"A pausa do campeonato nacional para dar palco à Selecção e à Taça da Liga acabou por se tornar uma janela de oportunidade imperdível para o avanço de alguns processos. Primeiro, foi a acusação à SAD do Benfica, no e-toupeira, e agora é o cerco que se aperta, com sinais exteriores de asfixia, no caso dos e-mails. O nome do pirata informático está na praça pública, e a partir daqui a investigação será muito mais assertiva. Aliás, Ministério Público já está em campo no que toca a todas as pessoas e entidades que viram a sua correspondência electrónica furtada e, depois, colocada no espaço mediático, no sentido de lhes proporcionar condições para agir contra quem teve responsabilidades directas na divulgação.
Não irei, neste espaço, fazer qualquer consideração relativamente à matéria constante dos e-mails furtados, já que as forças polícias realizaram, entretanto, as diligências que entenderam devidas e ainda não há quaisquer conclusões. Mas parece não substituir nenhuma dúvida quanto a estarmos perante crimes, o primeiro praticado pelo hacker, o segundo por quem divulgou o material furtado. Mais uma coisa, a que já tinha aludido há algum tempo e que continua a ser, a meu ver, pertinente: os cidadãos têm o direito à garantia de que a sua correspondência não é devassada, esse é um dos pilares em que assenta a nossa sociedade e não foi pelo facto do correio ter passado de físico a electrónico que este princípio civilizacional se alterou. Ao mesmo tempo, dentro dos meios que a lei lhes confere, as forças de investigação podem ter acesso a informação privada. Mas este é um privilégio dos polícias e não dos ladrões!"
José Manuel Delgado, in A Bola
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