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sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Monstruosidades jurídicas e cívicas

"Na ausência de matérias mais importantes para tratar, o Parlamento debruça-se sobre a patriótica missão de proibir a presença de magistrados em órgãos eleitos de clubes desportivos profissionais, o que talvez não seja abusivo traduzir, de forma menos hipócrita, por clubes com futebol profissional.
Não é a primeira vez que surge a ideia discriminatória e a respectiva tentação de legalizar essa brutal discriminação. Anteriormente, pôs-se ao lato, como lhe competia, o Tribunal Constitucional, que veio recusar a segregadora pretensão por manifesta inconstitucionalidade e por violar direitos efectivos da pessoa humana, que, apesar de tudo, também são os juízes.
Entretanto, o vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura, órgão com penosa e insuperável tradição na matéria, tentou explicar a bondade da proposta de interdição: «O lugar dos juízes no futebol é só nas bancadas, a apoiar os seus clubes...»
Teme-se que o mesmo venha a ser declarado pela ordem dos médicos ou dos advogados, talvez, mesmo, pelo sindicato dos jornalistas, dos artistas ou até o Patriarcado, todos com a moralizadora intenção de «preservar a dignidade da função».

Nota Final - António Salvador, presidente do SC Braga, ofereceu não uma, mas duas camisolas do seu clube ao Presidente da República, reconhecidamente adepto bracarense. Espera-se que o Ministério Público tenha o bom senso de não encontrar, aqui, motivos para gerar um novo processo judicial e uma possível acusação."

Vítor Serpa, in A Bola

1 comentário:

  1. So se fossem camisolas do Benfica, porque eqivalem a uma barra de ouro.

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