é um todo, é um conjunto, e também uma identidade. Se lhe retiramos uma parte, e só depois tentamos substituí-la, perdemos tempo, perdemos ritmo, e damos avanço aos rivais. Se isso acontece com duas ou três partes, temos a máquina empenada, e os trabalhos fortemente condicionados. Se tal sucede tardiamente, temos as ambições de uma temporada irremediavelmente comprometidas.
Num momento em que se define o plantel encarnado, e numa pré-época complicada, que envolve Copa América, Mundial de Sub-20, e pré-eliminatória da Liga dos Campeões, seria importante que esta perspectiva não fosse de modo algum ignorada, pois os riscos que pendem sobre nós são enormes. Estando o principal adversário obrigado a reconfigurar-se, a nossa vantagem poderá residir precisamente na estabilidade. Não a podemos desperdiçar. E não podemos falhar."


Luís Fialho, in O Benfica

Coentrão em Madrid -- UPDATE--

Coentrão já está em madrid. E irá ser 30 Mlh€, até aqui OK, mas iremos esperar pelas próximas noticias sobre: Garay
e empréstimo do Drenthe .
No caso do Drenthe desconfio da sua capacidade de evitar as noites em excesso!!! em detrimento do treino, mas ...

Eu preferia 20 M a pronto + Garay e 5 M em Dezembro.