Últimas indefectivações

sábado, 11 de outubro de 2025

Comunicado da Mesa da Assembleia Geral


"Finalizado o prazo de apresentação das candidaturas aos Órgãos Sociais do Sport Lisboa e Benfica e à Comissão de Remunerações, a Mesa da Assembleia Geral comunica o seguinte:
1.º Foram entregues 7 listas aos Órgãos Sociais do Sport Lisboa e Benfica – apresentadas pelos sócios João Ferreira Leite (Mesa), Martim Mayer (todos os Órgãos), João Diogo Manteigas (Direção e Conselho Fiscal), Cristóvão Carvalho (Direção), Luís Filipe Vieira (todos os Órgãos), João Noronha Lopes (todos os Órgãos) e Rui Costa (todos os Órgãos);
2.º À Comissão de Remunerações foram apresentadas, ainda, 4 listas, associadas às candidaturas de Martim Mayer, Luís Filipe Vieira, João Noronha Lopes e Rui Costa.
3.º ⁠⁠Assim que for verificada a regularidade das mesmas e, ou, a correção de eventuais vícios ou erros materiais, a Mesa da Assembleia Geral publicará as Listas, os candidatos e os procedimentos estatutários subsequentes, dando-se início à campanha."

Problemas!!!


"Para o Ministério Público o PROBLEMA SÃO OS 0,07M€ DE CONTI!
Em setembro de 2024 o Guimarães vendeu o Ricardo Mangas diretamente ao Spartak Moscovo - Moscovo é Rússia - por 2 milhões de euros, mais objetivos, mais parte de futura venda. Diz-se que já recebeu esse dinheiro. Não interessou ao Ministério Público.
Em agosto deste ano o Sporting adquiriu Ricardo Mangas diretamente ao Spartak Moscovo - Moscovo é Rússia - por 300 mil euros. Não interessou ao Ministério Publico.
Se há truques financeiros, "due deligences" ou encontros de contas entre várias partes para enganar as restrições, isso não muda o essencial da questão: a venda e a compra feitas diretamente a um clube russo envolvendo valores.
Ao Ministério Público só interessa o Benfica, que neste caso até é apanhado por tabela com um recebimento por uma venda do Lokomotiv."

Abram os olhos!


"Que sequência engraçada…depois digam que não tenho razão!
Espero que Mourinho lhes cante uma canção, porque o que lhe estão a fazer é exatamente o mesmo que fizeram o Jorge Jesus, Rui Vitória, Bruno Lage…sem tirar nem por!

Talvez fosse altura dos Benfiquistas perceberem quem está por trás da criação destas narrativas e da poluição da mente dos benfiquistas…andem um pouco nas redes sociais e analisem quem está sempre pronto a atacar o nosso treinador desde o primeiro minuto em que ele foi falado para o clube, quem o ataca nas TVs, quem não queriam que ele viesse e ficássemos sem treinador até na melhor das hipóteses 26 de outubro ou 9 de Novembro!

Vão perceber muita coisa!
Abram os olhos!"

Eleições...


"Quando comuniquei que iria votar em branco não foi por acaso, foi por muito do que assistimos hoje nas TV’s.
Rui Costa tem um problema de base, falta-lhe pulso, falta-lhe sangue na guelra para este combate sujo, porque uma coisa é sermos jogadores da bola, outros é descermos a este nível de não olhar a meios para atingir os fins, isso não é fácil de aprender a quem não o é na sua génese, digamos assim, quem não nasceu para ser um f….dificilmente o conseguirá ser…
No outro lado o que temos???
Noronha Lopes, tem exatamente tudo aquilo que Rui Costa não tem ao nível da filha da…. Andou anos a jogar sujo, desde 2020 que se alimentou num exército de “voluntários”, na sua maioria jovens, que o maior sofrimento deles foi perder finais europeias e um Penta, que falam do “Vietnam Benfiquista” como se fizessem puta ideia do que isso é. Representa o pior do benfiquismo, mas há que fosse na cantiga…infelizmente é assim!
João Diogo Manteigas, parecia ser o mais bem preparado, o problema é quando se começa a cheirar a poder, aí começa a revelar-se e a mostrar o que é a sua génese, mais um que não olha a meios para atingir os fins, a última AG foi só um exemplo puro do que ali está, divisionismo, sectarismo, e muito mal acompanhado!
Martim Mayer, vem em crescendo, começou muito preso em tudo, parecia demasiado teatral, veio a crescer e a ganhar à vontade em tudo, nos temas, na equipa, na comunicação, mas parece-me que também é demasiado bom coração para estas andanças, era o único que levaria os meus parcos votos…veremos como continua a crescer…
Cristóvão Carvalho…nem consigo formar opinião sobre, há sempre alguém assim em todas as eleições, faz o seu papel.
Luís Filipe Vieira, fui seu apoiante, reconheço a sua obra, sim o tal Vieirismo que nos deixou um estádio, academia, museu, e títulos, por muito que isso lhes doa, isto é o VIEIRISMO, mas, e coloco um MAS grande, o seu tempo já passou, acabou é passado, deveria colocar-se à disposição de futuros presidentes e ajudar no que fosse possível e não tentar o regresso aos palcos, logo por aí está totalmente afastado da minha órbita de decisão.
Tenho pena, muita pena que num universo de 350 mil sócios votantes o melhor que tenha só conseguido arranjar tenha sido o que temos para votar…mas é o que é, há que apoiar quem for eleito pela maioria dos sócios e RESPEITAR ESSA DECISÃO, é o que farei, mesmo que elejam um crapula como João Noronha Lopes, porque até esse será o meu presidente se for eleito!
É uma diferença muito grande dos que batem no peito e se dizem mais benfiquistas do que os demais!
Viva o Benfica!"

Pizzi...


"Nas últimas 24 horas vi uma série de publicações com a foto do Pizzi, mas o que eu não vi, não li e não ouvi foi, da parte da totalidade dos que fizeram tais publicações uma coisa, uma coisa simples…
Um pedido de desculpas por todos os ataques que lhe fizeram nos anos em que ele honrou a nossa camisola, nos anos em que dentro das suas limitações, nunca virou a cara à luta, foi, amplamente acusado, por estes que agora recorrem à sua figura como elemento de propaganda eleitoral acusado de destabilizador, de “fazedor de camas” de mau profissional!
Algo que nunca o foi!
Sinto vergonha alheia por aquilo que lhe fizeram naqueles tempos um pouco por todas as redes sociais, mas sinto ainda mais nojo que agora, ignorando tudo o que fizeram, todos os assobios que lhe dirigiram, todas as ofensas escritas e verbais enquanto ele dava o litro por nós, lá dentro, no palco dos sonhos, o usem para atacar outro!
Era o “fechar ciclos”, uma espécie de “mudanças climáticas” do Benfica, serve para tudo e mais alguma coisa!
A Pizzi a minha vénia, foi um grande capitão e um ganhador, ao nível daqueles dos anos 60…porque não há muitos com um palmares como o dele no nosso clube!
Ligas Portuguesas: 4
Taça de Portugal: 1
Supertaças Cândido de Oliveira: 3
Taças da Liga: 2
Foi este o espólio que ele deixou, ou ajudou a deixar no nosso museu!
Além dos golos e assistências!
A Pizzi, o meu OBRIGADO POR TERES VESTIDO E HONRADO O MANTO SAGRADO!"

Um "bom negócio", diz o Presidente da Câmara do Porto!! 😏

Os contribuintes pagam...

Agora só depende dos sócios 🙏

5 Minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Mundial 2026: qualificados, surpresas e os grandes nomes em risco

Observador: E o Campeão é... - Mundial 2026: qualificados, surpresas e os grandes nomes em risco

Observador: Três Toques - O apartheid. Na mesa ou no campo?

SportTV: Primeira Mão - Cabo verde perto de um apuramento histórico e Reecontros na Arábia 😳

A Verdade do Tadeia - Sexta-feira a 3 #4 - A multipropriedade

Throne: Inside the WILD World of Portugal’s Lower Leagues

Bastidores: Unfiltered | Juventus FC 2-1 SL Benfica | Liga dos Campeões Feminina da UEFA

Benfica: cabeça fria em campo quente


"O último domingo foi dia de clássico FC Porto-Benfica. A expectativa era grande. Estes jogos carregam sempre um peso especial, mexem com nervos e paixões e têm a estranha capacidade de dividir semanas em duas: o antes e o depois. Confesso que pairava sobre mim um misto de sensações. Por um lado, a oportunidade de vencer no Dragão, encurtar distâncias no campeonato, elevar a confiança da equipa e acreditar que essa confiança faria esquecer o peso das pernas cansadas de um calendário implacável. Por outro, a sensação de que este não era o momento ideal. Um clássico pede frescura, pede energia, pede força mental e física. E desta vez sabíamos que era muito difícil que isso acontecesse.
Um jogo desta importância raramente chega na altura certa, mas desta vez o calendário parecia ter sido cruel. Não houve tempo para recuperar, não houve tempo para treinar, não houve sequer tempo para respirar. O Benfica tem vivido um ciclo frenético, jogo atrás de jogo, viagem atrás de viagem, uma sucessão de esforços que consome qualquer equipa. Este é o lado cruel de um futebol que se deixou capturar pelas exigências da televisão e pelos interesses de quem manda no negócio. O calendário já não é desenhado para os jogadores ou para as equipas, mas para satisfazer contratos milionários que compram horários, audiências e patrocínios. As grelhas televisivas passaram a ditar as regras.
É o paradoxo do futebol moderno: nunca houve tanto dinheiro e, ao mesmo tempo, nunca houve tanto risco de perder a essência. Nunca se falou tanto em cuidar dos atletas, mas nunca lhes tinha sido pedido tanto.
Mesmo não concordando com este modelo, as regras estão definidas. E cabe aos responsáveis geri-las da melhor forma, com inteligência e frieza. Foi isso que fez José Mourinho. Não é minha intenção aqui fazer uma análise tática detalhada sobre o jogo, essa já foi dissecada até à exaustão por outros, mas não posso deixar de sublinhar a forma como o treinador percebeu o estado da equipa. Mourinho, que conhece como poucos os labirintos do futebol, entendeu que o Benfica não tinha pernas para entrar no Dragão à procura de um jogo épico. Optou por outra coisa: pragmatismo. Um plano frio, calculado, que garantisse equilíbrio e que permitisse sair de um campo sempre hostil com a equipa viva.
E foi exatamente isso que aconteceu. O Benfica resistiu quando teve de resistir, soube sofrer quando foi inevitável sofrer. Não foi o jogo do brilho, foi o jogo da sobrevivência. E às vezes, antes de vencer, é preciso sobreviver.
O jogo não ficará para a história. Não teve golos épicos, não teve reviravoltas cinematográficas. Mas teve a marca de um treinador. A crítica fácil dirá que o Benfica podia ter arriscado mais, que podia ter ido à procura da glória. Mas quem acompanha o dia a dia percebe que este foi um daqueles momentos em que a prudência foi a maior das virtudes. O risco maior teria sido não reconhecer as limitações do momento. Mourinho mostrou experiência e frieza. A sua grande vitória não foi tática, foi estratégica: soube colocar a equipa a jogar de acordo com aquilo que ela podia dar e não com aquilo que nós, adeptos, sonhávamos ver.
E aqui entra outra dimensão do clássico: o coração. O coração do adepto pede sempre mais, pede sempre a vitória, pede sempre o golo que nos levanta da cadeira. Mas o coração, sozinho, não ganha campeonatos. É preciso também cabeça. E foi isso que Mourinho trouxe: cabeça fria, capacidade de encaixar o que o jogo oferecia, sem nunca perder de vista o essencial.
Um empate nunca terá o sabor de uma vitória. E no Benfica não se celebram empates. Não falo de celebrar. Falo de sobreviver. Sobreviver a este ciclo de jogos infernal. Foi um clássico diferente, menos épico, menos apaixonante, mas não menos importante.
E talvez seja aqui que se perceba melhor o que Mourinho acrescenta como poucos treinadores poderiam acrescentar ao Benfica. Com ele, o clube ganhou não apenas um treinador, mas um estratega. Alguém que entende que cada jogo tem o seu tempo, que nem sempre se pode jogar ao ataque, que às vezes é preciso esperar. Mourinho trouxe intensidade, mas também trouxe cálculo. Trouxe paixão, mas também trouxe racionalidade. E esse equilíbrio pode ser a chave para o que vem aí.
Porque o campeonato não se decide num jogo. Decide-se numa maratona. E nesta maratona, o Benfica mostrou no Dragão que sabe correr devagar quando é preciso, que sabe gerir forças, que sabe sobreviver. Às vezes, sobreviver é o primeiro passo para vencer.
Para finalizar esta crónica deixo umas palavras sobre a última Assembleia Geral do Benfica. As Assembleias Gerais do clube sempre foram palco de paixão. Mas uma paixão sem espírito democrático rapidamente se transforma em ruído, e o que aconteceu na última sessão é exemplo disso mesmo.
Uma Assembleia Geral não pode ser confundida com um comício eleitoral. A Assembleia é para discutir contas, regulamentos, estatutos, o presente e o futuro do Benfica. Misturar isso com a campanha eleitoral foi um erro que prejudica a imagem do clube e que só alimenta divisões.
Os candidatos a presidente, mais do que ninguém, devem dar o exemplo nestas alturas. São eles que aspiram a liderar o clube, e é deles que se espera uma postura de responsabilidade, de contenção e de respeito. Se a campanha é, por natureza, propícia a discursos inflamados e a ambientes mais quentes, então é precisamente aí que é preciso mostrar a frieza que distingue líderes."

Você tem uma nova mensagem!


"A opinião, mesmo sustentada, tornou-se campo de guerra e não de debate. Só que a desinformação nasce também de quem devia informar e, como tal, o futebol vive cercado pelo ruído

Quem escreve ou emite opinião publicamente enquanto género jornalístico sabe (ou deveria saber) que esta só será considerada válida e inteligente por quem a ler ou ouvir se coincidir com a conjetura deste sobre o mesmo assunto. Poucos querem realmente saber o que os demais acham. Quase todos querem que lhes digam que têm razão. Confesso que isso raramente comigo acontece porque não gosto de consensos e, sobretudo, fujo de tudo o que me pareça demasiado redutor. Ao longo de 28 anos de profissão, as minhas ideias sempre estiveram expostas aos comentários das pessoas, bem como acessível esteve o meu endereço de email, não fosse perder um desafiante intercâmbio de ideias. Nunca houve, no entanto, grande expetativa e, sim, tem piorado com o tempo.
Raros foram os casos em que me chegou algo realmente interessante e útil, que pudesse abrir portas a uma relação mais profunda e ultrapassasse o habitual abrir, ler e apagar. Duvido que algum email tenha sido algo mais que básico, entre a maioria que era sobretudo ofensiva e que colocava em causa o habitual: a minha imparcialidade, idoneidade e até moralidade. Nunca foram muito criativos, brilhantes ou inteligentes, apesar de toda a minha vontade em encontrar algo para lá do vernáculo. Calculo que talvez já só existam nos itens enviados de quem se deu ao trabalho por tão pouco, mas nunca limpa a sua caixa de correio.
Não sei porquê, porém sempre achei que a culpa da desinformação é muito também de quem informa. A iliteracia futebolística não deve deixar impune quem fala e escreve sobre futebol. Reparem. Nós mudámos o léxico, criámos palavras e expressões novas, umas mais interessantes do que outras, é verdade, contudo os nossos leitores sabem o mesmo ou ainda menos do que os seus antepassados conseguiam elaborar. Mas deixem-me acreditar que nós conhecemos mais. Porque temos de conhecer. Porque lemos mais. Vemos mais. Interpretamos a toda a hora. Se calhar até o respiramos mais. O futebol. E, se não for assim, entre bolas descobertas, transições, contramovimentos, dinâmicas de terceiro homem, extremos e laterais invertidos e pressão e contrapressão, entregamos o nosso melhor para explicar o que vemos, com a sensibilidade e o jeito de cada um. Aí entra o inegociável: a nossa consciência. A consciência de que estamos a escrever ou a contar o mundo, neste caso um jogo de futebol, noutros uma história ou uma notícia importante, da forma como realmente o vemos.
Os adeptos, convenhamos. não podem saber mais do que sabem. Primeiro, não tomaram gosto suficiente ao desporto para fazer parte das suas vidas além do fim de semana. Gosto até para o praticar, o que levaria quase de certeza a que soubessem mais. Mas como poderiam com o que os governos pensam do desporto? Como poderiam, com o que se investe? Como poderiam quando os eleitores não valorizam a importância que, no meio de tudo o resto — a paz, o pão, habitação, saúde, educação, como canta Sérgio Godinho —, realmente tem. Como poderiam com o que estes pensam sobre o que é investido e sobre a falta de um planeamento desde a idade escolar?
A seguir, o acompanhar é, para tanta gente, um resultado transformado em arma de arremesso. Não é cultura desportiva ou uma outra de qualquer tipo. Nada se absorve do que realmente importa. Há boas exceções, mas as televisões pagam pequenas fortunas a criadores de ruído, com e sem passado, com e sem presente, quase todos sem grande futuro, para que expliquem o ruído dos outros. Outros não voltaram do passado e de lá atiram soluções que nem nessa altura funcionavam, como murros na mesa, dirigentes nos balneários, uma circulação mais rápida da bola, mais movimentações, porém, sobretudo, mais atitude e intensidade. Ou equações repetidas, como se todos não já soubéssemos que não há dois jogos iguais, que não é por ter dois avançados que se chega mais vezes à finalização ou que o jogo interior é tão importante como a largura. E, pasme-se, ainda há senadores, verdadeiros Marques Mendes do balonpié, tão cheios de si mesmos que há vários anos a cabeça ameaça rebentar. Sem contraditório, para contrariar o que nem tem ponto por onde se pegue, num exercício de vaidade em que nada bate certo, nem o autoassumido — porque mais ninguém o faz — conhecimento do jogo. E dali ainda vão para as redes sociais embirrar com as palavras e a vaidade dos outros. Como é possível que tenhamos bons telespectadores e, depois, bons adeptos? Ainda emotivos, no entanto, um pouco mais racionais. O ruído, aliás, não vem só da televisão: é já uma cultura.
O fenómeno desportivo está a ser consumido pelo entretenimento, que faz muito pouco pelos seus espectadores. Nada contra a leveza do humor e da frivolidade quando existe o resto, a análise feita com seriedade e racionalidade, que tenta explicar e instruir, mas tudo quando afinal ocupa o espaço deste e o substitui. Onde ganhamos depois nós as bases de um conhecimento que sustente bem a crítica e até a tomada de decisões?
Deveria ser preocupante quando os nossos filhos já não veem um jogo inteiro e outros não procuram mais sobre a modalidade que praticam durante vários dias da semana. É o mundo a girar mais depressa do que nós, sim, mas também consequência de não se conseguirem criar raízes de uma cultura desportiva para todos, ainda mais para os jovens atletas.
Por fim, acho que se passa o mesmo com todos os analistas. Somos confrontados com uma pergunta sobre uma equipa ou um jogador, mas quem acaba a dominar a conversa e realmente a responder é precisamente quem questionou. E nós a ouvir. A dizer que sim, a tentar entrar num comboio em andamento. Os comentadores não são a legitimação da opinião de café ou comum, e emitem algo que é o resultado da sua observação, experiência, sensibilidade e conhecimento. Deve estar sustentado e a crítica ser construtiva. A última das preocupações é agradar a alguém. Esperamos sim que, com o tempo, também quem nos lê possa crescer connosco."

Futebol português transformado numa história de bonecos animados


"A nova geração de presidentes dos grandes vinha para romper com o passado, vinha para ser lufada de ar fresco, mas parece estar aí para deixar tudo na mesma...

André Villas-Boas, 47 anos, treinador que conduziu o FC Porto não apenas às conquistas internas mas também à da Liga Europa em 2010/2011 e que assumiu, corajoso, a mudança num clube que viveu 40 anos de sucessos nacionais e internacionais mas também de muita controvérsia; Rui Costa, 53, jogador que pelo Benfica foi glória, vencedor de títulos nacionais e internacionais com a Liga dos Campeões (quando jogou em Itália) à cabeça e que enquanto presidente dos encarnados também já foi campeão; Frederico Varandas, 46, antigo diretor clínico do Sporting que em 2018, no verão quente da saída de Bruno de Carvalho com o clube em ebulição, avançou sem medos para eleições, venceu e já ganhou três títulos de campeão nacional, mais do que os verdes e brancos tinham conquistado em 40 anos anteriores.
Por ordem decrescente desde que assumiram funções, eis os presidentes dos três grandes clubes portugueses em 2025, uma lufada de ar fresco há muito esperada, uma nova geração de dirigentes que iria inaugurar uma nova era do futebol nacional, descomplexada, mais limpa, aberta e respirável. Saudável.
Depois o despertador tocou e acordámos do sonho cor de rosa. E bem cedo despertou esta época para mal dos nossos pecados. Não estamos ainda em abril, altura de decisões que apela aos mais básicos instintos de sobrevivência na luta pelos títulos e por isso pródiga em polémicas, acusações e pressões; não chegámos sequer ao Natal, nem ao Verão de São Martinho… estamos apenas no início de outubro e a gritaria é já tanta que mais parece um daqueles programas de TV com os famosos comentadores afetos aos clubes a esbracejarem e a caminho do impropério. Mas são os presidentes…
De repente, uma viagem no tempo aos mais recônditos cantos da memória dum futebol português que se queria no passado mas do qual não nos livramos. E talvez o mereçamos mesmo. Afinal, parece que do que gostamos é da polémica à segunda-feira, do lance de arbitragem visto 450 vezes no domingo à noite e mais 550 no dia seguinte, com um novo ângulo de uma câmara que não tinha sido divulgado anteriormente. E levamos horas, dias nisto. Pelo andar da carruagem, esta época vamos levar o ano inteiro.
A nova geração de presidentes parece estar aí para deixar tudo na mesma. Primeiro um em época eleitoral a lançar a confusão mal disfarçada em forma de comunicados; depois outro a responder, outro ainda a acusar, todos não podem ser comidos por parvos — o povo incentiva, não se pode ser anjinho, e aplaude. E como não podia deixar de ser, até o candidato a grande, dirigido por um dirigente que até está na casa dos 50 mas que migrou da era anterior, não podia ficar para trás, reclamando, em bicos de pés (também sou grande) o estatuto e por isso também queixinhas… Não admira por isso tantas referências ao Calimero, afinal de contas, até parece que querem transformar este futebol português numa história de bonecos animados."

Wi-Fi para falar mal


"O tema das grandes obras volta a estar na ordem do dia e acentua o paradoxo da inovação 'vs.' queixinhas do tempo da máquina de escrever. Mas talvez seja isso o que os adeptos querem

O tema tinha sido abandonado há cerca de 20 anos com a construção dos estádios para a realização do Euro-2004. O país desportivo passava a ter equipamentos de última geração, alguns deles desnecessários, é certo, mas que traziam ventos de modernidade para o futebol português, capaz de se apresentar junto das mais altas instâncias desportivas nas mesmas condições dos mais bem apetrechados na Europa e cuja capacidade foi reconhecida em plena pandemia Covid-19 quando a UEFA encontrou nos recintos e organização nacionais um porto seguro para acolher duas finais da Champions (Luz em 2020 e Dragão em 2021).
Tal como aconteceu no resto do País, as grandes obras passaram para segundo plano porque em boa verdade já muito tinha sido feito. Mas a condição de organizador do Mundial-2030, a par de Espanha e Marrocos, vai seguramente recolocar o betão na ordem do dia, ainda que numa escala muito menor porque as restantes infraestruturas já existem. Mas não é coincidência que os dois grandes de Lisboa tenham nos seus planos profundas remodelações nos seus estádios. No Benfica, o assunto tem sido de certa forma transversal em todos os candidatos à presidência, destacando-se o projeto de expansão do Estádio da Luz apresentado por Rui Costa e a proposta ainda mais arrojada de Luís Filipe Vieira de erguer um novo recinto por falta de capacidade de crescimento do atual face à enorme procura de bilhetes anuais.
No Sporting, os cerca de €200 milhões anunciados ontem por Frederico Varandas para a transformação total do complexo de Alvalade traduzem a necessidade de os clubes acompanharem hábitos de adeptos cada vez mais exigentes e seguirem tendências que vão marcando o futebol mundial, com obras que parecem de outro tempo: o novo Bernabéu, o novo Camp Nou, o novo Old Trafford ou as construções disruptivas previstas para a Arábia Saudita no Mundial-2034.
Mas quanto mais desenvolvidos são os projetos de tecnologia e engenharia, maior é o paradoxo a que se vai assistindo: de manhã, os presidentes falam em leds, nova acústica, lugares premium, experiências inovadoras para o adepto/cliente; à tarde assumem o queixume e subscrevem comunicados que parecem saídos do tempo da máquina de escrever. Talvez nunca sairemos disto porque bem lá no fundo o mesmo adepto que pede Wi-Fi de última geração no estádio é aquele que usa a internet para acusar os dirigentes de serem frouxos por não se atirarem aos árbitros. Todos fazem parte do circo."

O dia em que Mourinho rejeitou o Newcastle


"Treinador do Benfica podia ter tido uma carreira bem diferente se tivesse aceitado o último convite de Bobby Robson

Quando José Mourinho rescindiu contrato com o Barcelona não pensava noutra coisa que não fosse passar a ser treinador principal. Bobby Robson já tinha deixado Camp Nou, o tempo de Van Gaal tinha acabado e estava a chegar Serra Ferrer. Mourinho tinha decidido enfrentar o maior desafio da sua ainda curta carreira ao lançar-se sozinho para a liderança de uma equipa de futebol.
O jovem treinador, então com 37 anos, encontrava-se à espera de um convite para voltar ao ativo quando foi surpreendido por um telefonema de Bobby Robson, na altura treinador do Newcastle. O inglês conhecia a ambição dele por isso tentou «dar-lhe a volta» com uma proposta tentadora: um a dois anos como treinador-adjunto e depois o comando técnico do Newcastle, com Robson no papel de manager da equipa.
José Mourinho agradeceu o convite do seu «mestre», mas rejeitou a proposta. Na sua biografia oficial, José Mourinho escreveu: «Bobby Robson esqueceu-se que trabalhei com ele muitos anos e que, portanto, o conheço bem. Ele é um homem que só irá abandonar o campo quando deixar de trabalhar. É impensável vê-lo como manager de um qualquer clube a assistir aos treinos e aos jogos na bancada».
Após a nega ao Newcastle, logo apareceu o convite para a estreia como treinador principal no Benfica, onde esteve apenas 3 meses. Agora, 25 anos depois, José Mourinho está de viagem marcada com as águias para a cidade onde poderia ter começado a carreira como principal.
Newcastle e Benfica têm pouco em comum, mas há uma ligação profundamente significativa entre José Mourinho e Bobby Robson, falecido a 31 de julho de 2009.
O tributo do clube ao «filho do Nordeste» é bem visível, com uma estátua no exterior do estádio St. James Park e um busto no hall dos balneários das equipas, mesmo antes da entrada para o relvado.
Mourinho já jogou em Newcastle com Chelsea, Manchester United e Tottenham, mas este regresso com o Benfica tem uma história particular para contar."

A arte científica do penálti


"A 14 de Maio de 1994, no Riazor, estádio do Deportivo da Corunha, Miroslav Dukic preparava-se para aquele que viria a ser um dos golpes mais trágicos da História do Futebol. Empatados 0-0 com o Valência no último minuto da última jornada, os jogadores do Super-Depor rezavam por um milagre que lhes desse a vitória e, consequentemente, o campeonato espanhol. Um título que, ainda por cima e só para ajudar à festa, seria o primeiro para o clube galego.
Na linha directa da hierarquia do penálti, o sérvio Dukic não era a primeira escolha, nem sequer a segunda. Mas tragicamente aconteceu que Donato, o capitão, havia já sido substituído durante o jogo, e Bebeto, o genial goleador que festejava golos embalando os filhos nos braços, não quis bater a bola decisiva porque tinha falhado um penálti no jogo anterior. Resultado: atiraram o pobre Miroslav para o meio dos lobos de Valência e mudaram o rumo da História para sempre.
A bola, tímida, quase nem uma bola mas qualquer coisa mais leve e frágil, uma pena, seguiu para a meia-direita do guardião González que a aninhou no peito sem nenhuma dificuldade e atirou os adeptos do Depor para a noite mais longa das suas vidas. No momento decisivo, como lhe chamava Cartier-Bresson, o jogador sucumbiu à pressão e fez o que quase todos os humanos fariam: jogou sem risco, para o meio, à espera da sorte e com medo da morte. Mas... terá sido apenas culpa do azarado sérvio? Ou Arsenio Iglesias, o histórico treinador castelhano, também deve contas eternas ao Riazor?
No coração do adepto, há sempre um penálti de sonho. Mas, para quem é responsável por um plantel de alto rendimento, e tem de escolher o seu melhor executor, a pergunta que deve ser colocada é simples: o que é um penálti bem marcado?
Em resposta, teremos várias visões. Logo na primeira fila, aparecerão os pragmáticos: «é o penálti que dá golo». De seguida, os prestidigitadores: «é o que engana o guarda-redes». Os estetas: «bola para um lado, guardião para o outro». Os cruéis: «o que humilha o adversário». Os estrategas: «o que transmite a ideia de ir para um canto e vai para o lado contrário». Os cavaleiros: «o que tem uma paradinha a meio da corrida». Os bélicos: «o que faz explodir as redes!». Os emotivos: «o que faz levantar o estádio».
Na verdade, como em quase todos os momentos do jogo, o futebol é para cada adepto um mundo muito diferente do dos restantes e as teorias sobre ele tendem para mais infinito. Há em cada um de nós um especialista catedrático nesta arte; temos todos o conhecimento científico - porque empírico - sobre quais as melhores acções ao longo de uma partida de futebol. Tivesse o treinador a nossa clarividência e o nosso clube ganharia sempre por 20-0 com mais 20 golos falhados porque os jogadores, já se sabe, não possuem as nossas qualidades inatas para a prática da modalidade.
Humildemente, deixarei o meu contributo: um penálti bem marcado é aquele que, por maior qualidade que o guarda-redes tenha, por mais alto, elástico, atlético, instintivo que o guardião seja, fará com que a bola entre sempre na baliza. Dito de outra forma: o penálti bem marcado é o penálti que encontra a sua janela para a baliza num lugar em que é impossível ao adversário chegar.
Pode ser, na perfeição, uma bola batida a um dos cantos superiores da baliza - esse é o penálti-fenómeno, o penálti-pérola, o Rei dos penáltis. É o penálti que traça uma linha horizontal e vertical tão perfeita que cria a diagonal eterna. Lá «onde a coruja dorme» é o sítio do milagre e da explosão do adepto. Esteticamente, é admirável; tecnicamente, soberbo; psicologicamente, devastador para o guarda-redes.
Mas há outras caminhos por onde marcar golo mantendo o essencial do princípio «penálti bem marcado»: bola batida, rasteira, em força, a um dos cantos da baliza; bola batida para as malhas laterais de um dos lados, a meia-altura; bola, rasteira, meia-altura ou alta, que ou apanhe a lateral interna ou o poste pelo lado de dentro, inevitavelmente entrando. Toda a bola que for batida com estes princípios dará golo. É impossível a um guarda-redes defender um esférico que vá puxado, em força, a um dos lados da baliza. E isso, por ser inevitavelmente golo, é um penálti bem marcado.
O que são penáltis mal marcados? São todos os outros. Um penálti «à Panenka» é um penálti mal marcado, por mais arte que o jogador tenha em fazer crer ao guarda-redes que vai atirar para um canto e não para o centro, em delicadeza - é bonito, não nego, mas não cumpre o requisito de tornar impossível ao guardião a sua defesa. Basta que fique ao centro para defender a bola; basta que, indo para um dos lados, consiga com os pés tocar no esférico. Ou seja, este é um penálti que não depende apenas e só da qualidade do remate, mas de vários outros elementos: posicionamento do guarda-redes; capacidade do guardião em antecipar a ideia do marcador; sorte do guarda-redes que, mesmo atirando-se para um canto, pode tocar com as pernas ou pés na bola. Pelos mesmos motivos (não dependerem apenas da qualidade do executante mas de vários outros factores), todos os penáltis que fizerem a bola entrar num lugar da baliza a que o guarda-redes pode chegar são maus penáltis, são penáltis com gripe, são anti-penáltis.
E isto é independente de ser golo ou não. A grande maioria dos penáltis marcados em futebol é executada de forma deficiente. Pode a bola entrar ou não, é irrelevante para a análise. Pergunta-se é: «podia o guardião chegar àquela bola?». Quase sempre, sim. Logo, o executante não fez aquilo que devia.
A função de um treinador tem de passar por escolher o jogador que marca mais vezes o penálti bem marcado, o tal impossível de ser defendido, e não aquele que nos treinos mete mais vezes a bola na baliza porque esse, em competição, falhará inevitavelmente mais do que aquele que nos treinos mete, em 10, 7 bolas impossíveis de defender, 2 à trave e 1 para fora. O que marca, por exemplo, 8 em 10, mas fá-lo de forma deficiente, estará sujeito, em jogo, a vários outros imponderáveis elementos que o forçarão a uma estatística mais baixa se analisarmos a sua produção no tempo - digamos, por estudo, 5 anos.
Ou seja, como em tudo neste jogo que nos apaixona, mais uma vez importa olhar menos para o resultado esporádico e mais para a acção e decisão acertadas ao longo do tempo. Será que, em 1994, não havia, no plantel do Desportivo, alguém mais capaz do que Dukic para bater aquela bola?"

O peso do licenciamento na despromoção da Boavista SAD


"O recente escrutínio público ao processo da Boavista SAD recolocou na agenda um tema que, todos os anos, decide subidas, descidas e presenças europeias: o licenciamento.
Em Portugal, a participação dos clubes nas competições organizadas pela Liga Portugal, pela Federação Portuguesa de Futebol, assim como nas tão almejadas competições europeias, depende de um processo de licenciamento obrigatório, que garante que apenas entidades legalmente e financeiramente sólidas possam competir.
Longe de ser um ritual burocrático, o licenciamento é o «cartão de embarque» dos clubes nas competições profissionais e o principal mecanismo de proteção da integridade competitiva, da sustentabilidade financeira e dos direitos de jogadores, treinadores, trabalhadores e credores.
No panorama desportivo nacional, a licença é atribuída anualmente pelo órgão decisório competente da respetiva competição e é válida pelo período de um ano, correspondente a uma época desportiva, caducando no final da época desportiva para a qual foi emitida.
Nas competições organizadas pela Liga Portugal (I e II Ligas), a licença é concedida pela respetiva Comissão de Auditoria da LPFF. Já nas competições sob a égide da Federação Portuguesa de Futebol - entre as quais se incluem a Liga 3, o Campeonato de Portugal, a Liga feminina e a Liga de futsal -, a decisão compete à Comissão de Licenciamento da FPF.
No que respeita à participação nas competições europeias, incumbe à FPF assegurar, perante a UEFA, a implementação de um sistema nacional de licenciamento de clubes, sendo a emissão da correspondente licença da competência do Órgão de Primeira Instância.
Na prática, a atribuição da licença encontra-se condicionada ao cumprimento, pelos clubes, de requisitos obrigatórios e cumulativos de natureza desportiva, legal, infraestrutural e financeira. O incumprimento de qualquer um desses requisitos poderá determinar a não obtenção da licença, impedindo o clube de participar na competição para a qual pretendia inscrever-se, e podendo, inclusivamente, culminar na sua despromoção administrativa.
A Boavista SAD é um caso paradigmático do quanto o licenciamento não é mero formalismo, mas condição «sine qua non» para a continuidade competitiva oficial nas divisões profissionais em Portugal.
No termo da época 2024/2025, não obstante a despromoção desportiva para a II Liga, a SAD axadrezada viu-se impossibilitada de se inscrever nessa competição, em virtude do incumprimento dos requisitos financeiros exigidos pela Liga Portugal.
A esperança de disputar a Liga 3 esbarrou nas mesmas dificuldades: a falta de apresentação de certidões de não dívida à Autoridade Tributária e à Segurança Social, aliada a uma situação económico-financeira fragilizada - agravada pelo chumbo do Processo Especial de Revitalização e pela subsequente instauração de processo de insolvência - conduziu à não concessão da licença por parte da Comissão de Licenciamento da FPF.
Tal decisão selou, em definitivo, a despromoção administrativa da SAD boavisteira, relegando-a para os campeonatos distritais da Associação de Futebol do Porto.
O caso Boavista SAD serve, assim, como ponto de partida pedagógico: a cada época, a licença deve ser tratada como um ativo estratégico, e não como um mero requisito. Num ecossistema cada vez mais escrutinado - desportivo, financeiro e mediático -, a robustez do licenciamento é, em si mesma, vantagem competitiva: dá previsibilidade, credibiliza a gestão e protege a competição, garantindo rigor financeiro, transparência e sustentabilidade no futebol português.
Destarte, para os clubes, o jogo começa muito antes do pontapé de saída. A licença erige-se como o primeiro troféu da época, símbolo de uma cultura de responsabilidade e de governação que enobrece o desporto e garante a sua perenidade."

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