Últimas indefectivações

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Falar Benfica - Conversas Gloriosas #18

Visão: React - Entrevista Mayer...

Di Maria e os joelhos do Benfica


"Não se prestou ao Di Maria a devida homenagem. Não se lhe devolveu o que nos deu. Faltou o essencial, uma coisa que não se aprende nem se treina no Seixal: faltou amor. E quem falhou foi Rui Costa. O nosso Presidente. O nosso maestro. O nosso silêncio 

Há dores que não se dizem. Vão ficando, calcadas, como pedras dentro do sapato. Esta tem-me moído no joanete benfiquista. Pequena, mas cruel. O seu nome é Di Maria. Pronto. Disse. Está dito. Não se prestou ao Di Maria a devida homenagem.
Não se lhe devolveu o que nos deu. Faltou o essencial, uma coisa que não se aprende nem se treina no Seixal: faltou amor. E quem falhou foi Rui Costa. O nosso Presidente. O nosso maestro. O nosso silêncio.
Até o PSG. Isto dói. O mais esvaziado dos clubes de futebol. Uma coisa sem alma nem saudade. Um conciliábulo de cupidez árabe e lambança francesa que confunde dinheiro com identidade, ganância com ambição, ouro com plástico. Até esses fanfarrões perceberam quem era Di Maria. Mas nós não.
Ouçam bem. O Di Maria é o jogador com mais títulos de sempre do futebol português. É um dos melhores jogadores da História. Sem pestanejar. Sem penas. (Na maior.) Como é que um Presidente que foi um grande jogador não vê isto? Como permitiu ele que acabasse humilhado, escondido, encaminhado para a porta dos fundos? A sexta substituição no jogo da Taça, e só porque houve prolongamento.
Um grande reconhece outro. Os homens reconhecem-se entre si. Os cães também. Cheiram-se. Empinam o focinho, torcem o pescoço. O Di Maria era um deles. Dos que se farejam de longe.
Bem. Há uma tradição antiga. Um hábito de tratar mal os nossos grandes jogadores. Desde Manuel Damásio que a indiferença se tornou método. A lista não caberia nestas páginas, mas assim de cabeça vão sete:
1. Isaías.
2. João Pinto — e abro parêntesis: (que fique bem claro, João Vieira Pinto não saiu, João Vieira Pinto foi corrido, depois de levar a equipa ao colo épocas a fio; e, se não fosse ele e o número 3 desta lista, teríamos descido de divisão).
3. O número 3 desta lista: Michel Preud’homme.
4. Vítor Paneira.
5. Javier Saviola.
6. Pablo Aimar.
7. Karel Poborsky.
Sete magníficos. Sete injustiçados.
E nós, que nos orgulhamos de não ser como os outros. O Real Madrid fez de Di Stéfano Presidente Honorário. E o Eusébio? Como é que não foi o nosso Presidente Honorário? Porventura um Rei não poderá ser Presidente? Poderá e pode. No Benfica pode. E deve.
Muitas vezes venho para aqui lamentar o óbvio que ninguém vê, mas hoje é o contrário: a queixa que apresento é do óbvio que todos vêem, menos Rui Costa. Tão estranho quanto triste.
Onde é que o olfacto de Rui Costa está a falhar? Há uma hipótese. Passo a explorá-la. Talvez Rui Costa não tenha sido assim tão grande. Sabemos, com certeza, que não sabe o que são grandes feitos no Benfica (nem como Presidente, nem como jogador).
O facto mais memorável da sua carreira é de camisola roxa, a marcar contra o Benfica. (Chorou, é certo. Foi verdadeiro, não duvidamos. Mas foi contra o Benfica.)
Um clube não se faz só de vitórias. Faz-se de memória. De joelhos. Como os joelhos do Chalana, o segundo na lista dos Reis, a seguir ao Eusébio. Não sei se se lembram disto (se Rui Costa se lembra disto). Antes de começar o jogo, o pequeno genial, puxava as meias para cima. Fazia-o de joelhos. Como se o momento fosse litúrgico, como se antecipasse nesse gesto uma Graça futura.
Era dessa maneira que Chalana anunciava o que estava prestes a começar. E as bancadas rugiam (conseguem ouvir o terceiro anel a bramir? Ainda hoje assusta.). Do gesto mais humilde brotava a grandeza. O acontecimento mais aguardado.
O Benfica não precisa de estatísticas, nem de comunicados, nem orçamentos ou relatórios. Disso já há com fartura. Precisa de se lembrar. Com o corpo inteiro. Precisa dos seus joelhos. É que quando genuflectimos fazemo-nos pequenos e assim maiores. De acordo com a nossa verdadeira natureza."

Vale a Pena Ir Atrás Das Audiências Da CMTV?


"1. Luís Filipe Vieira foi o primeiro a dar o (mau) exemplo: impiedosamente atacado pelo grupo Cofina quando era presidente do Benfica - publicação de emails roubados e truncados, exploração especulativa de vários processos judiciais que até agora, passados anos, deram em nada, divulgação de escutas do processo cartão vermelho em segredo de justiça, etc. -, impiedosamente atacado, escrevia, Luís Filipe Vieira foi dar-lhes entrevistas que bateram recordes de audiência do canal. Fez-lhes um enorme e imerecido favor.
2. Nesta pré-campanha, o João Diogo Manteigas foi o primeiro a marcar presença nos estúdios da CMTV para apresentar e defender as suas ideias; o João Noronha Lopes não lhe quis ficar atrás e saiu a perder com a comparação; o Martim Mayer foi no registo de entrevista e não me parece que tenha sido muito bem tratado por eles.
3. Que necessidade há em escolher um canal hostil ao Benfica para dar a conhecer ideias? É por causa das audiências? O Benfica é o maior de Portugal, o Benfica dá audiências, o Benfica não precisa das audiências de ninguém.
4. Quando no futuro, por força das ditas audiências, for conveniente à CMTV arrasar com o Manteigas, o Noronha Lopes ou o Martim Mayer, eles não vão hesitar um segundo em fazê-lo sem dó nem piedade. Fazem o seu trabalho e só vê aquilo quem quer, não é o jornalismo deles que está em causa, são os nossos que vão lá participar naquela forma tablóide de fazer jornalismo. Pior: ao participar estão a legitimar aquela forma tablóide de fazer jornalismo. Depois não se queixem quando lhes tocar a eles.
5. Preferia que todos os candidatos pudessem apresentar-se e dar entrevistas na BTV, de preferência em sinal aberto, mas duvido que a direção do clube esteja interessada nisso."

Representar bem o Benfica


"Continua a preparação para o Campeonato do Mundo de Clubes em Tampa. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Boa preparação
Florentino salienta: "Temos de representar o nosso clube da melhor maneira, porque nós representamos o Benfica. Tudo é um pouco diferente, e toda essa adaptação está a ser bem feita, com tempo, para chegarmos no primeiro jogo nas melhores condições."

2. Capitão de volta
Otamendi já se juntou ao grupo de trabalho em Tampa, depois de representar a seleção nacional da Argentina.

3. Em evidência
Samuel Soares foi titular na baliza da seleção nacional Sub-21 na estreia portuguesa no Campeonato da Europa (empate sem golos com a França).

4. Waters Sportsplex
Conheça por dentro o centro de estágio onde o Benfica se prepara para o Campeonato do Mundo de Clubes.

5. A um triunfo do tetra
O Benfica visita o FC Porto amanhã, às 19h00, no jogo 3 da final do play-off do Campeonato Nacional de basquetebol. Em caso de vitória, os encarnados sagram-se tetracampeões nacionais. Norberto Alves realça a importância do coletivo: "Voltamos a ter de nos transcender em termos de qualidade, acreditar no colega ao lado, manter a humildade. É assim com este espírito que nós vamos."

6. Ligação à Comunidade
Uma iniciativa dos Juvenis de futebol do Benfica.

7. Primeira Loja Imersiva
Explore a Loja Imersiva do Benfica, já disponível no Site Oficial."

História Agora


Zero: Mercado - Real não deixa cair Carreras

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - O que está em causa no caso Gyökeres?

Rabona: Mundial...

Golazo: Mundial...

ESPN: Futebol no Mundo #460 - Brasil na Copa, recorde de Memphis e Mundial de Clubes

TNT - Melhor Futebol do Mundo...

Zero: Saudade - S03E40 - «Plata y Plomo»: o festim de morte do futebol colombiano

Em Times Square é preciso olhar para cima para se ver um sinal do Mundial


"Saio do hotel a escassas centenas de metros de Times Square e viro à direita em direção da icónica praça que hipnotiza quem vem de outros mundos.
O objetivo é encontrar vestígios do Mundial de Clubes a três dias do pontapé de saída da prova no Inter Miami-Al Ahly, jogo do grupo do FC Porto.
Vejo grupos de espanhóis e o máximo de portugalidade com que me cruzo é um casal de portugueses que deixa mais tranquilo porque parece tão ou mais esmagado do que eu pelo gigantismo da arquitetura de Manhattan e uma camisola de Cristiano Ronaldo, da Seleção Nacional, na Pelé Soccer. Vá! E uma loja vazia, mas cheia de «Portuguese Sardine».
Gente com camisolas do FC Porto? Do Palmeiras? Do Fluminense ou do Borussia Dortmund, todas equipas que daqui a uns dias farão jogos no Metlife Stadium? Talvez já andem por aí, mas ainda não a ostentar orgulhosamente o escudo numa camisola ou num boné.
Talvez numa qualquer outra cidade europeia ou da América Latina o Mundial já estivesse em ebulição, ainda para mais sendo este um Mundial de Clubes da FIFA como nunca o vimos. Lojas cheias de merchandise, adeptos a beber nas ruas e a cantar bem alto os nomes dos clubes, ou até mesmo em confrontos como, lamentavelmente, não raras vezes se vê, era o mínimo já por estes dias.
Mesmo que alguns clubes dispensassem não o dinheiro, mas mais esta ralação no fim de uma época longa, desgastante e cheia de sequelas físicas e psicológicas e num período em que é difícil determinar se lhe devemos chamar fim ou princípio de época.
Mas ninguém pode dizer que a FIFA não se tem esforçado, depois de ter colocado as expectativas bem lá no topo de um arranha-céus. Em Times Square deve ter investido uma fortuna naqueles enormes jumbotrons que vão passando imagens de Messi, Haaland, Kane, Dembélé, Cavani e dos 32 clubes em competição e cujos jogos – lembra-se quem fizer o favor de olhar para cima e reter toda a informação naqueles blocos de 15 segundos de rodam alternadamente com outras publicidades – podem ser vistos sem custos na DAZN ou, para quem quiser/puder vê-los ao vivo, a preços bem mais modestos do que os praticados quando os bilhetes foram postos à venda, não estivesse a lei da procura e da oferta agora a penalizar o vendedor.
Uma coisa é certa! Este Mundial ficará na história. De uma forma ou de outra."

Varandas fez um 'all-in' com Gyokeres


"Ao falar abertamente sobre o processo Gyokeres, Varandas arriscou. Um risco calculado e cujos resultados terão um impacto proporcional ao que o sueco fez em campo. Para o bem ou para o mal

Decidiu Frederico Varandas pronunciar-se publicamente sobre as notícias a respeito da insatisfação de Gyokeres em relação à intransigência do presidente do Sporting em deixá-lo sair por números alegadamente apalavrados entre as partes (a já famosa fórmula 60+10) e foi graças às declarações do líder leonino que ficámos todos a perceber uma coisa: alguém está a mentir neste processo.
Sem querer fazer qualquer juízo de valor, custa-me no entanto acreditar que Varandas afirmasse taxativamente não ter feito tal promessa se não tivesse provas do mesmo (ou melhor, a não existência de provas do contrário), sob perigo de colocar a sua credibilidade em causa: na opinião pública, entre os adeptos, entre os jogadores que ganhariam maior desconfiança em casos futuros e no próprio mercado, essa grande amálgama de agentes, dirigentes e demais consultores.
Por outro lado, tratando-se de um presidente já com experiência, não é crível que tenha proferido tais palavras (um ato pensado e anunciado) com outra intenção que não fosse a de um statement. Ou, usando uma analogia cara a Varandas e já aplicada noutros momentos, ele está a fazer um all-in. Tal como no póquer, esta é uma jogada arriscada. Porque não está a surfar uma onda qualquer. Alimentar um braço de ferro com o melhor jogador do Sporting dos últimos 20 anos (pelo menos) é algo cujo desfecho é proporcional ao impacto do sueco nos relvados: conseguindo receber mais que os €60 milhões mais os €10 M variáveis, é uma vitória pessoal robusta; não o logrando, é a sua imagem que fica em causa.
É por isso prematuro assumir que a posição de Frederico Varandas foi precipitada ou pouco ponderada. Para o adepto comum é sempre difícil aceitar que dois protagonistas do mesmo clube estejam desavindos, embora todos saibamos que quando terminam as épocas desportivas os interesses das partes deixam de ser os mesmos. Há imensos exemplos por essa Europa fora de jogadores abraçados a presidentes na hora do champanhe e andarem na semana seguinte de candeias às avessas por causa do mercado de transferências.
Este é o período que nos lembra como o futebol é uma indústria e não um desporto. Que tem as suas próprias regras, entre elas alguns códigos de conduta não escritos, a famosa palavra cujo valor varia consoante a credibilidade de cada um. Perceber quem melhor a usa neste momento irá definir quem sai menos chamuscado nesta história."

Pode sempre acabar bem


"Nenhuma seleção do mundo, nem o Brasil a viver tristes dias, tem mais soluções de talento que a portuguesa, num rácio impressionante de qualidade e quantidade, fácil de perceber a partir das escolhes para final com a Espanha. A um onze de enorme qualidade era possível acrescentar, a qualquer momento, Gonçalo Ramos, João Félix, Rafael Leão, Diogo Jota, Francisco Trincão, Pedro Gonçalves ou Rodrigo Mora, pensando só em opções ofensivas. E fora dos convocados ainda havia Geovany Quenda, Fábio Vieira, Bruma, Ricardo Horta ou Jota Silva. É de cortar a respiração. Mas o que aumenta as possibilidades também acrescenta às responsabilidades. E a vitória na Liga das Nações, concretamente o modo como se chegou a ela, não deixa dúvidas: por via das alternativas disponíveis, Portugal tem hipóteses de ser feliz contra qualquer seleção do mundo, e mesmo um jogo que pareça correr mal pode sempre acabar bem.
Dito o óbvio, que é também o que mais conforta para o futuro, reconheçamos que é possível jogar melhor, bastante melhor. Uma análise mais fina permite perceber que o processo coletivo não entusiasma, que a organização defensiva revela deficiências críticas e que a criatividade com bola vive na estrita dependência da (reforço, muita) qualidade individual. Talvez não se pudesse pedir mais a um onze que nunca testado (em jogo) e decerto pouco ensaiado (em treino), mas a pergunta que apetece fazer está mesmo aí: o que poderia render esta seleção com um onze minimamente repetido e rotinado? E já era tempo.
Além da constatação genérica anterior, não parece grande ideia continuar a desaproveitar, a meio-campo, a ligação Vitinha-João Neves, que impressionantemente varreu a Europa, ou agrupar tanta gente de talento nessa zona do campo, capaz do melhor com bola (os dois Neves, Vitinha, Bernardo e Bruno), para depois depender ofensivamente das correrias solitárias de Pedro Neto ou Rafael Leão. As diferenças de linguagem entre o meio-campo e o ataque têm de ser corrigidas, até para que as prematuras perdas de bola não impeçam o contributo pontualmente decisivo de jogadores como Trincão, Conceição ou Félix, fortíssimos na definição perto da baliza mas que nunca serão de acelerações longas, de arrastar a equipa com eles.
Também por isto, porque a equipa vive ofensivamente de rasgos individuais e do aproveitamento de espaços em aceleração, Nuno Mendes foi o atacante mais decisivo da seleção. O resto é a imensa qualidade do melhor lateral esquerdo do mundo e a caminho de ser um dos melhores da história. Com um pouco menos de obsessão com Ronaldo, já nos teríamos dado conta há umas semanas de que há dois potenciais bolas de ouro na equipa das quinas: Nuno Mendes e Vitinha. Foram tímidas e pontuais as vozes que os elevaram, ao mesmo tempo que Espanha avançava diariamente na promoção da justa candidatura de Yamal. Este é bem capaz de ser já o melhor futebolista do mundo, acontece é que Nuno Mendes e Vitinha ganharam mesmo tudo o que era possível este ano. E o prodígio espanhol não.
Quanto a Roberto Martínez, percebeu-se o incómodo da Federação após ter deixado perceber que tinha desenhada a sucessão. A partir desta conquista, Pedro Proença não tem alternativa e vai chegar ao Mundial agarrado a Martínez, mesmo se ambos sabem que a relação é de conveniência. Ou seja, o ponto de partida não foi bom mas o porto de chegada obriga-os a unir esforços. E o final feliz é possível. Lá está, com o talento disponível e mesmo quando parece correr mal pode sempre acabar bem."

Padeira de Aljubarrota vence Velhos do Restelo


"Há cinco anos, Nuno Mendes estreava-se como jogador profissional. O nosso comboio é o espírito que prova que foram os jogadores, e não o selecionador, a vencer a Liga das Nações.

Ponto prévio: hoje estou a pensar em voz alta, esta crónica não é um ponto de chegada - também não é um ponto de partida - é uma viagem por um meio caminho entre dois extremos que percorremos a grande velocidade: tão depressa somos a Padeira de Aljubarrota como os Velhos do Restelo.
Longe vão os tempos das vitórias morais, dos pequeninos feitos desportivos que nos levavam para a rua a gritar que somos grandes. Hoje somos muito mais exigentes. Quem ligasse as televisões para ver o debate após a final da Liga das Nações sem saber o resultado haveria até de pensar, em alguns momentos, que a Espanha venceu. Já nos damos ao luxo de colocar defeitos nas nossas grandes conquistas. Como colocámos no Europeu de 2016 - o futebol sem sal, vencemos apenas um jogo nos 90 minutos, com Gales, nas meias finais, a sorte nos adversários que nos calharam até à final...
Hoje, há quem continue a defender a saída de Roberto Martínez, há muitos que defendem que Ronaldo empata mais do que adianta; quem defenda que, com estes jogadores, será uma oportunidade histórica criminosamente perdida se não formos campeões do Mundo em 2026. Abençoada Seleção que vence na Alemanha o anfitrião; que bate na final talvez a melhor seleção do mundo - Espanha - que conquista um troféu e ainda assim é confrontada é colocada em frente a um espelho para que se compare entre o que é e o que deveria ser.
Somos exigentes? Somos e temos de ser. Só lamento que não o sejamos e não discutamos com tanto afinco e conhecimento de causa em todas as outras áreas da nossa vida, do nosso país.
John Kennedy, antigo presidente dos Estados Unidos, defendeu que «a altura certa para consertar o telhado é quando o sol está a brilhar.» Por isso, aceito até por útil que se discuta a Seleção. E há bons argumentos para discutir. A começar por algumas ideias e escolhas peregrinas de Martínez. Pelo que é ou não exigível em termos de qualidade de jogo. E o selecionador tem de ser o primeiro a confrontar-se a si mesmo para saber o que pode e deve mudar. Leia a biografia de John Wooden, saudoso e lendário treinador de basquetebol norte-americano: «O fracasso não é fatal, mas a falha em mudar pode ser.» E aplique a si próprio o que Ric Charlesworth - icónico treinador australiano de hóquei em campo, além de médico e político - fazia aos jogadores que treinava: «Perturbar quem está confortável e confortar quem está em dificuldades». Um Martínez confortável, para mais como vencedor da Liga das Nações, é algo que tem tudo para não resultar.
Discutamos tudo. Hoje, felizmente, no futebol já estamos mais perto da Padeira de Aljubarrota do que dos Velhos do Restelo... Passámos de um «isto vai correr mal» para «alguém vai ter ser punido por incompetência se não correr muito bem». Ganhamos todos mais com isso. Mas que seja assim em todas as áreas e, acima de tudo, que sejamos tão exigentes connosco como somos com os outros.

Cinco anos de Nuno 'comboio' Mendes
Faz hoje cinco anos que Nuno Mendes se estreou na equipa principal do Sporting. Aos 72 minutos do jogo em Alvalade com o P. Ferreira (1-0) substituiu Acuña. Não temos sido muito justos. Temos poupado nos elogios ao melhor lateral esquerdo do Mundo. Ao atual melhor jogador da Seleção. O que ele fez na Liga das Nações foi monstruoso. Que orgulho, Nuno Mendes. Muito obrigado. Ele é atualmente o espírito desta seleção. Porque, meus amigos, mais do que selecionador ou táticas ou opções, foram os jogadores que, unidos e comprometidos, ganharam a Liga das Nações. É isso que me deixa mais tranquilo."

Zero: Afunda - S05E71 - Pacers em controlo! Knicks e Durant nem por isso