Últimas indefectivações

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

É giro comparar o incomparável...

"Anquetil ou Hinault? Bobet ou Coppi? Merckx ou Armstrong? Indurain ou Contador? Joaquim Agostinho ou José Azevedo? Rui Costa ou Marco Chagas? Jesse Owens ou Carl Lewis? Viren ou Zatopek? Ovett ou Coe? Bob Beamon ou Javier Sottomayor? Carlos Lopes ou Fernando Mamede? Rosa Mota ou Fernanda Ribeiro? John Weissmuller ou Mark Spitz? Thorpe ou Phelps? Shane Gould ou Kornelia Ender? Lebron James o Kobe Bryant? Magic Johnson ou Larry Bird? Wilt Chamberlain ou Karim Abdul Jabbar? Babe Ruth ou Joe Di Maggio? Ty Cobb ou Jimmie Foxx? Richey Henderson ou Nolan Ryan? Jonah Lomu ou Sonny Bill Williams? Carter ou Wilkinson? Morné Stein ou Joel Stransky? François Pienaar ou Richie McCaw? Percy Montgomery ou Brian O'Driscoll? Martin Johnson ou David Campese? Wayne Gretzky ou Mário Lemieux? Sawchuk ou Beliveau? Ted Lindsay ou Red Kelly? Mohammad Ali ou Joe Frazier? Dempsey ou Tyson? Joe Louis ou Foreman? Ramalhete ou Folguera? António Livramento ou Holtoff? Chana ou Vítor Hugo? Rendeiro ou Nogué? Joe Namath ou Tom Brady? Joe Montana ou Sid Luckman? Peyton Manning ou Dan Marino? Brett Favre ou Terry Bradshaw? Nadia Comaneci ou Olga Korbu? Ludmila Turisheva ou Vera Csaslavska? Sawao Kato ou Kohei Uchimura? Li Xiaoshiang ou Vitali Scherbo? Irina Rodnina e Alexander Zaitsev ou Ekaterina Gordeeva e Sergei Grinkov? Katarina Witt ou Peggy Fleming? Robin Cousins ou John Currey? Fangio ou Shumacher? Ayrton Senna ou Alain Prost? Lev Yaschin ou Gordan Banks? Zamora ou Sepp Mayer? Garrincha ou Best? Pelé ou Eusébio? Maradona ou Cruyff? CR7 ou Messi?
Cada cabeça, sua sentença, não é? É gira a discussão? Até é. Mas estéril!"

José Manuel Delgado, in A Bola

A contabilidade dos basbaques

"Há uma nova forma de calcular méritos, qualidades e desempenhos. Na lhaneza das mentes simples, a mera adição de números é o suporte de teses infalíveis acerca do papel dos homens na História.
Seguindo este processo – que ultimamente tem permitido a que um número significativo de basbaques apresente Cristiano Ronaldo como o português que suplantou os méritos futebolísticos de Eusébio, pelo simples motivo de ter marcado mais golos na Selecção Portuguesa – chegaríamos à conclusão de que Tony Carreira, a julgar pelo número de discos vendidos, seria um compositor / músico com mais méritos do que o compositor português do século XVIII Carlos Seixas. Da mesma forma que, para quem professa essa corrente de pensamento, o facto de Margarida Rebelo Pinto suplantar Miguel Torga no número de livros vendidos lhe confere um papel cimeiro na História da Literatura Portuguesa. Aliás, neste particular, Luís Vaz de Camões que se cuide, pois esta basbacagem da contabilidade não tem pejos em garantir méritos e deméritos em função de números absolutos que ignoram realidades relativas e não comparáveis por quem tenha o mínimo de decência e honestidade intelectual. Diga-se ainda que, quando alguém, utilizando as mesmas armas espúrias, lhes indica números que conduzem a reflexão em sentido oposto ao da moda, ignoram convenientemente esses números. Só assim se explica que a média de Ronaldo de 0,40 golos por jogo na Selecção seja, pasme-se, “superior” à de 0,64 de Eusébio, o que levaria a que, caso Eusébio tivesse feito os 106 jogos que Ronaldo já fez pela Selecção, provavelmente (a julgar pela média) teria marcado 68 golos contra os 43 de Ronaldo. Parece correcta e intelectualmente honesta esta análise? Obviamente que não, mas é tão injusta quanto as que os basbaques têm feito em tudo quanto é órgão de comunicação social nas últimas semanas."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

Pontapé na intriga e nas dúvidas

"Este patético debate sobre quem foi o melhor jogador português - Eusébio ou Ronaldo? - serve para encher jornais, fazer notícias e cansar a paciência de quem gosta de futebol e não aprecia telenovelas mexicanas. Luís Figo pode até nem ser o melhor jogador português de todos os tempos, mas, mais uma vez, mostrou ser um dos mais educados e sensatos do futebol mundial. «Eusébio é o Rei, ninguém se pode comparar», disse. Figo pode até nem ser o rei mas é um príncipe no trato e no fair play. Há coisas que não se comparam e o dinheiro não dá... Estas máquinas de publicidade que se constroem à volta dos jogadores/heróis dos tempos modernos são muitas vezes o princípio do seu fim. Pôr a Argentina a comparar Messi e Maradona ou o Brasil a comparar Neymar a Pelé é cosia de tolos. Cristiano Ronaldo é um jogador assombroso e não merece isto. O King não deve misturar-se nestas trapalhadas de salão. Rei que é rei não responde aos súbditos, respeitando-os e continua soberano.
Esta semana regressa o Campeonato Nacional e o Benfica recebe o Paços de Ferreira em estado de necessidade de pontos e vitórias. Quem quer chegar ao topo tem de saber vencer estas situações e o Benfica quer chegar ao topo. O Benfica tem contra o Paços de Ferreira e o Anderlecht a hipótese de dar um pontapé na intriga dos comentadores, nas dúvidas dos adeptos e nas angústias dos sócios. O lugar do Benfica na tabela não preocupa, apenas aborrece, mas os cinco pontos de atraso em relação ao FC Porto preocupam qualquer adepto consciente e respeitador do adversário. Um bom início da Liga milionária seria um bom analgésico para as dores de cabeça do início de época. Ainda assim, para mim, Campeonato e Taça de Portugal são os principais objectivos da época. Estes troféus aspiro com legitimidade a ganhar. O Benfica tem no plantel qualidade que autoriza o meu desejo..."

Sílvio Cervan, in A Bola

Objectivamente (Nojo, plantel, Champions, Scolari)

"Li um artigo de jornal no «O Jogo» onde se punha em dúvida a capacidade física de Markovic, o novo craque do SLB e da Liga Portuguesa de Futebol.
As dúvidas que se levantam sobre os «desequilíbrios musculares» que provocam contínuas lesões são dissecadas ao pormenor.
Não sei se foi escrito para desmoralizar o jogador se para desvalorizar este génio sérvio.
Uma coisa é certa: Se ele «lesionado» joga assim, o que faria se estivesse a cem por cento!...
Mas não vamos dar grande importância a um assunto que, de certeza, foi devidamente tratado pela equipa médica do Benfica quando fez exames médicos antes de assinar. E se houver algum problema tudo se resolverá para podermos apreciar um dos melhores talentos que passaram pelo Benfica nos últimos anos.
Mas não é só Markovic que este ano se apresenta como um dos grandes talentos do plantel. O facto de a SAD ter entendido (e bem) não vender jogadores possibilita ter o melhor grupo dos últimos anos e capacidade para se bater ainda com mais possibilidades de êxito em TODAS as competições.
O facto de a Catedral ter sido eleita para a Final da Liga dos Campeões deve incentivar ainda mais os nossos jogadores e equipa técnica a tentar o tudo por tudo para estarem presentes em nossa casa na maior festa do Futebol europeu. Apesar da derrota, não vamos esquecer aqueles momentos fantásticos da Final com o Chelsea e o desejo de repetir a dose o mais rápido possível.
Por fim, uma nota sobre a Selecção Portuguesa e o reencontro com Scolari. Houve muitos críticos que sopraram «nortadas» sobre o único treinador que levou Portugal à única Final que disputou até hoje no Futebol de Honra. Um 3.º lugar no mundial de Inglaterra tinha sido o melhor. A final do Euro 2004 foi o topo até agora. São injustas as críticas e deselegantes algumas observações feitas a um homem que deixou muitas saudades!"

João Diogo, in O Benfica

Negócio Benfica

"Já não há pachorra. A imagem do empurrão de Cardozo a Jorge Jesus passou mais vezes nas TV's do que os filmes do António Silva, do Vasco Santana ou do Ribeirinho. Passou e passa. Ainda esta semana voltou a passar. A passar com profusão. Porquê? Porque o Benfica vende. Mais porquês? Porque se não há Benfica, não há leitores, não há ouvintes, não há espectadores. Não há audiência. O Benfica é um negócio. Um negócio rentável.
De Inglaterra, esta semana, emanaram notícias sobre putativos candidatos à substituição de Jesus. Porquê? Promoção aos treinadores. Mais porquês? Porque o Benfica, associado a quem quer que seja, promove, adianta, socorre. Mais ainda? Porque a instabilidade no Benfica, daí os ecos na comunicação indígena, promove, adianta, socorre. E rende, rende muito.
Qual é a resposta, a resposta benfiquista? Só pode ser o desprezo pelos disparates, a denúncia das provocações, a concentração no fundamental. Porquê? Porque só um Benfica unido, só um Benfica solidário, só um Benfica inteligente saberá construir o muro onde esbarram as atoardas, as infâmias, as ignomínias. Mais porquês? Porque não vence quem não está agregado, coeso, sólido.
Houve erros no percurso recente? Houve precipitações ou hesitações? Houvesse o que houvesse, só pode haver uma massa unívoca, determinada, rija. O Benfica, para muitos, é um negócio. O Benfica, para os benfiquistas, é paixão. Não há paixão acéfala, mas também não há paixão indolente. Ser do Benfica, sobretudo quando a bola corre, é correr incondicionalmente ao lado de quem enverga o nosso emblema. Porquê ou mais porquês? Porque existe a suprema razão do êxito."

João Malheiro, in O Benfica

Futebol com (alguns) Fundos !!!