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sábado, 14 de dezembro de 2024

Terceiro Anel: Bola ao Centro #85 - Muita parra e pouca uva!

BI: Fórum Benfica - AGE, Momento da equipa, Mercado de Inverno 🦅

O avanço que o Benfica realmente deu


"Belo jogo na Luz, com os encarnados a conseguir reagir às dificuldades colocadas por um muito bem trabalhado Bolonha sem, no entanto, chegarem ao golo da vitória

O Benfica deu uma parte de avanço ao Bolonha, dizem. Nas várias análises feitas ao 0-0 dos encarnados na Liga dos Campeões, alegado marco de perda de consistência da equipa após as dificuldades e o magro 1-0 diante do V. Guimarães, terá sido esta a frase-feita mais comum. Uma das muitas que estão entranhadas no futebol português há décadas.
Na verdade, aquilo que muitas vezes usamos como simples explicação de canivete suíço para as várias questões levantadas durante uma partida, serve de muito pouco. É impossível avaliar algo com tantas variáveis, distribuídas por tantos momentos, ao longo de mais de 90 minutos, e que por sua vez se relacionam com tantas outras fora do relvado a partir de cada um dos protagonistas, em duas ou três ideias, quanto mais numa frase, que nada de científico ou matemático possui. E, além do mais, é tremendamente vaga. O que realmente quer dizer? Que a equipa que «deu de avanço» não quis atacar?
Encontramos esta época vários exemplos que até que contrariam a relevância da expressão. Por exemplo, o Sporting não ofereceu ao FC Porto os primeiros 45 minutos da Supertaça e mesmo assim perdeu-a. Terão sido, por sua vez, os dragões a fazê-lo? Os de Alvalade estiveram a vencer desde os 24 minutos por 3-0 e deixaram o troféu fugir no prolongamento. Os dragões recuperaram de 0-3 para 4-3, porém será que alguém pode mesmo concluir que se desleixaram na primeira parte ao ponto de se poder atirar com tal ideia? Mais uma vez, o Sporting na Bélgica fez o 0-1 logo aos 3 minutos e deixou que a partida virasse. Não deu de avanço e também saiu derrotado.
Um jogo tem 90 minutos e mais uns quantos de compensação. Por muito que o estudo do adversário seja hoje tremendamente exaustivo e completo, é feito por ambos os lados da barricada. A probabilidade de que, de parte a parte, após o pontapé de saída, se encontre algo antes não observado é mínima, porém, até para contrariar essa mesma análise, existe.
Há ainda a passagem da teoria à prática. Mesmo que determinada dinâmica ou fragilidade tenha sido identificada, o ajuste de comportamentos tendo em conta essa perceção pode não ter ficado perfeito. Há poucas horas entre cada partida e é naturalmente impossível treinar com jogadores exatamente iguais aos que os rivais vão levar para o relvado e que podem vislumbrar num ápice vários rotas alternativas.
É normal que, devido ao peso da História, o favoritismo de um Benfica-Bolonha caia para o lado dos encarnados. No entanto, retirar daí a sentença de um triunfo tranquilo dos portugueses seria sempre precipitado e leva a desconfiar de algum desconhecimento do momento do conjunto italiano, mesmo que este tenha feito um arranque mais periclitante na prova milionária e na Serie A, na qual ainda assim já é oitava classificada, com os mesmos pontos do habitual candidato ao scudetto Milan. O conjunto da Emilia-Romagna foi das equipas que melhor futebol praticou na última época e, mesmo tendo perdido alguns jogadores como Zirkzee, Calafiori e Arnautovic, conseguiu bons negócios com Dallinga, Holm, Odgaard e Freuler, e ainda substituir o técnico Thiago Motta, hoje na Juventus, por mais um estratega de grande valor, com um trabalho muito competente na Fiorentina: Vincenzo Italiano.
A qualidade da equipa transalpina ficou bem patente nos primeiros 45 minutos, em que tornou praticamente inútil a pressão dos portugueses e garantiu o domínio da bola (e o controlo do jogo). Sem criar grandes oportunidades, manteve as águias longe da sua área, embora tenha consentido uma ou outra oportunidade, em que o excelente Skorupski foi chamado a intervir. Por sua vez, ao pressionar forte e bem, também criou dificuldades na saída encarnada. Mais produtiva agora do que com Schmidt, nem que seja pela excelência de Tomás Araújo e a consistência de Carreras – as melhores exibições da noite – a primeira fase de construção precisou de tempo para poder evoluir junto à relva e evitar as bolas longas, na verdade bolas perdidas, tal a incapacidade de ganhá-las mais à frente, devido a uma equipa demasiado esticada entre a defesa e o ataque. Olhando para isto, pergunto: foram os encarnados que não quiseram atacar ou os italianos que não o permitiram?
O Benfica precisou do intervalo para Bruno Lage afinar os tempos da pressão – os jogadores estavam a chegar um pouco atrasados –, lembrar que os setores tinham de estar mais próximos e aos defesas para se tornarem mais proativos, com encurtamentos e tentativas de antecipação, recuperando rapidamente a bola. O Bolonha, apesar de um ou outro bom momento, pareceu bem mais controlável e as oportunidades sucederam-se. Não foi só Skorupski a brilhar entre os postes, houve também desacerto na finalização. Pavlidis teve a chance mais flagrante e, embora o guardião polaco tenha sido brilhante, faltou ao grego discernimento para fazer subir a bola e não dar assim qualquer ao adversário hipótese de defesa.
A equipa de Lage chegou muito a tempo ao jogo, ao contrário do que se tem defendido. Não jogou da mesma forma na primeira e na segunda parte, porque simplesmente não podia. E o mau resultado, por ser na Luz, acabou por levar a conclusões que ainda parecem precipitadas.
Admiro-me que tenha faltado atirar que não houve intensidade, garra ou atitude, a famosa chave tripla de explicações que querem mais ou menos dizer o mesmo: quem vê bola gosta de ter os futebolistas a correr de um lado para o outro e a comer a relva como se fosse atletismo.
Claro que houve intensidade brutal em Álvaro Carreras, em Tomás Araújo e em Aursnes mais uma vez. Mas não se confundam. Essa nada teve que ver com os quilómetros que correram ou a que velocidade, com ou sem bola – e terão sido muitos e rapidamente percorridos –, mas sim no foco, na concentração e na clarividência na tomada de decisão. Essa é que é a verdadeira intensidade, e a garra e a atitude certas. Como dizia Cruijff, o futebol joga-se com a cabeça, as pernas só estão lá para ajudar."

Fredrik Aursnes


"A GRANDE NOTÍCIA DO DIA CONTRATO PROLONGADO ATÉ 2029!

Pode não ser tecnicamente o melhor.
Pode não ser quem decide mais jogos com assistências e golos.
Pode até nem ser quem dá mais nas vistas a cada jogo.
Mas é quem mais se sacrifica em prol da equipa onde o treinador entender.
Mas é quem nunca reclama e dá sempre tudo.
Mas é quem gosta de estar aqui e não tem as antenas viradas para outros lados.
Pode não ser o jogador preferido de todos benfiquistas.
Mas é o jogador do Benfica de quem mais eu gosto.
Gosto da sua sobriedade e simplicidade de processos, da sua utilidade tática, da sua regularidade e fiabilidade, dos equilíbrios que dá à equipa, do exemplo que personifica.
Gosto que goste de estar aqui: "Gosto muito de Lisboa, de Portugal, da equipa e dos benfiquistas", revelou, exprimindo-se em português.
Já na época passada tinha renunciado à seleção da Noruega.
Agora recebemos a grande notícia da renovação até 2029!
O futuro capitão do Benfica vai ficar connosco mais quatro épocas para além desta.
É uma grande notícia!"

Foi mais rápido que o Macaco virar doutor...😏

Fim de semana preenchido


"Os temas em destaque nesta edição da BNews são o anúncio da renovação de contrato de Aursnes, as distinções a Bruno Lage e Di María, e a agenda desportiva do fim de semana.

1. Aursnes até 2029
Aursnes prolonga o vínculo com o Benfica até 2029. "Gosto muito da equipa, e também gosto muito dos Benfiquistas", afirma.

2. Treinador do Mês
Os treinadores da Liga Betclic elegeram Bruno Lage, com 38,46% dos votos, para Treinador do Mês em novembro.

3. Jogador do Mês
Di María foi eleito, com 42,74% dos votos dos treinadores, o Jogador do Mês de novembro da Liga Betclic.

4. Comunicado à CMVM
Acordo alcançado entre a SL Benfica, SAD e o anterior treinador, Roger Schmidt.

5. Triunfo europeu
O Benfica ganhou, por 3-1, à UD Oliveirense, em mais uma jornada da WSE Champions League de hóquei em patins. Edu Castro considera: "Merecíamos vencer por mais golos, mas competimos muito bem numa partida complicada. Queríamos continuar invictos diante de uma equipa que também o era. Há que desfrutar o momento, felicitar a equipa e agradecer aos muitos adeptos que vieram apoiar-nos."

6. Sorteio
O próximo adversário do Benfica na Taça de Portugal de futebol no feminino (4.ª eliminatória) é o Racing Power.

7. Agenda para sábado
A equipa B visita o Mafra, às 15h30; os Sub-19 também jogam com o Mafra, mas no Benfica Campus (15h00); os Sub-17 recebem o Torreense, às 11h00. Na Luz, às 15h00, há partida de basquetebol com o Galitos; às 19h00, a equipa feminina de hóquei em patins defronta o Telecable a contar para a WSE Champions League Women; e, às 20h30, jogo de andebol com o Póvoa AC. Em voleibol, os encarnados visitam o Viana (18h00); e a equipa feminina de futsal joga no reduto do Atlético, às 20h00.

8. Agenda para domingo
Em futebol, a equipa masculina do Benfica desloca-se ao reduto do AVS (18h00), e a feminina recebe o Marítimo, no Benfica Campus, às 11h00.
Na Luz, há três jogos de equipas femininas: a de andebol tem embate com o Colégio de Gaia (13h00); a de basquetebol com o Sanjoanense (14h00); e a de voleibol com o FC Porto (17h00).
Em hóquei em patins, o Benfica visita o Marinhense (18h00); no râguebi, o Benfica é anfitrião do Técnico (16h00).

9. Nacionais de natação
A prova começou hoje em Tomar. O treinador do Benfica, Miguel Frischknecht, refere: "O objetivo é fazer as melhores marcas, conseguir alguns títulos e, como é hábito, que o Benfica seja o clube com mais medalhas."

10. AGE revisão dos Estatutos
Os trabalhos prosseguem amanhã, sábado, com início às 10h00. O presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sport Lisboa e Benfica, José Pereira da Costa, prestou esclarecimentos sobre o funcionamento da reunião magna, à BTV."

AG Extraordinária do SLB – procedimentos e esclarecimentos


"Assembleia Geral Extraordinária do Sport Lisboa e Benfica – revisão estatutária.

PROCEDIMENTOS E ESCLARECIMENTOS
1. Abertura das portas – 8h15
2. Primeira chamada – 9h30
3. Segunda chamada – 10h00
4. Suspensão para almoço – 13h00
5. Recomeço dos trabalhos – 14h00
6. Encerramento dos trabalhos – 18h00
A) Tolerância, em cada um dos horários, de 10 minutos no máximo, pelo que a deslocação para o Complexo Desportivo do Sport Lisboa e Benfica deverá ocorrer o mais cedo possível;
B) Para o cumprimento da Ordem de Trabalhos, e a bem do seu andamento, os sócios terão obrigatoriamente de se sentarem nos lugares destinados de acordo com o seu número de votos;
NOTAS RELEVANTES
1. A AG, sendo estatutária e a continuação da que foi suspensa a 26/10, regular-se-á pelos estatutos, pela metodologia e pelas deliberações, entretanto tomadas;
2. Assim, foi deliberado anteriormente que:
- A votação não terá abstenções, sendo só de "favor" e "contra" – nas alternativas haverá sempre a votação "nenhuma";
- Os sócios proponentes que não participarem na Assembleia Geral Extraordinária não terão as suas propostas discutidas e votadas, considerando-se retiradas;
- O ponto da Ordem de Trabalhos relativo à votação final global, por voto expresso em urna física, será agendado em data que permita a sistematização e condensação da proposta de estatutos, conjugando a proposta global aprovada e as alterações na especialidade;

NOTA: Solicita-se que os sócios proponentes se dirijam à Mesa logo a partir das 8h30, para cabal informação do método de votação de cada proposta."

História Agora


Lanças...


A Verdade do Tadeia #2025/25 - Todas as contas da Europa

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - SC Braga em alerta: o que se passa com os minhotos?

Vizak: UEFA World Cup 2026 Qualifier Draw LIVE Reaction

Vinte e Um - Como eu vi - Bolonha...

BenfiquistadeGaia: Bolonha...

Tailors - Final Cut - Especial - Benfica - Bolonha - Acácio Santos

Telma só mudou de horizonte


"Melhor judoca portuguesa de sempre retirou-se da competição mas não da modalidade onde foi construindo uma carreira impar que marcou o judo nacional e internacional e durante a soube ir renovando-se para se manter entre a elite ao longo de duas décadas.

Quando, na segunda-feira, Telma Monteiro anunciou o ponto final na carreira de atleta, colocando termo a mais de 24 anos como judoca, 20 dos quais entre a elite, mais do que o fim de um percurso, o momento marcou o fim a uma era no judo nacional e do desporto português.
Em 2004, ainda júnior, foi bronze no Europeu sénior de Bucareste, apenas quatro épocas depois de se ter iniciado, para muitos já tarde, na modalidade. Ninguém esperaria, nem mesmo Telma, que o sonho tornado realidade viesse a ser tão dourado e prolongado. Ao longo do percurso, com a sorte de apenas lhe terem aparecido lesões mais graves e crónicas na parte final da carreira, à medida que os horizontes iam ficando para trás e surgiam novos, a rapariga com ar de reguila, há muito mulher, do puxinho de um lado da cabeça, foi sabendo transformar-se.
Quiseram limitá-la e impedir que fosse olímpica logo em Atenas-2004, aos 18 anos… há quatro no judo. Não o conseguiram e seguiu em frente. Só parou à beira de, em Paris-2024, se tornar no primeiro judoca da história a participar por seis vezes no evento.
Não fosse a lesão sofrida no joelho esquerdo cerca de seis meses antes de encerrar a qualificação, provavelmente teria concretizado esse último grande objetivo a que se desafiara para atingir metas onde ninguém chegara e poder bem consigo.
Mas, não foi essa ausência na capital francesa, a falta do título mundial em quatro finais, ou mais medalhas olímpicas além do bronze no Rio-2016, quando era a vez em que menos lhe era exigido tal façanha por ter efetuado uma recuperação impossível a outra intervenção cirúrgica ao joelho, que lhe diminuem o brilho. O palmarés? Certamente. Mas nunca o esplendor.
Bem ao seu jeito, todas essas adversidades apenas lhe deram força para lutar. São aquelas coisas intrínsecas aos fora de série. Podem ser tão bons física e tecnicamente que alguns, mas têm algo mais que os faz vencer. E a Telma venceu. E muito.
Recordo-me quando as comunicações não eram tão velozes como hoje, os editores terem uma página em branco até tarde, na altura havia repescagens nas provas, à espera de saber qual medalha ganhara. Foram cinco em Mundiais, quatro em Masters, 15 em Europeus individuais, cinco como campeã, 17 no Circuito Mundial, 13 no Circuito Europeu…
Mas, mais do que assistir, festejar esses êxitos, lembro-me sobretudo de estados de espírito. De na primeira visita a A BOLA, quando tentava a qualificação para os Jogos de Pequim-2008, saber que o judoca António Roquete tinha o recorde de quatro Jogos. De imediato disse: «Hei-de ir a cinco!» De falarem e escreverem que nunca mais ganharia nada por as regras terem sido alteradas e que em nada beneficiava o estilo de judo que praticava. Reinventou-se para depois receber medalhas e honras de quem não acreditara. Coitados.
Da procura de treinador que a ajudasse a crescer sempre que sentiu o receio de estagnar face à evolução das adversárias, de como muitas vezes rejeitou a possibilidade de ganhar mais dinheiro porque queria era ganhar mais o máximo de títulos. Foi essa uma das razões porque disse não ao Sporting quando a quiseram levar da Luz. Sabia quem a ajudara a poder tornar-se profissional.
Durante anos foi a garantia permanente de êxitos na modalidade e competiu com pelo menos três gerações de atletas. Elas passavam, Telma continuava.
Licenciou-se em Educação Física e Desporto e depois, entre outras aprendizagens, fez uma pós-graduação em gestão e marketing do desporto. Agora vai ser coordenadora de judo do Benfica. Uma nova etapa, mas se pensam que é só para o ser e ficará satisfeita com isso, bem… então ainda não conhecem Telma Monteiro. Ela ainda não se foi embora, só mudou de horizonte."

SportTV: NBA - S03E10 - Quem será o primeiro campeão da temporada?

Zero: Afunda - S05E24 - Com Francisco Carvalho: a NBA Cup e a situação de Butler

Económico: Europa e Américas: o negócio do desporto nos dois lados do Atlântico

Senna, uma das minisséries do ano


"O destaque vai naturalmente para a sua conhecida e feroz rivalidade com o piloto francês Alain Prost com quem disputou várias corridas e campeonatos.

Já está disponível na plataforma Netflix um dos lançamentos mais aguardados de 2024. Foi preciso chegar perto do final do ano para podermos assistir a uma série ficcional sobre a vida e a carreira do meu único ídolo de infância e de muitas outras pessoas também. Falo de Ayrton Senna da Silva, o célebre piloto brasileiro de Fórmula 1 e para muitos o mais carismático do “Grande Circo”. Campeão Mundial por três vezes (1988, 1990 e 1991) depois de vencer também a Fórmula Ford e o Campeonato Britânico de Fórmula 3. Morreu tragicamente aos 34 anos, ao volante de um Williams-Renault no Grande Prémio de San Marino, no circuito de Imola.
A minissérie retrata a vida do piloto desde os seus tempos de infância em que já sonhava com carros e as primeiras corridas com um kart comprado pelo seu pai, principal impulsionador da sua carreira. Percorre toda a história, das dolorosas derrotas às vibrantes vitórias, a forma perfeccionista com que encarava a sua profissão e como a colocava à frente de tudo na sua vida. A forte ligação emocional à sua mãe, as saudades do Brasil nos primeiros tempos e as relações amorosas. O seu casamento com Lilian de Vasconcellos e o envolvimento com as famosas Xuxa Meneghel e Adriane Galisteu. O destaque vai naturalmente para a sua conhecida e feroz rivalidade com o piloto francês Alain Prost com quem disputou várias corridas e campeonatos, as suas guerras de bastidores e o sofrimento que Senna sentia por se sentir muitas vezes injustiça e incompreendido pela Federação Internacional de Automobilismo.
Além da história estar muito bem retratada, onde Portugal assume um papel de relevo ou não fosse o nosso país um género de talismã onde conquistou a sua primeira vitória, mas também o Mónaco e as suas reconhecidas habilidades para conduzir à chuva tendo sido inclusivamente apelidado pelo “Rei da Chuva”. O ator brasileiro Gabriel Leone assume o papel principal de “Beco” como era carinhosamente tratado pela família e amigos mais próximos o homem do capacete amarelo, mas as personagens de Alain Prost, Niki Lauda e muitos outros parecem muito bem escolhidas pela similaridade da aparência e boas representações. É por isso já uma das grandes revelações do ano e uma série obrigatória para os amantes de desportos motorizados, mas também para quem gosta de um bom show de entretenimento. Confesso que a vi em apenas dois dias porque nos cola autenticamente ao ecrã e leva-nos além dos bastidores das mais conhecidas corridas de carros. A vida de um dos meninos bonitos do Brasil e a forma como trabalhou, venceu e morreu tragicamente ao volante fica assim mais uma vez imortalizada no pequeno ecrã. Vicente Amorim é o produtor executivo, diretor geral e realizador. Julia Rezende é diretora. Senna é produzida pela Gullane e realizada com o apoio da Senna Brands."

E o povo soltava gargalhdas com as malandrices de Os Três Patetas


"Lelé, Isaías e Jair Rosa Pinto divertiam o público do Madureira. Depois veio o Vasco e levou o trio

The Three Stuges: a primeira formação alinhava com Moe Howard, Larry Fine e Shemp Howard. Ano: 1922. País de origem: Estados Unidos. Ramo: cinema. Estilo: cómico. Tropelias aos molhos como gipsofila, trapalhadas à moda de Charlot; situações caricatas que punham o público a rir. Em Portugal chamávamos-lhes Os Três Estarolas. No Brasil eram Os Três Patetas. E era precisamente ao Brasil que eu queria chegar. Ao Brasil e ao Madureira (não sei porquê sempre que escrevo Madureira sai-me à primeira um Madureira Lopes, coisas que ainda vêm do tempo das moscambilhas do meu saudoso amigo e companheiro António Florêncio), clube do bairro do Rio de Janeiro com o mesmo nome. Foi fundado em 1933 com a designação oficial de Madureira Athletico Clube, algo que resultou da fusão entre o Fidalgo Football Club e o Magno Football Clube. Agora é simplesmente Madureira Esporte Clube sem essas esquisitices de estrangeirismos. Afinal a Maria da Graça é que tinha razão quando cantava: «Esse negócio de I love you/de mon amour de Paris Je t’aime/isto é conversa para estrangeiro/e não fica bem para o bom brasileiro/Como é muito mais divertido/ver o rapaz um bocado aflito/dizendo baixinho para a moça da rua/você morena é um bocado boa». Mas desvio-me. Uma tendência bastante idiossincrática. Por isso volto ao Madureira, que nunca ganhou nada de muito relevante, mas pode gabar-se de ser o clube brasileiro que passou a maior temporada fora do Brasil, 144 dias viajando pela Europa, pela Ásia – jogou na China e no Japão – e pelos Estados Unidos. Como de início usava uma equipamento às riscas grenás, azuis e amarelas, alcunharam-no de Tricolor Suburbano, uma designação um bocado depreciante, a meu ver. Enfim, não tenho nada com isso.
Nos anos 40, o Madureira deu um bocado nas vistas e não, não foi por causa do seu equipamento folclórico. Em 1942, num dos momentos mais deslumbrantes vividos no Estádio Conselheiro Galvão, ao receber o verdadeiro tricolor, o Flu, fê-lo com a sobranceria de um representante da Casa dos Lordes. 4-1; Isaías estava desvairado, marcou três golos, o último dos quais de letra, o que foi como enfiar a espada no pescoço de um toiro enraivecido. O guarda-redes do Fluminense, Romualdo Sperto, o Gijo, que já estava para pendurar as botas, sentiu-se tão humilhado que insultou o negão e a família toda dele até à quinta geração. Seguiu-se outra goleada que entrou para a lenda: 5-1 ao Vasco da Gama. A frente de ataque do Madureira era composta por um trio de jogadores maravilhosos, Isaías, Lelé e Jair da Rosa Pinto, capazes de truques de prestipeditação (acho que a palavra nem existe, mas devia existir) que provocavam gargalhadas em ondas irresistíveis vindas das bancadas. Valia tudo, pontapés de bicicleta, passar a bola por cima dos adversários com os calcanhares, dribles complexos e diversificados e tabelinhas, muitas tabelinhas, várias de cabeça entre os três. É aqui que volto aos The Three Stuges. A torcida não foi de modas e deu-lhes o nome de Os Três Patetas. Em 1936, o carrossel de maluquices garantiu ao clube o vice-campeonato carioca que, tendo em conta as suas debilidades financeiras, pode considerar-se praticamente um título. Depois, em 1942, veio o Vasco da Gama e levou os três. A preços astronómicos para a época.
Lelé era um rematador impiedoso com nome de baptismo, pois claro: Manuel Pessanha. Com o seu sucesso no Vasco ganhou direito a uma marchinha intitulada ‘No Boteco do José’: «Vamos lá!/Que hoje é de graça/No boteco do José/Entra homem, entra menino/Entra velho, entra mulher/É só dizer que é vascaíno/E amigo do Lelé». Isaías Benedito da Costa era destemido por demais. Jair Rosa Pinto, o canhoto do grupo, metia a bola one queria fosse a que distância fosse. Com Os Três Patetas a colocarem armadilhas fatais a todos os oponentes, o Vasco da Gama ganhou o CampeonatoCarioca de 1945 sem perder um jogo. Nunca ninguém tinha visto coisa assim. Na sua gana de inventarem nomes para tudo e mais alguma coisa, os jornalistas brasileiros apelidaram essa equipa de Expresso da Vitória. É giro. Dos 58 golos marcados pela equipa cruzmaltina, a tripla tratou de assinar 24. Máximo goleador da prova foi Lelé, o Canhão da Colina: 13 golos. Isaías fez 7 e Jair, o Jajá de Barra Mansa, 3.
O trio desmanchou-se com a naturalidade das coisas simples. Isaías desistiu do futebol no ano seguinte; Lelé foi para o São Paulo em 1948; Jair foi para o Flamengo em 1947. Mas em muitos estádios do Brasil ainda ecoam as gargalhadas provocadas pelos Três Patetas que teimavam em se divertir e divertir o público jogando com a alegria de meninos de rua."