Últimas indefectivações

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Saudação ao SCP

"Não me cabe tecer comentários sobre o resultado das eleições leoninas, mas apraz-me constatar que os sócios do Sporting Clube de Portugal souberam pôr cobro a um período de loucura cujas consequências extravasaram o domínio sportinguista. O anterior presidente do Sporting não representava somente um problema para o clube que dirigiu, mas para o desporto português. O risco de contaminação a dirigentes de outros clubes existiu e seria nefasto se tivesse ocorrido.
Um sportinguista, daqueles fervorosos brunistas, poderá interpretar o parágrafo anterior como uma mal disfarçada manifestação de alívio. Não poderá estar mais enganado. Para mim, enquanto benfiquista que cresceu a encarar o Sporting enquanto rival, nada mais me satisfez que derrotar um Sporting liderado por um arrivista grosseiro movido a ódio ao Benfica, cujas palavras de ordem logo eram repetidas até à exaustão por uma turba predisposta a tudo, assim prevalecesse a miragem de um Benfica subjugado. Bruno de Carvalho, que andou a ser levado em ombros por quem, mais tarde, demasiado tarde, se encarregou de o escorraçar, não surgiu de geração espontânea nem andou a pregar sozinho num deserto. Bruno de Carvalho foi o produto de vários factores, incluindo a deriva anti-benfiquista crescente.
Mas adiante, o passado já lá vai e mesmo algumas das afirmações anti-benfiquistas produzidas ao longo da campanha não me tiram o sono (até me entusiasmam, de certa forma). Afinal, havia que ganhar eleições e todos sabemos que um sportinguista, perante os seus correligionários, pouco ou nada é ouvido se, entre loas ao Sporting, não professar o anti-benfiquismo. Fica-lhes bem, entre eles, e serve-nos na perfeição."

João Tomaz, in O Benfica

Ronaldo eufórico com regresso de Krovinovic

"O Verão está a acabar, mas não há razões para desanimar. Bem pelo contrário: Natal em Dezembro, castanhas assadas em Novembro, Krovinovic em Outubro. Ah, como a vida é bela quando o amanhã se adivinha risonho. O nosso craque já treina com bola e em breve estará à disposição de Rui Vitória. Finalmente! Reconhecer que tenho ainda mais saudades do Krovinovic do que da minha irmã, que está em Coimbra há um ano, ilustra bem o carinho que tenho pelo jogador, na medida em que ele nem sequer me coça as costas. Estou feliz com o regresso do Krovinovic, porém não sou o único. Também partilhem deste entusiasmo a generalidade dos benfiquistas, os colegas, o treinador, o próprio jogador, e, claro, Cristiano Ronaldo. Quando Krovinovic voltar a competir, Modric será naturalmente relegado para o banco de suplentes da selecção croata, e o Cristiano poderá ganhar terreno na luta pela Bola de Ouro. Comandada pelo Krovi, talvez a Croácia tivesse ganho o Mundial. Bom, mas com Modric lá chegaram à final, o que também não está mal. A excitação é elevada, no entanto devo alertar os adeptos para os dias difíceis que o Benfica tem pela frente no que à justiça diz respeito. Tento, mas não encontro luz ao fundo do túnel desta vez. Rui Vitória está tramado. Mexer num meio-campo que tem deslumbrado seria um acto imprudente; deixar um talento como Krovinovic fora do onze seria um acto criminoso. Como não acredito que o International Board, órgão que regulamenta as leis do futebol, actualize as regras e alargue o número de jogadores iniciais em cada equipa para 12, antevejo mão pesada da justiça sobre Rui Vitória muito em breve. No Ministério Público já esfregam as mãos."

Pedro Soares, in O Benfica

Entrar bem

"8 jogos, 0 vitórias, 3 empates e 5 derrotas, 6-19 em golos. É este o histórico das partidas oficiais realizadas pelo Benfica frente ao Bayern de Munique. É este o adversário que teremos novamente por diante na próxima quarta-feira. Mais não fosse, e só este registo permitiria perceber as dificuldades da contenda. O Bayern é uma das melhores equipas do mundo, é o claro favorito a conquistar o grupo, e é também o favorito a vencer este jogo. Significa isto que o Benfica não tem quaisquer possibilidades de quebrar esse favoritismo? Nem pensar! Aliás, na última visita dos bávaros à Luz, o resultado foi um empate 2-2, que não nos permitiu passar a eliminatória (então, uns bem adiantados quartos-de-final), mas deixou no ar a sensação de que com um pouco de sorte poderia ter havido surpresa. Diga-se também que, se na altura, um empate não chegava, agora igual resultado não seria de desprezar.
O grupo que nos calhou não é fácil, englobando uma equipa muito acima das restantes (justamente estes alemães); um emblema histórico, com um colectivo jovem, recheado de internacionais, e novamente em ascensão (o Ajax, finalista da penúltima edição da Liga Europa); e o campeão grego (AEK). Teoricamente teremos condições para lutar pelo 2.º lugar com a equipa holandesa, mas qualquer passo em falso poderá ser irrecuperável, até porque o calendário não nos beneficia em nada.
O Benfica tem novamente um fantástico plantel, que pode superiorizar-se à concorrência interna, e deixar boa imagem no plano externo - limpando a nódoa de 2017-18. Por isso, a esperança é muita. Nada como começar com o pé direito."

Luís Fialho, in O Benfica

Made in Seixal

"Fui um dos que assistiram ao vivo à brilhante vitória de Portugal, sobre a Itália, na Liga das Nações. No maior e melhor estádio nacional, os pupilos de Fernando Santos proporcionaram-nos uma noite épica. Sem o nosso melhor jogador em campo, o seleccionador teve o engenho e a arte de armar um onze inicial de grande qualidade, com uma defesa muito concentrada, onde se destacou a elevada percentagem de jogadores do SL Benfica ou que foram formados na nossa academia  João Cancelo, Rúben Dias e Mário Rui. Com o maestro Pizzi a pautar o jogo e um Bernardo Silva a espalhar o perfume do seu futebol pelo magnífico relvado da Luz, confesso que só tive pena de não ver em campo o maior fenómeno de 2018/19 - Gedson Fernandes. Com apenas 19 anos, a nossa pérola do Seixal merecia uma oportunidade, pois encontra-se num grande momento de forma. Teve alguns minutos frente à Croácia, e não tenho dúvidas de que Gelson veio para ficar na selecção principal. Gostei de assistir ao regresso de Renato Sanches e tive pena de não poder ver um dos maiores talentos do Caixa Futebol Campus - Gonçalo Guedes. Quem também chegou à equipa A foi a nova estrela do Mónaco, Rony Lopes, outro 'made in Seixal'. Ou seja, 8 jogadores formados na melhor academia do mundo. Na selecção dos sub-21, Rui Jorge convocou 22 jogadores, 11 deles formados no Seixal. São 19 jogadores nas duas principais selecções portuguesas e 19 provas reais da política acertada do SL Benfica e do seu presidente - aposta na formação.
A apenas uma semana do 12.º aniversário da 'Caixa de Talentos', não podia haver melhor presente."

Pedro Guerra, in O Benfica

De volta

"O Verão tem destas coisas: aquilo a que nos habituámos a chamar de férias resulta de milhares de anos da nossa matriz camponesa em que o tempo das colheitas marca o fim dos principais ciclos das produções agrícolas e o breve, mas saboroso, pousio das terras e das gentes.
Fez-se tempo de festa e de celebração das abundâncias das colheitas, resultado do trabalho árduo de todo o ano. Era assim ainda em Portugal há algumas décadas e é ainda um pouco assim no que resta da nossa ruralidade. Mas esta forma de organização do tempo cíclico que regula a nossa vida material e imaterial não se ficou pelo passado e está bem viva no nosso dia a dia. O Verão é o tempo intermédio que marca os ciclos em que nos movemos económica, social, política e espiritualmente. Atravessou a industrialização e está bem presente na vida urbana e na globalização em que vivemos, precisamente porque foi sempre assim em todas as sociedades e culturas humanas de todas as latitudes. Também no desporto é assim: Época - pausa - início de nova época em que do trabalho de um ano inteiro e da celebração da vitória se passa às curtas férias e se entra a todo o gás na preparação do trabalho que aí vem e na antecipação da vitória que se quer renovar. Estes ciclos em que vivemos, de renovação e melhoria progressiva, agregados aos benefícios da prática desportiva, são, pois, uma importante chave para o trabalho de transformação social que a Fundação Benfica opera com os seus projectos. Por isso o retomar do Walking Football, o retomar do futsal dos projectos educativos, ou o retomar do desporto adaptado são os primeiros sinais de um novo ciclo de investimento na melhoria da vida de tantas e tantas pessoas, a prometer que do seu esforço e motivação e do nosso compromisso e trabalho resultarão dias melhores para todos, no presente e no futuro.
Uma boa época, portanto, para todos estes vencedores.
Cá estaremos todos os dias uma vez mais para eles!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Verdadeira grandeza. E impar

"O Benfica é muito grande. É difícil, para quem não vive o dia a dia dentro do Clube e para quem nunca teve oportunidade de observar, nos quatro cantos deste país e lá longe, em diversos lugares bem afastados entre si, espalhados pelas sete partidas do mundo, do que tamanho é o Benfica.
Para percepcionar as verdadeiras dimensões e todas as grandezas do Benfica, não nos podemos limitar a verificar quantos são os Sócios; a contar quantos são os seus adeptos e simpatizantes; a ver como e até onde, se estende a actividade das Casas do Benfica; que números oficiais de frequência e assiduidade de espectadores e visitantes conseguirmos atingir, época após época, no nosso Estádio e no Museu Benfica - Cosme Damião, ou nas piscinas, nos pavilhões e, mesmo, no complexo comercial da Av. Eusébio da Silva Ferreira; a quantos beneficiários já mudou a vida a Fundação Benfica, no permanente exercício de responsabilidade social assumido pelo Glorioso, durante a última década; quais são os números de adesão às redes sociais e ao site; ou quantos subscritores já atingiu a BTV e quantos leitores e assinantes temos, das versões física e digital do nosso jornal. Tudo isso e nada disso chega, só por si.
Não basta, sequer, servirmo-nos da memória dos registos históricos e dos troféus que desde sempre viemos a acumular, nas anteriores sedes da Farmácia Franco, da Rua Direita de Benfica, da Rua Garret e no Rossio, 30, ou na Av. Gomes Pereira e soubemos preservar, até hoje. Para avaliar a grandeza do Benfica, não chega, nunca nos chega, relembrar as vitórias e as derrotas, as marcas e os recordes, os títulos. Nem sequer basta apenas invocar os nomes e as figuras das centenas de milhares de nobres atletas, técnicos, dirigentes eleitos e designados e de todos os profissionais que, em cento e quatorze anos, cederam os seus talentos próprios e, em especial, as suas capacidades desportivas, ao permanente engrandecimento desta ideia singular. Quem pode medir verdadeiramente o Benfica? Quem poderá calcular o que somos hoje, todos juntos com aqueles que construíram a nossa história? E quem (muito menos!) poderá imaginar do que seremos capazes, quando estiverem vividos outros cento e quatorze anos?

Perante e metralha mediática que, afinal, só serviu para escancarar as pequenezes, as divisões e ilusões que os continuará a fazer definhar constantemente, apanhei-me a sorrir várias vezes, com alguma bonomia, sempre que, nas últimas semanas, ia ouvindo aqui e ali as repetidas e enfatuadas loas de 'tamanho', concedidas com revoltante ligeireza a uma outra agremiação, aqui ao pé. A impressionante disparidade que nos diferencia deles não sã os números. Nunca foram os números! O que cada vez mais nos afasta e, irremediavelmente, os deixará sempre mais para trás, no tempo e nos espaços, nos posicionamentos e nos motos, é o próprio conceito de clube e a partilha que os nossos maiores nos deixaram como absoluto legado: sabemos conviver nas nossas diferenças e unirmos-nos ainda mais, de cada vez que nos pretendem atacar."


José Nuno Martins, in O Benfica

A diferença entre polícias e ladrões

"A pausa do campeonato nacional para dar palco à Selecção e à Taça da Liga acabou por se tornar uma janela de oportunidade imperdível para o avanço de alguns processos. Primeiro, foi a acusação à SAD do Benfica, no e-toupeira, e agora é o cerco que se aperta, com sinais exteriores de asfixia, no caso dos e-mails. O nome do pirata informático está na praça pública, e a partir daqui a investigação será muito mais assertiva. Aliás,  Ministério Público já está em campo no que toca a todas as pessoas e entidades que viram a sua correspondência electrónica furtada e, depois, colocada no espaço mediático, no sentido de lhes proporcionar condições para agir contra quem teve responsabilidades directas na divulgação.
Não irei, neste espaço, fazer qualquer consideração relativamente à matéria constante dos e-mails furtados, já que as forças polícias realizaram, entretanto, as diligências que entenderam devidas e ainda não há quaisquer conclusões. Mas parece não substituir nenhuma dúvida quanto a estarmos perante crimes, o primeiro praticado pelo hacker, o segundo por quem divulgou o material furtado. Mais uma coisa, a que já tinha aludido há algum tempo e que continua a ser, a meu ver, pertinente: os cidadãos têm o direito à garantia de que a sua correspondência não é devassada, esse é um dos pilares em que assenta a nossa sociedade e não foi pelo facto do correio ter passado de físico a electrónico que este princípio civilizacional se alterou. Ao mesmo tempo, dentro dos meios que a lei lhes confere, as forças de investigação podem ter acesso a informação privada. Mas este é um privilégio dos polícias e não dos ladrões!"

José Manuel Delgado, in A Bola

Em prol do cabal esclarecimento

"Caso se confirme o processo ao dr. Varandas Fernandes, informamos que será uma excelente oportunidade para chamar ao processo como testemunhas os dirigentes do FC Porto em prol do cabal esclarecimento de como, em que circunstâncias e de que forma o FC Porto e o director de comunicação do clube tiveram acesso e cometeram o crime de divulgação da correspondência privada roubada ao Benfica."

Futebol e não só

"Estes últimos dias, direi que duas semanas, foram importantes para o desporto nacional, e em particular para o futebol. Apenas me refiro a questões meramente desportivos, e além do futebol, a três fantásticas exemplos de portugueses no mundo desportivo. Na canoagem Fernando Pimenta venceu, brilhantemente, em K1, os mundiais de 1000 e 5000 metros. No ténis, o relevo foi dado ao comportamento de Serena Williams para com o árbitro Carlos Ramos, quando o mais importante para nós foi a chegada de João Sousa aos oitavos de final do US Open, o que aconteceu pela primeira vez com um português. Foi eliminado pelo vencedor do torneio, Novak Djokovic. No motociclismo, Miguel Oliveira tem sido brilhante no campeonato do Mundo de Moto2. Segurou o segundo lugar, partiu de nono, e continua na luta pelo título mundial com Bagnaia. No futebol, as nossas selecções jovens continuam a preparar a sua entrada nos campeonatos da Europa e do Mundo. A equipa de sub-21 reagiu à adversidade e continua na luta pelo apuramento para a fase final do europeu. A selecção principal venceu a Itália, o que não acontecia em jogos oficiais há 61 anos, ou seja, a maioria de nós nunca tinha visto uma vitória oficial contra os transalpinos. O Futebol e Futsal feminino, como o futebol de praia, têm tido excelentes prestações, mas o meu destaque vai para o jogo em Viseu da Supertaça Feminina. A decisão entre Sporting e SC Braga foi muito disputada, emotiva, e excelente exemplo como o futebol no feminino tem uma margem de crescimento significativo. O momento da marcação das grandes penalidades foi visto por 760 mil pessoas. No Estádio estavam mais espectadores do que em muitos jogos de campeonatos com superior cobertura mediática. Significativo do interesse que despertou esta final. Quando se consegue elevar o nível do jogo as probabilidades de se conseguir aumentar o número de espectadores também aumenta. Este é um enorme desafio, difícil, mas não impossível. Para todos, e em todas as competições."

José Couceiro, in A Bola

Monstruosidades jurídicas e cívicas

"Na ausência de matérias mais importantes para tratar, o Parlamento debruça-se sobre a patriótica missão de proibir a presença de magistrados em órgãos eleitos de clubes desportivos profissionais, o que talvez não seja abusivo traduzir, de forma menos hipócrita, por clubes com futebol profissional.
Não é a primeira vez que surge a ideia discriminatória e a respectiva tentação de legalizar essa brutal discriminação. Anteriormente, pôs-se ao lato, como lhe competia, o Tribunal Constitucional, que veio recusar a segregadora pretensão por manifesta inconstitucionalidade e por violar direitos efectivos da pessoa humana, que, apesar de tudo, também são os juízes.
Entretanto, o vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura, órgão com penosa e insuperável tradição na matéria, tentou explicar a bondade da proposta de interdição: «O lugar dos juízes no futebol é só nas bancadas, a apoiar os seus clubes...»
Teme-se que o mesmo venha a ser declarado pela ordem dos médicos ou dos advogados, talvez, mesmo, pelo sindicato dos jornalistas, dos artistas ou até o Patriarcado, todos com a moralizadora intenção de «preservar a dignidade da função».

Nota Final - António Salvador, presidente do SC Braga, ofereceu não uma, mas duas camisolas do seu clube ao Presidente da República, reconhecidamente adepto bracarense. Espera-se que o Ministério Público tenha o bom senso de não encontrar, aqui, motivos para gerar um novo processo judicial e uma possível acusação."

Vítor Serpa, in A Bola

O campeão dos hackers

"Se a violação de informação confidencial visa tirar vantagem no terreno desportivo, já se pode afirmar que o FC Porto é o grande vencedor do campeonato dos “hackers”, concorrendo com um profissional de alto gabarito internacional, enquanto o Benfica se servia de amadores pacóvios e deslumbrados pelos croquetes da Luz.
O FC Porto dispõe de um “hacker” de última geração, o Benfica ataca com toupeiras descuidadas. O resultado está à vista.
Quando se trata de jogo à margem da lei, o Benfica perde invariavelmente, por amadorismo dos seus operacionais. É o que chamo de “síndrome Calabote”, em que a águia fica com a má fama e os outros com os campeonatos.
O perfil público do novo “player” do que já se admite ser uma associação entre quem rouba a informação e quem a divulga foi montado nas últimas 24 horas, através de informações dispersas, algumas mal confirmadas: 29 anos, natural de Gaia, licenciado em História, adepto do FC Porto, cidadão do Mundo sem vontade de regressar a casa, em fuga algures entre Vigo e Budapeste, “interrogado” (culpado, inocente?) por um desvio de fundos de um banco offshore, frustrado num crime de extorsão a um poderoso agente internacional de futebol e fornecedor de material “hackeado” ao clube do coração a título gracioso. Há ainda quem o considere um génio da informática, para surpresa da família.
Agora vejamos o perfil das “toupeiras”: a rondar os 50 anos, funcionários públicos, adeptos do Benfica, de origem provinciana, orgulhosos de se mostrarem no Facebook em poses de meter nojo, piratas informáticos nas horas vagas e incapazes de apagar o rasto das suas violações, sem cadastro e fáceis de encontrar pela PJ. As famílias deviam estar convencidas de que eram muito mais inteligentes.
Depois, ainda temos o confronto entre os receptadores. Jota Marques versus Paulo Gonçalves, o comunicador profissional contra o rato de gabinete, o indigente sem nada a perder contra o estratego discreto e calculista. Num cenário tão obscuro, quem controla a comunicação e os respectivos meios leva enorme vantagem.
Está à vista o desfecho desta competição paralela: uma imagem detestável que vai envergonhar gerações de adeptos do Benfica, a par da recuperação da vantagem competitiva do FC Porto consubstanciada em triunfos no campeonato."


PS: Pois, e enquanto o roubo de toda a informação digital do Benfica e a sua divulgação são factos indesmentíveis, o tal acesso a processos que estavam em segredo de justiça, não só não está provado, como dificilmente será, já que as informações em causa eram públicas...!!!

Faltou muita coisa...!!!

"Confirma-se que esta notícia visou, essencialmente, retirar ao Benfica o estatuto de única vítima do roubo de propriedade intelectual.
Faltou dizer que o Benfica é a única vítima e que os outros são alegadas vítimas neste processo. 
Faltou dizer que o F. C. Porto foi o único a divulgar nos seus canais oficiais a propriedade digital roubada.
Faltou, por isso, relacionar o roubo da propriedade digital com o Acórdão do Tribunal da Relação do Porto que proíbe a F.C. Porto SAD de divulgar os conteúdos noticiados.
Faltou apurar as relações entre a propriedade digital roubada ao Sport Lisboa e Benfica e a sua divulgação em blogues "anónimos" de simpatia clubística e os seus responsáveis.
Faltou explorar a dinâmica da investigação e identificar a sua área geográfica de actuação, envolvidos e calendarização das suas iniciativas (que PJ desta vez?).
Faltou relacionar o envolvimento das políticas de comunicação do Sporting e Porto na divulgação da propriedade digital do Sport Lisboa e Benfica.
Faltou, sobre esta matéria, relacionar a constituição de arguido de Francisco Marques, que acusou o toque, bem como o seu perfil de actuação na F. C. Porto SAD. Porque não é ouvida? Falta muita coisa para esta história ser credível.
Ainda assim, surge uma oportunidade: a Benfica SAD pode intensificar esforços de colaboração na investigação do Ministério Público, incluindo o estímulo ao apuramento de responsabilidades em mais uma violação do segredo de justiça."

Cadomblé do Vata

"1. Paulo Gonçalves estará de saída do Benfica... ese E-Toupeira pode ter sido das melhores coisas que aconteceu ao Glorioso nos últimos 10 anos.
2. Cumprem-se hoje 15 anos desde a estreia de Luisão pelo Sport Lisboa e Benfica... as efemérides sucedem-se hoje: também se cumprem 15 anos desde que eu dei um soco de deixar os nós dos dedos em sangue no guarda fatos do meu quarto, quando o Belenenses passou de 1-3 para 3-3 nos descontos.
3. O Benfica, que já foi condenado a 2 jogos à porta fechada, corre o risco de ter um terceiro sem adeptos nas bancadas...qualquer dia o Red Pass tem mais momentos de utilização suprimidos do que o passe do Metro de Lisboa.
4. Francisco J. Marques diz que o Benfica é a única SAD que foi acusada de corrupção... ficamos assim a saber que a SAD do FC Porto foi condenada a perder 6 pontos e multa de 150.000,00€ por corrupção desportiva em jogos contra o Estrela da Amadora e Beira Mar, sem nunca ter sido acusada.
5. Regressa hoje a Taça da Liga, com o FC Porto a jogar esta noite, o SL Benfica amanhã e o Sporting CP a iniciar a defesa do título no domingo... "Sporting CP a iniciar a defesa do título" é aquela frase que destrambelha logo à partida a reputação de uma competição."

Não há hackers de borla

"A história foi-me contada há já mais de um ano por diferentes pessoas de diferentes clubes, embora nunca tivesse tido a oportunidade de a confirmar. Penso que, como eu, muitos mas mesmo muitos jornalistas já a tinham ouvido. Quando os emails do Benfica começaram a ser divulgados pelo Porto Canal, sem que as autoridades policiais tivessem conhecimento deles, pelo menos publicamente, muito se especulou sobre a origem dos mesmos. A tal versão que corria é aquela que agora está em todo o lado: um hacker teria oferecido ao Benfica os emails do Sporting e do Porto, tendo o clube da Luz negado pagar o que foi pedido. O passo seguinte é mais ou menos conhecido, pois os emails dos encarnados começaram a circular em todo o lado. Dizia-se também na altura que o Benfica teria tentado negociar outra vez com o tal hacker, mas que chegou tarde. Se a história é ou não assim, as autoridades dirão de sua justiça. Mas era óbvio que os emails, que tanto embaraçam o Benfica, não podiam ter caído nas mãos do inefável Francisco J. Marques por obra e graça do Espírito Santo.
Não é difícil prever que esta história ainda fará correr muita tinta e que muitas cabeças irão rolar, atendendo aos envolvidos. Se há a questão legal do que possam significar os emails do Benfica, também não deixa de ser verdade que quem “roubou” essa informação e supostamente a vendeu terá de explicar a quem e por quanto. Isto é: ninguém gostaria de ver os seus emails privados roubados por um hacker, independentemente de os mesmos conterem informação que a justiça possa aproveitar. Todos terão de responder perante ela. Quem roubou, quem comprou e quem foi denunciado. A justiça tem em mãos um dos processos mais complicados, atendendo ao fervor clubístico. Pelo menos Benfica e Porto vão atacar-se fora das quatro linhas e as consequências são imprevisíveis.

P. S. Não é normal, mas digo-o. Se já tinha uma enorme admiração por José Souto de Moura, ainda fiquei com mais depois da magnífica entrevista ao i. Um homem de valores e sem vedetismos."

O exórdio da Liga das Nações (lá por fora)

"Iniciou a Liga das Nações e a prova está bem idealizada e formatada. Entre vários aspectos, a LN possibilita às selecções de gama inferior terem algo por que lutar, ao mesmo tempo que deixam de ser eternos sacos de pancada sem nada a ganhar durante um considerável segmento do calendário internacional. Por outras palavras, com uma competitividade devidamente encaixada, a sua evolução tornar-se-á mais gradual, em jogos com exigência adequada. Por outro lado, é sabido que uma das federações da quarta divisão estará na fase final do Euro 2020, como prémio de uma boa participação na sua divisão da Liga das Nações.
Quanto às mais fortes, percebe-se que existe estímulo. O melhor exemplo foi a confirmação da convocatória de Deschamps. Os vinte jogadores de campo escolhidos pelo seleccionador francês foram exactamente aqueles que foram campeões mundiais. E, em Munique, a França manteve a solidez. Os franceses, agora com duas estrelas em cima do símbolo do galo, continuam a apresentar uma estrutura defensiva muito forte, que já vem do jogo com o Peru, no Rússia 2018. Kanté domina toda a cobertura, mas Matuidi e Pogba, ao mesmo tempo que auxiliam na recuperação, também vincam variabilidade em fase ofensiva, que também se aplica à conjugação impressionante de arranque, drible e técnica de Mbappé. Griezmann (ligação) e Giroud (fixação) são igualmente primordiais, lembrando que o ponta de lança do Chelsea, que tem sido suplente de Morata no alinhamento de Sarri, marcou um bom golo contra a Holanda. Lloris, o homem que há quarenta dias levantou a taça no Luzhniki, estava ausente devido a lesão, mas Areola teve uma estreia de sonho contra a Alemanha.
‘Jogi’ Löw procede a uma reformulação ligeira na equipa germânica e Kimmich foi colocado a trinco contra a França, a organizar a construção e a dar mais pedalada no meio. O problema é que depois a sua agressividade ofensiva não foi utilizada no lado direito da defesa, entregue a Ginter... Ah, e na esquerda estava Rüdiger (Hector descansou). Depois de todos os desequilíbrios defensivos contra o México e Coreia do Sul no Mundial, Löw quis remendar o melhor possível as laterais para não correr o risco de ser novamente dizimado à moda de Lozano. Mas pensou tanto nos remendos para a perspectiva defensiva que não assegurou algum grau de risco que é necessário para atacar com mais incisão nos flancos, até para que, depois, o corredor central, com Goretzka e Kroos, fluísse melhor.
A Holanda está a trabalhar bem. Ronald Koeman fortificou a organização da Oranje e é Memphis, que agora joga a ponta de lança no Lyon (Mariano voltou para Madrid), a liderar o ataque. Perto de si, Babel e Promes transmitem talento e RK ainda tem a possibilidade futura de chamar Bergwijn, extremo do PSV. Pode haver qualquer coisa de especial a germinar na Holanda, se Koeman puder conciliar o melhor de Wijnaldum, Propper, Strootman, Van de Beek e Frenkie de Jong. Os dois últimos têm um talento excepcional e Wijnaldum, peça versátil no xadrez do Liverpool, deverá ser eleito para dar substância ao meio-campo, independentemente de o seleccionador actuar com dois ou três médios-centro em simultâneo. Na defesa, o papel de liderança cabe a Van Dijk, mas a serenidade de Blind e o comportamento excepcional de De Ligt são argumentos para dar conforto a Cillessen. 
Mais selecções merecem análise, mas não temos oportunidade para as dissecar na totalidade. No entanto, a última referência vai para a Espanha, que brilhou em Wembley e cilindrou a Croácia em Elche. Saúl, já depois de maravilhar em Inglaterra, provou, na sua cidade natal, que é um dos melhores dos melhores, ao mesmo tempo que Asensio foi bem aproveitado por Luis Enrique. Atenção a Marcos Alonso, lateral-esquerdo do Chelsea agora integrado numa linha de quatro elementos por Sarri, tal como na Espanha. Pode não aproximar-se tantas vezes do terço atacante como na altura em que percorria a ala esquerda com três defesas-centrais atrás. Mas a diferença é que, quando aparece na frente, surge com mais surpresa, mesmo que a frequência dos movimentos de chegada à grande área adversária seja menor. Isco e Thiago mantêm a genialidade elevada, com a bússola de Busquets."

Os detalhes que se treinam, cada vez mais

"No final da época passada, o Liverpool contratou um treinador especificamente para os lançamentos laterais e, há mais de 10 anos, um banqueiro em Itália chegou ao futebol por ser um especialista, quase obsessivo, a planear esquemas para as bolas paradas. Mesmo que ainda vá sendo motivo de desconfiança, o futebol já se especializou, e vai inovando, nas pequenas coisas

Então eu quero ser treinador do primeiro pontapé de saída.”
Andy Gray é um comentador de televisão na BeIn Sports, versor de palpites e de opiniões sobre futebol, moralizado para falar pois, algures entre os anos 70 e 90, ter feito carreira como um avançado escocês, marcador de golos pela sua selecção e em várias equipas inglesas. Agora um sexagenário, quis troçar um assunto dizendo, sarcasticamente, que a sua vontade era especializar-se no momento em que arranca uma partida de futebol.
Foi uma tentativa de piada. Não seria descabido, contudo, que o antigo jogador, ou alguém, se dedicasse a inventar formas de tirar partido de uma situação onde a raríssima excepção é ver uma equipa ter um movimento específico, e treinado, para dali atacar a baliza adversário - em vez da norma, que é o vulgar passe para trás e o banal chuto para à frente, na esperança que alguém desvie a bola, com a cabeça.
Basta ver o vídeo em cima, que é uma breve colecção de golos feitos a partir de pontapés de baliza, para constatar algumas coisas: 1) tirando roubos de bola na pressão, e maus passes que resulta em perdas de bola do adversário, quase todos os exemplos vêm de jogadas feitas pela relva ou remates diretos à baliza, da linha do meio campo; 2) a única excepção é uma bola longa, sim, mas não um pontapé na direcção do jogador mais alto, antes um passe para as costas da defesa.
O momento em que uma partida se inicia não é uma tarefa mais fácil, ou complicada, para uma equipa atacar e marcar um golo. No limite, até pode ser mais acessível, dado que a falta de pressão quase oferece o primeiro passe que se queira fazer. A questão talvez esteja na falta de atenção, trabalho e treino dedicada a essa situação de jogo - pelo menos, que se conheça.
Andy Gray, aparentemente, não saberá de exemplos práticos, porque a sua sugestão surgiu quando falou com desdém da notícia de que o Liverpool contratara um tipo dinamarquês para ajudar o clube a lidar com outros momentos, igualmente bastante específicos.
A função de Thomas Grønnemark é treinar os breves segundos em que um jogador pode usar as mãos para devolver a bola ao campo. Uma brevidade cujas repetições se multiplicam, sempre, durante um jogo, e nas quais o dinamarquês há muito repara. “Em média, há entre 40 ou 50 lançamentos laterais por jogo. Isso dá cerca de 12 minutos por encontro ocupados por lançamentos e situações originadas por eles”, explicou, ao site “Training Ground”.
Thomas cresceu a ser atleta de desportos de inverno, competindo pela Dinamarca no bobsleigh (trenó). Sempre se intrigou como “demasiados” os lançamentos laterais “a bola era perdida ou oportunidades de golo não eram criadas” porque “nenhum jogador sabia lançar a bola longe, ou precisa, o suficiente”, resume, na sua biografia oficial.
Ao reparar, também, que não existiam vídeos ou estudos publicados sobre este tipo de treino, tomou a iniciativa. Inventou formas de trabalhar os lançamentos, falou com clubes e, com o tempo, colaborou com o Horsens e o Midtjylland, clubes do seu país. O segundo foi campeão dinamarquês a época passada e marcou 10 golos no campeonato a partir de lançamentos laterais, com Grønnemark na equipa técnica.
Não podendo falar sobre o que seja relacionado com o Liverpool, ele pegou no exemplo de Andreas Poulsen, lateral com quem trabalhou Midtjylland, e que agora está no Borussia Mönchegladbach, da Alemanha, para ilustrar o impacto que o seu trabalho pode ter. A distância máxima dos lançamentos de Poulsen passou de 24,2 metros para 37,9 - o que dá azo a contas: “Se desenhares um meio círculo a partir da linha lateral, o alcance dele foi dos 923 para os 2.256 metros quadrados, que é mais do que o dobro”.
Se o Liverpool, proprietário do luxo de ter na equipa três atacantes em Firmino, Mané e Salah, em quem a velocidade e explosão são virtudes, puder ter laterais com tal alcance nos lançamentos laterais, então será capaz de aproveitar esses momentos para mais do que atirar a bola ao jogador mais próximo, para que ele a devolva ao remetente.
Porque o lançamento lateral, fora o pontapé de baliza, é o único momento em que não existe fora de jogo (em qualquer parte do campo) e “o adversário pode não estar organização, portanto é possível explorar o seu desequilíbrio”, explicou Thomas Grønnemark. “Se os apanha-bolas te derem a bola rápido, podes fazer um lançamento forte, preciso e profundo para o espaço nas costas da defesa”, acrescentou, ainda.
Mal o conheceu, Jürgen Klopp, treinador do Liverpool, admitiu que “quis logo” contratar o dinamarquês, que por sua vez é dono do recorde do Guiness para o lançamento lateral mais longo: 51,33 metros, praticamente a largura de um campo de futebol.
Mais comum do que treinar lançamentos laterais, é trabalhar livres ou pontapés de canto. Os estereotipados lances de bola parada, ou de ‘laboratório’, como o cliché os trata. Gianni Vio, um italiano já de meio século vivido, farta-se de pensar neles. Deixava a mente vaguear entre esquemas e movimentações, que desenhava com uma caneta em folha de papel, de forma incessante.
Só que ele vivia em Veneza, era banqueiro de profissão e desviava as atenções das tarefas laborais, de tal maneira, que escreveu um livro, acompanhado de um CD-Rom de exemplos práticos, que publicou na internet, para mundo ver. Algures Walter Zenga o viu e o ex-guarda-redes italiano, então treinador do Estrela Vermelha de Belgrado, em 2005, quis descobrir quem era Gianni Vio, contou a “Eurosport”.
Conversaram por e-mail, trocaram esquemas e discutiam ideias, que tanto interessaram ao treinador que, em 2008, já no Catania, convenceu o presidente a contratar o italiano a quem o tempo forjaria a reputação de guru das bolas paradas. “Ele não é só um feiticeiro dos livres, é como ter um avançado que marca 15 ou 20 golos por época e nunca se lesiona. Consegue pôr jogadores que, normalmente, não marcariam golos, a marcarem”, chegou a argumentar Zenga.
Gianni Vio, que apenas trabalha bolas paradas atacantes, trabalharia, depois, na Fiorentina, no AC Milan, no Brentford e, na época passada, no Leeds United. O italiano está longe de ser a única pessoa no futebol a especializar-se em rotinas de livres ou pontapés de canto, mas um dos mais vanguardistas será no arrojo, criatividade e engenho com que inventa, sobretudo, distracções para quem defende.
Coisas como formar uma segunda barreira de jogadores atrás, ou à frente, da adversária, ter um jogador a baixar os calções na linha de visão do guarda-redes, e improvisar na forma como os futebolistas se desmarcam. “Noventa por cento é psicológico”, afirmou, em 2012, o fabricador de jogadas a partir de bolas paradas - “Há um número infinito de rotinas, pode haver 4.820 só para pontapés de canto. Como podes planear defendê-las? Nunca repetimos uma, tentamos sempre variar e ter como base a imprevisibilidade”.
Ter alguém específico, e especializado, para treinar os lançamentos laterais ou as bolas paradas não é tanto um luxo para os clubes. Será mais um imbróglio devido ao tempo - e à falta dele. “Tanto há semanas em que fazemos duas ou três sessões por semana, como há semanas com nenhuma”, confessou Thomas Grønnemark.
Entre dias de descanso pós-jogo, treinos de recuperação, sessões dedicadas às transições defensiva ou ofensiva, ou movimentação atacante, nem sempre sobram horas no relvado para ter a atenção dos jogadores dedicada a este tipo de detalhes.
Outra possibilidade é filtrar a inovação para outras áreas, não tão consumíveis de minutos em campo. Ralf Rangnick, o director desportivo do RB Leipzig virado treinador do clube, pela terceira vez, chegou à conclusão que multar os jogadores por chegarem atrasados ao treino não estava a dar grande resultado. Portanto, decidiu inovar.
O castigo para este tipo de malfeitorias passou a ser determinada por uma roda do azar, na qual constam hipóteses como cumprir um turno na loja oficial do clube, cortar a relva, servir de guia em visitas às instalações do clube ou comprar presentes para oferecer aos funcionários do RB Leipzig. Todos os detalhes contam e podem ser 'treinados', inovando."

Capacitar o papel dos pais na construção de uma carreira desportiva

"Existem várias perspectivas a partir das quais podemos analisar a importância da prática desportiva na vida das crianças e jovens, em particular no que concerne à construção e valorização da sua identidade no desenvolvimento de um percurso sustentável que promova um estilo de vida saudável e a consolidação de competências essenciais na sua autonomia, mobilização em actividades sociais e envolvimento na vida comunitária.
As crianças e os jovens envolvem-se em práticas desportivas por diversos motivos, maioritariamente pela sensação de divertimento que estas lhes proporcionam, pela aquisição de novas competências, pelo sentido de pertença e pelas interacções sociais positivas que daí resultam. Estes são, também, alguns dos factores que contribuem para o seu sucesso pessoal e desportivo, aos quais se juntam a conquista de resultados satisfatórios, o envolvimento dos treinadores e o inegável e insubstituível papel dos pais e encarregados de educação.
Para que este compromisso multifacetado seja duradouro, consistente e bem-sucedido, importa retirar o melhor partido daqueles eixos influenciadores e compreender que a sua intervenção resultará em impactos, positivos ou negativos, na estruturação da sua identidade não só como atletas mas, antes de mais, como pessoas.
Diversos estudos que procuraram analisar as fontes de prazer associadas à prática desportiva (ex: McCarthy, Jones and Clark-Carter, 2008) apontam o envolvimento parental positivo (associado à elevação da auto-estima, à motivação e competências sociais, e a respectiva transição para outros contextos) como um dos factores mais reportados pelos jovens atletas.
Com efeito, o grau e as particularidades do envolvimento parental tendem a ser tão determinantes para o (in)sucesso destas experiências desportivas como a criação e o desenvolvimento de oportunidades de crescimento necessárias à obtenção de um percurso desportivo desejável. Não só para a construção da identidade do atleta mas, acima de tudo, da pessoa, podendo o contexto desportivo ser "usado" como um fortíssimo aliado no processo educativo que os pais e encarregados de educação concebem para os seus educandos.
Particularmente no domínio de alta performance, tema comumente abordado na Psicologia do Desporto em contexto internacional, emerge a necessidade de lhe atribuir uma atenção redobrada, desde as etapas iniciais daquele percurso, tendo como principal desafio encontrar um nível óptimo de envolvimento parental, para além dos apoios financeiros, técnicos e logísticos, onde se ancora o principal suporte emocional, perante um percurso de progressiva optimização do rendimento em treino e competição das crianças e dos jovens atletas.
Por esta razão, e assumindo-se os pais e encarregados de educação como fortes impulsionadores à participação dos jovens no desporto, afigura-se crucial equacionar a sua integração no fenómeno desportivo, processo no qual é fundamental que os treinadores interajam de forma colaborativa (promovendo o “triângulo desportivo”: relação treinador – família - atleta), abordando os factores de risco associados a um elevado investimento emocional na prossecução do “sonho” desportivo.
Pese embora a existência de um conjunto de iniciativas devidamente sustentadas cientificamente, no propósito de capacitar os pais e encarregados de educação com um leque de competências facilitadoras do percurso desportivo dos seus educandos, tem-se observado, em território nacional, no que respeita ao segmento do desporto de competição, algumas abordagens incipientes por parte dos mais importantes “players” sobre o tema.
Sendo notoriamente reconhecido o factor catalisador que os pais e encarregados de educação podem assumir na performance dos seus educandos (seja positivo, potenciando o desempenho desportivo ou, mesmo que inadvertidamente, de forma negativa, comprometendo o mesmo), importa então que diferentes entidades cooperem não só no esclarecimento do papel dos encarregados de educação, como também na criação dos canais próprios de articulação destes com os clubes, federações e, inclusive, o próprio Comité Olímpico de Portugal (COP), no sentido de se poder capitalizar o seu contributo no que respeita à elevação dos indicadores de felicidade, bem-estar e performance das crianças e jovens atletas.
Neste âmbito, e a título de mero exemplo, figuram no recém-criado programa do COP “The Olympic Performance” (desenvolvido com a missão de prover informação e formação, aos diferentes agentes desportivos que se encontram no terreno, e no qual se integram os pais e encarregados de educação, em áreas tão distintas como o treino desportivo, a nutrição, a medicina desportiva e a psicologia do desporto e da performance), um conjunto de acções especificamente dirigidas aos mesmos, com o claro intuito de potenciar o seu inestimável contributo na carreira desportiva dos seus educandos.
Até porque, em boa verdade, assumir o desafio de valorizar a sua acção posiciona, necessariamente, os pais e encarregados de educação como um factor crítico de sucesso – razão pela qual, a capacitação das suas competências deverá ser claramente integrada e incluída no processo desportivo do jovem atleta."

Saber perder e saber ganhar: o que Serena e Naomi não fizeram

"Se existiu sexismo no US Open? Existiu, mas a culpa não foi de Carlos Ramos. Não se admite que um homem possa trocar de camisola em court e uma mulher seja penalizada por fazer o mesmo.

Jogo ténis três vezes por semana, o que faz com que em todos os treinos tenha a experiência da derrota e da vitória. Quando um ponto é bem disputado, ainda que perdido, é comum dar-se uma pancadinha na raquete parabenizando o nosso adversário. Também é comum prescindir-se de árbitro, ainda que o treinador vista tantas vezes esse papel. Existe uma relação de confiança no oponente, que grita out quando uma bola nossa sai fora.
Mas esta história é a feijões. O ser humano tem a capacidade de se transformar num bicho quando o assunto envolve dinheiro, poder e estrelato. E a estrela máxima no contexto tenístico são os Grand Slams. Acompanhei o US Open, gravando por entre as nuvens de estes dias, com algumas olheiras. Não resisti a assistir aos jogos do meu ídolo, Roger Federer, e de Maria Sharapova, que admiro pela resiliência.
E devo dizer que torci por Naomi Osaka. Na realidade já o faço desde o ano passado e calculo que, nos próximos dois anos, esta jovem venha a ser número um do circuito feminino — sobretudo se aprender a saber ganhar.
O ténis é um desporto de emoções, de força mental, de concentração, de resiliência. É, aliás, possível estar a um match point da derrota e, mesmo assim, ganhar jogos.
Não gostei de ver Naomi ser vaiada e muito menos gostei de a ver quase a pedir desculpa por ter ganho. Não gostei de a ver chorar, ainda que reconheça na sua humildade uma das características que mais me seduzem num ser humano.
Mas faltou uma outra característica que prezo — basicamente saber levantar a cara, saber vencer, ser feliz ali no agora pelo nosso sucesso.
Nunca gostei muito de Serena Williams como jogadora, não gosto da sua arrogância, não gosto de quem dá por garantida qualquer vitória e, sobretudo, não gosto de quem julga que o posto — ou, se preferirmos, o estatuto que se tem — é superior ao talento e ao trabalho dos outros.
Porque ninguém vai a lado nenhum sem trabalho e Serena continua, naturalmente, a possuir um talento incrível que se traduz na força da sua pancada. E é aí que reside o facto de não a apreciar como jogadora. Não tem um ténis bonito, não tem um ténis espectáculo. E agora que está vulnerável ainda menos, porque revela nas bolas curtas à rede a sua vulnerabilidade física.
Não existiu falta de profissionalismo em Carlos Ramos. Existiu, sim, uma jogadora que não soube perder. Uma jogadora que não soube perder para uma mais jovem. Existiu uma jogadora que, muito provavelmente, vai ter dificuldade em saber reconhecer ao espelho que se está a aproximar a hora de deixar o lugar livre para as estrelas do presente e do futuro.
Se existiu sexismo no US Open? Existiu, mas a culpa não foi de Carlos Ramos. Não se admite que um homem possa trocar de camisola em court e uma mulher seja penalizada por fazer o mesmo.
Se existiu racismo no US Open? A multidão de fãs de Serena e Vénus, bem como o tratamento especial que sempre tiveram por parte da organização, diz-nos claramente que não.
Os direitos humanos não devem nem podem servir de arma de arremesso para justificar aquilo que corre menos bem, procurando um bote expiatório.
No meio desta polémica toda, resta termos orgulho em Carlos Ramos, que é, à escala mundial, um dos melhores árbitros do mundo e, ao contrário do que afirmou Serena, vai ainda arbitrar muitas finais de Grand Slams, para bem da competição e dos próprios jogadores.
Lamento ver a carreira desta jogadora ficar assim manchada, sobretudo quando se aproximam a par e passo os dias do seu fim.
Serena pintou o court com violência e com falta de respeito, tendo como alvo Carlos Ramos e os seus fãs, que nos demonstraram o quão contagiosa é a violência.
Os fãs apuparam Naomi e demonstraram que na pele do ser humano ainda vivem todos os homens que aplaudiam as lutas de escravos gladiadores romanos."

Benfiquismo (CMXLIX)

Mais um?!

Aquecimento... Futebol...

Pormaiores 'esquecidos'!!!

"Temos analisado o caso E-Toupeira nos últimos dias e como têm referido vários entendidos nos diferentes canais televisivos a acusação por parte do Ministério Publico é algo frágil e consiste de algumas deduções.
Uma das fragilidades da acusação feita pelo Ministério Publico que promete dar que falar é alguns dos processos citados pelo procurador não estarem na altura dos factos imputados em segredo de justiça.
Júlio Loureiro, o ex observador de árbitros e actual funcionário judicial é um dos acusados e terá dito a Paulo Gonçalves que o mandatário de Jorge Ferreira tinha sido notificado da procedência de recurso e que depois lhe enviava o acórdão. Paulo Gonçalves pediu o acórdão e Júlio respondeu que estava no site da Federação Portuguesa de Futebol.
No entanto, o procurador do Ministério Publico não referiu na acusação que o acórdão era de livre acesso e estava no site da Federação Portuguesa de Futebol. O procurador terá omitido este detalhe dando assim credibilidade à acusação. Resta sabermos se foi propositado ou se terá escapado este "pormaior" ao procurador que acusou a SAD do Benfica.
Até ao dia de hoje a comunicação social ainda não deu especial atenção a este pormenor que é de extrema importância para a defesa dos arguidos."