Últimas indefectivações

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Um ataque muito forte, o menino que é o médio com mais talento e um problema semi-resolvido na baliza: eis o novo Benfica

"É preciso saber como estão os principais candidatos ao título e, depois de termos analisado o FC Porto e o Sporting, vamos agora ao Benfica: o vice-campeão deu profundidade ao plantel mas continua com alguns problemas sérios

À imagem do que sucede no FC Porto, também o novo Benfica será muito parecido ao da época anterior, uma vez que o treinador continua a ser Rui Vitória e não é de esperar que altere muito as dinâmicas que já vêm de épocas anteriores.
Rui Vitória tem aproveitado a pré-época para trabalhar dois sistemas: o 4-3-3 e o 4-4-2, como se pôde ver nos jogos contra o Setúbal (1-1) e Sevilha (vitória por 1-0). Não é certo qual o sistema com que o Benfica vai iniciar a época, embora o mais provável é que o treinador encarnado opte pelo 4-3-3 nos jogos contra o Fenerbahçe na 3ª ronda de qualificação da Champions, de modo a fortalecer o sector intermédio.
Seja qual for o sistema de jogo escolhido, a ideia base mantém-se a mesma da época anterior: um futebol de posse, com uma construção apoiada desde zonas recuadas até às zonas de criação. Porém, a diferença de posicionamentos de um sistema para outro leva a comportamentos diferentes. 
No 4-3-3, a imagem de marca do Benfica são as triangulações nos corredores laterais, entre o lateral, médio interior e extremo. Foi assim que durante grande parte da época passada conseguiu entrar em zonas de criação, com Grimaldo, Cervi e Zivkovic a penetrarem na organização defensiva adversária através de combinações curtas e de muita mobilidade.
Caso o sistema de jogo seja o 4-4-2, Jonas será o maior destaque em termos ofensivos através do seu posicionamento no espaço entre a linha defensiva e a linha média adversária.
É nessa zona que os lances de maior criatividade podem surgir, uma vez que as triangulações pelos corredores laterais não acontecem com tanta frequência como no 4-3-3.
No momento defensivo, e tendo em conta principalmente o jogo contra o Sevilha, o Benfica tem de melhorar muito o controlo da profundidade por parte da linha defensiva, de modo a não ser surpreendido com bolas nas costas dos defesas. Foram vários os momentos em que os defesas do Benfica não perceberam quando tinham de recuar e apenas por demérito dos jogadores do Sevilha os lances não terminaram em ocasiões de golo.
Com a eliminatória da Liga dos Campeões no horizonte, o Benfica conseguiu ter o plantel praticamente fechado no início da pré-época, faltando apenas limar algumas arestas, principalmente no que diz respeito às saídas.
Baliza: Mais Qualidade mas Ainda Não é a Qualidade suficiente
Foi, durante a época anterior, um dos grandes problemas do Benfica. Nem Bruno Varela nem Svilar deram a tranquilidade necessária à baliza encarnada e por isso foi contratado (assinou em Janeiro, mas só agora fará parte do plantel) Odysseas Vlachodimos ao Panathinaikos, da Grécia.
A amostra ainda é demasiado curta para uma avaliação aprofundada, mas para já a ideia que fica é que, apesar de nesta fase dar mais garantias do que Bruno Varela e Svilar, Vlachodimos está longe da qualidade que o Benfica estava habituado a ter na baliza, uma vez que contou com Oblak, Júlio César e Ederson num passado recente.
Defesa: Muito Mais Soluções mas Provavelmente os Mesmos Titulares
André Almeida, Jardel, Rúben Dias e Grimaldo. Deverá ser este quarteto o defensivo titular pelo menos numa fase inicial da época. São os que melhor conhecem as ideias de Rui Vitória para o momento defensivo (há Luisão mas as pernas já não acompanham o cérebro..) e por isso os que dão mais garantias no imediato.
Para segundas opções no eixo central foram contratados dois argentinos: Conti (24 anos) ao Colón e Lema (28 anos) ao Belgrano, e apesar de ambos terem de evoluir do ponto de vista defensivo (fraco controlo da profundidade), Conti parte claramente à frente de Lemar como opção à dupla de centrais titular, uma vez que demonstra mais competência no momento defensivo e qualidade com bola na construção. Lisandro López está, ao que tudo indica, de saída do Benfica, e Luisão fecha o lote de centrais ao serviço de Rui Vitória.
Nos corredores laterais, o nigeriano Tyronne Ebuehi (22 anos), contratado aos holandeses ADO Den Haag, e Yuri Ribeiro, que regressou à casa mãe depois do empréstimo ao Rio Ave, são as alternativas a André Almeida e Grimaldo, sendo que a qualidade do primeiro ainda é uma incógnita, uma vez que veio de uma divisão inferior e pouco jogou nos jogos amigáveis já disputados.
Meio-Campo: Um Menino Pleno de Talento
Do meio-campo para a frente há quantidade e qualidade em todos os sectores. Na posição de médio defensivo, Fejsa surge como titular indiscutível, sendo o jogador chave na transição defensiva do SL Benfica. Alfa Semedo (20 anos), contratado ao Moreirense, e Samaris são as alternativas, sendo que nenhum deles oferece as mesmas garantias que o sérvio.
Mais à frente, na posição de médio centro, Pizzi surge como o principal titular, uma vez que Rui Vitória vê nele um médio capaz de jogar tanto no 4-4-2 como no 4-3-3. Krovinovic (que ainda recupera de lesão), Gedson – médio que está agora a dar os primeiros passos no plantel principal e tem deixado boas indicações -, Zivkovic (muito utilizado como interior esquerdo na época passada) e João Félix – médio mais talentoso do plantel do Benfica – são as principais soluções ao dispor de Rui Vitória para o sector intermédio. Há ainda Keaton Parks, que deverá sair por empréstimo, e não está posta de parte a possibilidade de o SL Benfica contratar outro médio.
Ataque: Provavelmente o Sector Mais Forte
Como principais desequilibradores nos corredores laterais, Rui Vitória tem ao seu dispor os extremos Cervi, Sálvio, Rafa e Zivkovic (pode ser utilizado a médio interior ou extremo), quatro jogadores muito fortes tecnicamente e com capacidade de desequilibrar em condução e/ou em combinações com o respectivo lateral. Há ainda Pizzi e João Félix, que também podem jogar nos corredores laterais.
Com as contratações de Nicolás Castillo (25 anos) aos mexicanos do Pumas e de Facundo Ferreyra (27 anos), que terminou o contrato que o ligava aos ucranianos do Shakhtar, o SL Benfica garantiu muita presença física e qualidade em zonas de finalização, o que a juntar a Jonas – além da qualidade a finalizar constrói e cria como ninguém - torna o ataque encarnado muito forte. Há ainda Seferovic, que deverá sair por empréstimo ou mesmo em definitivo."

Dilema Jonas...

"De novo... e agora em dose dupla: sair ou ficar?; daí... 4x3x3 ou 4x4x2? Onde entram Ferreyra e Castillo -  e a luta por firme n.º 8

Ia a meio a última temporada, pela 1.ª vez surgiu dilema Jonas... O Benfica tetracampeão sempre jogara, por regra, em 4x4x2 - e assim continuou até Rui Vitória entender, e justificadamente, que, face à vincada fragilidade da linha média (Pizzi muito longe do seu brilhantismo na época anterior), teria de reforça-la com mais uma unidade na zona central; aí, Jonas ou sairia do onze (impensável!), ou teria de avançar para ponta de lança... único (função que não lhe é a mais adequada); Jonas avançou, adaptou-se e com rendimento muito superior ao que eu esperava, sendo possível conjugar 4x3x3 e Jonas - o Benfica perdeu corrida ao título nas semanas, salvo erro 4, em que ele esteve lesionado, jogo-chave com o FC Porto inclusive.
Porquê volto a falar de dilema Jonas? Agora, direi mesmo duplo dilema...
1 - Face a hipótese de transferência mediante proposta das Arábias até para o Benfica, que fazer? Como negócio chorudo, seria de nem pestanejar! Jonas, neste momento livre para assinar por qualquer outro clube já em Janeiro, tem 33 anos e crónico problema de lesão, nas costas. Contraponto: ate prova em contrário, é o melhor jogador do Benfica, o mais decisivo; perdê-lo faria Rui Vitória arrepelar-se num tempo crucial: eliminatórias (desejavelmente duas) rumo a entrada na Champions, grande objectivo, financeiro e desportivo, cujo sucesso ou insucesso poderá marcar toda a época.
2 - Com Jonas, ou sem ele, regresso ao 4x4x2 de 4 títulos consecutivos, ou continuidade do 4x3x3 dos últimos meses? Sem Jonas, nenhuma dúvida: 4x3x3. Permanecendo ele, dúvida... enorme! Quanto a mim, com muito forte tendência para 4x4x2. Porquê? Pertinente pergunta, depois de sistema com 3 médicos centrais ter estabilizado a equipa na 2.ª metade do anterior campeonato e de Rui Vitória o ter mantido - porque quase sem Jonas? - nos primeiros jogos de preparação (obviamente, escrevo antes do confronto com Borussia Dortmund, em plena madrugada). Acontece que o Benfica adquiriu 2 pontas de lança, Ferreyra e Castillo, com potencial muito superior ao de Jiménez (puro avançado de grande-área nunca foi) e, sobretudo, de Seferovic, o qual, pelo que lhe conhecia, só me surpreenderia se não fosse fiasco - como, logo de inicio, e múltiplos vezes, afirmei. Se Ferreyra (dele, no Shakhtar, tenho boa ideia: inteligente, eficaz) e Castillo (desconhecia) confirmarem ser verdadeiros pontas de lança, esse duplo investimento ficará no banco de suplentes, sendo Jonas o único avançado de grande-área?! Faz zero de sentido! Portanto, um deles e Jonas; logo, 4x4x2.

Importantíssima ressalva: quem para acompanhar Fejsa no duo central do meio-campo, anterior calcanhar de Aquiles? Decerto muitíssimo por isso Rui Vitória suplica: n.º 8 a sério, com consistência técnica e atlética par impor firme ritmo nessa crucial zona (daí renhida luta por Gabriel, de cuja valia não tenho boa noção). Krovinovic? Fim da baixa clínica parece não estar para breve (e não vejo como n.8 em 4x4x2, sim mais solto, sobre a esquerda ou como provável alternativa nas ausências de Jonas). Então Pizzi, se regressado à grande forma da penúltima temporada? Poderá passar para o flanco direito (onde jogou largos anos)... caso Salvio seja transferido (será?).
Tal como no FC Porto e no Sporting (ambos acelerada recuperação de perdas no plantel), no Benfica há ainda muito por definir - neste caso, sobretudo quanto a saídas que permitam quiça bem necessário encaixe financeiro: Salvio? (depois de Jonas, o talento mais consistente) Grimaldo? (abria-se buraco...) Samaris? (quase de certeza) Seferovic? (comprador procura-se) Bruno Varela? (mantém-se a saga de dúvidas sobre guarda-redes?!...). Rúben Dias? (seria muito prematura saída, até, creio, para ele). Já agora 5 defesas centrais! Lógica diz: 1 em excesso. Sendo intocáveis Jardel, Rúben Dias,  e Luisão (ano a fechar estupenda carreira de capitão) e estando o recém-chegado Conti a mostrar boa qualidade, irá sobrar para Lema, outra contratação, anunciado como mais experiente, mas que o treinador quase ainda não pôs em campo?
Entretanto, chega o menino Gedson, vindo da formação e da equipa B. Muito promete - a ele, sim, é um n.º 8. Há isso de dar tempo ao tempo... Saberá qual o tempo certo o treinador que, num jato, lançou Gonçalo Guedes, Nélson Semedo, Renato Sanches, Lindelof, Ederson...
Óbvio: noutro dia, falarei de como vai indo a reconstrução de plantel no FC Porto e no Sporting."

Santos Neves, in A Bola

Liga 2018/19 - que VAR?

"Com a experiência da época passada e os ensinamentos recolhidos do Mundial – que tiveram muito de positivo mas também alguns erros evitáveis –, é com alguma expectativa que se aguarda o início da próxima época.
Novidade já conhecida vai ser a exclusividade, como VAR, de quatro Árbitros que chegaram ao fim de longas carreiras no terreno e que poderão, assim, continuar ligados à arbitragem, com vantagem para todos.
E sabe-se também que o escalão máximo dos nomeáveis para a I Liga apenas vai ter 20 árbitros, número em nosso entender insuficiente, até porque vão ter também de actuar como VAR.
Então o que é que se espera da aplicação do VAR na época que agora começa?
Em primeiro lugar, maior coordenação entre Árbitro e VAR: utilização de linguagem clara e sintética, que permita interpretação unívoca, em termos adequados e sem recurso a familiaridades (eh pá…) ou tratamento pelos nomes (ó Zé…)
Depois, clara definição, pelo VAR, do seu entendimento do que aconteceu e avaliação da necessidade de confirmação pelo Árbitro através da consulta do vídeo.
Finalmente, rapidez nas comunicações, que resultará directamente da correcta aplicação do que ficou atrás definido.
Além de tudo isto é de esperar que os VAR se assumam como verdadeiros assistentes do Árbitro, ajudando a emendar pequenos erros, dando informações sucintas (que aquele seguirá ou não) sobre situações que na TV se vêem claramente quando marcadas ao contrário.
Também são de assinalar as excessivas demoras por parte dos guarda-redes (chegaram a 20 segundos no Mundial), os exageros na definição das barreiras (nos livres) ou na separação dos jogadores que mutuamente se agarram (nomeadamente nos cantos) – neste caso tem de haver a coragem de marcar as faltas, quer defensivas (penalti e cartão), quer ofensivas (falta e cartão), quer a ambos (interrupção e cartões).
O conjunto Árbitro/VAR passará então a representar uma verdadeira "equipa de arbitragem" e não dois grupos autónomos, como ainda é.
Outra ajuda será em termos de cronometragem, sendo desejável que passe a ser, desde já, exacta nos períodos de compensação e, futuramente, quando inevitavelmente passar a ser adoptada de forma mais abrangente."

O grande 'show' do Tour de France

"Portugal, é um país de futebol e os portugueses têm, do ponto de vista desportivo, um género de monocultura. É pena que assim seja. Não apenas porque desvirtua a ideia multidisciplinar do desporto enquanto entidade de dimensão universal, mas também porque acaba sempre por desvalorizar os grandes atletas e os grandes  campeões que temos tido, incluindo olímpicos, e que nas circunstâncias difíceis do desporto português só o puderam ter sido com um esforço sobre-humano.
Será por tudo isso que o Tour de France vai passando mais ou menos despercebido e não se vê como uma prova popularmente consagrada em Portugal. No entanto, será, com toda a certeza, um dos espectáculos mais empolgantes, mais belos e mais competitivos do desporto mundial.
A etapa de ontem voltou a ser soberba e trouxe-nos a visão de que todos os grandes deuses do desporto são, afinal, humanos. Chris Froome, o grande campeão e principal candidato, mostrou-se vulnerável na sua condição humana e viu-se desportivamente batido na alta montanha. Um colega de equipa, o galês Geraint Thomas, aproveitou para consolidar a sua posição de líder e passar a ser o principal candidato à vitória. Faltam, porém, até à consagração em Paris, no próximo domingo, duas etapas decisivas. Amanhã, a etapa rainha dos Pirenéus e, no sábado, um contrarelógio que, muito provavelmente, será decisivo.
Se aqueles que me lerem puderem aceitar o conselho de amigo, vejam esta ponta final da maior prova de ciclismo do mundo. Dá na RTP, com excelentes e competentes comenta´rios de Marco Chagas, ou no Eurosport."

Vítor Serpa, in A Bola

Aviso à navegação

"Mais uma vez, a UEFA deixa bem à vista a sua indisponibilidade para pactuar com a violência em qualquer jogo e em qualquer lugar.

A mais recente decisão da UEFA acaba de atingir duramente o Marselha, clube francês apoiado por claques que lhe têm provocado os maiores dissabores.
Os mais recentes prendem-se com a decisão do organismo máximo europeu de excluir os marselheses de todas as competições europeias, pena que fica entretanto suspensa durante as duas próximas temporadas.
Esta pena é aplicada em função do mau comportamento dos adeptos do Marselha no decorrera da campanha na Liga Europa, em cujos jogos houve desacatos e violência condenáveis.
A juntar a esta pesada pena, os marselheses terão ainda de disputar à porta fechada o próximo desafio europeu, acrescendo uma multa de 100 mil euros a ser paga imediatamente.
Mais uma vez, a UEFA deixa bem à vista a sua indisponibilidade para pactuar com a violência em qualquer jogo e em qualquer lugar. De resto, esta preocupação está na primeira linha dos seus objectivos de manter o futebol no velho continente em estado puro o mais possível.
O aviso serve também, como é perfeitamente normal, para os clubes portugueses.
É verdade que, a esse nível, os jogos internacionais das nossas equipas não têm sido marcados por actos de incontrolada violência, mas é bom que se fixe e siga esta ideia de que no futebol não podem ter lugar os marginais.
Vai começar mais uma temporada de futebol, que se antevê animada e muito disputada como sempre.
Bom será que Portugal, que tão maus exemplos tem dado no que tange a organização, mantenha nos aspectos disciplinares o patamar que o vem caracterizando há muitos anos."

Alvorada... do Valdemar

Benfiquismo (CM)

Vermelho!

Vermelhão: Soccer em Pittsburgh !!!

Dortmund 2 (3) - (4) 2 Benfica


Mais um 'treino', bastante competitivo, com o Benfica a entrar muito bem, a pressionar alto, a criar muitas dificuldades ao adversário, mas com pouca criatividade no último terço...!!!
Os Alemães, como 'costume' praticamente no primeiro remate, marcaram... e foram logo dois de enfiada!!!
Voltámos a entrar bem no segundo tempo, e desta vez marcámos...

Mesmo com alguns erros, e insuficiências, acho que merecíamos vencer nos 90 minutos... O Dortmund acabou por jogar muito no 'erro' do Benfica, e acabámos por ser muito penalizados numa 'branca' de 2 minutos!!!

Mas nem tudo está bem... Já com o Sevilha tínhamos defendido razoavelmente, mas com a bola no pé, denotamos problemas na definição nos 'últimos' 20 metros... E hoje, voltou a ser notório que após a entrada do Jonas tudo mudou!!!
Continua a existir um Benfica com Jonas e outro sem Jonas (em termos ofensivos)...

Fiquei descontente com os poucos minutos do Ebuehi: não é no banco que se vai analisar se é ou não útil para o Benfica deste ano!
O Conti tem tido uma adaptação muito boa... evoluindo claramente jogo após jogo. Gosto do Rúben Dias, mas se o Conti estiver 'melhor', não pode haver dúvidas...!!!
Espero que o Odysseas seja o titular com o Juventus, já chega de 'testes'...
Enorme Alfa...

Uma última nota: como é habitual prevejo um desvalorizar 'deste' Dortmund na crítica interna e externa, que fez hoje o 3.º jogo nesta competição, sendo que ganhou ao Manchester City e ao Liverpool... 'empatando' hoje com o Benfica!!!

Lanças... Pré-época

Uma visão cristã do desporto

"O documento avisa que não se trata de falar de uma visão de desporto cristão, mas antes de uma visão cristã do desporto

A Santa Fé, através do seu Dicastério para os Leigos, a Famílias e a Vida criado pelo Papa Francisco em 2016, tornou público no passado dia 1 de Junho um documento intitulado 'Dar o melhor de si: uma perspectiva católica do desporto e da pessoa humana'.
Trata-se de uma reflexão profunda e substantiva, numa abordagem que incita e uma verdadeira pastoral do desporto, que, além do mais, é inédita na Igreja Católica que, justa ou injustamente, foi sempre vista como hostil ou dando pouca importância humana, social e ética ao fenómeno universal e global do desporto.
Reservo esta coluna de hoje para, ainda que muito parcelar e resumidamente, registar alguns elementos que considero mais interessantes e reflexivos. No meio do actualismo insaciável e do primado dos epifenómenos que satisfazem a gula desportiva mediática de quem notícia e de quem consome as notícias, sei que estas temáticas não entusiasmarão a maioria dos leitores. Aliás, a ausência de referências e o silêncio dos meios audiovisuais quanto ao documento são elucidativos do desprezo de quase tudo o que vem da Igreja, excepto se for algo criticamente excitante. Mesmo assim, não mudei de ideias e registo este documento como um ponto marcante na essência antropológica do desporto e um lugar de encontro «onde pessoas de todos os níveis e condições sociais se unem para atingir um objectivo comum» nas palavras do Papa.
O documento avisa que não se trata de falar de uma visão de desporto cristão, mas antes de uma visão cristã do desporto. Este, enquanto actividade física em movimento, individual ou colectiva, de carácter lúdico ou de competição, com sistema de regras e de códigos, deve ser valorizado como um «ginásio de vida», no qual as virtudes de temperança, da humildade, de coragem, da paciência podem ser desenvolvidas.
É chamada a atenção para o «sistema de desporto», que visto do seu lado exterior e sujeito à multiplicidade interpretativa e apreciativa, o torna fascinante e popular por toda a parte e em todas as expressões, mas que, também e ao mesmo tempo, «o expõe a formas de instrumentalização funcional e ideológica» que não lhe são originárias.
A parte do texto que mais me chamou a atenção foi a que discorre sobre um conjunto de elementos substantivos para um desporto de corpo, alma e espírito: liberdade, criatividade, igualdade de oportunidades, alegria, fair-play, coragem, harmonia, solidariedade.
Quanto ao fair-play reafirma-se que deve ser sempre visto como «uma oportunidade de educação para toda a sociedade», uma polinização do exemplo de virtudes comportamentais: «Uma coisa é respeitarem-se as regras do jogo evitando ser-se sancionado pelo árbitro ou desqualificado por uma violação regulamentar; outra coisa é respeitar o adversário e a sua liberdade seja qual for o enquadramento regulamentar».
Está muita difundida a mentalidade individualista e egocêntrica, pela qual interesses individuais parecem prevalecer sobre o espírito de equipa. O documento adverte para essa situação e refere que «todos se revestem por si de um contributo único e específico que pode tornar mais forte o colectivo».
É enaltecida a alegria que se alcança praticando um desporto e emerge, muitas vezes, das dificuldades e dos desafios mais duros, não esquecendo que «há muita gente que pratica desporto apenas pelo prazer, pela oportunidade de relacionamento saudável, para aprender novas competências ou para se sentir parte de um determinada comunidade».
O documento aborda, também, reais perigos de desestruturação da harmonia imanente ao desporto. E exemplifica com a excessiva comercialização de alguns desportos e a dependência de modelos científicos sem preocupações éticas, ou a promoção de modos desportivos nos quais o corpo é reduzido a um mero meio ou objecto para conquistar um determinado objectivo. O fascínio que cada vez mais suscita o desporto ao mundo global, com eventos planetários que são vistos por milhões de pessoas e o «vencer a todo o custo» expõem-no a desvios de práticas e políticas incomparáveis com a dignidade da pessoa, quer no que se refere aos praticantes, quer a outros interessados em redor do desporto, como sejam os espectadores e adeptos. A reflexão aponta, por exemplo, a instrumentalização para veicular interesses políticos, mediáticos, de facção ou de formas espúrias de poder, nacionalismos e explorações financeiras condenáveis.
Quanto à igualdade que deve estar implícita no desporto, diz-se que, todavia, «não significa homogeneidade e conformidade, significando, antes, respeito pela diferença e pela diversidade da condição humana, designadamente quanto ao sexo, idade, proveniência cultural e social e tradição», não deixando de promover ou sustentar uma cultura de encontro, de paz e da inclusão.
O tema da solidariedade está desenvolvido com clareza, havendo um ponto mais específico que se refere à responsabilidade social dos atletas mais famosos e vitoriosos em actividades desportivas que «todos os fins de semana e aos quais os meios de comunicação social dedicam amplo espaço».
Já na parte conclusiva, o texto chama a atenção para o que considera serem os quatro grandes e específicos desafios para o integral e são desenvolvimento desportivo, tendo em consideração a multiplicidade de agentes co-envolvidos no fenómeno desportivo (atletas, espectadores, media, gestores, empresários, políticos, etc.): a exploração e aviltamento do corpo, o doping, a corrupção na prática e gestão desportivas e nas apostas e comportamentos desviantes no seio dos espectadores e adeptos.
Quanto ao primeiro ponto, adverte-se para o perigo da «automatização» de atletas, sobretudo nas competições de alto nível desportivo, na obsessão de alcançar o sucesso, as medalhas, os recordes e ganhos pecuniários. Denunciam-se situações como as que «vêm tornando cada vez mais frequentes práticas em que jovens são deixados nas mãos de treinadores e dirigentes unicamente interessados na especialização unidireccional de talento (...) com especializações precoces que abrem a porta, não raro, a infortúnios (...)», exemplificando com a ginástica de elite, onde há uma ditadura do protótipo de corpo ideal que exige brutais restrições alimentares e excessivas cargas de treino.
Sobre o doping físico e mecânico, que cada vez mais se disfarça de formas desenvolvimento tecnológico ou descobertas no campo médico, é afirmado que é, tão-só, a ponta do iceberg de um fenómeno que está crescentemente a entrar nas profundezas do desporto. «Para o combater (...) não basta apelar à moral individual de cada atleta», mas também envolver os principais agentes que, tantas vezes, estão na base da tentação de a ele recorrer.

Ainda o Mundial
1. O jogo da final trouxe-nos um campeão esperado, ainda que não excitante. A França venceu bem a Croácia foi uma digna finalista. Aqui e agora, gostaria, tão-só, de registar momentos que tiveram tanto de belo, como de estranho. Refiro-me à entrega das medalhas e da Taça realizada sob copiosa chuva de Verão. Três presidentes a ela presidiram. Emmanuel Macron e a sua homóloga croata, Kolinda Grabar-Kitarovic, indiferentes à chuva que os encharcou, foram calorosos e com um assinalável sentimento de festa e fair-play, em particular a derrotada. A seu lado, o presidente russo, frio, calculista, enigmático, distante, com uma atitude que culminou numa incrível deselegância, ao não passar aos seus convidados o guarda-chuva que logo a organização lhe proporcionou. «Não havia necessidade», até porque este Mundial foi desportiva e civicamente exemplar.

2. Na última semana da competição, a pressurosa FIFA anunciou que iria falar com as cadeias de televisão para que fossem diminuídas as imagens nas bancadas dos estádios, devido às elevadas queixas de sexismo que haviam surgido durante o Campeonato do Mundo (trinta, credo!). «Falámos de forma individual com todas as operadoras para que deixem de focar nas raparigas que podem ser consideradas atraentes. É trazer uma carga sexista desnecessária ao futebol», disse o responsável pelo 'programa de diversidade' (sic) da FIFA. Eis a obsessão de falso puritismo que varre a correcção política sexual! Ridículo, no mínimo. Já agora - e pondo de lado, a cientificidade na definição de «raparigas atraentes» - por que razão a FIFA não faz de policia de costumes no controlo de entradas das raparigas ou não define limites de vestuário (ou falta dele)?"

Bagão Félix, in A Bola

Orgia

"1. Sérgio Conceição dispensou dois reforços de verão (Saldy Janko e Ewerton) e dois de Inverno (Paulinho e Waris), já depois de terem saído Gonçalo Paciência e Osório (também tinha chegado em Janeiro). É mais difícil perceber a política desportiva do FC Porto do que saber a idade correcta de Mbemba.
2. Porque estamos no verão, há que dizer que o Benfica sem Jonas seria como uma praia sem vendedores de bolas de Berlim, sobretudo num ano de gulosa «reconquista».
3. Costuma dizer-se que eleições com vários candidatos são sinal de democracia e vitalidade, mas quando em causa estão oito ou nove listas (se Figo avançar), então é uma orgia eleitoral.
4. «O Sporting não pode viver dias de total falta de democracia», diz Bruno de Carvalho. Há crianças que têm amigos imaginários, Bruno de Carvalho tem uma consciência imaginária. E uma grande lata, já agora. O homem, para voltar ao poder, é capaz de jurar a pés juntos que Herrera sempre teve as orelhas para dentro.
5. A vida do Benfica continua a ser um e-mail aberto, com alguns blogs (sobretudo um) a tentarem fazer justiça pelas próprias teclas. Perceber-se o sentimento de impotência das águias (independentemente do que a Justiça venha a decidir), mas daí a processar a Google é como eu processar Adão e Eva quando a minha mulher me pedir o divórcio. Revela um desespero maior do que barriga de Viviano e tão ridículo como as quedas de Neymar.
6. Os testes físicos de Ronaldo na Juventus indiciam tratar-se de um jovem de 20 anos e não de 33. É mais ou menos o que tem acontecido com Sousa Cintra no Sporting. Nunca vi bombeiro com 73 anos em tão boa forma.
7. A FIFA quer acabar com as imagens de mulheres bonitas durante as transmissões. Viva os homens gordos e peludos em tronco nu, as crianças a tirarem orangotangos do nariz e as mulheres sem dentes e com cabelo oleoso. No fundo, viva a estupidez."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

O tempo que foge ao Benfica

"O Benfica está a duas semanas de começar a época oficial, e logo com um compromisso europeu que pode determinar toda a temporada. Ao contrário do que vinha sendo hábito na casa encarnada, a turma da Luz está este ano obrigada a testes prévios no caminho que pode abrir as portas da Liga dos Campeões e aí a margem de erro de que dispõe é diminuta. Um insucesso, que acarretaria um prejuízo de pelo menos 40 milhões de euros, transformaria o dia a dia da equipa de Rui Vitória num exercício de convívio penoso com o descontentamento dos adeptos.
É por todas estas razões que se vê com alguma apreensão, na certeza de que o futebol nacional só terá a ganhar com duas equipas na máxima competição da UEFA, o atraso no fecho do plantel do Benfica, o que cria uma sensação de déjà-vu relativamente a 2017/2018, época que redundou no fracasso da perda do título nacional e numa presença que ficou a anos-luz do prestígio europeu dos encarnados na liga milionária.
A Rui Vitória, por certo, não bastaria ter o plantel fechado na véspera do primeiro jogo com o Fernerbahçe, o treinador do Benfica precisa de todas as unidades à disposição mais cedo, por forma a poder trabalhar os automatismos e a desenvolver uma lógica colectiva sempre na base do sucesso no futebol.
Se, ao azar de lhe ter tocado uma fava turca nesta terceira pré-eliminatória, o Benfica adicionar um comportamento pouco agressivo no mercado, podemos estar perante o desenvolvimento de uma tempestade perfeita, dramática para a retoma prometida na Luz. E, pelo que tem sido possível observar, o plantel do Benfica não pode estar fechado, há posições que carecem de reforço, de olhos postos na Champions e não só."

José Manuel Delgado, in A Bola

Sabe quem é? Com o não de Salazar - Eusébio

"Aos 15 anos, a Juventus quis levá-lo para Turim, não foi por causa da mãe. Tentaram-no de novo, tropa travou-o

1. Aos 15 anos, poderia ter sido o primeiro português na Juventus, Elisa Anissabene não deixou. Vendo-o em jogo, um turista acidental beliscara-se para saber se era mesmo verdade o frenesim que lhe saía do corpo, o fulgor que lhe saía dos pés - e era. «Falaram com a minha mãe para me levar logo dali - mas Itália, para ela, era uma grande confusão, por me achar um garoto e ser longe. Disse-lhes não e, não muito depois, surgiu o Belenenses a dar 110 contos por mim. E a seguir, apareceu o FC Porto a dar 150».
2. Não foi para o FC Porto - e, sem grande tardar, puseram-no no Benfica. Ao sabê-lo, o Sporting tentou desviá-lo para Alvalade. «Muito dinheiro me prometeram para dar o dito por não dito. Não dei, passaram às ameaças: que nunca seria autorizado a jogar pelo Benfica, que seria irradiado do futebol - e pior: Coluna chegou a aconselhar-me cuidado até a atravessar a rua, que podiam atropelar-me...»
3. Percebendo que nem a pressão, nem a ameaça o tiravam no finca pé, o Sporting tentou, então, a sedução para o demover. A pretexto de o levar ao cinema, Hilário levou-o, clandestino, a casa de Jaime Duarte, chefe do futebol no Sporting: «Apresentou-me papéis nos quais queria que eu pusesse a minha assinatura. Não sei o que diziam, não cheguei a lê-los. O que sei é que o senhor me disse que se eu os assinasse, me daria os maços de notas que me mostrou». (Os maços faziam 500 contos, hoje seriam 183 mil euros).
4. Estava a viver no Lar do Benfica. Para lá voltou em alvoroço a contar o que se passara com Jaime Duarte. Gastão Silva ordenou a Domingos Claudino, proprietário de frota de táxis, que o levasse para o Algarve - e que lhe escondesse até calças e sapatos, por precaução. (Para os sportinguistas foi rapto, para ele não). «Fomos para Meia Praia durante 12 dias. Pegava na bola de manhã e passava o dia a correr e a dar toques sozinho, na praia».
5. Ao cabo de vários meses em turbilhão fechou-se a novela com 400 contos despachado para o Sporting de Lourenço Marques. Atraso no desfecho impedira-o de jogar a Taça dos Campeões que o Benfica ganhou ao Barcelona - e, na que ganhou ao Real, jornalista inglês escreveu: «Às 21.20 horas desta quarta-feira, Di Stéfano, de 35 anos, tirou a camisola, entregou-a a rapaz de 19, de Moçambique - e assim lhe entregou o velho capitão a sua posição, a sua coroa simbólica...».
6. Antes, num jogo de Portugal em Wembley, Haynes, o capitão inglês, não calara já deslumbramento que lhe cruzara os olhos: «É excepcional! Ganha 50 libras? Eu fazia greve!» (Greve era palavra maldita. Que censor, distraído deixou que passasse em parangonas por A Bola. E 50 libras eram 4 contos).
7. Era cada vez mais fascínio - e em Outubro de 1963, chamaram-no à selecção do Mundo para partida de comemoração do Centenário do Futebol - em Wembley.
8. Horas após o seu regresso de Londres assentou praça no Regimento de Artilharia Antiáerea Fixa, como soldado-recruta 1987/63 - com direito a 200 escudos de pré por ser desarranchado (200 escudos era a multa mínima aplicada pelos cabos de mar que, de fita métrica a eito, criandavam pela areia a ver se os fatos de banho cumpriam a norma de um decreto que os determinava de muito tecido - a máxima podia ser de 4000).
9. Se, no quartel de Queluz lhe coubesse serviço qualquer, acabava sempre por arranjar forma de se livrar dele, pagando a colega para  fazer - os oficiais permitiam-no a... Bem da Nação. Mandá-lo para a tropa fora a solução que Salazar patrocinara para evitar que pudesse ir para Juventus.
10. A Juventus oferecera ao Benfica por 16 mil contos. Para ele, poderiam ser, em prémios e salários, 4000 (que, agora seria, quase milhão e meio de euros) - e revelou-o: «O Benfica deve ter falado com ele, o Salazar mandou chamar-me e disse-me que eu não podia sair do país porque era uma instituição nacional ou lá o que era. Depois, ainda fui umas oito vezes a São Bento - e, mal, entrava, o Coluna avisava-me, preocupado: 'Não digas nada!' Só queria perguntar-lhe por que é que não me tinha deixado sair para a Juve, nada mais. O Coluna repetia: 'Está calado, caladinho' - e eu estava». Continuou, por cá, a receber 4 contos ao mês - e o cachet de Amália andava pelos 10 contos ao espectáculo."

António Simões, in A Bola

PS: Mentira. É pena que o António Simões, tenha este tipo de interpretações maliciosas, quando tenta passar por historiador:
O Salazar pessoalmente estava-se marimbando se o Eusébio ficava no Benfica ou no Cascalheira de Cima... O Regime, não 'inventou' serviço militar obrigatório para o impedir de ir para a Juventus, todas as figuras públicas, principalmente os 'grandes' atletas, principalmente os futebolistas, todos eles cumpriram o serviço militar obrigatório, mesmo que na maioria dos casos tenha sido um serviço militar a 'fingir' longe das obrigações normais de qualquer militar... Era essencial para o esforço de 'guerra', como bandeira de propaganda, o Eusébio e outros, vestirem a farda...
Em Portugal sobre Ditadura, ou nos EUA Democráticos como aconteceu com o Elvis, ou o Ali...!!!