"Não me cabe tecer comentários sobre o resultado das eleições leoninas, mas apraz-me constatar que os sócios do Sporting Clube de Portugal souberam pôr cobro a um período de loucura cujas consequências extravasaram o domínio sportinguista. O anterior presidente do Sporting não representava somente um problema para o clube que dirigiu, mas para o desporto português. O risco de contaminação a dirigentes de outros clubes existiu e seria nefasto se tivesse ocorrido.
Um sportinguista, daqueles fervorosos brunistas, poderá interpretar o parágrafo anterior como uma mal disfarçada manifestação de alívio. Não poderá estar mais enganado. Para mim, enquanto benfiquista que cresceu a encarar o Sporting enquanto rival, nada mais me satisfez que derrotar um Sporting liderado por um arrivista grosseiro movido a ódio ao Benfica, cujas palavras de ordem logo eram repetidas até à exaustão por uma turba predisposta a tudo, assim prevalecesse a miragem de um Benfica subjugado. Bruno de Carvalho, que andou a ser levado em ombros por quem, mais tarde, demasiado tarde, se encarregou de o escorraçar, não surgiu de geração espontânea nem andou a pregar sozinho num deserto. Bruno de Carvalho foi o produto de vários factores, incluindo a deriva anti-benfiquista crescente.
Mas adiante, o passado já lá vai e mesmo algumas das afirmações anti-benfiquistas produzidas ao longo da campanha não me tiram o sono (até me entusiasmam, de certa forma). Afinal, havia que ganhar eleições e todos sabemos que um sportinguista, perante os seus correligionários, pouco ou nada é ouvido se, entre loas ao Sporting, não professar o anti-benfiquismo. Fica-lhes bem, entre eles, e serve-nos na perfeição."
João Tomaz, in O Benfica
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